terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O PAPAGAIO E O GAVIÃO


O fato pode ser estranho, mas ocorreu. Garanto que é verdade.
Maria da Graça (Gracinha), mora com mais duas irmãs todas solteiras, têm por hobby cada uma criar um animal de estimação, a mais velha tem um coelho, a do meio um papagaio (Meu Louro), e a terceira (mais nova) um cão.
Vamos no ater ao papagaio (Meu Louro).
PAPAGAIO (também conhecido como louro), é uma das muitas aves pertencentes a ordem dos Psitaciformes, família dos Psitacídea), animal de estimação da gracinha, famoso pela sua inteligência e de verbo solto, era o xodó de sua dona. Manso, andava dentro de casa como pessoa da família.
Gracinha junto com as irmãs, ensinavam meu louro; cantar, falar com as pessoas dizendo o nome delas, recitar alguns versos, e assobias o Hino Nacional e outras musicas. Podíamos afirmar que Meu Louro era quase um fenômeno, pelo menos no lugar; ele era o único.
Costumava ficar em sua gaiola (aberta) todas as manhãs, quem passava na rua e o cumprimentava ele respondia; bom dias Sr. José, ou bom dia dona Norma, se algum garoto o saudava era para Meu Louro uma alegria, bom dia Zequinha, e era sempre assim chamava as pessoas pelos nomes.
Pelas redondezas; costumavam dar seus passeios matinais a procura de seus desjejuns, um casal de Gaviões.
GAVIÃO (ave de rapina, falconiformes, pertencente à família Acipitrídea e Falconídea, em particular dos gêneros; Leucopternis e Buteo. São de tamanhos menores ou médios em relação a outras aves de rapina).
Gracinha falava para o papagaio: Meu Louro cuidado com o Gavião! E o louro respondia: “meu Louro cuidado com o gavião”. E todas as vezes que o gavião sobrevoava o local, Meu Louro alertava: gracinhaaaaaa, cuidado com o gavião! Então sua dona recolhia-o para dentro de casa, e assim muitas e muitas vezes gracinha era alertada pelo louro. Olha o gavião gracinha! Esse alerta re repetia várias vezes ao dia, mesmo sem a presença do predador. Isso foi tirando a credibilidade do grito de alerta de Meu Louro.
Certa manhã; o gavião mais ousado resolveu pousar em uma arvore bem próxima do colorido papagaio, o que deixou- o bastante nervoso; e aos gritos ele dizia: gracinha o gavião! O gavião!!!!! Cuidadooooooô!!! Sua dona olhou para o céu e nada de Gavião. Entrou xingando Meu Louro de todos os adjetivos possíveis.
Então o papagaio desesperado com a presença do inimigo resolveu descer da gaiola para se esconder dentro de casa. Foi aí seu grande erro, o gavião vendo sua presa no quintal, rapidamente aproveitou a ocasião, e em vôo rasante suas garras seguraram o louro e alçou novo vôo em fuga, levando consigo o papagaio (seu desjejum), que lá de cima gritava: Gracinhaaaaaaa!!! Olha o Gaviãooooooo!!!
Cá de baixo só se ouvia de sua dona os gritos de terror. Solta Meu Louro, solta Meu Louro!!! Sem obter resultado; dizia: ADEUS MEU LOURO.
Chorou durante três dias.
Nunca mais se viu as penas coloridas e nem se ouviu os assobios e as musicas cantados por; Meu Louro.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

OLHANDO-NOS; OLHEMO-NOS


Durante todo o ano, recebemos inúmeras mensagens de amor, carinho e auto-estima. Mas será que em algum momento, procuramos de alguma forma seguir um pouco o conteúdo das mensagens?

Essa é realmente a idéia. Quando enviamos ou recebemos uma mensagem, onde o centro real é fazer com que meditemos (um pouco) sobre tudo que “faz” nosso dia a dia.

Mas, agora que se aproxima a data Magna da Cristandade, porque não pararmos um pouco, e meditemos, não sobre as mensagens, mas, sobretudo no que fizemos ou deixamos de fazer por ou com nossos “amigos” ou não?

Paremos.
Ajoelhemo-nos diante de nós e façamos uma reavaliação de tudo, e definamos o que poderemos ser bem melhores do que somos. Podemos ser mais tolerantes, menos críticos e mais incentivadores, menos individuais e mais coletivos.

Afinal não somos nada e nada temos, somos apenas administradores de “nosso” tempo e de “nossos” bens. Somos apenas passageiros de um grande coletivo que nos leva a um destino não sabido. Não somos nem os condutores, nem os orientadores, somos simplesmente os passageiros.

Somos os jardineiros de um jardim imenso, com flores belíssimas, mas com espinhos contundentes, outras de cores fortíssimas e belas, e que nem sempre exalam perfumes agradáveis. Nesse imenso jardim em alguns momentos (nos os jardineiros), pisamos em flores não tão belas, mas que delas saem aromas de sabores inebriantes.

Olhemo-nos como catadores de pedras, que colhidas podem não ser preciosas, mas que (para nos captadores), têm valores inestimáveis, os NOSSOS AMIGOS. E saibam que em nossa jornada de “catadores”, quanto mais pedras conseguirmos catar, mais será aumentada nossa fortuna, uma fortuna que não se mede em valores materiais.

Vamos tentar de agora em diante, olharmos para os outros como se estivéssemos diante de um “grande espelho”, que é a “vida”. E que por mais estranho que seja nossa “vestimenta”, façamos com que seja do agrado de todos, sem termos que modificá-las a todo o momento para agradar alguém.
Vejamos, pois, não com nossos olhos, mas por um momento, (por menos que seja); tentemos olhar os outros como se estivéssemos olhando-os com os OLHOS DE DEUS.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

É MUITO BOM ENVELHECER


Autor desconhecido

Não sei quem é o autor, mas estou editando o texto em meu blog; para que outros também aprendam a envelhecer.


- Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa. Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítico de mim mesmo.
- Eu me tornei meu próprio amigo...
Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou pela compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio.
- Eu tenho direito de ser desarrumado, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.
Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo o jogar no computador até as quatro horas e dormir até meio-dia?
Eu dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 & 70, e se eu, ao mesmo tempo, sinto desejo de chorar por um amor perdido...
- Eu vou.

Vou andar na praia em um short excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no Jet set.
- Eles, também, vão envelhecer.
Eu sei que eu sou às vezes esquecido.
Mas há mais, algumas coisas na vida que devem ser esquecidas.
- Eu me recordo das coisas importantes.

Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado.
Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro?
- Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão.

Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.
Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.
- Muitos nunca riram, e muitos morreram antes que seus cabelos virarem prata.

Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo.
- Você se preocupa menos com o que os outros pensam.
Eu não me questiono mais.
Eu ganhei o direito de estar errado.
Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser velho.
- Ele me libertou.

- Eu gosto da pessoa que me tornei.
- Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será.
- E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).
- Eu tenho o direito de viver, da melhor forma “para mim”.

EM QUANDO ESCREVO


Em quando escrevo me sinto, me vejo, me compro, me deparo com coisas inebriantes.
Em quando escrevo eu vejo o prazer, a prece, a paz, a vida, a voz nas letras, o espaço, o continuo, a harmonia entre palavras, a coerência no sentido das coisas.
Em quando escrevo não olho, só vejo, me igualo aos maiores, porque aqueles que deixaram entre nós a escrita em tom de voz souberam muito bem dizer, que o prazer nem sempre se obtém com sexo, é algo mais, transcende ao real, é muito mais concreto e muito menos abstrato, é a sua permanência entre os demais; é perene.
Em quando escrevo me comparo e faço comparações: sou vegetal, mineral, crio asas, vôo e pouso, escavo a terra na esperança de novas descobertas.
Em quando escrevo me vejo arvore, ofereço sombras, dôo frutos que saciam fomes, absorvo as impurezas e devolvo algo que possa ser respirável.
Em quando escrevo sinto-me rocha, pedra preciosa, calcário, argila e vejo-me escultor esculpindo e materializando uma obra prima.
Em quando escrevo, não corro, ando salto e elevo o pensamento ao desconhecido, não canso, energizo o corpo e a alma, dou asas à imaginação; corrijo; acertos e erros controlam o incontrolável, guio e dirijo, e sou guiado pela inspiração.
Em quando escrevo não odeio, sou amor, carinho e esperança, estrada íngreme que se tornar plana, caminhos tortos que se tornam retos, verdades bem verdadeiras, sou saudade.
Em quando escrevo, não sou sonho, sou real, não me escondo, simplesmente exponho-me ao julgamento à minha obra, sem medo sem temor, mas na certeza de que acertos e erros são normais na vida.
Em quando escrevo, transmito, aprendo e ensino; provoco sorrisos e lágrimas, simplesmente provoco; deliro com as reações, transponho barreiras e levo outros comigo.
Simplesmente me completo.
EM QUANDO ESCREVO

