quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

PROGRAMA MAIS MÉDICOS


Vamos todos pensar juntos,
Que fizeram os governantes?
Trazendo para o país
Médicos de terras distantes
Totalmente analfabetos
Sem saber se vão dar certos
Mesmo sendo emigrantes

Os médicos que aqui chegam
Falam línguas diferentes
Só a língua de seus países
Falam, e bem fluentemente
Mas no Nordestines
Nenhum deles vão ter vez
Digo isso com patente.

Observem bem um médico
Atendendo um paciente
Que descreve sua doença
Com linguagem diferente.
Estou com dor de viado
Que incomoda aqui de lado
E me dói constantemente.

Tou com o figo inflamado
E me sinto enfraquecido
Estou com o bucho quebrado
Mas quase não tenho comido
Dói nas tabuas de meu queixo
Sinto formigar meu beiço
Por isso tenho sofrido.

Tou cheio de pano branco
Espero que dê um jeito
De noite tem tosse braba
Devido ao catarro no peito
Se olhar para meu pé
Garanto, não é chulé
To cheio de calo seco.

Essa coceira no corpo
Me deixa com farnizim
Quando coço as perebas
Sai bicho feito cupim
Eu fico ate com difruçu
Me pareço com um urso
Tenho ate pena de mim

Essa semana a morroia
Ta me deixando neuvoso
Passei a mão lá por baixo
Senti um caroçim no ovo
Ate a minha mulher
Tem muito bicho de pé
Mesmo estando de entojo

Olhe aqui minha cabeça;
Tem muita lêndia e piolho
Ontem à noite coloquei
O meu cobreiro no molho
Pra ver se vira esporão
Os pratos da minha mão
Ta parecendo um repolho.

Só, numa banda do corpo
Eu sinto muita dormência
Pra mim isso é muito ruim
Pois muda minha aparência
Me sinto todo empenado
Estou andando de lado
Coluna pede clemência.

O bico de papagaio
Parece hérna de disco
Tenho espinhela caída
Que dói aqui no toitiço
Sofro ate de peito aberto
Eu não sei se estou certo
Mas pra mim isso é feitiço.

Meus zóio tão remelando
Acho que é um tersó,
Minha cara só tem prega
Tou parecendo vovó
Até minha pobre tia
Tem coceira na viria
Mesmo sendo ela cotó.

Meu filho ta com berruga
No osso do mucumbu
Passa os dias escondido
Porque ta vivendo nu.
Isso afetou minha veia
Que mesmo cheia de péia
Passa os dias de lundum.

Ate meu pequenininho
Sofre de mulera mole
Fica só churumingando
Si come, ele não engole
Ta com os zoio inframado
Tou com pena do coitado
Peço a mãe que o console.

E a dor do espinhaço
Que a muito não doía
Voltou na boca da noite,
Na hora que eu comia
E para que ela passasse
Mamãe disse que eu rezasse
Pai Nosso e Ave Maria.

Estou com vista cansada
Pissinêz não vou usar
Me dói o pé da barriga
Na hora que vou peidar
Estou com ventre caído
Fico todo esmorecido
Na hora que vou cagar.

Encontrei foi uma landra
Bem em baixo do suvaco
Acontece algo estranho
Ta crescendo o meu saco
Acho que é hidrocele
Quero que o senhor debele
Antes que fique mais fraco.

Estou falando baixinho
Por causa da campainha
Que deve ta inflamada
Acho que ta inchadinha
Por isso que falo rouco
E tou falando bem pouco
Pra não doer a bichinha.

Eu já tive ate vertige
Quando sai na calçada
Levei um tombo tão grande
Que fiquei de cuca inchada
E antes que eu esqueça
Meus cabelos, os da cabeça
Tão caindo de camada.

Ta todo mundo doente
Não acho isso besteira
A mulher ta com unheiro
Meu filho ta com boquei
Mamãe passa o dia inteiro
Sentada lá no banheiro
Porque ta com caganeira.

Ta nascendo uma impinge
Aqui no meio da minha bunda
Tou com um lubim nas costas
Sei que vou ficar corcunda
Já ontem eu vi minha tia
Empenada da bacia
Sentido uma dor profunda.

Estou muito preocupado
Com as dores nas cadeiras
Sinto muitas comichões
Se transformando em coceiras
Contei pra minha mulher
Ela disse: eu coço Zé
Isso pra mim é besteira.

A minha irmã ta tão tisga,
Ta parecendo um graveto
Por causa da tosse braba
Tem ate gôgo no peito,
Acho que ta com cezão
Devido ao amarelidão,
Todos dizem que é maleito.

Meu avo tem uma xanha,
Bem em baixo do cunhão
De tanto ele ta coçando
Já ta passando pra mão
Ele acha tão gostoso
Ta coçando aquele ovo
Diz que da muita tesão.

Essa linguagem só nossa
Espero que não conteste
É o dialeto bem próprio
De quem mora no Nordeste
Região bem afamada
Ninguém foge da parada
No Brasil cabra da peste.

As doenças aqui citadas
Não tem nada de invenção
Na capital não se ouve
Ouve-se lá no sertão
Para onde vão os médicos
Garanto-lhes que por certo
Não vão fazer papelão.

E agora quero que sintam
Como se sente o doutor
Ou aprende o Nordestines
Ou contrata um tradutor
Pra não fazer como muitos
Que sem entender do assunto
Foi, e nunca mais voltou.

Aqui vai o meu conselho
Praqueles que estão chegando
Comprem um dicionário
E vão ele consultando
Do jeito que a coisa está
Não da pra se acostumar
Vão terminar se mandando.

Agora para o governo.
Dê condição de trabalho
Contratem os médicos daqui
E lhes pague um bom salário
Assim vai dar todo certo
Não mais queiram por perto
Esse bando de otário.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O SHORT


Meus amigos; vou contar,
Algo que me aconteceu.
É um causo engraçado
Que se passou só com eu.
Quando era um rapazote
Por uma mulher se short
O meu coração tremeu.

Era do tipo Raimunda
Dessa meio avantajada
Que andava bamboleando
Todas as tardes na calçada
E eu sentado só olhando
E vendo o short passando
Achando bem engraçada.

Eu ficava esperando.
Toda tarde era assim,
Lá vinha o short andando
Pra passar perto de mim
Eu ficando abestalhado
Mas olhava só calado
Com esperança sem fim.

Só olhava aquele short
Apertado ate demais
Que chamava a atenção
De velho, menino e rapaz
Eu; maior admirador
Do short de furta cor,
O resto, nem via mais.

E o tempo foi passando
E eu mais abestalhado
Só vendo o short passando
Eu ficava ali sentado.
Sem saber o que fazer,
E não queria nem ver
O restante do traçado.

E sabe por que eu ficava
De butuca só pro short?
Porque ele era demais
Dentro dele; tudo é forte
Na frente tudo danado,
Atrás tudo avantajado,
E eu precisando de sorte.

Sabe o tamanho do short?
Mais ou menus, palmo e meio,
Dentro dele; muita carne,
O pano só pra recheio,
Não existe nada igual
Pois cobria o principal,
Mas só da parte do meio

Vou ti dizer o que tinha
Naquele short bonito:
Na frente tinha um floreio,
Que me deixava aflito,
Tinha um rego bem no meio
Era o lugar do recreio,
O meu lugar favorito.

Olhando de frente se via
Uma paisagem fugaz,
Que causava admiração
Em velho, menino ou rapaz.
Isso na parte da frente,
Eu vou dizer bem contente
Como era a parte de traz.

Quando ele ia passando
Víamos as partes do lado
Com dois rebolos de coxas
Por demais avantajados,
Ate velho choramingava
E bem alto ele gritava
“Já fui bom nesses danados”.

E logo, bem no trazeiro,
Nós víamos a melancia
Separada em duas bandas.
Mostrando a anatomia,
Dava vontade de correr
Pra ele, só pra morder
Depois morrer de agonia.

E aquelas duas bandas,
Vinham dançando demais,
Num bamboleio frenético;
Pra cima, pra frente pra traz
De um lado pra o outro
Num bailado meio louco
Deixando você sem paz

Era a bailarina redonda
Mais bonita que conhecia
Mesmo sem olhar pra ela
Garanto; não esquecia
Passava as noites sonhando
Vendo o short rebolando
Sem dizer pra onde ia.

