terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O NIVEL


Aqui vocês terão não um causo, mas uma história; um fato que teria tudo para se tornar cômico, se não tivesse sido tão trágico.
Mas finalmente, a comicidade e a tragédia andam juntas; de mãos dadas, e uma pode ser simplesmente conseqüência da outra, o que para uns é trágico para outros pode ser cômico.
Esse fato ocorreu, fomos testemunha.
Os nomes aqui grafados são nomes fictícios, mas quem ler essa narrativa e teve participação direta ou indireta, saberá com certeza declinar os nomes de seus participantes.
Praia de Peroba, (litoral norte de alagoas), divisa entre os estados de Alagoas e Pernambuco. Três famílias amigas reunidas, ao todo, dez pessoas que são amigos a bastante tempo, e nesse tipo de reunião pessoas se destacam por suas irreverências, por suas excentricidades, por suas timidez, etc. Entre os irreverentes destacamos o Mércio, “gaiato por natureza” e mais ainda quando toma algumas doses a mais da conta.
Um dia antes do fato, comemos bastante: carnes, gorduras, embutidos, sarapatel de dia e rabanada a noite. Efeito fermentativo e explosivo durante toda a madrugada.
Dia seguinte, alem dos comentários um bom joguinho de domino, para fazer hora para o segundo tempo (reinicio dos trabalhos).
Lá para as 10 horas o Mércio manifestou a necessidade de ir ao banheiro, fazer suas necessidades fisiológicas, é que a coisa estava se desenhando um tremendo banho de bosta fermentada, fato comprovado por todos, devido ao mal cheiro que saía em doses homeopáticas da parte traseira do Mércio. Corre para o único banheiro “disponível”, encontra as duas sobrinhas depilando as pernas; ele grita saaaaaaiam!!!!!! As meninas correm, ele depressa fecha a porta, arria a bermuda juntamente com a cueca; e como um raio senta com todo vigor possível na bacia sanitária.
“INICIO DA TRAGÉDIA” – As meninas tinham deixado a tampa da bacia arriada; o Mércio bate com o trazeiro na tampa branquinha do vaso sanitário, desequilibra e ver que vai cair de cara no chão. Depressa, solta a roupa, se segura na pia, evitando a queda.
“INICIO DA COMÉDIA” - Nesse movimento rápido esquece a que veio; e deixa tudo frouxo lá em baixo. O que estava preso saiu com uma super pressão, explosão total, Nitroglicerina pura, suja tudo; a roupa, o chão, os vidros do Box e principalmente as paredes que ficavam por traz da bacia sanitária, ate a altura da caixa de descarga.
“O DRAMA FINAL” – Com a cara de “nada aconteceu”, volta o Mércio, pálido como uma cera. Ouvem-se gritos vindos de dentro da casa, “eram as meninas que voltaram ao banheiro para complemento da depilação.
Então o Mércio falou:
Muita calma nessa hora meus amigos.
É que as meninas acabam de encontrar o NIVEL DA BOSTA.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

NA SEXTA DIMENSÃO


Resolvi certa manhã
Sair por ai, sem rumo;
Esperando encontrar nada
Mas se encontrar eu assumo
Foi o que me aconteceu
Vou lhes fazer um resumo
Da forma mais coerente
Vai ser assim; eu presumo.

Chamei meu melhor amigo
Para me acompanhar
No inicio retrucou
Mas veio bem devagar
Antes mostrei um caminho
Ele teve que aprovar
Abastecemos meu carro
E saímos a viajar.

Era um dia muito azul
Daquele azul bem bonito
O vento era bem ameno
Mas era um vento esquisito
Comentei com meu amigo
Mas quase entramos em conflito
Ele não concordou comigo
Foi quando ouvi um apito.

Parei de imediato
O carro fora da estrada
Desci e fui procuras
Então ouvi só risada
Vinha de traz de uma arvore
Dessas bem avantajada
Bateu-me um frio na espinha
Fiquei de cabeça inchada.

Mas como bom nordestino
Que não tem medo de nada
Mas se é coisa bem séria
Entramos dando pancada
Nordestino, é cabra macho
Não corre dessa parada
Quando entra numa briga
Vai de peixeira amolada.


Então parei de repente
Pra ver se melhor ouvia
Aquele som esquisito
De alguém que assobia
Pensei que era um grilo
Ou cigarra que brandia
Esfregando suas asas
Saudando aquele dia.

Então falei pro amigo
Espere-me ai um pouco
Vou pesquisar esse som
Que vem lá daquele toco.
Na primeira inspeção
Vi que ele não era oco
Veio-me a curiosidade
Sei que não estou louco.

Então me encostei na arvore
E coloquei meu ouvido
Foi ai que nesse instante
Eu ouvi um estampido
Veio de dentro da arvore
Senti-me assim agredido
Recebendo um solavanco
Então fui abduzido.

Quando me dei por mim
Estava frente a um rapaz
Acompanhado de uma jovem
De beleza bem fugaz
Eles olhavam-me rindo
Eu me senti incapaz
De ter uma reação
E ser passado pra trás.

Perguntei: onde estou?
Tas na sexta dimensão
Estas no planeta terra
Mas preste muita atenção
Aqui tudo é diferente
Não existe confusão
Aqui você não tem nada
Não existe divisão.

Olhei pra o lado e vi
O meu carro ali parado
Tentei me aproximar
Mas fui por eles barrado
Daqui ninguém vai sair
Só se for autorizado
Pelo habitante mais velho
Que deve ser bajulado.

Então gritei pra o amigo
Mas só saia uns apitos
Daqueles que só ouvimos
Quando estamos aflitos
Não adianta senhor
É que esse som esquisito
É o nosso idioma
Chamado; som do infinito.