A VIAGEM QUE NÃO QUERIA FAZER


Na trajetória das nossas vidas, muitas e muitas vezes nos deparamos com momentos que jamais tínhamos pensado em os vives, nessa hora, temos que nos transformar em super homens para superá-los, de forma que as seqüelas que venhamos ter sejam diluídas com o passar do tempo, mesmo sabendo que jamais esqueceremos.
Essa narrativa serve apenas como registro de uma viagem que jamais pensei em fazer, ou pensava em fazê-la em outras circunstancias.
O lugar tem pouca importância nesse momento. Poderia ser a poucos quilômetros de distancia, ou a centenas ou milhares, quando se trata de tragédia ou fatalidade; a distância tem o mínimo de importância.
- Toca o telefone, uma pessoa do outro lado fala: tenho algo para lhe dizer, mas não sei nem como começar, (e faz uma pausa onde, um segundo se transforma em horas), em nossa cabeça centenas de coisas sem nexos passam em uma velocidade bem maior que a da luz.
- Seu filho sofreu um acidente; esta hospitalizado; não sei dizer se com risco ou não de vida, mas é grave. Que tipo de acidente? Como aconteceu? Onde foi? Em que estado ele se encontra? Quem te comunicou o fato? São essas as perguntas que fazemos de imediato, e aos pouco vamo-nos inteirando do acontecido.
Uma sensação de vazio toma conta de nos, afora a sensação de não saber o que fazer, é ai que nos sentimos incompetentes, diante da vida. E o que é a vida senão uma seqüencial de momentos de certezas e incertezas.
Partimos para o desconhecido. Horas que parecem dias, e dias que parecem anos. Vai se agrupando e aumentando o ritmo das batidas do coração, não sei se a adrenalina funciona nessa hora, mas em nossa visão aparecem figuras e imagens que nunca vimos, ou não queremos ver.
Finalmente, com passos curtos, como se seu cérebro se esquivasse de ver a cena, e retardando mais e mais esse encontro; você esta diante da pessoa querida, deitado sobre um leito de hospital, completamente sem ação, mas com um objetivo de cura fora do comum. É um choque e um alívio ao mesmo tempo, aí as sensações se misturam e lhe confundem.
Choque pela cena que aparece diante de seus olhos, e alivio por ver que a vida é de fato uma dádiva de Deus.
Estamos ali, diante de nosso filho; de olhos fundos, mas brilhantes, de pele muito pálida, mas com vigor; são as justificativas que vieram em nossas mentes naquele momento; para não acharmos que tudo estava perdido.
Procuro controlar as lágrimas e não consigo, palavras embargadas saem de minha boca, na garganta corta a voz.
E quase em uníssonos, falamos:
Como estas, filho?
Estou bem meus pais!
Olho para os lados procurando um apoio. Então imediatamente vem a reação. Nesse momento, quem realmente esta precisando de apoio é ele, nosso filho.
Trinco os dentes, pressiono os lábios, fecho os alhos com bastante pressão e digo: vai dar tudo certo, fé em Deus e em você mesmo é o que vão acelerar sua cura.
Silencio.
Quais as palavras que devo dizer? Será que existem palavras para serem ditas nesse momento? Acho que não. Mas alguma coisa tem que ser dita, para iniciar uma conversa.
Mas sobre o que?
No instante, sai dos lábios dele a resposta.
Como foram de viagem?
Sorrio e respondo: bem.
Novamente silencio.
Ai vem à interferência da mãe, sábia e decidida.
Meu filho; centenas de pessoas estão torcendo por você, todas, em uma corrente de orações, e com certeza Deus esteve com você no momento do acidente, e continua aqui a seu lado lhe protegendo; e pode ter convicção de que nada do que tenha acontecido, afetara seu dia a dia, isso você vera em um futuro muito breve.
Chego à conclusão de que, nada somos diante da imensidão do universo, somos falíveis, nada do que pregamos que somos ou pensamos ser é real, muito, mas muito acima de nós existe um comando que guia não somente nossos passos, mas tudo o que esta aos nossos lados, acima ou abaixo de nós. A força, o poder, a benevolência, o carinho, a caridade, tudo isso é fruto de nossa fé, e se mantivermos essa fé, por certo conseguiremos remover montanhas, não essa montanha que chamamos de acidente geográfico, mas a montanha muito maior que nos separa de Deus, é essa montanha que com nossa fé conseguimos mover, e quando o fazemos, realmente estamos diante D’Ele.
E foi e é realmente o que aconteceu e esta acontecendo com nosso filho, sua fé fez e continua fazendo dele um ser especial; seu processo de recuperação é uma demonstração disso, sua conversa constante com Jesus, faz com que tenhamos a certeza de que nosso filho esta sendo muito bem cuidado, pelas mãos do(a)s médico(a)s e enfermeiro(a)s, mas com a supervisão permanente D’Ele.
Tudo ira dar certo, não existe a menor duvida de nossa parte e também daqueles que conhecem e vivem direta ou indiretamente ligados ao fato.
Hoje estamos mais tranqüilos e certos de que nosso filho irá conseguir mover essa montanha e voltar a caminhar com seus passos firmes, seguindo sua trajetória para atingir seus objetivos de vida.
GRAÇAS A DEUS.

sábado, 1 de outubro de 2011

O PADROEIRO


São cinco horas da manhã
Ouve-se o sino da igreja
E o Tum, e Trazz dos foguetes
Parece ate que troveja
O povo todo se benze
E seus olhos lacrimejam
É dia do padroeiro
Dessa terra sertaneja

As seis começam a missa
Com igreja bem lotada
Homens de chapéu na mão
Mulheres todas bordadas
Com o véu sobre a cabeça
Quase sempre ajoelhadas
O padre em vestes bonitas
Ta iniciada a jornada

Fala o padre: Meus fieis
Hoje é dia de festa
Dia do nosso padroeiro
Que é protetor de “Floresta”
Essa terra abençoada
Lugar de gente honesta
A tarde tem procissão
Não vai ser nada modesta

Quero todos às duas horas
Bem em frente da igreja
Vistam roupas bem bonitas
Aquela que mais lampeja
Tudo dentro do respeito
É tudo que o santo almeja
Ver seus fiéis bem bonitos
É isso que ele deseja.

Às quatro e meia da tarde
Vai sair à procissão
Quero que todos cantem
Os hinos de louvação
Não esqueçam meus fieis
Levem uma vela na mão
Não pode faltar o terço
Vai ser nossa oração


Bem no horário marcado
Foi armada a procissão
O vigário é responsável
Por toda organização
Grita e levanta os braços
Dando ordens de montão
Todo povo obedecendo
Esperando uma benção.

Armada a corda no chão
Pra ficar tudo arrumado
Homens do lado direito
Mulheres do outro lado
As crianças vão a frente
Com fardamento engomado
No meio as professoras
De grupo escolarizado.

Vamos dispor os andores
No meio da romaria
Meninas vestidas de anjas
No andor da Virgem Maria
As beatas vão carregar
Esse andor com alegria
Logo atrás vêem as freiras
Que moram na abadia

Meninos vestidos de soldado
Guardam o segundo andor
O de São Jorge guerreiro
Que também é protetor
Logo atrás seis cavaleiros
Todos vestido a rigor
Cavalgam como um balé
No papel de apoiador.

Para levar esse andor
Que é muito mais pesado
Tem que ser quatro homens
De músculos avantajados
Levam, o Santo, o cavalo
E mais um dragão alado
Que lutam o tempo todo
La em cima do tablado.

Então agora está armado
O grande andor principal
Quase no final da corda
Qual sua alteza real
Todo coberto de flores
Em cima do pedestal
Ele é o dono da festa
O protetor do local

E como é esse andor?
Vou descrever meu amigo
Tem três metros de altura
Pra não ficar escondido
É nele que fica o foco
Daquele povo sofrido
Que reza e pede muito
E espera ser atendido

No andor tem muitas flores
E luzes por todo lado
Que piscam o tempo todo
Num verdadeiro bailado
Ainda põem gelo seco
Pra ficar esfumaçado
Pra aquele que esta olhando
Ficar emocionado.

Bem na frente do andor
Esta o Bispo da cidade
Que prestigia o local
Emanando só bondade
Vem em baixo de um palio*
E logo atrás tem um frade
Segurando no seu manto
Na maior tranqüilidade

Logo atrás do protetor
Vem a banda musical
Que toca musicas sacra
Aonde o som principal
Sai dos pratos, surdo e tuba
Num compasso crucial
Deixando o povo em transe
Em estado angelical.

E bem atrás da orquestra
Esta toda a população
Que dão o tom de lamento
A toda aquela oração
Eles rezam, choram e cantam
Na sua maior devoção
Ao seu santo padroeiro
Verdadeira adoração.

Então do carro de som
Ouve-se o vigário gritar
Levantem toda a corda
Comecem todos a rezar
Vamos acender as velas
Comecemos caminhar
Sigamos todos em frente
Mas sempre bem devagar.

-Bendito e Louvado seja
Nosso Santo protetor
Patrono dessa cidade
Discípulo de Nosso Senhor
Que perdoa os inimigos
Com carinho e sem furor
E protege nossa “Floresta”
Dando todo seu amor.

Assim sai a procissão
Para correr a cidade
Levando a benção do Santo
A toda comunidade
Os paroquianos agradecem
Com reza e festividade
Nas ruas só bandeirolas
Saudando toda irmandade.

Nas janelas dos casebres
Toalhas são estendidas
As pessoas debruçadas
Aplaudem aquela partida
E ficam ali esperando
Pela volta prometida
Aplaudem também no regresso
Na forma de despedida.

No caminho muita gente
Vai aderindo ao cortejo
Segurando sempre a corda
Do seu santo benfazejo
Pagando promessas feitas
Desse povo sertanejo
Pelo santo ter ajudado
A satisfazer seu desejo.

O cortejo fica belíssimo
Quando a noite esta chegando
As luzes todas apagadas
A procissão vai passando
Com todas as velas acesas
Toda a rua iluminando
Um coral quase perfeito
É o povo todo cantando

Não precisa de maestro
Par reger a homilia
Homens, mulheres, crianças
Dão o tom com alegria
Parece o som de uma onda
Que ao longe se ouvia
É todo povo cantando
Ave, Ave, Ave Maria

Às sete horas da noite
Acaba a procissão
O vigário agradece
A toda população
O povo todo abraçado
Demonstrando união
E rezam pra o padroeiro
Dar a sua proteção

Agora chega a hora
Do movimento profano
É o festejo de rua
Esperado todo ano
No parque diversão
Tem ate um marciano
Que veio de outro planeta
E toma forma de humano.

Quando a banda musical
Der um toque de corneta
Todos correm pra o coreto
A banda vira retreta
Tocam, samba frevo e rumba
Tudo ao som da clarineta
E o povão gastando a grana
Nos brinquedos e na roleta.

É assim meus bons leitores
As festas do padroeiro
Que acontecem todos os anos
Nesses sertões por inteiro
Vivida por sua gente
De pensamento ordeiro
É a demonstração de fé
Desse povo Brasileiro.

CERTOS CONCEITOS


Quando chega uma hora
Que o coração mais chora
Agente fica tristonho
Um tanto quanto bisonho
Por saber que não vai ver
Aquela que por um tempo
Tava em nosso pensamento
Ajudando-nos a viver
SAUDADE

Se o homem muito luta
Afastado da disputa
Por um ideal só seu.
Mesmo que seja plebeu,
No dia que ali chegar
Não se sentirá vencedor
Porque por certo herdou
Outro ideal pra alcançar.
PERSISTENCIA

Quando lhe foge a certeza
De que algo tem beleza
Não diga isso a ninguém
Para evitar que alguém
Faça julgamento errado
Por ti sentirão respeito
Porque agiste de um jeito
Então serás preservado.
PRUDENCIA

Se em teu caminho tiver
Muitos momentos de fé
Em teu corpo trabalhado
Sentiras-te muito honrado
Por aquilo que no tempo
Seguiste sem padecer
De mal nenhum a sofrer
Nunca tiveste tormento.
SAUDE

Se fores um bom político
E veres um parente aflito
Mais em baixo a te implorar
Um lugar pra descansar
Não faças disso um estilo
Porque outros vão pedir
A mesma coisa pra ti
Se atenderes; é vacilo
NEPOTISMO

Quando quase é madrugada
Que o sol belo aparece
Toda a terra se aquece
Abraçando os filhos seus
Pra o céu mandamos prece
Ao ver que. O que acontece
É tudo obra de Deus.
NATUREZA

Se um dia vires uma flor
E sobre ela uma abelha
Estas vendo uma centelha
De vida naquele inseto
É que o pólen, por certo
Ela esta a transportar
E aos pouco vai levar
De flor em flor sem parar
Podes ter toda certeza
Um fruto ali vai brotar.
FECUNDAÇÃO