Agora vou descrever
A dona do short; Inteira;
Mas vou de baixo pra cima
Pra não cair na asneira,
De contar o fim da estória
Pra que não saia da memória
Fique sem eira nem beira.

Os pés da dona do short
Eram um deslumbramento;
Um tinha dedos pra fora
O outro os dedos pra dentro
As unhas feito as dos gatos
Que furavam os sapatos
Era um constrangimento

No calcanhar da menina
Tinha um dedinho a mais
Que ficava apontado
O que vinha lá atrás
As pernas cheias de bola
Não sei se era espora
Nas pernas do ferrabrás.

As coxas daquela danada
Nada tinham de anormal
Seguravam o “tudo em cima”,
Que era a coisa principal;
Local de admiração
De toda população
Que morava no local.

Mas aquela barriguinha
Onde ela dava o trato,
Parecia uma bacia
Ela afirmava: é um “prato”!
Que era a forma exata,
Pois era um prato de papa
Um local muito abstrato.

Lá se encontrava o umbigo
Bem logo acima do short
Era uma protuberância
Com o lado, cheia de corte
Fruto de uma operação
Onde o medico errou a mão
Que quase a levou a morte.

E aqueles mamões moles,
Que seu sutiã sustenta
Parecem que são geléias
Se não segurar despenca
São tão moles os danados
Que querem sair nos lados
Estragando a vestimenta.

Seu rosto era, ...nem sei
Se era feio ou bonito
Eu só olhava para o short
- O meu lugar favorito
Era a única opção
Lugar que dava tesão;
O restante era esquisito.

Os cabelos da passante
Eram encaracolados,
Ate fico acreditando
Muito pouco eram lavados
Pois sua preocupação,
Era ter os shorts sãos
Para serem admirados.

A Raimunda tinha lábios
Carnudos e bem vermelhos
Não eram lábios de mel
Nem eram lábios de coelho
Mas ela adorava-os tanto
Não era nenhum espantos
Vê-la horas no espelho.

Mas o pior de tudo isso
Eram os olhos da menina.
Viam lugares diferentes
Um o Brasil outro a China
Causava grande espanto
Ninguém sabia que canto
Que olhava a dançarina.

À noite eram de cor preta
No dia de cor azul
À noite olhavam pro norte
De dia olhavam pro sul
Me digam por caridade,
Se eu não falo a verdade.
São olhos de belzebu.

Agora vou confessar.
Com todos esses defeitos
O short ainda passeia
Aqui dentro de meu peito.
No lado do coração
Porque de nossa união
Só saiu filhos perfeitos.

Pensa que é ter coragem
Casar com coisa assim?
E fica aí comentando
Com muita pena de mim
Pode ficar bem tranqüilo
Se casasse com aquilo
Devia comer capim.

Por minha cara metade
Eu tenho um amor profundo.
Ela é que teve coragem
De casar com um vagabundo,
Que é esse cordelista
Que tem em sua conquista,
A melhor mulher do mundo.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Mãos ao alto!


Aconteceu terça feira
No dia três de setembro
Do ano dois mil e treze
Todos os dias eu lembro
Desse fato inusitado
Quando fomos assaltados
Não atirem; eu me rendo!

Estávamos dentro do banco
Foi no banco do Brasil
Quando assim de repente
Um bando de caras surgiu
Eram mais ou menos dez
Todos chegaram de pés
Bem armados, com fuzil.

Pegaram uma atendente
No pescoço da menina
Gritaram: é um assalto
Todos quietos; gente fina
Fiquem todos, agachadinhos
Quero todos caladinhos,
Velho, menino ou menina.

Já estavam bem rendidos
Vigilantes, porteiros, gerente.
Mas quem sofreu mais pressão
Foi a pobre atendente
Que não podia falar
Com o revolver a lhe apontar
Chorava copiosamente.

E foi com uma coronhada
Que eles quebraram a porta
Vidros todos estilhaçados
Com ferragem toda torta
Fez-se um silencio total
Quando uma velha do mal
Disse: eu acho que estou morta!

E não parou por ai
Gritava pra todos os lados
Eles são filhos de putas
São todos; cabra safados!
E vou dizer pra você
Não tenho nada a perder
Devem ser eliminados.

Alguém disse cale a boca
Por favor, minha senhora
Ou então fale baixinho
Senão a coisa piora.
- Fique calado você
Se tem medo de morrer
Então você caia fora.

Então um bandido falou:
Eu não quero ouvir zoada
Vamos levar só do banco
De vocês não quero nada
Mas por favor, pessoal
Digam pra velha do mal
Que ela fique calada.

Então a velha falou
Você é quem vai calar
Senão uma bofetada
Tou com vontade de dar
Então o bandido olhou
Com um olhar de furor
Que fez a velha chorar.

Que velhinha corajosa
Parece que e do comando
E pra aumentar a tensão
Ela continuou falando
Eu fiquei só de butuca
Será que a filha da puta
Também faz parte do bando?

Olhei para o lado direito
E vi um senhor sentado
Branco feito uma cera
Cabisbaixo e calado
Vi que estava com vergonha
Mas com cara de pamonha
Estava todo mijado.

A coisa ficaria hilária
Se não fosse uma tragédia
Uns choravam outros riam
Tava parecendo comédia
Então eu falei baixinho
Fique calmo amiguinho.
- Eu quis fazer uma média.

Eu escondi meu relógio
Meus óculos, o celular,
Minha aliança de ouro
Meu pingente, meu colar
Minha cueca de helanca
Comprada lá na sulanca;
Meu chapéu do Panamá.

Dinheiro nenhum eu tinha
Mas eu tinha meu cartão
O que fiz rapidamente;
Coloquei-o ali no chão,
Botei o meu pé em cima
Pra preservar a auto-estima
Escondi ate a mão.

Então resolvi contar
Quantos bandidos eu via
E fui contando ate cinco
Mais que isso eu não sabia
Aí fiquei sem memória
E pra piorar a estória
Pois dali ninguém saía.

Os ladrões então entraram
Para buscar o dinheiro
Saíram com os malotes
Pra mim foi um dia inteiro
Então eu fiquei olhando
Os bandidos se mandando
Acabou meu desespero.

Foi ali naquele instante
Que eu pude respirar
As palavras não saiam
Eu não podia falar
Batam aqui na minha costa
Porque o saco de bosta
Ta querendo pipocar.

Foi quando alguém gritou:
Não sai ninguém do local
Vamos esperar a policia
Quem sair vai se da mal
E se sair bem contente
Esse vai ser conivente
E vai levar muito pau.

Durou uma eternidade
Até a polícia chegar
Todos estavam nervosos
E doidos pra se mandar
Com duas horas de espera
Alguém falou na galera
Não vai dar pra esperar.

Então começou o cortejo
Pareciam em oração
Eu disse vamos sair
Se não prenderam o ladrão
Porque querem nos prender?
Nada eu devo pra você
Porque sou um cidadão.

Vieram em meu apoio
Foi gritaria geral
- O cidadão está certo
Ele é gente bem legal
Saiamos fora daqui
Quem quiser que fique aí
Vamos sair do local.

Quando a milícia chegou
Já estavamos todos fora
Misturados a multidão
Fazia mais de uma hora
Aí a policia entrou
E um policial falou
Por favor, vão todos embora.

Então sai de mansinho
Em direção ao meu lar
Coisa boa é ta em casa
Ficar de papo pro ar
Sem pensar nem no passado
Sentindo o vento arretado
Da brisa que vem do mar!

E quando cheguei a casa
Fiquei todo envergonhado
Por saber que tudo aquilo
Ainda não tinha acabado
Senti um cheiro fugaz
Passei a mão bem atrás,
Estava todo CAGADO.

CHEGUEI SETENTA


UM CORDEL COMEMORATIVO
Sabem o que é bem engraçado
A gente chegar aos setenta.
Ficar vivendo do passado
Que é que nos alimenta;
Para olharmos o futuro,
Ver um claro no escuro,
Pra enxergar os oitenta.

Como serão os oitenta?
Espero que eu não esqueça
De contas as aventuras
Que trago aqui na cabeça.
Eu vou dizer o que penso
Pra não deixar você tenso
Espero que me agradeça.

