sexta-feira, 4 de novembro de 2011

É MUITO BOM ENVELHECER


Autor desconhecido

Não sei quem é o autor, mas estou editando o texto em meu blog; para que outros também aprendam a envelhecer.


- Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa. Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítico de mim mesmo.
- Eu me tornei meu próprio amigo...
Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou pela compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio.
- Eu tenho direito de ser desarrumado, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.
Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo o jogar no computador até as quatro horas e dormir até meio-dia?
Eu dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 & 70, e se eu, ao mesmo tempo, sinto desejo de chorar por um amor perdido...
- Eu vou.

Vou andar na praia em um short excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no Jet set.
- Eles, também, vão envelhecer.
Eu sei que eu sou às vezes esquecido.
Mas há mais, algumas coisas na vida que devem ser esquecidas.
- Eu me recordo das coisas importantes.

Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado.
Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro?
- Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão.

Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.
Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.
- Muitos nunca riram, e muitos morreram antes que seus cabelos virarem prata.

Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo.
- Você se preocupa menos com o que os outros pensam.
Eu não me questiono mais.
Eu ganhei o direito de estar errado.
Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser velho.
- Ele me libertou.

- Eu gosto da pessoa que me tornei.
- Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será.
- E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).
- Eu tenho o direito de viver, da melhor forma “para mim”.

EM QUANDO ESCREVO


Em quando escrevo me sinto, me vejo, me compro, me deparo com coisas inebriantes.
Em quando escrevo eu vejo o prazer, a prece, a paz, a vida, a voz nas letras, o espaço, o continuo, a harmonia entre palavras, a coerência no sentido das coisas.
Em quando escrevo não olho, só vejo, me igualo aos maiores, porque aqueles que deixaram entre nós a escrita em tom de voz souberam muito bem dizer, que o prazer nem sempre se obtém com sexo, é algo mais, transcende ao real, é muito mais concreto e muito menos abstrato, é a sua permanência entre os demais; é perene.
Em quando escrevo me comparo e faço comparações: sou vegetal, mineral, crio asas, vôo e pouso, escavo a terra na esperança de novas descobertas.
Em quando escrevo me vejo arvore, ofereço sombras, dôo frutos que saciam fomes, absorvo as impurezas e devolvo algo que possa ser respirável.
Em quando escrevo sinto-me rocha, pedra preciosa, calcário, argila e vejo-me escultor esculpindo e materializando uma obra prima.
Em quando escrevo, não corro, ando salto e elevo o pensamento ao desconhecido, não canso, energizo o corpo e a alma, dou asas à imaginação; corrijo; acertos e erros controlam o incontrolável, guio e dirijo, e sou guiado pela inspiração.
Em quando escrevo não odeio, sou amor, carinho e esperança, estrada íngreme que se tornar plana, caminhos tortos que se tornam retos, verdades bem verdadeiras, sou saudade.
Em quando escrevo, não sou sonho, sou real, não me escondo, simplesmente exponho-me ao julgamento à minha obra, sem medo sem temor, mas na certeza de que acertos e erros são normais na vida.
Em quando escrevo, transmito, aprendo e ensino; provoco sorrisos e lágrimas, simplesmente provoco; deliro com as reações, transponho barreiras e levo outros comigo.
Simplesmente me completo.
EM QUANDO ESCREVO