Se te fechares em copas
E não preservares amigos
Por certo os inimigos
Farão em ti um esteio
É bom sair desse meio
Porque o mundo é cruel
Se procurares um papel
Onde a ira é natural
Ficaras em baixo astral
Pra toda a vida e assim
Ficaras no isolamento
Mais triste será teu fim.
SOLIDÃO

Se vires o passar dos anos
De forma bem natural
Sem querer ser o central
Ponto desse universo
Conseguirás; isso é certo
O respeito dos amigos
Nunca estarás escondido
Dos acontecimentos do tempo
A partir desse momento
Terás muito mais da vida
Porque em relação aos outros
Ela foi bem mais vivida.
LONGEVIDADE

Quando os teus olhos molhados
Tiver alguém a enxugar
E alguém pra levantar
A tua cabeça baixa
Jamais cairás em desgraça
Mesmo dentro de espinhos
Abrirão-te mais caminhos
Para que tenhas opção
De teres sempre uma mão
Em teu ombro a te apoiar
Agora tu vás notar
Como é bom ter amizade
Então veras em verdade
Que nunca estarás sozinho.
AMIZADES

Se estas sempre de costas;
A aquele que te pede um pão.
Quando te pedem ajuda;
Respondes sempre com não.
Andas de bolsos vazios,
Mesmo tendo muitos grãos.
Em tua morte por certo
Não terás ninguém por perto;
Para levar teu caixão.
AVAREZA

Quando notas que te cercam,
Para pedir-te conselhos.
Fazes disso um espelho,
Que possas olhar de frente.
Porque se toda essa gente
Vão a ti se aportar;
Entre eles tens um lugar
Sempre e sempre garantido.
Nunca terás inimigo,
Que possa te perturbar.
CONFIABILIDADE

Quando pautas tua vida,
Em caminhos sempre retos.
Por ele vês objetos
Que não são teus. Com certeza
Terás sempre uma mesa
Com todo de que precisas,
Isso te caracteriza
Como pessoa de bem;
Porque aquilo que tens,
Conseguistes com suor,
Esse é teu bem maior;
Só mereces parabéns.
HONESTIDADE

Quando nunca te satisfazes,
Com aquilo que tu tens.
Sempre olhas pra alguém,
Que tem pouco mais que você;
Ficas sempre a padecer,
Querendo ter algo igual.
Ficaras com esse mal,
Em teu peito a corroer.
Deves parar de sofrer.
Com certeza isso é defeito,
Dos que são insatisfeitos;
Por isso podes morrer!
INVEJA

Quando és solicitado,
Para executar uma ação,
Não deixas ninguém na mão,
Resolvendo o problema.
Mesmo que não entendas
Deixas tudo resolvido.
Essa coisa meu amigo,
Que por simplicidade não sabes,
E não deixas que a vaidade,
Tome conta de você.
Um dia tu vás saber,
O que a vida te deixou.
Pois aquilo que fizeste,
Nunca ninguém se queixou.
COMPETENCIA.

Se a alegria é constante,
Dentro de teu coração.
É grande tua emoção,
Quando vês certa pessoa.
Não é uma coisa atoa,
Isso que estas sentindo.
Se é que estas me ouvindo,
Falo-te com bem clareza,
E disso tenhas certeza;
Não tenhas nada a temer.
O que acontece à você,
Não é nada esquisito;
Por isso não fiques aflito,
E deixe tudo de lado.
Podes ficar bem tranqüilo,
É que estás apaixonado.
AMOR

FIM DA FESTA


Tenho ouvidos uns boatos
que o mundo vai acabar.
Mas será que isso é fato?
Ou tão querendo enganar?
Já tou querendo ser gato.
Sete vidas vou ganhar.
Ou então virarei um pato;
Posso nadar ou voar.

Temos que estar prevenidos,
Pra sobreviver da “ressaca”.
Não sei se tape os ouvidos,
Ou me transforme em barata.
Falei com entes queridos:
Não façam jangada fraca;
Senão serão engolidos,
E vão é tomar na jaca.

Todo o dia olho pro céu,
Pra ver se vejo um sinal.
Vejo-o como um véu;
Não vislumbro nenhum mal.
Mas vou comprar um chapéu
Pra me sentir bem legal
Pois se for um fogaréu
Estarei em alto astral.

Meu bisavô me falou:
Que seu bisavô dizia
Nostradamus declinou
Escreveu em profecia
Ninguém sentirá mais dor
Que mais dia menos dia
Tudo que ele anotou
De fato aconteceria.

Eu fui ler no livro velho,
O que o profeta falou.
Quase que me destrambelho.
O mundo já acabou!
Nesse livro não me espelho.
Todo louco meu senhor.
Vou morar no cemitério,
Antes que vá, eu já vou.

Isto lá, tá nos escritos.
O mundo vai acabar!
Em água, fogo e detritos,
mas ninguém vai suportar.
Se acabarão os conflitos;
nosso mundo vai mudar.
E no universo infinito,
nova geração surgirá.

Aí só farão o bem,
Os habitantes da terra;
ninguém terá um vintém;
para não entrar em guerra.
Tudo será de ninguém.
É assim que o livro encerra.
Rico e pobre, isso não tem,
Pois se tiver; tudo emperra.

Será que tudo é verdade?
Verdade bem verdadeira?
Eu que vivo em liberdade,
não acredito em asneira.
Mas só por curiosidade,
Vou comendo pela beira.
Espero a oportunidade,
Pra dizer: isso é besteira.

Falei tudo pra um amigo;
Ele saiu na carreira.
Vou procurar um abrigo,
Lá em cima da ladeira.
Se acontecer isso comigo,
Vou morrer de caganeira.
Mas eu que sou do antigo,
Não perco minha estribeira.

Comecei meu planejamento;
Vou pegar toda a família,
Darei pra cada; um jumento,
Vamos lá pra Farroupilha.
Vou cumprir meu juramento
Já tá tudo na planilha
Antes do agravamento
Vou distribuir apostilha.

Nessa apostilha vai ter,
Todo o procedimento;
Os quais todos vão fazer;
Sem que haja contratempo,
Assim é que deve ser.
Se tudo sair a contento
Todos vão sobreviver,
Desse grande turbulento.

Lá no capitulo primeiro,
Se fala do dia a dia
Mauricio será o barbeiro
Quem cozinha é a Maria
Meu irmão toca o pandeiro
Mas quem canta é minha tia
Meu avo; vai no banheiro,
Só tomando anestesia.

A vovó que não tem dente,
Já não pode roer osso.
Tem que comer decente,
Só na hora do almoço;
No resto do experiente
Só dê alimento insosso.
Esconda dela aguardente.
Se ela beber vai pro poço.

Essa viagem só termina,
Quando em Farroupilha chegar.
Minha filha hoje é menina
Casada ela já vai estar.
Não vou rasgar a cortina
Pro povo não se espantar,
Se a coisa toda combina,
Da tragédia vamos escapar.

De todo plano que fiz,
Vai tudo dar bem certinho.
Mas eu vou ser o juiz
Durante todo caminho,
Tracei toda diretriz.
Ninguém andara sozinho,
E quando chegar a noite;
Todos procuram seu ninho.

Já no segundo capitulo;
Vamos tratar do transporte.
Todos vão ter seu cubículo,
De papelão muito forte.
Não achem isso ridículo;
É melhor que um pacote,
Serão abrigos de titulo,
Por favor, não amarrote.

Como a família é grande,
Contratei setenta jegues,
Espero que não desande;
E que ninguém desagregue.
Desejo que nenhum debande,
E que todo mundo trafegue,
Que ninguém corra, só ande
Em vez de espalhar; congregue!

Como já esta definido
O dia do cataclismo.
Vamos a Tambaba unidos,
Passar um mês de nudismo,
Seremos bem acolhidos;
Faremos nossos batismos.
Os homens serão benzidos,
Pra não ter medo de cismo.

As mulheres da caravana,
Ficam fora dessa praia.
Porque pra ficar bacana,
Nunca vão tirar a saia.
Vão ficar lá na cabana
Para não entrar na raia.
Mulher nua com homem,
Tudo vai virar gandaia.

Dois mil e doze já é
O ano pré definido;
Vai pegar no contrapé
Aqueles desprevenidos,
homem, menino e mulher
Devem ser abduzidos
Não vou meter a colher,
Que fique bem entendido.

O dia é vinte e um
Do mês de dezembro sim.
Até lá o zum, zum, zum,
Por certo não terá fim.
No dia faça jejum;
Pra não servir de estopim,
Ou se apegue com Ogum,
Do Candomblé espadim.

Lá no capitulo terceiro,
Vamos falar da chegada.
Em Farroupilha o primeiro,
Vai chegar de madrugada.
Então prepara o terreiro,
Pra fazer a churrascada
Na entrada, um letreiro.
Tá chegando a Nordestada.

Aí vai começar a festança,
Com todo gaúcho irmão.
Vai rolar shop e dança
Com batata e chimarrão.
Então será feita a aliança,
Com nós e o grupo alemão.
Espalharemos confiança,
Que sacramenta a união.

Que faremos com a frota?
Gritarão lá da parada.
Manda tudo pra Pelota,
Providenciar charqueada.
Pega tudo e empacota
Pra iniciar a jornada
Depois faremos paçoca
Pra dar tudo a meninada.

Olharemos o calendário,
A data já terá passado.
Chamaremos de otário,
E comeremos assado,
Aquele protozoário
Que lá no antepassado
Escreveu tudo em glossário,
Que a festa tinha acabado.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

INDEPENDENCIA OU MORTE


Hoje é sete de setembro;
dia da independência.
Independência ou carência?.
É isso que o povão diz.
Se somos tão manobrados,
pelos políticos safados
que vivem nesse pais.

Nós somos é dependente
dos poderes lá de cima
os três que tudo elimina
para o bem de alguns poucos
que roubam de cara limpa
o congresso só garimpa
em baixo tão todos loucos.

O poder que vem do povo,
esse povo é esquecido.
Pelos que já têm subido
as rampas lá do congresso.
Estão no fundo do poço
mas com dinheiro no bolso
é assim todo o processo.

As denuncias são patentes,
e com nome dos ladrões.
Mas eles são gaviões,
e rápido são inocentes.
Isso pra qualquer idade,
porque a impunidade
acoberta a essa gente.

Vá você roubar um pão,
que vai preso bem na hora,
a policia não demora
pra lhe algemar; irmão!
Mas eles roubam demais
dinheiro das estatais.
O dinheiro da nação.

Parece que essa grana
não tem dono meu amigo,
sei de tudo mas não digo!
Não vou perder assa boca.
Os homens lá do poder
só fazem enganar você.
Sabido dorme de touca.

Ainda tem o nepotismo,
que é mas grana pra eles.
Metade nos bolsos deles,
quem da; só fica calado.
E quando vão no trabalho,
ficam jogando baralho;
o povo todo entalado.

As leis estão nas gavetas,
só votam projeto babaca.
E os ladrões de gravata,
só pensam fazer mutretas.
Mas, verbas têm todo dia,
tem verba ate pra farinha.
Classe média; de muletas.