Já passaram sete décadas
Do dia em que eu nasci
Espero que Deus permita
Que eu fique por aqui
Durante outros setenta
Pra ver se alguém comenta
Tudo aquilo que eu vivi.

Lembro-me de muito pouco
Dos primeiros cinco anos
Mas do pouco que me lembro
Recordo mais de meus manos
Que eram em numero de dois
O mais velho já se foi
Ficaram só dois Hermanos.

Dos cinco anos seguintes
Lembro-me de minha escola
Aquela que freqüentávamos
Levando lanche e sacola
O lanche para comer
Na sacola o que ler
Escondido só a bola.

Mamãe Papai e Vovó
Compunham minha família
Aquilo na minha lembrança
Ate hoje ainda brilha
Com eles muito aprendi
E nunca mais esqueci
De ler em sua cartilha.

A cartilha nos ensina
Que devemos respeitar
Tanto velhos quanto novos
Aqui ou em qualquer lugar
Mesmo tendo já setenta
Isso ainda me orienta
Pra mim o primeiro lugar.

Ensina fazer amigos
E a eles ter respeito
Pois Deus escreve certo
Mesmo a linha com defeito
Esta lá na apostilha
Amigo é feito família
Do jeito que for; aceito.

Andar sempre com retidão
Driblando sempre os espinhos
Porque eles estão presentes
Dentro de nosso caminho
Fazem parte da historia
Grave isso na memória
Esta lá no pergaminho.

A cartilha de meus pais
É pra mim é a mais perfeita
Esta aqui bem decorada
Da primeira a ultima letra
É um capitulo só
Afirmava minha avó
Tudo escrito, sem caneta.

Tudo que foi ensinado
Vinha na forma verbal
Quando saiamos da linha
O remédio era o “pau”
Ai você logo aprendia
Porque aquilo doía
Deixando-o ate sem moral.

Dos dez ate vinte anos
Foi período de vigília
Trabalhamos desde cedo
Pra ajudar a família
Tanto eu quanto meu mano
Passamos por desenganos
No meio de uma matilha.

Foi um período difícil
Mas foi bom ate demais
Foi de meninos pra homem
Não curtimos o rapaz,
Enquanto via o passado
Olhei; estava casado,
Uma responsabilidade a mais.

Não vou fazer retrospecto
Porque isso é cansativo
Serão setenta passagens
Ano a ano alusivo
Se eu narra pra vocês
Garanto que dessa vez,
Não vou sair daqui vivo.

Não sei todos notaram
Já escrevi quinze versos
E ate esse momento
Ainda não falei de sexo
Esse assunto é diferente
Vou falar logo à frente
Quando chegar ao anexo.

Voltemos para a cartilha
Que sem letras ensinava
A você ser bem legal
Tanto na rua ou em casa
Se você fizer direito
Vai ter sempre o respeito
Daqueles que te abrasa.

Quem abrasa tua vida?
Esposa, filhos e filhas
Teus amigos, teu trabalho
E membros de tua família
São esses ensinamentos
Que trazem conhecimentos
Que têm naquela cartilha.

Quanto a meu casamento
Sinônimo de felicidade
São quase cinqüenta anos
De total tranqüilidade
Temos uma prole bacana
Onde o respeito emana
Tudo em alta qualidade.

Temos netos e bisnetos
Nossa arvore tem raiz
Tronco forte e vigoroso
É isso que o povo diz
Foi plantada em terra boa
Por isso não desentoa
Nunca será infeliz.

Assim é nossa família,
Filhos; fizemos três
Netos hoje somam cinco
Talvez sete, talvez seis,
Dois bisnetos dois capetas
Um casal de borboletas
Que nos deixam como reis.

Estou pra todos contando
A vida de um setentão;
Que soube fazer amigos
Sem neles “passar a mão”
Com hora pra elogiar
E hora pra criticar
Se têm razão dou razão.

Agora chegou a hora
De falarmos do anexo.
Eu prometi pra vocês
Que falaria de sexo
Sexo é coisa bem boa
Mesmo você estando atoa
Isso pra mim é complexo.

Sabe como entendo sexo?
Hoje, pra mim é carinho
É o toque entre mãos
Aquele olhar de jeitinho,
É um sorriso gostoso
É um jeitinho dengoso,
É um deitar bem juntinho

É acordar todos os dias
Com uma pessoa ao lado,
Aquele afago gostoso
Quando o outro tá zangado
É ter um apoio moral
Quando um se sente mal
Tudo se torna engraçado.

É desejar um bom dia
Sempre ao seu bem amado
É ficar preocupado
Quando o outro está calado
É sentir o seu cheirinho
É o tratar com carinho
É estar apaixonado.

Por isso meus bons amigos
Faço sexo todos os dias
De manhã,a tarde, a noite
Com toda minha euforia
Da mais vigor fazer sexo
Digo isso sem complexo
Pois carrega as baterias.

Por fim quero agradecer
A todos que estão aqui
Estão me prestigiando
Mesmo sem eu lhes pedir
Aqui só vejo amigos
Quem não veio, eu nem ligo
Vão ficar é sem curtir.

Sintam-se muitos felizes
Por estarmos juntos assim
Garanto-lhes com certeza
Que não sou um cara ruim
Podem falar bem profundo
Que não existe no mundo
Um cara igual a mim.

ALÔ, ALÔ; É DA POLICIA?


(Um Causo verídico)
Nivaldo Melo


Há mais de dois anos que naquele bloco de apartamentos, os moradores viviam apreensivos. É que no apartamento 2 (dois), um grupo de jovens resolveu fazer seu reduto, onde o consumo de drogas (maconha), corria solto.
O casal Neves, morados do referido apartamento havia viajado e colocou no local um de seus sobrinhos, com a finalidade de preservar o ap. e evitar “invasões indesejáveis”. Não sabendo eles que estava colocando no local exatamente “o invasor indesejável”.
Talvez por isso que o morador do apartamento 0l (hum), o Sr. Nilson, de tanta preocupação tenha tido um Infarto do Miocárdio, submetendo-se inclusive a uma cirurgia que o deixou fora de combate por um bom período. Mas as preocupações do Sr. Nilson não acabaram (muito pelo contrário), aumentaram muito mais, porque além de incomodar não somente sua família, o invasor indesejável começou a trazer novos invasores, que por sua vez traziam mais e mais novos invasores indesejáveis, aumentando assim não somente as preocupações do Nilson, mas principalmente a perda do sossego.
Uma semana após receber alta do hospital, o Sr. Nilson resolveu dar um basta na situação; chamou seus familiares (esposa, filhas (2), filho (1), sogra (1) (porque mais de uma é dose pra leão) ), e comunicou: Hoje eu acabo com essa orgia do apartamento 2, vou ligar para a polícia e tudo se resolvera sem desgaste para nós, inclusive que, por recomendação expressa dos médicos eu não posso ter preocupações, portanto vai ser agora mesmo. Apanhou o telefone e discou o numero do “disque denuncia”, o nº 140.
Esperou alguns (intermináveis) segundos olhando para a plateia meio sorridente: Alou, é da polícia? - Sim, é da policia. Posso fazer uma denuncia? - Sim, pode fazer uma denuncia. È que aqui no ap. 02 está reunido um grupo de maconheiros, fumando, e proferindo palavras de baixo calão; já fui lá, reclamei, mas eles continuam na orgia, sem dar a menor importância para os moradores. - Sabe quantos são Sr.? Acho que são uns sete ou oito. - Ah, pode me dar mais detalhes? Sim. - Só tem homem Sr.? Não, tem duas mulheres. - Mulheres velhas ou jovens? Mas que importância tem isso? São jovens, e me parece de menor. - Anrhan (e pausou). O Nilson insistiu: alou, alou! - Espere um pouco senhor... Sr. Tem certeza que quer fazer essa denuncia? É claro, por quê? - È que aqui quem fala é o chefe dos maconheiros, seu cabueta, seu dedo duro, seu puto velho, vou mandar minha turma acabar com você, se prepare que quem vai dar um jeito nisso somos nós, (e de imediato desligou o telefone). Do lado de cá, o Sr. Nilson suava copiosamente, e suas pernas não obedeciam as ordens vindas do cérebro. Sua família entrou em pânico, uns gritavam outros davam massagens no peito, a esposa falou: vamos leva-lo para o hospital imediatamente, ele pode ter novo enfarto.
Quando o senhor Nilson acalmou um pouco, todos perguntaram o que havia ocorrido. Então ele contou a o dialogo que havia travado com o policial que o atendeu.
Foi quando a sogra (Dona Marry) perguntou: tem certeza que você ligou para a polícia?
Sim.
Mas; quando foram verificar no identificador de chamadas viram que o Sr. Nilson havia ligado para o nº 140 e não para o nº 190.
O numero discado (140), era um numero disponibilizado pela operadora como sala de bate papo.
Naquele momento o que era uma tragédia transformou-se em uma comédia que ate hoje quando comentam serve como piada. Mas garanto-lhes que é realmente causo acontecido, portanto verdade verdadeira