A VIAGEM QUE NÃO QUERIA FAZER


Na trajetória das nossas vidas, muitas e muitas vezes nos deparamos com momentos que jamais tínhamos pensado em os vives, nessa hora, temos que nos transformar em super homens para superá-los, de forma que as seqüelas que venhamos ter sejam diluídas com o passar do tempo, mesmo sabendo que jamais esqueceremos.
Essa narrativa serve apenas como registro de uma viagem que jamais pensei em fazer, ou pensava em fazê-la em outras circunstancias.
O lugar tem pouca importância nesse momento. Poderia ser a poucos quilômetros de distancia, ou a centenas ou milhares, quando se trata de tragédia ou fatalidade; a distância tem o mínimo de importância.
- Toca o telefone, uma pessoa do outro lado fala: tenho algo para lhe dizer, mas não sei nem como começar, (e faz uma pausa onde, um segundo se transforma em horas), em nossa cabeça centenas de coisas sem nexos passam em uma velocidade bem maior que a da luz.
- Seu filho sofreu um acidente; esta hospitalizado; não sei dizer se com risco ou não de vida, mas é grave. Que tipo de acidente? Como aconteceu? Onde foi? Em que estado ele se encontra? Quem te comunicou o fato? São essas as perguntas que fazemos de imediato, e aos pouco vamo-nos inteirando do acontecido.
Uma sensação de vazio toma conta de nos, afora a sensação de não saber o que fazer, é ai que nos sentimos incompetentes, diante da vida. E o que é a vida senão uma seqüencial de momentos de certezas e incertezas.
Partimos para o desconhecido. Horas que parecem dias, e dias que parecem anos. Vai se agrupando e aumentando o ritmo das batidas do coração, não sei se a adrenalina funciona nessa hora, mas em nossa visão aparecem figuras e imagens que nunca vimos, ou não queremos ver.
Finalmente, com passos curtos, como se seu cérebro se esquivasse de ver a cena, e retardando mais e mais esse encontro; você esta diante da pessoa querida, deitado sobre um leito de hospital, completamente sem ação, mas com um objetivo de cura fora do comum. É um choque e um alívio ao mesmo tempo, aí as sensações se misturam e lhe confundem.
Choque pela cena que aparece diante de seus olhos, e alivio por ver que a vida é de fato uma dádiva de Deus.
Estamos ali, diante de nosso filho; de olhos fundos, mas brilhantes, de pele muito pálida, mas com vigor; são as justificativas que vieram em nossas mentes naquele momento; para não acharmos que tudo estava perdido.
Procuro controlar as lágrimas e não consigo, palavras embargadas saem de minha boca, na garganta corta a voz.
E quase em uníssonos, falamos:
Como estas, filho?
Estou bem meus pais!
Olho para os lados procurando um apoio. Então imediatamente vem a reação. Nesse momento, quem realmente esta precisando de apoio é ele, nosso filho.
Trinco os dentes, pressiono os lábios, fecho os alhos com bastante pressão e digo: vai dar tudo certo, fé em Deus e em você mesmo é o que vão acelerar sua cura.
Silencio.
Quais as palavras que devo dizer? Será que existem palavras para serem ditas nesse momento? Acho que não. Mas alguma coisa tem que ser dita, para iniciar uma conversa.
Mas sobre o que?
No instante, sai dos lábios dele a resposta.
Como foram de viagem?
Sorrio e respondo: bem.
Novamente silencio.
Ai vem à interferência da mãe, sábia e decidida.
Meu filho; centenas de pessoas estão torcendo por você, todas, em uma corrente de orações, e com certeza Deus esteve com você no momento do acidente, e continua aqui a seu lado lhe protegendo; e pode ter convicção de que nada do que tenha acontecido, afetara seu dia a dia, isso você vera em um futuro muito breve.
Chego à conclusão de que, nada somos diante da imensidão do universo, somos falíveis, nada do que pregamos que somos ou pensamos ser é real, muito, mas muito acima de nós existe um comando que guia não somente nossos passos, mas tudo o que esta aos nossos lados, acima ou abaixo de nós. A força, o poder, a benevolência, o carinho, a caridade, tudo isso é fruto de nossa fé, e se mantivermos essa fé, por certo conseguiremos remover montanhas, não essa montanha que chamamos de acidente geográfico, mas a montanha muito maior que nos separa de Deus, é essa montanha que com nossa fé conseguimos mover, e quando o fazemos, realmente estamos diante D’Ele.
E foi e é realmente o que aconteceu e esta acontecendo com nosso filho, sua fé fez e continua fazendo dele um ser especial; seu processo de recuperação é uma demonstração disso, sua conversa constante com Jesus, faz com que tenhamos a certeza de que nosso filho esta sendo muito bem cuidado, pelas mãos do(a)s médico(a)s e enfermeiro(a)s, mas com a supervisão permanente D’Ele.
Tudo ira dar certo, não existe a menor duvida de nossa parte e também daqueles que conhecem e vivem direta ou indiretamente ligados ao fato.
Hoje estamos mais tranqüilos e certos de que nosso filho irá conseguir mover essa montanha e voltar a caminhar com seus passos firmes, seguindo sua trajetória para atingir seus objetivos de vida.
GRAÇAS A DEUS.