Pra construir uma casa,
a menor que possa ter.
São três anos pra fazer;
quando ela não atrasa.
Nesse tempo mais dinheiro,
não em Real é em Euro
porque o tempo defasa.

Para calçar uma rua
com apenas 100 metros,
20 milhões pra concreto,
contrataram uma grua;
só pra levantar a grana.
Roubalheira desumana;
tudo isso é falcatrua.

E a ponte do riacho,
não saiu nem do papel,
mas o empreiteiro Miguel
recebe grana de cacho.
Dois terços é do partido
mas tudo isso escondido.
Ele é somente capacho.

Passando numa BR
vi numa placa em escritos.
Quatro bilhões ali ditos
espero que ninguém erre
são penas 3 quilômetros
fui lá no meu calculometro,
se eu morrer me enterre.
Quando acontece tragédia
os políticos gritam vivas.
É roubalheira abusiva;
parece até que é comédia.
Pois o dinheiro vira teia,
tem dinheiro ate na meia,
ta tudo acima da média.

E as bancadas companheiro?
Bancada de ruralista.
Bancada até dos lobistas.
Bancada ate pra banqueiro.
O povo ta sem bancada;
por isso nessa embrulhada,
pobre fica sem dinheiro.

E cada vez mais dinheiro
sai dos cofres da nação
pra onde vai? Sei não.
Procuro o ano inteiro;
caiu no saco sem fundo,
o povo ta moribundo;
chorando o dia inteiro.

Mas tem a consolação;
que é a bolsa família.
Pra mim isso só humilha.
Não traz nenhuma lição.
Tem também a bolsa escola
isso pra mim é esmola;
cala a boca pra nação.

Vejam só a enganação.
Acabou a classe pobre!
Classe média virou nobre!
Fazem disso seu refrão.
Mas nas ruas mais pedintes,
o povão só de ouvinte.
Isso é manipulação

Dinheiro para a saúde.
Ouço isso todo dia.
Verba para a moradia;
com essa você se ilude.
Milhões pra educação.
Só pra ganhar eleição.
Mas ninguém toma atitude.


É muito bom ser político
pra se sentir no poder.
É bastante se eleger;
em quatro anos tá rico.
Te filies a um partido,
e mamaras escondido,
se não quiseres eu fico.

Ontem a noite eu vi
pelo jornal na TV;
mais um escândalo nascer,
no baile do ir e vir.
Saiu da tela o DENIT,
o Turismo assume o triste
papel, sem poder fugir.

Um escândalo cala outro,
pra que o povo mude o foco;
porque tudo é feito em bloco,
e deixa todo mundo louco.
O “Pagou” só recebeu,
a assessoria sofreu.
Eles ganharam tão pouco!

Eu fico aqui só sofrendo;
por ver que homens de bem,
praticam isso também.
É isso que não entendo!
Será que pra ta do outro lado
tem que ser cabra safado?
A corrupção crescendo!

Mas um dia virá a sorte
pra esse povo lutador.
Os filhos do trabalhador
terão estudo sem corte.
Aí eles vão poder;
dar seu grito sem temer.
Independência ou morte.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

BONS TEMPOS


Para o amigo Luiz Ramos

Meu amigo ou minha amiga
como é bom te encontrar,
juntos vamos recordar
fatos que em minha vida
marcaram na minha lida
e ficaram bem patente
porque eu ficava contente
entre nós não tinha briga.

Contigo estava tranqüilo
eras quem os outros temem
pois fabricavas meu sêmen
para eu fazer aquilo.
Digo isso com jubilo;
eras órgão bom de fato
para mim eras um gato
com sete vidas; pupilo!

Na vida nem tudo é belo,
tínhamos que nos separar,
você pra lá eu pra cá
foi de fato um duelo.
Tou de pijama e chinelo
com você em minha frente
nesse liquido meio quente
dentro do vidro amarelo.

Te lembras daquela vez
que eu estava na cama
não vestia nem pijama
esperando a bela Inez?
Te lembras o você fez
me deixando todo ereto
me sentia de concreto
como um galinho pedrez.

Nessa época era um rapaz
cheio de cabelos na venta
se viessem mais cincoenta
não me botavam pra traz.
Ta escrito nos anais.
Viril; eu, feito um tatu
porque confiava em tu
pra fabricar muito mais.

De tudo isso me lembro
porque saiamos bem juntos
só não comiamos defuntos
pra não estragar o membro;
Te lembras? Foi em setembro
que a Clarice apareceu
comemos eu e Romeu
até o mês de novembro

E a Justina? Coitada!
transava de todo jeito
e fazia sem defeito
de dia ou de madrugada
foi quando fiquei sem escada
te procurei, pra agir
pensei que ias fugir
mas foi só uma piada.

Me veio agora a lembrança
das punhetas que batia,
sendo de noite ou de dia
que era aquela lambança.
Brincadeira de criança!
era assim que o pai falava,
mas minha mãe reclamava
não gaste sua pujança.

Aquele era um bom tempo!
coisas boas pra chuchu
só não gostava cú
por ser muito fedorento
mas não dava casamento
que era o principal
por favor não levem a mal
era muito afrouxamento

Me lembro da Guilhermina
que morava bem ao lado
tinha o táio atravessado
feito uma guilhotina
era fogo a menina
me deixava acabrunhado
com o pau todo esfolado
mas cheio de adrenalina.

Quando eu já era casado
isso na primeira vez
num dia só, comi três
mas fiquei todo calado
a noite fiquei deitado
de costa para a mulher
se ela dissesse tu quer?
eu estava adoentado.

Como é que vou fazer
pra minha Ângela gostar
de “me ter” nesse lugar?
Não posso amolecer
tenho que me anteceder
aos fatos meu “ex” amigo
nem que seja pelo umbigo
um menino ela vai ter.

E o que digo pra os amigos?
Que ainda sou valente?
Que estou na linha de frente
e sem correr do perigo?
Que ainda sou mulherigo?
Será que vão confiar
que não estou devagar.
Se disserem não; eu brigo!

É muito triste amigo
essa forma desigual
criar ferrugem no pau
isso pra mim é castigo
não fui o teu inimigo
nesses tempos de labuta
me sinto um filho da puta
sem saber onde me abrigo.

Quero te agradecer,
minha próstata querida
porque em toda a vida
nunca te vi esmorecer
quero que possas saber
que foste bem destemido
nunca tiraste o libido
não me deixaste abater.


Saibas; não estou te culpando
dessa tragédia amigo
que aconteceu comigo
por isso estou te falando
continuo te amando
de uma forma bem diferente
porque tas à minha frente
mas não vás me ver chorando.

UM CONTO DE FADAS


Na madrugada da sexta,
quando a Maria sumiu;
grito nenhum se ouviu
devido o som da retreta.
Fugiu não foi de lambreta
nem de carro meu amigo,
ouviu-se apenas o latido
do vira latas maneta.

Saiu fugida a danada.
Parecia estar doente;
calada feito serpente
sua mãe desconfiada.
Ficava em casa abafada
só pedia pra Maria,
falar-lhe o que sentia
Maria dizia é nada.

No sábado pela manhã
ouviu-se apenas um grito,
era a Rufina palito,
chamando sua pagã.
Sentada em seu divã
chorava que dava dó,
eu não posso viver só
sem a minha jaçanã.

Os dias foram passando
sem Maria aparecer,
ninguém sabia dizer
se já a tinham encontrado.
E todo mundo calado,
sem saber qual o motivo.
Terá sido o depressivo
do viver acabrunhado?

A pobre vivia fechada
naquela casa sombria,
graças a Virgem Maria,
pedia sempre calada;
porque naquela morada,
ninguém quase aparecia,
porque a mãe não queria
nem conversa na calçada.

Assim vivia a menina,
trancada como em prisão,
ninguém tinha compaixão
com medo da guilhotina.
A mãe a dona Rufina,
braba como ela só
não dispensava um cipó
com pregos, da ponta fina

E os anos foram passando,
Só doze anos depois
chegou ela com mais dois
e foi logo apresentando.
Esse é meu filho Hermano
a menina é Margarida,
que vieram a essa vida
com muito amor; sem engano.

Apenas seu Marinaldo
que era o pai da Maria,
pulava de alegria
por ter a filha de lado.
Com um jeito alienado
a Rufina só olhava,
com o seu jeito de brava,
de modo desconfiado

E onde esta teu marido?
Perguntou logo a Rufina.
Me fala logo menina!
Que eu sou toda ouvido.
- Depois falo do querido.
Respondeu rindo a Maria,
ele virá outro dia
e será bem recebido.

Por que fugiste Maria?
Perguntou o Marinaldo.
Eu fiquei desconfiado
que o cara eu conhecia.
- Deixemos de agonia;
ele vai aqui chegar
mas vamos bem devagar;
que não esta na boemia.

Mas; respondendo a papai
que perguntou do marido!
- Ele é muito conhecido
E muita gente atrai.
Ele é um bom samurai
das terras do oriente,
da terra do sol nascente,
chega gritando banzai.

E o pai meio espantado.
Perguntou: ele e chinês?
Não; ele é o Japonês
que morava aqui ao lado,
e era bem empregado
filho do senhor Sokiro,
que era o rei do suspiro
e era um cara abastado.

Me lembro! Disse Rufina;
mas você nem namorava.
Como é que encontrava?
- Era escondida na esquina;
saia com minha prima
escondidas no quintal
corria no matagal
não me importa com o clima.

No dia que nós fugiu
na carroça do Sokiro;
fugimos dando suspiro
escondidos no barril.
Ouvi tiros de fuzil
mas saímos em disparada,
corremos pela estrada
garanto que ninguém viu.

E assim vivemos juntos,
e não vamos nos casar.
Eu acho que da azar,
pode ate sair “presunto”.
Nem falamos no assunto
que isso ate nos da medo,
e dentro desse enredo
tudo fazemos em conjunto.

Dois dias depois de tudo
então chegou o Tahoko.
De saudades; quase louco,
com o rosto todo barbudo
e corpo quase desnudo,
nem banho tinha tomado
tava todo amarrotado
com medo de ser chifrudo.

Mesmo assim tava feliz
por ser ele um samurai;
chegou e gritou “Banzai”!
Como a Maria quis.
Rufina foi a Matriz
com o vigário falar,
dizendo eles vão casar
ela não é meretriz.

Do jeito que a coisa estava,
tinha que tudo mudar.
Eles tinham que casar,
só isso é o que contava.
A menina que amava,
só podia aparecer
casada, pra permanecer
na cidade onde morava.

Marcaram para o domingo
o casamento dos dois.
Mas uma surpresa foi
preparada pelo gringo.
Não vamos deixar respingo
juntou a família e fugiu
para fora do Brasil.
Rufina disse me vingo.

E nunca mais se ouviu
falar naquele casal
de liberdade total,
fugiram da imbecil.
A Rufina tão hostil
que era sem compaixão
quis controlar o coração
de um casal tão viril.