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O SENHOR “EX”


Como era de costume, ele se apresentava em qualquer lugar, da mesma forma.
Muito prazer; Ex, “ato continuo”; apertava forte a mão do apresentado.
Isso normalmente aguçava a curiosidade de todos que acabavam de conhecê-lo, e a pergunta vinha sempre da mesma forma: é esse mesmo seu nome? O que causava de imediato, risos muitas vezes transformados em gargalhada, dependendo apenas do ambiente em que estavam reunidos.
Outra pergunta que sempre se ouvia: porque Ex? Então ele não se dava às explicações. Normalmente chamava um de seus mais antigos amigos e, pedia que o mesmo descrevesse o porquê Ex.
Isso já era comum, e sempre o “justificador da vez” o fazia da melhor maneira possível e da forma mais clara para que nunca houvesse a menor dúvida, (então vinha o relato) isso com a devida vênia do Sr Ex.
O Sr Ex não nasceu “ex”, nasceu... (e para dar um ar de seriedade a sua narrativa pausava; e se voltava para onde estava parado o SR Ex), então solicitavam a ajuda d’ele, e nesse momento, e apenas nesse momento o Sr Ex, pronunciava: eu sou “ex Bipediano Batrasyco Lopes”, e vocês hão de convir que seja muito melhor ser Senhor EX “que ter um nome desse te acompanhando durante toda a vida”.
- Com isso alguns concordavam plenamente.
Então o narrador da vez continuava sua exposição de motivos: o nosso nobre amigo, foi criado em uma família abastada (porque não dizer rica), mas devido à má administração dos bens de seus pais, ficou pobre.
Ele é Ex-rico
Foi funcionário público de carreira, mas não conseguindo se adaptar com a burocracia, pediu exoneração do cargo que ocupava.
Hoje é Ex-funcionário público.
Deixou de exercer a profissão de Médico para se dedicar ao Direito.
Ex-Médico.
Casou por quatro vezes, (divorciando-se tantas quantas), e desses casamentos surgiram dois filhos, que com as separações veio descobrir que não eram de fato seus; ele então abandonou tudo e resolveu ficar solteiro.
É Ex-casado e Ex-pai.
Então nessa altura da narrativa, o Sr. Ex, solicitava a palavra e concluía a justificativa, em um tom de galhofa e brincadeira.
Então senhores; com tantos “Eis” durante toda minha trajetória de vida, estou resolvido que; definitivamente permanecerei Ex. E tem mais: estou tentando arrumar uma formula que não venha prejudicar minha hombridade, meu caráter e meu machismo, afirmo para todos, nesse momento solene que, em breve terei o prazer de acrescentar mais um Ex para corroborar com tudo que foi aqui narrado tão eloquentemente pelo meu amigo... (e falava o nome do narrador da vez).
Será acrescentado nas narrativas que também serei.
Sr. Ex-hétero.
“Mas ninguém terá o direito de afirmar que serei HOMO, porque para mim, OMO sexual, é marca de sabão para lavar as partes “Eróticas ou Íntimas” do corpo”.
Nesse momento todos os espectadores saiam em gargalhadas, não somente pela narrativa, mas pela cara de pau do Lopes.
O velho conhecido e gaiato.
Senhor EX.

QUE PENSEM!


SE PENSAREM QUE ME IMPORTO COM O
QUE PENSAM A
MEU RESPEITO,
ESTÃO ENGANADOS!
NADA QUE VEM DE VOCES ME
INTERESSA.
SEUS PENSAMENTOS,
SEUS JULGAMENTOS VÃOS,
SUAS CRITICAS, E
ATE SEUS ELOGIOS, NÃO TÊM A
MENOR IMPORTANCIA.
A LIBERDADE ESTA ACIMA DE
SEUS JULGAMENTOS, E
ATE DE SEUS COMENTARIOS FUTEIS.
CONTINUAREI INABALAVELMENTE
SEGUINDO OS MESMOS CAMINHOS
ÉTICOS
QUE TRILHEI DURANTE TODO TEMPO,
DOS QUAIS ME ORGULHO.
O QUE ESPERO?
DE VOCES, NADA! MAS;
DAQUELES COM OS QUAIS
SEMPRE MANTIVE
AMISADES SERIAS
E RESPEITOSAS.
O DE SEMPRE.
RESPEITO,
COMPREENÇÃO,
E CONFIANÇA.
QUE FAÇAM COMO FIZ.
SEMPRE AGRUPAMDO.
EXTIRPANDO AS DESAGREGAÇÕES,
PRIMANDO PELA UNIÃO.
AFINAL NÃO SOMOS ILHAS.
SOMOS ARQUIPELAGOS FORMANDO NAÇÕES.
FINALMENTE SOMOS SERES MUTAVEIS,
NÃO SO ME AÇÕES,
COMO EM PENSAMENTOS. E DESSA FORMA
JAMAIS PODEREI INTERFERIR NA FORMA DE
SUAS AÇÕES.
PORTANTO ESPERO
QUE CONTINUEM PENSANDO.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O FAZENDEIRO E A ONÇA


Lá no sertão do nordeste
Temos estórias legais
Que merecem ser contadas
Para torná-las reais
Quem as ouve acredita
Porque estão na escrita
E ficarão nos anais.

Essa que aqui escrevo
Foi-me muito bem contada
A noite estava acabando
Era quase madrugada;
Quando o compadre Ciro
Levantou, deu um suspiro
E narrou sua jornada.

Meus amigos, camaradas,
Vou lhes contar uma história
Que se passou sexta feira
E não me sai da memória
Hoje faz uma semana
Estava eu e a mana
Na fazenda Palmatória.

Fomos lá pra investigar
O que estava acontecendo,
Lá criamos cabras e bodes,
Estavam desaparecendo
Ficamos desconfiados
Que estávamos sendo lesados
Ou eles estavam morrendo.

Morrendo nós descartamos
Pois a carcaça ninguém via.
Saimos em procurada,
De noite e durante o dia.
Olhando por uma fresta
A mana viu uma resta
Que devagar se movia.

Ela me chamou baixinho,
Ciro venha ate aqui!
Eu vi algo diferente;
Está mais ou menos ali.
E apontou com o dedo
Foi ai que eu tive medo,
Um bicho grande eu vi.

Eu falei assim pra ela
Não tema, isso é um bode.
Então é bode sem chifres?
E ele tem até bigode.
Agora ele esta olhando
De fato nos encarando
Fujamos enquanto se pode,

Saímos abaixadinhos,
Caminhando de vagar
Ela disse acho que é onça
Porque já ouvi falar
Que por aqui aparece
Logo quando escurece.
Eu respondi: vou caçar!

Quando chegamos a casa
Fomos fazer um balanço
No quintal tava faltando:
Quatro guinés, um ganso
Cinco galos, seis galinhas,
Nove patos das vizinhas
Só de contar quase canso.

Três bodes, seis carneiros,
Muitas roupas do varal,
Um bezerro que pastava
La no fundo do quintal,
Sem contar com a cutia
Estimação da titia,
Que era um belo animal.

Três cabras com os filhotes,
Dois tatus e uma paca,
Um tamanduá bandeira,
Dois garrotes e uma vaca;
Desapareceu meu touro
Não güentei, caí no choro.
Que hora esse bicho ataca?

Foi quando a mana falou:
A onde está o meu gato?
Mimí desapareceu!
Vou ver se ta lá no mato.
E saiu numa carreira
Descendo pela ladeira
Fazendo poeira no asfalto.

Chamei logo minha turma
Pra caçar o animal.
Vamos dividir o grupo
Levem espingarda e bornal.
Bíu e Juca vão à frente
Atrás vai Mata serpente,
Eu dou apoio moral.

