domingo, 2 de dezembro de 2012

EM BRIGA DE MARIDO E MULHER....


Eu estava em Tambaú,
E andava todo prosa,
Quando avistei o Verçosa,
Bem deitado em sua rede rede.
Pediu água. Ta com sede?
Perguntou sua mulher.
Então você fica em pé,
Que eu não vou atender;
E digo uma coisa a você:
Acabou o tempo ruim.
Agora vai ser assim
Pois a coisa vai mudar,
E se você não gostar!
Vá pra bem longe de mim.

Eita, que agora danou-se!
Estamos trocando o papel.
Acabou lua de mel?
Responda-me então, por favor.
Se for assim eu não vou,
Deitar na rede outra vez,
Te garanto oh! Bela Inez,
Nunca mais vou pedir água!
Não quero te ver com mágoa,
Par não ficares mais feia,
Eu não caio em outra teia;
Porque eu tenho vergonha.
Como disse a dona Tonha:
Tu és chave de cadeia.

Você esta enganado,
E digo uma coisa a tu:
O meu nome é Marilu,
E nunca fui Bela Inez.
Então contes de um a três,
Não queira ser engraçado,
Se queres ser respeitado,
É bom que andes direito;
Assim mereceras o respeito
Daquele que te conhece.
Ajoelhes, e rezes uma prece,
E peças perdão a mim.
Porque se fazes assim,
Nunca mais você esquece

Esperes um pouco, mulher!
Tas passando dos limites!
Espero que não imites,
Tua vozinha, a Raimunda;
Que por causa da corcunda,
Culpava sempre o marido.
De ter ficado escondido,
Das coisas que acontecia.
E que mais dia menos dia,
Terminaria sofrendo.
Não é isso que estão vendo
Ao desmontar o mistério.
Ela foi pra o cemitério,
E ele ainda esta vivendo

Esqueças de meus avós,
Principalmente a vovó;
Que era cobra de cipó
Daquelas que tem veneno.
Meu avo que é Chileno,
Gosta muito de você.
Mas um dia ele vai saber,
Quem de fato você é.
Explora muito a mulher,
E acha isso bonito.
Mas pra mim é esquisito
Não pertenço a esse meio
Por isso estou dando um freio
Pra tudo ser mais bonito.

Tenha calma Marilu,
O papo tá muito feio,
Seguremos mo esteio;
Senão nossa casa cai.
Diga se vai ou não vai,
Terminar com esse papo?
Isso não fica barato;
Do jeito que esta andando.
Vamos logo nos calando,
Pra ver se tudo da certo.
Portanto não fiques perto,
E se afaste de mim.
Porque se continuar assim,
Garanto-te que lhe aperto.

Eu sei que estas querendo
Fugir da responsabilidade,
Mas pra mim isso é maldade
Que praticas todo dia.
Fizeste assim com Sofia,
Tua terceira mulher.
Por isso ela deu no pé;
E nunca mais ninguém a viu.
Tu dizes que ela fugiu
Levou o guarda-roupa inteiro
Só não levou o dinheiro
E te deixou foi no pasto;
Sumiu não deixou nem rastro.
Foi morar no estrangeiro.

Aí! - Estas muito enganada,
Quem fugiu não foi Sofia
Isso quem fez foi Maria,
Minha primeira mulher
Que se foi com o José
No dia de carnaval
E sumiu no matagal
Só deu noticia depois
Dizendo que nunca foi
Apaixonada por mim
A história conta assim
E tudo não é verdade
Hoje implora caridade
E quer voltar só pra mim.

E a segunda e a quarta?
Fugiram de madrugada.
Hoje estão apaixonadas,
E moram na mesma Casa.
É uma paixão de brasa;
Quando beijam sai fumaça.
Todo mundo acha graça,
E riem muito de tu.
Pois aqui em Pitimbu
Todo mundo sabe disso.
E hoje é meu compromisso
Acabar com a palhaçada,
Por isso vou pra calçada,
Dar um fim em tudo isso.

Foi ai que resolvi,
Apaziguar a peleja.
Dizendo: seja o que seja,
Vamos acabar com a briga;
Tudo isso é intriga
Vinda da oposição.
Por favor, não digam não,
Que vou procurar um jeito,
De acabar com o defeito;
Que é briga entre casais.
É um pra frente e pra traz,
Por isso eu vou lá à praça,
Dizer : tudo foi só graça
E que brigas nunca mais.

Aí a coisa mudou,
E se virou pra o meu lado.
Os dois ficaram danados
Com a minha interferência.
Disseram: na nossa crença
Só tem lugar para dois.
E você volte depois.
Tiro o rabo do caminho,
Porque senão o espinho
Vai sobrar é para mim.
E então foi mesmo assim
Que acabaram os dois rindo
E assim foram saindo;
Direto pra o camarim.

Fiquei sentado na sala
Meditando sobre tudo,
Dizendo: devo ser mudo
Pra não falar no momento.
Então ouvi um lamento
Que vinha vindo de dentro
Do quarto daqueles dois.
- Mulher; deixa isso pra depois,
Que minha “Merda” ta mole;
Mesmo que tu a esfole,
Ela não vai levantar.
- Levantei-me da cadeira,
E sai muna carreira,
Pela praia a gargalhar.

QUANDO VOCE ME OLHA!

Quando você me olha.
Sinto-me nu
Nu apenas por comparação.
Sinto-me sem defesas,
a mercê de você,
A mercê do mundo,
A mercê da vida.
Deságuo em ti.
És meu receptor, meu muro de sustentação,
Coluna na qual me encosto não apenas nos momentos de euforia,
Principalmente nas horas de calmaria.
Durmo calmo, tranquilo porque estas comigo.
Sorrio.
Apenas em pensar em ti.
Visões do máximo aproximam-se de minha retina,
Mesmo vendo-te ao longe.
Não tem como!
Sinto-me nu!
Nu, totalmente livre das desventuras da vida; mas forte,
Porque sei que estas comigo.
E quero permanecer assim.
Nu, diante de ti.