Rufina Morreu! Coitada!
O marido ainda vive,
passando por um declive
esperando na calçada;
por sua filha amada,
que nunca mais deu noticia
mesmo não tendo malicia,
nunca mais foi encontrada.

MISSIVA DE AMOR


O José esta gamado
pela vizinha Balbina,
passa os dias na esquina
esperando ocasião,
pra revelar pra menina,
como esta ficando fina,
a veia do coração.

Não bebe, não fuma nem joga,
é assim que vive o Zé.
Trabalhando na colher;
de profissão é pedreiro.
Ou ta em casa ou na missa
e a Balbina omissa.
É que Zé não tem dinheiro.

O rapaz sempre calado
com aquele amor embutido,
amava, mas escondido
pra não chamar atenção.
Mas todo mundo sabia
que mais dia, menos dia,
demonstraria a paixão.

Consultando um amigo,
recebeu dele um conselho:
vai pra frente de um espelho
ensaia a declaração
porque qualquer dia desse
ela perde o interesse
e tu vás ficar na mão.

Mas eu não tenho coragem
de chegar nem perto dela;
me dá logo um nó na goela
e eu fico sem falar.
Vou com pouca sede ao pote,
porque aí nesse pacote,
não sei se tenho lugar.

Então escreve uma carta!
O amigo assim falou.
Dessa vez ele acertou
na veia poética do Zé.
Ele deu aquele grito
no papel vou por escrito
tudo e tudo pra mulher.


E assim foi feita a carta,
toda em letras garrafais,
pois nas escolas rurais
o homem aprendeu foi pouco.
Mas quem é poeta não teme
corre e segura no leme.
Tira o barco do sufoco.

AH! MINHA CARA BINA
EU TOU DOIDIN PRU TU
NAS VEIAS SO CORRE ANGU
DAQUELES QUI É BEM GROÇO
SI TI VEJO EU FICO DURO
MEU MUNDO FICA ESCURO
MIM SINTO DRENTRO DUM FOÇO.

AQUI DRENTRO DU MÔ PEITO
NUM TEM MAIS UM CORAÇÃO
EU ACHO QUE TEM TIÇÃO
DAQUELES QUI QUEIMA MUITO
E SI TU MUM MIN QUIZÉ
TI GARANTHIO QUE O ZÉ
VAI SE TORNÁ UM DIFUNTO.

OIA PRA VÊ COMO TOU
COMU EU ANDIO NA RUA
PARECENDO UMA PUA
RODANDO PRA VÊ VOCE
E QUANDO OU NÃO TI VEJO
ANDO FEITO UM CARANGEUJO
DIS COSTAS SÓ PRA TI VÊ.

QUANDO TU PAÇA SOZINHA
NA FRENTE DO MEU TRABAIO
DU ANDAME QUASE CAIO
E PARO DE TRABAIÁ,
PRUQUE MINHA CARA BINA,
NUM CUNHEÇO UMA MININA
QUI TI POSSA SUPERÁ.

MINHA VÉIA ESSA SUMANA
MIM DISSE: TU TA DUENTE,
TEU COIPO TA TODO QUENTE
E ISSO NUM É NORMÁ!
- CARMA MÃE ISSO É AMÔ
QUI EU SINTO PELA FRÔ
MAIS BUNITA DU LUGAR.

SI EU ANDO PELA RUA
FICO OIANDO PRUS JARDIM
TIRO UM RAMO DE JASMIM
E XEIRO FEITO UM DANADO
SERÁ QUI MINHA BINA XEIRA
A JASMIM OU A ROSEIRA?
NUM SEI. EU FICO CALADO

MAS NU DIA QUE TI XERÁ
QUI ISPERO SEJA LOGO
NESSE DIA EU MI AFOGO
NO SUVACO DESSA FRÔ
POIS ISTOU TÃO PAIXONADO
VAI SÊ MUITO INGRAÇADO
TI PRUMETO MEU AMÔ.

NÓS VAMOS FICAR FiLIZ
E VAMU RI BEM JUNTINHO
COMU FAZI OS PASSARINHO
QUANDU TÃO A NAMORÁ
FICA TREPADO UM NU OUTO
E DANÇA A DANÇA DO COITO
MERMO SEM SABÊ FALÁ.

OITRO DIA NU RIACHO
Ô VI UM PEIXIM AZU;
MI LEMBREI LOGO DI TU
QUI TEM A CÔ DIFERENTE
TU É DI UMA COR SÓ TUA
MUNCA INCONTREI PELA RUA
UMA CÔ TÃO RELUZENTE.

TU BRIA ATÉ POR DIMAIS
PRA MIM, TU É UMA ISTRELA
FICO DOIDIM SÓ IM VÊLA
DI NOITE, TODA BRIOSA
PRA MIM ISSO É ALIGRIA
PARECI QUI TOU DI DIA
SAIO ANDANDO TODO PROSA.

NO DIA DE SANTANTONHO
VISTI A ROUPA MAIS BONITA
SÓ PRA TE ENTREGAR ESSA ESCRITA
PRA QUI SAIBAS TUDO POR MIM
TOU DINOVO NO SAN JOÃO
ESPERANDO A RESPOSTAÇÃO
TU MIM DIZENDO QUI SIM.

E SE TU SÓ MIM NEGÁ
E MI DISSÉ SÓ QUI NÃO
Ô VOU CAIR PELO XÃO
E VOU FICÁ BEM SUJIM
MI ESQUECEREI DESSE MUNDO
Ô VOU VIRÁ VAGABUNDO
VAGANDO SEMPRE SOZIM.

DIZEM QUI AMÔ NUM MATA?
VOU SER O PRIMEIRO A MORRÊ;
SÓ DI AMÔ PRO VOCE.
PRU MUNDO TODO GARANTO
VOU MORRÊ NU DISISPERO
VOU FICÁ SEMPRE SORTERO
COM MEU CORAÇÃO EM PRANTO.

CARA BINA SEI QUI TU
NUNCA TEVE UM NAMORADO
Ô MI SINTHIO ISCRAVIZADO
MI OFERERENDO A TI
FAZ DE MIM TEU ANIMÁ
TI BOTO NUM PEDESTÁ
PRA TU NUNCA MAIS SAÍ.

VOU TI FAZÊ MINHA SANTA
SERÁS MINHA SANTA BINA
MINHA SANTA BAILARINA
DANÇANDO FEITO PIÃO
DANÇANDO BEM DEREITINHO
PIZANDO MUITO MANSINHO
NU ARTÁ DU MEU CORAÇÃO.

SI TÚ QUISÉ CARA BINA
VOU TI FAZÊ DE ATRIZ
DESSE TRIATO FILIZ
QUE A VIDA MIM DEU ASSIM
VOU PREPARAR UM PAPÉ
DOCE COMO SI FOÇI DI MÉ
PRA TU FAZER SÓ PRA MIM.

AI SAIMU NÓS DOIS
PELOS TRIATO DA VIDA
FELIZIS E SEM INTRIGA
DAQUELIS QUI NUS INVEJA
INTÃO PODIS TER CERTEZA
DENTRI TODO A NATUREZA
SOMU OS MAIS FELIZ DA TERRA.

ENTÃO; TU VAI SÊ FILIZ
I DIZÊ PRA TODA GENTI
NUM POSSU SÊ MAIS CONTENTI
DUQUE TOU SENDU AGORA
E COM TODA FILICIDADE
NESSA OU EM OUTRA CIDADE
VIVEREMU NOSSA HISTORA.

ESSA CARTA MINHA BINA
FOI ISCRITA COM AMÔ
JURO PRO NOSSU SINHÔ
FOI ISCRITA CUM ISMERO
ISTAS MAIS APAIXONANTE
PRETUBANDU TODO ISTANTE
O CORAÇÃO DUM PEDRERO.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A DANÇA DOS LOBOS


Em quase toda cidade
Tem baile da terceira idade
Fazem isso por bondade
Pra alegrar só coroa
Que ficam felizes atoa
Com a força que o baile traz
Os portões estão abertos
Mas é proibido por certo
Pra moça, menino e rapaz.

Um dia fui convidado
Para um baile engraçado
Fiquei meio arrepiado
Com que vi naquele dia
Eu vi a veia Maria
Desprovida de pudor
Com seus quase oitenta anos
Tava embrulhada num pano
Com tudo à mostra doutor!

Imagine a enrugada
Que era a mais engraçada
Fazia questão a danada
De mostrar o que não tinha
Vestida com uma sainha
Que era mini ate demais
Dançava muito a safada
E ficava pendurada
No pescoço de um rapaz.

O par dela era bem alto
Parecia estar exausto
Ela em cima do salto
Parecia querer mais
Imaginei: o rapaz
Logo, logo vai correr
Se não tirar o ... da reta;
Antes do fim dessa festa
Esse cara vai morrer.

Logo, bem a minha frente
Olhei; um cara decente
Tava todo sorridente
Com sua veia de lado
Mas o cabra era safado
Dançava todo em deleite
A dama toda safada
Na perna esquerda escanchada
Bem em cima do mutrete.

Dançava com desenvoltura
Em cima da coisa dura
Lambia os lábios em doçura
Que parecia gozar
O ruim é que deu azar
È que quando iam parar
Todos olhavam pra os dois
Só meia hora depois
É que puderam sentar.

No salão tinha um baixinho
Era um caboclo escurinho
Vestido todo no linho
Dançava com a grandona
Toda metida a gatona
Tinha os peitos avantajados
Prendeu a cabeça do par
Entre aquele dois manjar
Deixando ele sufocado.

Mais de meia hora depois
Não paravam aqueles dois
Na dança feijão com arroz
Tavam bem ate demais
Não era mais um rapaz
Sempre naquele abafado
Querendo sai da forca
Respirava pela boca
Dizia tou acabado.

E aquele cara galego
Só ia em musica de grego
Porque tava de chamego
Com a velhinha de preto
Magra como um esqueleto
Que gritava no salão
Valei-me meu santo Antonio
Eu quero é um matrimônio
Mesmo que seja agreção.

então todo mundo ria
quando a magrinha gemia
esse veio me arrepia
em cima toda acabada
em baixo toda molhada
será que estou enganada?
coitada nem pressentiu
quando aquela água saiu
estava toda mijada.

mas o caso é que o galego
tava cheio de segredo.
Pra mim isso é desemprego!
Olhava desesperado
pra todos que estavam ao lado.
Assim não agüento não
é que o lourinho coitado
é quem estava mijado
não agüentou a pressão

E o cara da bolinha.
só dançava com baixinha
daquelas bem miudinha
que tinham ido de short.
Pensem num cara de sorte!
as damas de perna roxa
pelas batidas da bola
batia que quase esfola
das dançarinas a coxa.

Eu perguntei ao camarada:
vamos dar uma conversada?
Ele me disse: que nada!
O que você quer de mim?
Porque é que danças assim,
com o bolso cheio de bola?
Elas dizem: que tesão!
Tu és o mais garanhão
aqui dessa nossa escola.