Chamei o também Bacanal
Que é bom atirador,
Seu Tonico, o Delegado,
Mandei chamar o Doutor,
O Lulinha de Lotério
Coveiro do cemitério
Que enterra matador.

O grupo já esta completo
Falta chamar meu irmão.
Mas cada um de vocês
Vai ter que levar seu cão
Caçar a onça no mato
Não vai ser nada barato
Temos que ter proteção.

Os cachorros que vieram
Eram em numero de seis
Três eram perdigueiros;
Vira latas também três,
Tudo com nome engraçado
O do Juca era viado
E o do meu é pedrês.

O do Doutor é mosquito
Fino feito um graveto
O do Biu era moleza,
Do delegado galeto;
O do mano é algodão
Porque é branco na mão
Mas no resto é todo preto.

Por volta das sete horas
Partimos para a caçada,
Queríamos pegar a onça
Bem antes da madrugada,
Não se ouvia um pio,
E bem na margem do rio
Encontramos a pegada.

Então seguimos o bicho
Andando juntinhos a margem.
Ali ninguém tinha medo,
Tudo gente de coragem.
Ficávamos imaginando
Que o bicho tava andando,
Pra esconder sua imagem.

Por volta da meia noite
Quase perdemos o rastro.
Então olhamos para o céu
Brilhava cheio de astro
Foi quando o Biu falou:
Eu como bom caçador
Acho que ela esta no mastro.

Olhamos na direção
Onde apontava seu dedo.
Fiquem todos bem atentos;
A onça esta com medo.
Do jeito que ela está
Pode ate nos atacar
No meio desse arvoredo.

Então todos nós ouvimos
O rugido do animal
Esta em cima do umbuzeiro
Alertou logo o Bacanal.
Era uma suçuarana,
Pense num animal bacana!
Aí começou o pau.

Então a bruta pulou
Bem em cima do viado,
Deu uma patada em moleza,
Que ele caiu de cu trancado.
O doutor lhe deu um tiro,
Ela não deu nem suspiro,
E ficou de bote armado.

Quando ela se preparou
Para atacar de novo;
Eu dei um grito medonho:
Atirem nela meu povo!
Foi um tiroteio danado,
Achei que tava acabado,
Quando eu conto me comovo.

Quando a fumaça acabou
Então todo mundo viu.
Onde estão Cachorro e onça?
Até o umbuzeiro sumiu!
Aqui tem um buracão
É buraco de um vulcão,
Quem falou assim foi Biu.

Ficamos todos parados
Sem saber que aconteceu,
Ninguém sabe, estava escuro
Tudo ficou cor de breu.
Correu tudo pro lajedo
Porque ficaram com medo,
Do grito que Ciro deu.

Falou bem sério o Doutor:
Nunca nós vamos esquecer,
Vai-nos ficar na memória
Até quando a gente morrer,
E se um dia alguém contar
Ninguém vai acreditar,
Vocês todos podem crer.

E foi naquele momento
Que assumimos compromisso.
Ficamos todos ajoelhados
No meio do alagadiço,
Rezamos para o Senhor
Que foi nosso salvador
De todo aquele feitiço.

Biu, Juca, Mata Serpente,
Bacanal, Tonico, Delegado,
Mano, Doutor, Lulinha e Eu
Todos muito emocionados
Estávamos todos abatidos.
Ao longe ouvíamos o rugido
Daquele felino safado.

Então meus nobres amigos,
Vamos agora acabar
Esse litro de Cachaça,
Sem ter que pestanejar.
Não esqueçam minha estória
Guardem dentro da memória
Para um dia se lembrar.

Agora amanhece o dia
Que pra nós ainda é cedo,
Nós que ouvimos a estória
Já estávamos até sem medo,
Está tudo bem tranqüilo
Depois que ouvimos aquilo,
Bem contado e com enredo.

Acabamos aquele litro,
Quando acabou sexta feira.
Amanheceu era sábado
Que é o dia da feira
Vocês creram no relato?
Acho que é real o fato,
Mesmo sendo brincadeira.

CONVERSANDO COM AS ESTRELAS



Abro os olhos, vejo o céu de uma noite escura e sem lua. Mesmo sem o brilho lunar ele esta lindo, totalmente pintado de pontinhos brilhosos, que piscam muito acima de minha cabeça.
Fecho os olhos e em um dialogo mudo converso; talvez comigo mesmo, com meu interior, com alguém que não esta, mas sempre esteve acompanhando-me, nessa longa caminhada de certezas e incertezas.
Não abro os olhos, mas vejo, ou simplesmente observo o interior do meu eu e falo sem palavras, do tudo que espero da vida, de mim, dos outros. E emito sem som um agradecimento ao céu.
Falo: como é belo a vida, belos momentos, belos sentimentos, belos encontros e desencontros, enfim o tudo que passamos juntos e continuamos passando, eu e a vida, eu e eu mesmo, eu e a fé, eu e o céu; que mesmo com a ausência de uma luz forte, brilha com tanta intensidade e com tanto vigor que deixa-me extasiado diante de tanta beleza.
Assim permaneço por horas e horas; mantendo esse diálogo mudo com a superior força que emana dos astros, intocáveis, distantes, mas, muito presentes.
E a esperança de poder conversar e ouvir os seus conselhos mudos que me atingem diretamente, deixando-me mais introspectivo, dando-me força e coragem, para manter sempre que possível uma conversa muda com minhas estrelas.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

E NOS ?


E nós, como ficamos?
Ficamos novamente a espera que algo aconteça?
E nossa luta, sem um objetivo definido, não nos vai beneficiar em nada ou a lugar algum, aí novamente ficaremos a ver navios? Navios que estão camuflados por traz das névoas de uma política povoada por pessoas que costumam legislar em beneficio próprio e sempre a margem da lei.
De que nos serviu dias e dias caminhando em prol de um ideal que até esse momento não sabemos qual era? Sim podemos dizer que “Era”. Porque ao que me parece já não os temos.
Terá sido mesmo por vinte centavos? Para alguns sim. Para outros era pelo fim da corrupção, por uma melhor educação, por melhor segurança, por moradia digna para a população, por seriedade na coisa publica, pelo fim do nepotismo, da impunidade, da morosidade do judiciário, pela moralização do executivo que continua olhando para o lado oposto onde estão seus pares, afim de que não vejam os desmandos e roubos, e continue falando que o (ouvi falar) ou (dizem que), nada significam, quando se apresentem provas, criam imediatamente uma comissão que ouve, ouve, e depois de muito, arquivam ou simplesmente absolvam os corruptos, larápios que usurpam não somente os cofres públicos mas as idéias e os ideais de um povo pouco esclarecido.
E nós ficamos felizes, esquecidos do que queríamos ou pensávamos querer, quando o nosso glorioso pais, representado por um time de futebol, sagra-se campeão em uma competição dirigida por uma entidade prepotente, cheia de cartolas velhos e retrógrados.
Novamente fomos absorvidos por um grito de gol, um grito tão forte que calou a voz e os ideais de uma nação.
Como poderíamos alcançar sucesso se não tínhamos a quem seguir? - E sem esse ponto referencial, seguimos cada um para um lado, que nem sempre era o correto, e ficávamos olhando os vândalos patrocinados pelos políticos; destruírem não somente o patrimônio público, mas também o privado, víamos uma policia que seguindo as mesmas ordens riam acobertando os vândalos,em sua onda de destruição, quando prendiam alguém, eram manifestantes pacíficos que nada tinham a ver com os baderneiros.
Será essa a mesma democracia que aprendemos nos livros? Até agora fico me perguntando; e na duvida, faço de contas que nada disso esta acontecendo.
Hoje fico apenas vendo e ouvindo pelos noticiários, o que não esta acontecendo e, dentro dos meus princípios críticos, vejo um povo manipulado pelos políticos, encherem um estádio de futebol e emitem gritos de “Amor a Pátria” com todas a forças de seus pulmões cantando:
Eeeeeeu; Sou Bra-si-leiiiiiiiro, Com Muuuuito Orgulhooou, Com Muito Amooooor !!!!!!!!
Continuem cantando!
Mas vamos pensar em tomarmos uma atitude mais séria, procurando novos lideres que não sejam contaminados pelos que hoje infectam os três poderes de nossa Republica.