Vamos nos apresentar
Foi falando o rapaz
Essa moça é TXDY
Ela é jovem por demais
Eu me chamo MCKI
E cultivo ananás
Depois lhe apresentamos
Os que estão logo atrás.

Foi quando olhei para o lado
E vi uma multidão
Homens mulheres e crianças
Que acenavam com a mão
Eu estava estupefato
Com aquela confusão
Não sabia se estava livre
Ou estava na prisão.

Aqui nessa dimensão
Temos um idioma comum
Em qualquer lugar que esteja
O idioma é só um
Para evitarmos transtornos
Da linguagem incomum
Aqui quando conversamos
Não tem problema nenhum.

Estamos bem divididos
Em 300 grupos ou mais
Só temos um governante
Os países são iguais
Falamos o mesmo idioma
Sem confrontos cruciais
Quem ouve apenas um silvo
São os nossos sons globais.

Todos os nossos habitantes
Têm nomes diferentes
Pra evitar confusão
De misturar toda gente
Juntamos só quatro letras
De forma bem coerente
Então se faz o registro
No cartório existente.

Então vou dar um exemplo
Para você entender!
Então chamou um senhor
E lhe pediu pra dizer
Qual era o nome dele
Ele falou sou DEFG
Não existe outro igual
Garanto isso a você.

Nosso mundo é paralelo
Ao que você nela habita
Não nos mostramos pra vocês
Porque ninguém acredita
Fazemos o mesmo que fazem
Mas de forma mais restrita
Daqui nós vemos tudo
Isso muito nos excita.

Eu olhava para o lado
E via bem meu amigo
Que esperava no carro
Sem se preocupar comigo
Eu gritava não me ouvia
Isso pra mim é castigo
Mas como bom nordestino
Não temo nenhum perigo.

Outra coisa eu descobri
La na sexta dimensão
Eles também têm família
Que vivem eu união
Quando formam um casal
É por amor e paixão
Casam por livre vontade
Não casam por coação.

Minha curiosidade
Aumentava cada vez mais
Eles me explicaram tudo
Mesmo as coisas banais
Perguntava do passado
E das coisas atuais
Nunca foram agressivos
Sempre foram cordiais.

Vocês podem me explicar
O que é sexta dimensão?
Que eu nunca ouvi falar
Pra mim vai dar confusão
Expliquem-me bem direitinho
Que vou prestar atenção
Se de fato essa existe
Ou é só embromação?

Quais são as seis dimensões?
- Isso é que quero saber!
A primeira; PROFUNDIDADE
É bom você escrever
A segunda é a ALTURA
Garanto isso a você
A terceira é a LARGURA
Disso não vá esquecer.

Agora vamos a quarta
A dimensão TEMPORAL
Em seguida vem a quinta
Que chamamos ESPACIAL
A sexta é a maior delas
Que denominamos MENTAL
Aquela que nos transporta
Atravessando portal.

Cada vez mais abismado
Dessa coisa colossal
Quis trazer o meu amigo
Para ter prova cabal
Aquilo que estava vivendo
Não era nada banal
Eu recebi permissão
E voltei para o portal.

Então chamei meu amigo
Para aquela experiência
Ele meio desconfiado
Disse que não tinha crença
Então falai para ele
Que não tinha diferença
Venha que eu lhe protejo
Disso tenha consciência.

Meu amigo como sempre
Olhava tudo calado
Curtia aquele momento
Olhando de lado a lado
Quando falavam com ele
Ele ficava animado
Ficando bem junto a mim
Pra não ser prejudicado.

Nessa nova dimensão
Todos curtem o presente
Os dias são como os nossos
Dia frio ou dia quente
Carros ruas avenidas
Em um plano diferente
Que é um plano paralelo
Ao que vive nossa gente.

Apenas nele o que muda
É onde esta o portal
Pode ser em uma rocha
Ou no fundo de um quintal
Ou mesmo em uma arvore
Como no caso atual
Mas no momento que voltamos
Saímos em outro local.

Lá aprendemos muito
Como devemos viver
Morar em comunidade
Temos muito que aprender
Viver como eles vivem
É difícil podem crer
Eles vivem em união
Dessa que é pra valer.

Eles lá não têm prisão
Porque não tem mal feitor
Não existe a figura
De alguém que é agressor
Tudo pertence a todos
Tudo é feito com amor
La todo mundo trabalha
Não tem aproveitador.

Vi por lá muitas crianças;
Velhos, vi quase nenhum
Só envelhece quem quer
Pra eles isso é comum
A mocidade é bem vinda
Não é fato incomum
Mas todos têm respeito
No coletivo ou em um.

E durante vários dias
Ficamos nessa dimensão
Anotamos quase tudo
Pra não haver confusão
Quando mostrássemos a todos
Aquela nova opção
De turismo no futuro.
É só encontrar o portão.

Para tanto é necessário
Que você seja do bem
Procure andar sempre certo
Não ofender a ninguém
Se pensas levar dinheiro
Pode esquecer o que tem
Lá tudo pertence a todo
Mas tens que levar alguém.

Você não pode ficar
Sem um par nesse lugar
Os casais sempre recebem
Uma casa pra habitar
Feita pelos habitantes
Dessa dimensão invulgar
Garanto que a felicidade
Irá contigo morar.

Se houver alguma dúvida
É só consultar meu amigo
Ele participou direitinho
E esteve lá comigo
Ele é um cão muito dócil
Que não oferece perigo
É da raça Pit Bull
E não vai mexer contigo.

Para mim essa aventura
Foi mais que uma atração
Correr por lá livremente
Sem stress e sem pressão
Volto pra lá com prazer
De carro, barco ou avião
Porque eu quero é viver
Lá na sexta dimensão.