Quando a orquestra toca
o ritmo bem carioca?
O salão vira pipoca,
com muitos pares a dançar.
Imaginem esse lugar
que não cabe nem quarenta
é um rara-rala danado
os pares todos colados
dizendo ninguém agüenta.

Mas a coisa fica bacana,
quando vem musica baiana.
Com essa ninguém se engana.
Os pares são separados,
dançando de lado a lado,
numa fulia danada;
aquelas mais popouzudas,
vão arriando a bermudas.
Pra receber umbigada.

E quando tocam bolero?
Acabou o lero-lero;
com essa nem eu espero,
pra ir pra o salão dançar.
Agarro logo meu par,
vamos dançar no salão;
são dois pra lá dois pra cá,
não dá nem pra se enganar,
no ritmo e na marcação.

Dançávamos beija-me muito
foi quando ela deu circuito,
Eu não estava com intuito
de beijar a minha dama.
Disse leve-me à cama!
Aí eu fiquei travado.
Ela disse: tas com medo
ou estou falando grego?
Eu lhe disse: tou broxado!

É que pra encarar a veia
que era cheia de peia,
eu ia ter diarréia;
da que não da pra agüentar.
Eu disse: só vim dançar.
Ela disse bem na hora:
faz anos que eu não tranzo,
eu não vou morrer de banzo.
e por isso eu caio fora.

Aí fiquei sem ação
só; no meio do salão,
minha fama de garanhão
foi toda de água abaixo.
E eu com cara de taxo,
vermelho feito uma brasa;
nunca mais eu volto aqui
tenho mesmo é que fugir
pra dançar? Danço em casa.

Mas lhes garanto leitor,
no baile não tem horror,
somente paz e amor
ninguém lá fica acanhado
mesmo estando aposentado
na forma mais radical
podes ir, mas bem tranqüilo
porque se gostas daquilo
terás sucesso total.

Junte um grupo, vão de carro,
lá não tem nada bizarro,
no mínimo tu tiras um sarro.
não se importe meu amigo,
que serás bem recebido,
em um ambiente pacato,
voltaras de lá diferente.
Depois de um dia contente,
com teu astral lá pro alto.

Pensei que ia uma vez,
mas tive lá mais de seis.
Arranjei a bela Inez
que é uma veia bacana
sem dentes, mas não reclama.
Eu fico me divertindo,
só falo sério com ela
pra não cair na esparrela
de ver a veia sorrindo.

AS TRES FASES DA VIDA


Quase ao meio do século passado,
quase no final do ano quarenta e três,
nasci, EU forte; vigoroso e belo,
para alegria de todos vocês.

Era o inicio de minha primeira idade,
que não sei quem inventou e ou fez,
e que durante toda sua vida,
o homem teria o direito a ter três.

Quando começa a primeira idade?
Quando começamos a aprender,
que quase tudo para nós é belo,
e que a vida é fácil de viver,

Nessa fase aos poucos conhecemos
as coisas boas e más, e conhecer,
a diferença entre o bem e o mal,
é a fase mais bela; é o saber.

E nessa fase aprendemos tudo,
com a orientação de nossos pais,
e também nossos mestres amigos,
que nos passam regras e morais.

E aos poucos vamos destrinchando,
tudo, tudo e algo muito mais,
que é, criarmos boas amizades,
essas; não esquecemos, jamais.

A primeira idade; dividiram em duas fases,
uma infância, a outra adolescente,
nelas vamos aos pouco destingindo,
aquilo que é igual ou diferente.

Procuramos caminhos mais tranqüilos,
nela tentamos viver intensamente,
porque essa fase passa rápido,
tão rápido que quase não se sente.

Nessa fase somos mais rebeldes.
Proprietários da verdade? Sim!
Caminhando sempre em frente vamos,
sem a preocupação de ver chegar o fim.

Sabedores de tudo que fazemos,
responsabilidade para nós? É ruim!
Cabemos sempre em qualquer lugar,
tudo belo; é ser feliz assim.

Aí sem sabermos chega à segunda idade,
aquela que será nossa afirmação,
de tudo aquilo que aprendemos antes,
sem completarmos ao menos uma missão.

Então seremos donos de nós mesmos,
de quase tudo que temos em nossas mãos,
estaremos caminhando quase sempre sós;
aí precisamos ter mais um. Uma união.

Partimos por caminhos bem traçados
por nós mesmos, como deve ser.
Vamos por em pratica tudo que aprendemos,
com a certeza que vamos vencer.

Na labuta vemos o futuro incerto,
vamos transformando as coisas com saber,
formamos família e criamos filhos,
passando ensinamentos ao novo ser.

Nesta fase que chamamos culta,
transformamos o dia em horas; muito mais,
para que quando chegarmos à velhice,
tenhamos um lugar pra descansar em paz.

Essa fase o tempo passa rápido.
São 40 anos, com tempos bem reais;
por isso têm que ser bem aproveitados
se não corremos; ficaremos atrás.

Construímos uma base muito forte,
com colunas firmes elevadas ao céu,
para segurar uma construção firme,
que significam para nós troféu.

E assim vemos chegar à terceira idade,
como cabelos brancos e testa ondulante,
com duvidas cercando todos os nossos dias.
Será que o que fiz foi tão brilhante?

Mas estamos na fase da sabedoria,
temos que a viver a cada instante,
horas se transformam em minutos;
entramos em uma idade vacilante

Nadamos agora contra a correnteza,
de um rio cada vez mais caudaloso,
que são dias e dias de esperança.
Essa é luta diária do idoso.

É nessa fase que vivo agora,
muito mais fortes do que eu fui antes,
forte em saber, e em observar a vida,
tentando transformar pedras em diamantes.

O difícil é pensar em missão cumprida,
isso só faz com que me agigante,
em vislumbrar um horizonte perto;
onde pra outros esteja bem distante.

Conselhos? Não vou dar de forma alguma,
o que posso passar é orientação;
é essa a forma que encontrei na vida,
de guiar àqueles que estão sem direção.

Aprendi durante anos e anos de vivencia,
que nem tudo que vale esta em nossa mão,
o que vale nessa vida mesmo;
é; saber viver bem perto ou dentro da razão,

A vida é feita pra construirmos amigos,
sem credo, cor ou de sexo opção,
só assim terás vida bem vivida
Acreditando em ti e Deus no Coração.

AQUI PRA NÓS


Estes versos complementam
um causo que lhes contei
de um casal Prudentino,
que a muito mais de um mês,
viram disco voador
pilotado por Etes.
Eu acreditando em tudo
repassei para vocês.

É que o causo amigos,
tinha uma outra versão
que o amigo de Burarama
chamou a minha atenção.
Cuidado com o que escreve!
Não se perca meu irmão
antes de editar um causo,
tenha a verdade na mão.

- Caro amigo Jesus,
sei que és de Burarama,
que é um lugar que existe
apenas pra quem tem fama,
lá és poeta escolado
desses que ninguém engana
por isso tua revelação.
Aceitei sem fazer drama.

Depois da revelação,
fiquei aqui meditando.
Terá havido delírio?
Ou foi coisa só de mando?
Para entrarem na mídia
mas, ninguém estou culpando,
Isso é coisa de empresário
ao casal orientando.

Imagines um fumassê
de apenas uns minutos,
fazer tão grande estrago
nas cabeças dos matutos.
Eles bolaram bem antes
porque são muito astutos,
e quase nos convenceram
que eram fatos absolutos.

Aprecio muito as pessoas
que têm cabeça lega;
isso me anima muito
a mi tornar quase igual.
Ser um velhote escritor
com causo só jovial;
narrando coisas estranhas
vividas pelo casa.l

Da forma que me foi passado,
acreditei ser verdade.
Não sabia dos detalhes
que vem na outra metade
dessa estória quase real
contada com vaidade
pelo casal nosso amigo
que mora nessa cidade.

Quando você descobriu
que a fumaça vinha da mata
e entrava na garagem
criando efeito cascata;
deixando o casal doidão
desses que o olho dilata.
Tendo alucinações
de discos em passeata.

Eu já tinha ate narrado
pra toda nossa família,
ficaram de boca aberta
pensando na armadilha
que o casal quase caiu
dos discos na esquadrilha
quando contei a verdade
me botaram na forquilha.

Imagine esse poeta,
todo roxo das pancadas
passei dois dias correndo
com medo só das porradas;
parei no terceiro dia
em baixo de uma escada
pensei que era noite
mas era de madrugada.

Agora estou mais tranqüilo
porque eu vou ter um par,
outro poeta de coragem
não tem medo de falar;
se o causo não for verdade
ele vai me alertar.
Eu não publico a historia
que é pra não me estrepar.

Agora quanto ao casal
Que viu disco voador
Menos amigos, menos!
Que é pra não causar furor.
Primeiro consultem as bases
Ver se a turma aprovou
Então passem a historia
Direto pra o editor.

domingo, 10 de julho de 2011

AO AMIGO LUIZ RAMOS


Pense num cara bacana,
é esse meu ex-cunhado.
Tá com problema na próstata,
de tanto “tocar” sentado.
Eu avisei pra o cara:
você deve ter cuidado
sentar sempre em pau duro;
tu vás ficar viciado!

Foi isso que aconteceu,
com esse bom tocador;
sentou por 49 anos,
que já nem sentia dor.
Um dia por precaução
foi consultar um doutor
levou apenas dedada,
ai o profissa falou:

Luiz Ramos, meu amigo,
vou te falar a verdade;
vamos tirar tua próstata,
não temas; por caridade!
No teu bilau ninguém mexe,
nem mudas de atividade
Vas tocar somente em pé
Com total dignidade.

Um conselho vou te dar:
de mulher não tenhas medo,
vou te deixar mais tarado.
A excitação vem mais cedo,
te deixarei com dois órgãos
que mostrarás sem segredo,
exibiras sem temer
tua língua e o teu dedo.

Tua viola de sete cordas
tocaras com mais estilo;
teu bandolim vai trilar
com som de maior jubilo;
as pratinelas do pandeiro
agradará quem ouvi-lo;
só lá na parte de baixo
te sentiras intranqüilo.

Ficaras mais elegante,
nas tuas apresentações.
Estarás acompanhado.
por sanfonas e violões;
serás uma raridade
nesse mundo das canções,
serás o único castrado
mesmo tendo os dois culhões.

Só fico aqui esperando,
que continues legal,
e não faças como outros
em desespero total;
resolveram se poupar,
de forma não genial.
Começaram a dar o fiofó
Pra não estragar o bilau.

Saberás dar as funções,
corretas a quem perguntar.
Pra que servem pinto e anus?
Responda sem hesitar:
Cu pra soltar muitas bufas,
eu acho que pra emprestar,
e meu pinto muito em breve,
só vai servir pra mijar.