A BATALHA DE FREI DAMIÃO


1
Na cidade de Mirandiba
Um Oasis no sertão
Aconteceu essa historia
E prestem bem atenção
Foi uma luta danada
Que aconteceu na estrada
Com o diabo e frei Damião
2
Isso é fato verdadeiro
Todos sabem disso lá
Perguntem a qualquer um
Ele começa a narrar
Como tudo aconteceu
Foi uma luta que fedeu
Fez ate cobra piá.
3
O diabo estava ali
Mas o bicho ninguém via
Assustava todo mundo
Sendo de noite ou de dia
Jogando pedra no povo
Do tamanho de um ovo
Quando acertava doía.
4
Isso durou muito tempo
E não tinha solução
Foi quando o Capitão Eliseu
Fundador da região
Resolveu solucionar
E logo mandou chamar
Um frade; Frei Damião.
5
Até o frade chegar
Foi uma semana e um dia
A população local
De casa já não saía
O Capitão Eliseu
Junto com o povo seu
Rezavam a Ave Maria.
6
E quando o frade chegou
Procurou logo a Igreja
E disse ao padre local
Vamos entrar na peleja
Vá chamar o Capitão
Bote o povo em oração
Que hoje o diabo gagueja.
7
Botou a batina nova
Um crucifixo na mão
E gritou para o demônio
Apareça meu irmão
Se você tiver coragem
Quero ver sua imagem
Mesmo com pedra na mão.
8
O bicho preto apareceu
Tinha apenas uma asa
Jogou logo uma pedra
Que quando caiu virou brasa
Frei Damião apanhou
E a pedra se transformou.
Assim você se arrasa!
9
O demônio deu um grito
E deu um pulo para o lado
Foi ai que o frei mostrou
O Crucifixo ao danado
Então o diabo falou
Essa você já ganhou
Mas volto mais carregado.
10
O povo saiu pra rua
Dando gritos de alegria
Frei Damião falou:
Esse é o primeiro dia
Outro dia ele volta
Pode fechar sua porta
Que a briga se inicia.
11
O Capitão Eliseu
Pegou o seu Bacamarte
Deu dois tiros para cima
E disse: de minha parte
Eu já estou preparado
Estou muito bem armado
Vou mandar o Cão pra marte.
12
Frei Damião falou:
Fique calmo Capitão
Ainda não é o momento
De nós entrarmos em ação
Vamos esperar pelo bicho
Só falemos em cochicho
Esperar na contra mão.
13
E quatro dias depois
Voltou o apedrejamento
O primeiro a ser atingido
Foi um velho num jumento
Levou foi uma pedrada
Que caiu numa calçada
Fez ali um juramento.
14
Oh meu São João querido
Eu quero aqui lhe falar
Que daqui de Mirandiba
Eu nunca vou me mudar
E se o senhor me proteger
Eu vou lhe agradecer
Ate a morte chegar.
15
Frei Damião aparece
Tendo ao lado o vigário.
Dizendo o cão danado
Pensa que eu sou otário
Vou mostrar pra esse bicho
Que vou levá-lo pro nicho
E tira-lo do cenário.
16
Chegou no meio da praça
Gritou logo para o cão
Vou ver se você aparece
Com sua pedra na mão
Pois eu quero lhe mostrar
Quem é que aqui vai mandar
Garanto; é Frei Damião.
17
Com essa sua corcunda?
Você não manda em nada!
E quem vai mandar sou eu
Ate alta madrugada
Vou virar toda cidade
Porque essa irmandade
Esta na minha jogada.
18
O frade olhou para um lado
Viu o capitão Eliseu
Mostrando o seu trabuco
Em todo seu apogeu
Mostrava a bala de prata
Pra acabar com a bravata
Daquele que era ateu.
19
Do outro lado o vigário
Nem chorava nem sorria
Estava bem abraçado
Com a imagem de Maria
A mãe do Nosso Senhor
Que é nosso protetor
E é Ele quem nos guia.
20
Frei Damião disse logo:
Nosso time está completo
Vamos partir para a luta
Pra eliminar o inseto
Ele vai feder a breu
Garanto-te Eliseu
Dessa forma eu desinfeto.
21
O diabo dava risadas
Que parecia trovão
Pensando em amedrontar
O frade frei Damião.
Da boca saia fogo
Era um jeito demagogo
Só pra chamar atenção.
22
Se eu levantava a mão
Dela vai sair um raio
Se eu levantar a outra
Garanto que subtraio
A alma de um morador
Que sentira tanta dor
E vai virar meu lacaio.
23
Se eu der apenas um vôo
Bem por cima da cidade
Vou trazer toda população
Para minha irmandade
E vou poder comandar
O povo desse lugar
Pra fazer atrocidade.
24
Cale a boca seu safado
Falou o frei Damião
Porque quem mora aqui
Tem muita fé, é cristão
Acreditam no Divino
Dono de nosso destino
Que é nossa salvação.
25
Ai o frade exibiu
A Cruz de Nosso Senhor
Toda bordada em ouro,
Foi aquele esplendor!
Era luz pra todo lado
Deixando o cão arrasado
Gemendo com muita dor.
26
Agora peça perdão
Do mal que você nos fez
E fique bem convencido
O mal aqui não tem vez
Quero que você se vá
E saia desse lugar
Leve sua estupidez.
27
Ouviu-se um estampido
Uma fumaça subiu
E uma chuva de rosas
Nesse momento caiu
Cobrindo toda cidade
É essa toda verdade
Pra quem leu ou só ouviu.
28
O Capitão Eliseu
Abraçou frei Damião
Chamou todos da cidade
E foi aquele festão
Acenderam a fogueira
Foi quadrilha a noite inteira
Era noite de São João.

terça-feira, 4 de junho de 2013

MEUS CABELOS



Anos atrás, nem me lembro quantos fazem; mas me lembro!
Não como se fosse hoje (para não cair no lugar comum), mas realmente lembro-me; estava diante de um espelho enorme, em uma dessas lojas de confecções, ali me vi quase que por inteiro diante daquele espelho, e algo me chamou a atenção; um cabelo branco, ”branquinho mesmo”, que se destacava entre os muitos cabelos castanhos que cobriam meu couro cabeludo.
Imaginei naquele momento: esse sinal nunca tinha visto antes!
Parei por alguns segundo a admirar meu primeiro cabelo branco, a partir daquele momento ele passou a ser o alvo de minha preocupação, ele jamais será molestado por alguém, poderia ser admirado, mas nunca tocado e nem tão pouco ser motivo de zombaria de quem quer que fosse. Passei a escondê-lo, não por vergonha, mas por zelo, queria conservá-lo ali, mostrando seu prateado para o mundo, feliz por ser o primeiro, forte e vigoroso por ser o único.
Aumentou em muito minha preocupação, quando depois de muito protelar tive que me render aos apelos dos amigos, (Cara; tens que derrubar essa “mata”, não adianta tentar esconder que a velhice esta se aproximando), estamos pensando em levá-lo a presença do barbeiro, ai ele dará um jeito todo especial (sob nosso comando) nesse teu solitário cabelo branco.
Não precisou; pedi para o profissional cortar meus cabelos sem danificar aquele que era de minha maior estima.
Quais deles? (perguntou o profissional sorrindo).
Foi naquele momento que observei: ele não era mais o único, e já não dava para saber quem era o primeiro; dezenas de outros haviam surgido sem que me “desse em conta” de que não iria ficar apenas com um cabelo de cor prateada.
Não houve frustração, decepção, ou outro sentimento que não fosse de alegria. Estava eu passando naquele momento do grupo dos cidadãos comuns para outro que mereceria o respeito dos mais novos, isso porque no nosso entender os mais “velhos” merecem o respeito dos mais novos, apesar de tudo isso ser uma questão de época, que passaram por outros tipos de formação educacional.
Hoje; depois de muitos dias, meses e anos de observação capilar, vejo-me novamente contando (agora em sentido inverso), os cabelos castanhos, que ainda restam escondidos por trás de centenas e milhares de cabelos brancos, mas continuo tentando preservar e proteger os poucos e remanescentes cabelos que ha muitos anos atrás, mesclavam de cores quase doiradas a minha vasta cabeleira de cor castanha.




