quarta-feira, 22 de agosto de 2012

PAGINAS DA VIDA VII - A ARRAIA

Mais uma manhã de surpresa e bastante alegria. Encontrei-me por acaso meu amigo de bons papos na praia, o famosíssimo, Jonas (o pescador), um pouco mais velho e a pele mais curtida pelo sol implacável das grandes jornadas enfrentando os raios do sol e a água salgada, que juntos fizeram um grande estrago na pele de meu amigo.
Abraçamo-nos e durante alguns segundos ficamos sem pronunciarmos palavras, naquele silencio conseguíamos nos comunicar de forma perfeita.
Olhamo-nos e quase ao mesmo tempo pronunciamos: faz um tempo cidadão! Essa é a forma como nos cumprimentamos quando de nossos encontros que cada vez mais esta ficando raro.
Iniciei então nosso dialogo: como o amigo se encontra? Que bons ventos o trazem por essas paragens? E a saúde continua firme e forte? A família? O barco e as aventuras nesse marzão que Deus nos deu?
Calma companheiro! Uma pergunta de cada vez; caímos na gargalhada e saímos abraçados procurando uma sombra e um local para sentarmos para podermos bater aquele papo que tanto me alegrava, e porque não dizer trazia subsídios para meus causos sobre pescarias. Temos novidades sobre pescarias? (Perguntei). Esperei alguns segundo e logo veio o que eu esperava.
Apanhei o mini gravador (coisas da tecnologia), vi em sua face um esboço de sorriso, então ele começou soa narração.
Alguns dias atrás, resolvemos eu e o Mateus (Mateus é um rapaz novo na pesca que eu estou tentando transforma-lo em profissional), pescariamos na foz do rio Uma, quase na divisa do estado. Apanhamos meu barco, e saímos para o local pré-determinado, é bom salientar para o amigo que isso foi numa sexta feira por volta das 15 horas, o tempo se apresentava meio nublado, ótimo para pescaria de arraias. Chegamos por volta das 17 horas, estava começando a escurecer. Perguntei: (por que a noite?) É que arraias do tipo Jamanta costumam pescar a noite, visto que é nesse horário que elas costumam se alimentar.
Lançamos nossos anzóis e ficamos a espera de primeira fisgada, que logo se deu; um camurim de tamanho médio, isso aumentou nossa expectativa quanto ao aparecimento logo em breve das arraias, e foi isso que se deu. A vara de pesca do Mateus deu um solavanco muito grande, sinal que a primeira arraia tinha mordido a isca. Ai começou nossa luta, sentimos que era um peixe de tamanho acima do que estávamos esperando pescar (isso aconteceu por volta das 20h30minh).
Começamos a brigar para retirar o peixe da água e coloca-lo no barco, durante quatro horas lutamos sem sucesso, quando tentávamos puxar o peixe era nosso barco que ia em direção do local onde supostamente ele estava. Pela manhã resolvemos aportar na margem do ria para facilitar a retirada da arraia da água, foi quando comprovamos que ela em sua defesa tinha se enterrado na areia, na margem oposta do rio. Então tivemos a ideia de passarmos a linha do molinete por trás de um coqueiro e começamos a puxar.
Verificamos que estava dando certo porque o volume de linha estava aumentando no molinete, (seria a primeira e única arraia jamanta que alguém pescara naquele local). Por volta das 13 horas, vimos que estávamos prestes a ver nossa presa, então falei para o Mateus: agora é somente nós prendermos a linha no coqueiro e retirar a arraia de dentro da água, e foi o que fizemos.
Então eu perguntei: o que tem isso de extraordinário que eu possa colocar no nosso livro?
Amigo é que eu e o Mateus para tirarmos a arraia de dentro do rio, foi preciso que juntássemos as duas margens, e isso foi feito apenas com a força de nosso molinete.
Quando retiramos o peixe da água e tiramos o anzol de sua boca, as margens voltaram imediatamente para seus lugares de origem, e o rio voltou a correr normalmente, e para comprovar aqui esta a fotografia que tirei com o Mateus segurando a nossa arraia, (e mostrou a foto que me deixou realmente perplexo).
Esse foi o causo mais real dessa pagina davida.