Por isso meu ex-cunhado,
que de ex tu não tens nada.
continuamos amigos
somos mais que camarada.
Quero te homenagear
nesse momento da estrada,
que da vida é muito longa,
não pares, sigas a jornada.

A vida meu bom amigo,
gira como os bons moinhos.
Estamos na trajetória
sujeitos aos redemoinhos;
não devemos nos entregar
sem lutar pelos caminhos;
lembre-se que a rosa é bela
mas traz com ela espinhos.

Espero que tudo corra
no melhor para você;
saibas que estamos torcendo
vai dar certo podes crer,
te lembras; não ás o único
desse mal a padecer,
o chefe de teu fã clube
é seu amigo – JOTACÊ

A pedido

terça-feira, 5 de julho de 2011

A FACE


Digam-me, por favor,
Quem viu a face de Deus
Sejam árabes ou romanos
Sejam católicos ou judeus
Cada pessoa a conhece
Como a dos filhos seus
Para mim é grandiosa
Como são os coliseus.

Afirmo: Deus não tem face
Você a vê como quer
Pode ser de uma criança
Animal, homem ou mulher
Pode ser de uma arvore
Ou um peixe se quiser
Pode ser de uma montanha
Ou do mar bravio ate.

Esta face pode ser feia?
Duvido muito, amigo
Quando vemos a face feia
É algo que está escondido
É dito pelas pessoas
De um tempo mais antigo
Quando vemos cara feia
Essa é cara do “inimigo”

A face de Deus, porém
Emana amor, afetividade
Transmite muito carinho
Tolerância e caridade
Transmite-nos muita fé
Afasta-nos da maldade
É bom olhá-la de perto
Veras apenas bondade

A face de Deus é bela
Como o raiar do dia
O desabrochar de uma flor
O vento quando assobia
As penas de uma arara
O canto da cotovia
Os sons de uma cachoeira
As ondas quando bravia

O latido de um cão
O sol que abrasa a gente
A beleza de uma noite
Mesmo quando estiver quente
O relincho de um cavalo
Ou uma estrela cadente
O abraço de um amigo
E uma criança contente.

O coaxar de um sapo
Em uma lagoa escura
O vou de um beija flor
Com penas, feito pintura
A braveza de uma águia
Que voa lá na altura
A grandeza da baleia
Uma colossal criatura

O choro de uma criança,
O rugido de um leão
A elevação da fé
Quando se ouve canção
As areias do deserto
Que mudam a aclimatação
A afirmação que a vida
É sempre renovação

A face de Deus comove
A todos que têm fé
Não só padre ou pastor
Mãe de santo ou Pajé
Pode morar em palácio
Casa de campo ou sapé
Deus abraça todo o mundo
Porque não Foi. Ele É

A imagem do sofrimento
De um moribundo na cama
Que quando abrir os seus olhos
Vê pessoas que o ama
Pedindo a Deus que o salve
Daquela doença insana
Sabe que naquele momento
A face de Deus emana

Quero que saibam agora
E contem pra os filhos seus
Que o que há de mais belo
Não se guarda em museus
Esta em todos os lares
Nos gigantes ou pigmeus
Olhem tudo com bons olhos
Essas são faces de Deus.

Ela é pureza, amor
Ternura de uma oração
Saudades de quem se foi
Mas fica no coração
Abraços de entes queridos
Quando em viagem se vão
Deus não castiga nem mata
É só carinho e perdão

Ouçam o canto do uirapuru
Calando toda a floresta
As gargalhadas constantes
Simbolizando uma festa
Os sons todos em harmonia
De uma afinada orquestra
Essas são faces de Deus
Que o coração manifesta

A face de Deus é presente
Na nossa vida diária
Nos momentos de tristeza
De uma vida solitária
Daqueles que estão sem fé
Dentro de uma penitenciária
Dos que estão em liberdade
Feliz vida; extraordinária


Tenham certeza leitores
Que esses versos são seus
Feitos com muito carinho
Para ricos, pobres ou plebeus
Inspirados em todos vós
Com muita fé ou ateus
Para mim todos vocês
São mesmo a face de Deus.

UM PEQUENO ENGANO


Era considerado um cara diferente o Heythor. Diferente no nome, na tomada de decisões, e tudo mais; costumavam afirmar que o Heythor, não era diferente; era estranho, inseguro e porque não dizer displicente.
E com todos esses adjetivos ele se tornou uma pessoa sempre observada por todos, não uma observação de critica, mas era para que não cometesse nenhum ato que viesse prejudicar alguém, ou a si mesmo.
Mesmo assim tinha muitos amigos, de ambos os sexos, e ele sentia-se feliz, costumava afirmar: “sou um cara feliz, mas com restrições”, isso era motivo de fazer com que o ambiente ficasse descontraído nos momentos de tensão (provocado por ele é claro).
O tempo passava, seu ciclo de amizade foi aos pouco diminuendo, pelo fato de alguns dos amigos terem casados, outros se mudaram para locais mais distantes; e, de momento o Heythor sentiu-se só.
Muitas vezes por falta de companhia já não saia como de costume; isso deu motivo para pensar que já estava na hora de conhecer uma pessoa, que pudesse preencher aquele vazio em seu coração.
Aos poucos amigos que lhe restaram ele desabafava: esta na nora de constituir família, ao que comentavam; deves em primeiro lugar rever a forma como te comportas, porque assim não terás chance de conhecer alguém que seja legal e que venha te completar.
Dessa forma Heythor iniciou sua busca, sua caçada como costumava falar, e mesmo assim, devido aos conselhos, tinha que encontrar (através de muita escolha), a esposa ideal. O tempo foi passando; hora, dias, semanas, meses, e anos, e nada, sua forma de escolha estava muito rígida, e alem do mais, na cidade nenhuma garota que conhecesse o Heythor queria namorá-lo; sua fama de desastrado era patente.
Por fim depois de três anos de buscas e escolhas, a esposa ideal tinha sido encontrada.
A maryhenilda, garota com um ano mais nova que o Heythor, morena, cabelos negros como a noite, longos, lisos e brilhantes, olhos de um tom castanho, penetrantes e alegres, pernas longas e bem torneadas, braços firmes e seios fartos, era muito mais que o Heythor tinha pensado, e segundo ele afirmava em tom de brincadeira, alem do mais seu nome também tem Y e H o que me permite saber que é essa a minha rainha.
Casaram-se; recepção apenas para os poucos amigos, e logo cedo uma retirada estratégica dos “pombinhos”, os amigos respiraram aliviados: ate que enfim o nosso amigo terá seu futuro de felicidade.
Três dias depois estava de volta o Heythor, triste, cabisbaixo, com aspecto de doente, falando para o Cleber, (amigo mais próximo).
Cometi um pequeno engano, e agora não sei como sair dessa teia de aranha em que me meti; e desabafou.
Casei domingo; na primeira noite alegando que eu tinha bebido demais, a Maryhenilda, muito brava me fez dormir na sala, ”não suportava cheiro de bebidas”; pela manhã fui trabalhar, à noite quando cheguei estava um jantar fenomenal me esperando, e logo após o jantar; fomos para o quarto, ela outra vez me rejeitou dizendo que tinha sido um engano nosso casamento, ai não me contive; bati com ela no chão, ela revidou e rolamos juntos em uma briga sem juiz e nem platéia que durou mais de uma hora, ate que ficamos os dois sem roupas, e foi ai que vi o pequeno erro que eu havia cometido.
Chorando o Heythor gritou:
A Maryhenilda é homem igual ou mais que eu, meu amigo!

PROFISSÃO?


Será que de fato é mesmo
Aposentado profissão?
Aposentado nada faz
Vive na embromação
Passa os dias só pensando
Será que estou abafando?
E os dias vão passando,
Sem ver um futuro são.

No dia que me aposentei,
Disse: tudo vai é melhorar,
Vou juntar toda família
E nós vamos passear,
Mas, nada disso acontece,
Estou ficando com stress,
E isso, ninguém merece,
Quero mesmo é trabalhar

Agora falam que aposentadoria,
É de fato profissão.
Profissão que não produz?
Essa? Não conheço não!
O profissional trabalha,
O aposentado só encalha,
Não produz, só atrapalha,
E vai viver de pensão.

Quando amanhece o dia
Que o profissional acorda,
Vê um futuro à frente,
Acho que você concorda.
E o aposentado o que faz?
Só fica olhando pra traz,
Dizendo fui bom demais,
E vai ficando na borda

O que faz o aposentado
Se não for desenrolado?
Fica o dia só bufando
Ou fica em casa deitado.
A mulher dele reclama
Levanta tira o pijama!
Vamos deixar esse drama
Ou vá embora safado!
.
Mas quando ele é vivo
Faz como eu estou fazendo
Não vou fazer como os outros
Que passam o dia bebendo
Arrumei um bom lazer
Que vou dizer prá você
Faço isso com prazer
Por isso estou escrevendo

Agora estou me tornando
Poeta e bom escritor
Escrevo causos e versos
No cordel eu sou doutor
Do jeito que as coisas estão
Prestem muita atenção
Um dia visto o fardão
Vou ficar no esplendor

Eu vou me tornar famoso
Sempre no primeiro grau
Serei em fim conhecido
Neste país tropical
Na Academia maior
Estarei junto ao melhor
Sem ter que enxugar suor
Vou me tornar Imortal

E assim bem lá pra frente
Lá no século vinte e dois
Vão ver o que escrevi
Somente feijão com arroz
É disso que o povo gosta
Dessa forma estou na aposta
Ninguém me vira às costas
Não vão deixar pra depois

Se alguém lhes perguntar
Ele é o famoso quem?
Não fiquem só gaguejando
Falem de mim só de bem
Digam que Nivaldo Melo
Não é nenhum tagarelo
Ele é um bacharelo
Do cordel, melhor que tem

Estou vendo um mural
Dos versos melhor que tem
Nele estou colocado
Com nota maior que cem
Isso só me traz orgulho
Sem ter que fazer barulho
Não vou ficar no entulho
Sem valer nenhum vintém

Só tenho que agradecer
A aqueles que me prestigiam
E protestar contra aqueles
Que sem rimas me copiam
Para esses o meu desprezo
Não serei um benfazejo
Recebam meu menosprezo
Só louvo aqueles que criam

Eu fiz de tudo que queria
Arrependido? Tou não,
Foi aprendizado de vida
Com muita dedicação
Foi trabalho sem orgia
Foram anos de economia
Por isso que aposentadoria
È de fato profissão

Depois de quarenta anos
De labutar dia a dia
Me aposentei da labuta
Era escrever que eu queria
Por isso eu não divago
Cultura é só o que trago
É nela que eu naufrago
Esbanjando simpatia.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Uma missiva emocionante.