segunda-feira, 3 de junho de 2013

O SILÊNCIO E A SOLIDÃO



Nada mais barulhento que o silêncio.
Nada mais desconfortante que a solidão.
Parceiros ”gêmeos” univitelinos,
completam-se e dialogam entre si, relembrando os caminhos retos ou tortuosos do passado. Nunca permitindo que se vislumbre um futuro, pois a incerteza é o motivo de tudo.
Ou de nada!
Almas xilófagas, unidas apenas pelos pensamentos de quem as curtem.
Pintam quadros, deixando que os restos das tintas respinguem sobre o pintor, deixando-o mais reticente, mais vulnerável, menos criativo e menos prevenido, permitindo que se entregue aos pensamentos vagos, imprecisos, irreais, dos pesadelos e das introspecções.
Ambas é o caminho para uma visão do si para si, do eu para o eu, nunca do nós para nós. Solidão e silencio não permitem outros, são unos, são sós.
Se permita pelo menos uma vez que a solidão e o silencio sejam seus companheiros, e vejas que nunca te encontraras em total isolamento em total surdes.
Pois assim é a vida, movida por uma engrenagem de momentos silenciosos e solitários.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

CRISÁLIDAS

Desde sempre, estive observando;
não você, nem eu, mas nós.
- Vendo-nos.
Nada sublime, mas empolgante.
Com imparcialidade vi-nos,
você, eu, apenas um, um de dois,
um de vários, um de um.
Mudanças, de pensamentos únicos,
compondo coisas e sonhos.
Realizando coisas e elevando sonhos.
Povoando e sonhando.
Mudando o incerto, trazendo para muitos
um pouco de nossos sonhos, e incentivando-os
a sonhar, fazer a metamorfose desses sonhos,
transformando-os em realidade.
Mudanças chocam, mas abrem novos horizontes,
para a vida, para mim, para nós, para todos.
Impulsionados pela “mola” propulsora dos sonhos,
abrimos caminhos, desbravamos floresta,
cruzamos mares, e alcançamos pontos que
pensávamos inexpugnáveis.
- E Vencemos.
Com a vitória; não vimos à missão cumprida.
Novos sonhos vieram e novos sonhos virão.
Em minha observação, vi-nos lutando e
correndo riscos para novamente
termos o direito de continuar sonhando.
Vivenciando a metamorfose
desses sonhos, em vida..


VISÃO NOTURNA



Olho o céu com um
tom um tanto inebriado,
e vejo entre nuvens
a lua prateada,
quase sem brilho
quase sem sal.
Vejo-te entre as
nuvens passeando,
e sinto o brilho em
ti maior e muito
mais forte
que o brilho lunar.
Ah! Quem me dera;
ver-te sempre assim
brilhando e passeando
em meus pensamentos
como as nuvens
passeiam sob o céu
brilhante de uma
noite de verão com
lua cheia.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

UM HIPER PESCADOR



Quase todos os dias, sempre no mesmo horário víamos o Flavio passar carregando dois peixes de aproximadamente 6 kg cada um, e fazia isso de uma forma bastante convincente do peso dos peixes, ele caminhava sempre em direção ao rio, alguém perguntava: vens do trabalho? A resposta era sempre a mesma: Não; estou indo.
Quando nos finais de semana, na praça, costumavam sempre reunirem-se, jovens e velhos para conversar sobre os fatos ocorridos durante a semana, o Flavio se destacava, contando aventuras de pescarias suas feitas no rio que cortava a cidade. Ele falava da quantidade de peixes que existia no rio, mas que nos últimos anos essa quantidade estava diminuindo a olhos vistos, e queixava-se da falta de consciência da população que poluía os rios sem se importar com a natureza, e que o rio que foi durante anos um provedor de comida para a população da cidade; agora ate os locais onde se costumava tomar banhos em finais de semana, estavam desertos, mas para o Flavio, nunca faltava peixes, só que para ele não bastava ser peixe, tinha que ser um peixe especial, com tamanho e pesos que ele sabia avaliar, e ele falava: para mim “hiper pescador” só costumo trazer peixes acima de 250 kg.
Então seus amigos que nunca tinham o visto com nenhum peixe, a não ser aqueles que ele carregava quase todas as manhãs, e dizia que esta indo para o trabalho, gargalhavam e tiravam anedotas com ele, dizendo: esse nosso rio mal encontramos piabas, como consegues pescar alguma de mais de 259 Kg?
E ele retrucava: é somente esperar minha volta da pescaria, então vocês vão ver que em um lugar especial desse rio, tem peixes grandes; mas nunca revelarei pra vocês, onde.
Quando de sua saída da pracinha, alguns combinaram que iriam monitorar a saída e a chegada do Flavio com o famoso peixe grande.
Dois dias depois, logo cedinho, lá vinha o rapaz carregando dois peixes de aproximadamente 6 kg cada, amarrados cada um nas pontas de um pau que o Flavio carregava tipo cangalha, um deles perguntou: são esses os super peixes de nosso rio? Não amigos, esses são as iscas, para pescar o nosso peixão, (todos gargalharam, inclusive o Flavio), e voltas dessa super pescaria quando? Amanhã por volta de 4 horas, eles ficaram olhando o rapaz entrar em seu barco e subir o ri em direção de ninguém sabe aonde.
Na manhã seguinte às 4 horas estavam lá a margem do rio, esperando a chagada do barco do Flavio, quando o Malaquias grita: olha ali o barco, ele já aportou! E onde esta o pescador? Olhem lá do outro lado do píer! Todos ficaram de queixo caído, o Flavio estava trazendo um enorme peixe às costas, e vinha rindo do estado de torpor que estavam seus amigos, sem acreditarem no que estavam vendo.
O HIPER PESCADOR, provava que realmente naquele rio, em um lugar somente conhecido por ele, havia realmente os SUPER PEIXES apregoados pelo pescador.

AGASALHO



Se o frio dos dias acontecerem
Espero ter-te sempre aqui ao lado
Porque sem ti estou tão vulnerável,
Que vou sentir-me assim acovardado.

É que o nosso mundo é muito falho,
E tua ausência é algo irreal,
Então me sentirei sem agasalho.
E posso perecer de qualquer mal.

Meus dias sem ti serão escuros,
Com névoas ofuscando-me a visão
Sem ti meu precioso agasalho
Serei apenas mais um na multidão.

Contigo enfrentarei mares revoltos,
Avalanches, raios, quiçá um tsunami,
Se estiveres envolto em mim meu agasalho,
Jamais me sentirei como um infame.

Com a certeza que junto estaremos,
Vai me tornar um ser mais coerente
Assim afirmarei meu agasalho
Contigo viverei eternamente.

segunda-feira, 4 de março de 2013

MOMENTOS

 
 

Um dia.

Momento, vida, espasmo, dor, solidão.

Companhia, afeto, parceria, cumplicidade, união.

Caminhos que se perpendicularizam em junção.

Nada mais perfeito, mais amante. Nosso coração.

 

Um dia.

Casa, abrigo, caverna, qualquer um, nosso lar.

Mediocridade, insensatez, disfunção, Calabar.

Absolvição, mais inconsequência, quase um par.

Entes que vives seu dia-a-dia, apenas para amar.

 

Um dia.

Movimentos de corpos em ondas bem constantes.

De um vai e vem, ritmados quase delirantes.

Que se completam em formas tão vibrantes.

E em seguida caem em espasmos extasiastes.

 

Um dia.

Risos e lágrimas, afagos, caricias e mais calor.

Quando almas se unem em momento furta-cor.

Nada de fel, somente mel, em forma perfeita de flor.

Assim definimos nossos momentos de amor.

Tudo em segunda mão


Assim é o Brivaldo, calmo, tranquilo, desligado dos comentários que possam fazer a seu respeito, porem determinado naquilo em que está focado; respeitador; e espera respeito não somente pela sua pessoa, mas também pelos seus atos, visto que, como fala o Brivaldo: “tudo aquilo que faço ou pratico é de responsabilidade única minha” é bom trato e tem bastante amigos.

Conhecido entre eles como “segunda mão”.

É que o nosso focado, tem a mania (que acreditamos ser o único) de só possuir coisas que já tenham sido usadas por outra, ou outras pessoas, não que ele nunca adquira algo em lojas de departamento, livraria ou confecções, (o faz com muita frequência), isso porque além de ser bastante vaidoso ele gosta de andar sempre (porque pode) dentro da moda.