Painho e Mainha
Sinto muitas saudades de vocês.
Queria poder dizer que amanhã vou comer a 'galinha de Mainha',
mas nem dá, tou muito longe agora e não sei mais quando vou voltar.
Tenho medo de um dia você ir pra outro lugar e eu nunca mais poder te ver..
Queria poder ler suas histórias, junto com você,
discutir sobre faculdade, escola, cursos,
te ajudar a fazer suas artes, te ajudar a mexer no computador,
queria te dizer 'te amo' pessoalmente, queria te abraçar..
A vida nos trás obstáculos que devemos passar pra aprender como encará-la.
Passamos por lutas, problemas, situações que parecem nunca acabar.
Mas estarei pedindo a Deus pra que esse dia de voltar pra 'minha terra' não demore.
Quero estar junto do Senhor e de Mainha, poder dizer que amo vocês e abraçá-los.
Estarei esperando ansiosamente por esse dia...
Lhes amo demais, Painho e Mainha.. ♥
Estou muito triste, pois a saudade me mata..
Amo vocês..

- Rafaella –

Maturidade

Fadinha; também sentimos muitas saudades de todos vocês, mas para nós é como se todos estivessem aqui bem pertinho, porque tenhas certeza de que mesmo distantes, estão muito próximos em nossos corações.
Queremos que faças dessa tua viagem um grande aprendizado, onde o amadurecimento será a Tonica principal. Às vezes se faz necessário que tenhamos momentos que possam parecer difíceis, mas é exatamente aí que nosso cérebro adquire maturidade, embora o coração recuse a aceitar.
Nunca pense que estas ultrapassando obstáculos; muito pelo contrário estás sim vivendo momentos de mudanças, de aperfeiçoamento, aí pode observar como vivem outras pessoas, como é diferente o comportamento de pessoas que embora iguais, têm outro tipo de educação, e não falo educação que se aprende nas escolas, é a educação que segundo o grande físico Albert Einstein que afirmava: A educação é aquilo que nos resta quando esquecemos o que aprendemos na escola.
. É essa educação que estou me referindo, o modo de vida, os costumes, o respeito pelo próximo, o respeito às diferenças
Garanto-te que voltaras “em breve” muito mais amadurecida, muito mais mulher, muito mais cabeça, sabendo dar um rumo a tudo que tens em mente tanto para ti quanto para os outros.
Passada toda essa fase de procuras, vas encontrando, mesmo que não notes, caminhos de decisões, saltando os obstáculos normais que a vida nos oferece, e vas transpondo tudo isso com mais maturidade e sabedoria.
E por fim tem algo mais que queremos te afirmar.
È com a distancia, que vemos o quanto amamos as pessoas que nos são caras, é com essa distancia física que descobrimos o quanto às vezes fomos rudes com pessoas que nos davam carinho.
Não fique triste, e nunca acredite que saudade mata, ela revive, aproxima, aumenta o afeto, é um sentimento de muita nobreza.
Amamos-te cada vez mais.
- Painho (Nivaldo), Mainha (Nanci) -

sexta-feira, 3 de junho de 2011

CADA CAUSO EM UM VERSO


Estava sem fazer nada
E resolvi só tentar
Fazer de verso uma historia
Com consistência sem par
Isso vai ser diferente
Garanto-lhes, mas com patente
Só vai ter verso decente
É assim que vou narrar.

A Nair me contou ontem
Que o seu amor não veio
Mas não ficou sem ninguém
Que ela não é bicho feio
Amanheceu bem quebrada
De passar a noite deitada
Traindo seu o camarada
Noite toda por e-mail.

O Mané ta cabisbaixo
Passou noites no bordel
Falou-me todo choroso
Vou morrer sem mausoléu
É que fui ontem à igreja
Falei com madre Tereza
Ela me deu toda certeza
Não existe são Manoel.

Hoje tudo é diferente
Está tudo evoluído
Mulher já pode ter filho
Sem transar com o marido
É só procurar o doutor
Que seja bom professor
Que ele faz sem amor
Menino ate colorido.

Quando Daniel viajou
Esqueceu de avisar
A sua esposa querida
Que não ia demorar
Qual não foi sua tristeza
Quando voltou, que surpresa!
Encontro foi a Thereza
Com outro no seu lugar.

Atanagildo Lisboa Nunes
Já sofreu um acidente
Teve sua genitália
Queimada com óleo quente
Somente entre os amigos
Hoje ele é conhecido
Por ter “aquilo” partido
Feito língua de serpente.

Antonio de Mello Verçosa
Ele é um cara bilíngüe
Quando a língua funciona
Mais parece um estilingue
Quando vai para a balada
Que chega de madrugada
Diz pra sua bem amada
Hoje fui um plurilíngüe.

O José Carlos Cardoso
Não se sabe ele quem é
Mas quando se diz Jotacê
É aplaudido de pé
Ele é bom de cantoria
Junto com Nelma Maria
Cantam e dançam noite e dia
Pra esse casal; meu Axé

Eu recebi de Jesus
Mas um Jesus de pijama
Resposta de um cordel
Que eu fiz em holograma
Fiquei bem lisonjeado
Pois esse cara é danado
É um poeta afamado
La de Minas; Burarama.

Quando se FAZ um amigo
Não é só por boniteza
Porque amigo não nasce
Aflora na natureza
Amigo é mais que família
A quem nunca se humilha
Está sempre na vigília
Ele é irmão com certeza.

Estavam curtindo musicas
Mas com letras de sentido
Com começo meio e fim
Porque alegra o ouvido
Hoje é difícil se ter
Músicas que nos dar prazer
É bom você esquecer
Se não quer ficar sofrido.

Quem acompanha o Verçosa
Trabalha de madrugada
Carregando quem não esta
Mais vivendo nessa estrada
Homem, mulher ou menino
Que tiveram seu destino
Cortado pelo Divino
Desta vida amargurada.

Já a mulher do Lisboa
Trabalha onde eu queria
Olhando as “prexerecas”
Dia e noite, noite e dia
Mas ela nem pensa nisso
É médica com compromisso
De conceito elevadíssimo
Formada em citologia.

CONTATO DIMEDIATO DO XGRAU


Esse causo eu vou contar
Mas, estou desprevenido
É um causo meio estranho
Mas de fato acontecido
No interior de Sumpalo
La no oeste esquecido
A história de um casal
Quase foi Abduzido.

Nesse dia eu estava
Zen. Mesmo, mas de verdade
Nos dias que nós estamos
Sem nenhuma vaidade
Totalmente desprovido
De qualquer das faculdades
E me foi assim narrado
Com muita propiedade

Foi quando, eu e minha véia
Saiamos, numa maior
Íamos fazer um passeio
La em Regente Feijó
Curtir um fim de semana
Na casa de minha avó
Ia ter shopp e dança
Com viola, coco e forro.

Nós estávamos em Prudente
Que é centro cultural
Onde eu e minha véia
Somos peça principal
Encenando ou cantando
Não somente no local
Por isso somos presentes
Onde tiver festival.

Mas, vamos a nosso causo
Escutem-me, mas sem furor
É um causo inusitado
Garanto isso ao leitor
Podem assinar em baixo
Quando lêem sem temor
E quando acabar o relato
Acreditem por favor.

Encaminhei-me a garagem
Pra o meu “Nisso” tirar
“Nisso” é nome de meu carro
Para ninguém se espantar
É batismo de meu sogro
No Nordeste, é popular
Pensem num cara hilário
Bom de a gente conversar.

Quando acionei o motor
Algo estranho aconteceu
Ficou tudo iluminado
Quando antes era um breu
Mas era luz diferente
Ate o descrente creu
A luz não dava nem sombra
Mas o carro escureceu


Ouvi algo se mexendo
Olhei no retrovisor
Vi a véia toda reluzente
Com cara de muito horror
Ai surgiu muito nítido
Um charuto voador
Emitido aquela luz
Era um disco voador.

Era um disco voador
Do tamanho de um CD
Mas o disco tinha asas
Vou descrever pra você
As asas bem reluzentes
Parecia o amanhecer
Um rabo cheio de luzes
Emitidas em fumê

A coisa parou ali
Na frente de minha véia
Ela deu aquele grito
Valei-me santa Pompéia
O que é que é isso meu ”Jotinha”?
Será isso uma alcatéia?
Mas alcatéia é de lobos!
Não vamos ter diarréia!

Foi quando sai correndo
E fui pra o meio da rua
Mas não encontrei ninguém
Verdade; nua e crua
Somente eu e a rainha
Vimos àquela cacatua
Reluzente, iluminada
Subindo como uma pua.

Rodava e batia as asas
Rodando cada vez mais
Ficou por cima das arvores
Alguns segundos, fatais
Subiu para o infinito
Com seu corpo de metais
Deixou somente saudade
Pois não veremos jamais.

Agora leiam o relato
De minha esposa amada
Ela viu tudo de frente
Ta muito mais abalizada
Pra descrever o que viu
Na saída pra balada
La da casa da vovó
Que ia ate de madrugada.

Meu véio foi à garagem
Para o “Nisso” esquentar
O motor estava frio
Feijó estava a esperar
Estava tudo escuro
Nós tínhamos que apressar
Íamos chegar bem depois
Da hora de apresentar

É que nós somos artistas
Dos melhores é bom saber
Eu brinco de Caterina
Ele toca pra valer
Tem o Mateus que é noivo
Do teatro bambolê
É bem assim que ensinamos
O que é arte pro cê.

Vamos agora o que interessar
Que eu estou descrevendo
Ainda esta nas retinas
Aquilo que estava vendo
Meu véio ligando o carro
E as luzes aparecendo
Ficou tudo iluminado
Fosforescente, me lembro.

De repente saiu de baixo
Do “Nisso”, lá na garagem
Uma coisa bem bonita
Parecia uma plumagem
De pássaro do paraíso
Vinha pedindo passagem
Tava bem iluminado
Foi quando faltou coragem

Veio em minha direção
De repente ali parou
Ficamos olho no olho
Ai ele se afastou
Eu dei um grito bem alto
Que meu véio se espantou
Lembro-me bem que gritei
È um disco voador!

*Era um disco voador
Do tamanho de um CD
Mas o disco tinha asas
Vou descrever pra você
As asas bem reluzentes
Parecia o amanhecer
Um rabo cheio de luzes
Emitidas em fumê


Era um disco colorido
Com luzes e muito mais
Iluminou toda rua
O terreno aqui atrás
Iluminou a calçada
E os nossos parreirais
Afirmo que essa história
Fará parte dos anais

Em Presidente Prudente
Todos se sentiram unidos
Para salvar dois artistas
Que são ali conhecidos
Assim o pessoal gritava
Lá na praça reunidos
Segurem nas pernas deles
Pra não serem abduzidos

Esse é um causo real
O primeiro em outros mais
Estou aqui pra ouvir
Estórias muito reais
Como essa que contaram
Com detalhes ate demais
Só nesses casos eu publico
Em blogs, TVs e jornais.

Espero que tenham curtido
Mais um conto inusitado
Que foi para mim descrito
Por dois artistas afamados
Jotacê e Nelma Melo
E eu me sinto confortado
Por ter passado pra vocês
Mais esse causo engraçado.