Imagine que alguém recomende para ele um livro, (como não gosta de pedir nada emprestado), o Brivaldo compra de outra ou da pessoa que  indicou o referido livro, e aí esta lendo um livro de segunda mão.

Roupas é o mesmo procedimento, apenas com a diferença de que ele adquire a roupa mas antes de usa-la, pede a uma pessoa que primeiro vista-a pelo menos por um ou dois dias, para em seguida devolver e só ai ele passaria a vestir aquela indumentária.

Moveis por exemplo, só comprava em brechós, reformava-os para em seguida utiliza-los, o que não é diferente com carros, ou outro tipo de transporte por ele utilizado.

Quando foi comprar seu apartamento, fez questão de informar para o corretor que queria um apartamento novo, mas que já tivesse siso adquirido por outra pessoa, tipo repasse ou desistência, mas que já tenha sido ocupado anteriormente.

Essa mania é deu para o Brivaldo o apelido de “segunda mão”.

Um dia, em um dos encontro do famoso clube SAF (Sombra e Água fresca, clube fechado para um grupo de amigos em finais de semana) que o Brivaldo anunciou para os amigos que estava de casamento marcado para breve, o que deixou entre eles um que de preocupação e porque não dizer de euforia e expectativa.

Qual seria o amigo que teria a incumbência de “trabalhar” a noiva para o Brivaldo? (e foi esse o motivo dos risos de todos naquela noite), mas  “segunda mão” permaneceu inflexível e tomou parte das brincadeira sem se ater ao fato em si, e brincava com os amigos de modo bastante tranquilo.

Finalmente chegou a grande data, a cerimônia transcorreu na maior expectativa, nenhum dos amigos conheciam a noiva, e ficaram estupefatos quando a viram entrando na igreja, Jovem, morena, cabelos negros brilhantes, trazendo sobre a cabeça apenas uma belíssima orquídea branca com tons de lilás, um vestido curto que dava destaque as pernas bem torneadas da bela jovem, seu sorriso era uma constante demonstração de alegria e felicidade, que contagiava a todos que estavam lotando a matriz central da cidade.

Após a cerimônia, todos se dirigiram ao salão de recepções que ficava anexo a igreja. Bebidas para todos, bastante canapés, salgadinhos, refrigerantes, cerveja e whisky para todos, mas estava faltando algo ou alguém que solicitasse do Brivaldo explicação, no que se referia a noiva, agora “Senhora Brivaldo”, foi quando o noivo parecendo que estava sendo cobrado por algo,  naquele momento, o Brivaldo falou de forma bastante emocionada para todos aqueles que de fato estavam esperando as palavras do “segunda mão” o  noivo.

Meus amigos como todos que me conhecem sabem muito bem que; tudo que eu tenho já pertenceu a alguém, e quando não pertenceram eu faço com que pertençam, pelo menos por uma ou duas vezes a alguém, quero que todos conheçam minha esposa que eu amo de paixão, e aqui quero deixar bem claro para todos que essa será a única vez que nenhum de meus amigos terão o direito de uso de algo (nesse caso , alguém) que é meu.

Essa é a Vitória, jovem de 24 anos, morena belíssima e de uma meiguice fora do comum, que de hoje em diante deixara de ser a “BELA VIUVA MORENA” e passara a assinar como:  Senhora Vitoria esposa do Brivaldo..

E “para aqueles que esperavam de mim outra atitude”, continuo coerente com meus princípios. Casei com uma “segunda mão” com muito orgulho.

E o que era expectativa se transformou em desilusão, mas nada que tirasse o brilho da festa de casamento do Brivaldo o “SEGUNDA MÃO
 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

EU VI


EU VI o mundo onde vivemos

Girando como espiral

Para alguns o ruim é bom

Para outros o bom é mal

Por isso meu camarada

Você não sabe de nada

Vamos viver na real.

 

Vi que mesmo andando em frente

Nunca esqueçamos os lados

Jamais pense que o mundo

Pra você esta acabado,

Nunca se sinta na pior

Se supere numa maior,                                                

Deixando todos abismados.

 

Vi que Deus escreve certo

Mesmo a linha estando torta

Quando entramos em desespero

A vida já não nos importa

Mas a voz da sabedoria

Ensina-nos todo dia

Que Deus nos abre uma porta.

                

Vi que somos do SENHOR

Sua imagem e semelhança

Esse é nosso legado

Recebido como herança

Nunca esteja conformado

Tudo será alcançado

Tenha isso na lembrança.

 

Vi que a nossa mente

Cura-nos de qualquer dor

Com ela nos completamos

Digo sem nenhum temor

Nossa mente é nossa cura

Isso quem nos assegura

É a Força Superior.

 

Vi alguém que é muito frágil

Ser mais forte do que eu

Pensei que era gigante

Mas sou mesmo um pigmeu

Diante daquela luz

Quebrando todos os tabus

Senti-me como um plebeu.

          

Vi que toda minha fé

É pequena ate demais

A luz superando tudo

Apoiada pelos pais,

Estava a minha frente

Com seu brilho reluzente

Desabrochando a paz.

 

Vi a Camila Mancini

De beleza exuberante

É pessoa iluminada

Com o brilho mais brilhante

É de uma beleza tão pura

Que emana só ternura

Daquela bem cativante.

 

Vi a vida de uma forma

Que não tinha visto ainda

Essa forma para mim

Era uma forma bem-vinda

Então foi nesse instante

Vi-me como um estudante

Descobrindo coisa linda.

        

Vi e ouvi o exemplo

De muita superação

A mente ajustando o corpo

Em prol da restauração

Os pais dela apoiando

E a “luz” se superando

Nos momentos de aflição

 

Vi que a beleza externa

Só causa admiração

Que a beleza maior

Trazemos no coração

Essa pode se espalhar

Isso em qualquer lugar

Causando ate comoção.

 

Vi um ser pequenininho

Que mantém o alto astral

Alegre e extrovertida

Pessoa muito legal

De inteligência tão fina

Que vi naquela menina

Um anjo muito real.

 

 

 

Vi Camila como exemplo

De uma força superior

Ela emana a meiguice

Determinação e amor

É o símbolo do carinho

De um ser pequenininho

Frágil como um beija-flor

            

Eu vi que existem flores

Belíssimas e sem espinhos

E pássaros com cores raras

Mesmo estando em seus ninhos

Os dois são coisas tão belas

Que temos que ter cautelas

E pegá-las com carinho.

 

Vi que nosso pensamento

Vai aos lugares mais altos

Em menos de um segundo

Giramos a terra em um salto

Isso porque nossa mente

Tem a força tão potente

Que não teme aos desacatos.

 

Vi que a beleza interior

É a beleza mais bela

A beleza que encanta

Quando estamos perto dela

A beleza da mulher

Mesmo não estando de pé

Tem a alma mais singela.

 

Vi que a nossa vida

É pautada por instantes

Em minorias escuros

Na maioria brilhantes

Somos apenas passageiros

Andando dias inteiros

Driblando os aviltantes.

                   

Vi que assim vivem aqueles

Que têm que si superar

Nadando contra a corrente

Dos que não sabem amar

Os donos do preconceito

E são cheios de direito

Que vivem a discriminar.

 

Vi que esses não sabem

Que a vida é muito mais

Que a beleza externa

Que eles acham demais

Mas nossa realidade

Discrimina só maldade

Desse pobre incapaz.

 

Vi que o preconceituoso

É quase irracional

Querem eliminar os mais “fracos”

Achando que causam mal

Estão eles enganados

Os exemplos ficam dados

Esse é fator principal.

          

Vi que existem pessoas

Que emanam só bondade,

Iluminando onde passam

Deixando-o bem à vontade

É isso que nos ensina

Que a vontade Divina

Supera a desigualdade.

 

Vi em Camila Mancini

Força e superação

Demonstrando que a mente

Tem mais força que Sansão

A força dada por Deus

Que protege os filhos Seus

Nos momentos de aflição.

 

Vi que tenho que agradecer

A Camila e a seus pais

Ensinaram-me que a vida

É bonita por demais

Vi que a simplicidade

Age em forma de bondade

Elevando-nos muito mais.

 

Vi que tive uma lição

Que aqui passei adiante

Que a Camila Mancini

A mais bela Cadeirante

Fez-me escrever essa historia

Que ficara na memória

De um poeta Bengalante.