domingo, 28 de junho de 2009

UM BELO CAVALO BAIO



E ra um sonho alimentado por Welingtom Marcovitim, e fazia questão de que todos soubessem que ele era apaixonado por cavalos, apesar de não possuir nenhum.

Contudo alimentava aquele sonho, que para uns era impossível de ser realizado, mas para ele em breve seria uma realidade.
Juntava boa parte do dinheiro que ganhava, em seu trabalho honesto, que desempenhava com muita competência, e que era elogiado por todos aqueles que precisavam de seus serviços.
Tinha resolvido desde cedo que seu patrão seria ele mesmo, os que o conheciam de perto faziam questão de indicá-lo para outras pessoas, fazendo sempre a ressalva que podiam confiar em seu trabalho, pois era exercido com a maior responsabilidade.
A idéia de possuir um cavalo, não um puro sangue Árabe, mas teria com certeza um de raça pura, mesmo sendo do Brasil. Rejeitou muitas vezes sugestão para que ele comprasse um cavalo velho, isso o deixava bastante irritado. Tinha certeza de que com bastante perseverança compraria seu animal, que seria a realização de SEU SONHO.
Um dia, verificou que já possuía o bastante para comprar seu próprio cavalo, e resolve:, amanhã não trabalho, avisou a seus clientes que por motivos pessoais, não poderia cumprir os compromissos acertados para aquele dia, mas se comprometia de cumpri-los um dia depois, e que todos teriam uma surpresa à tarde, o que fez que ficassem curiosos.
E assim se realizou o sonho de Welingtom Marcovitim. Na tarde daquele dia estava na praça central da cidade, vestindo uma roupa diferente da sua de engraxate, montando garbosamente seu cavalinho de PAU, comprado com dinheiro do trabalho, desempenhado durante meses, (não era um puro sangue Árabe, mas era um belo cavalo Baio), fruto de seu trabalho.
Montava com orgulho; certo de que tinha realizado seu sonho de criança..

Páginas da vida I – o polvo



Estava um dia bastante convidativo para um passeio a praia, não tive dúvidas, hoje vou me premiar, farei uma descontração “solitária”, passarei uma manhã diferente, vesti meu short , apanhei o guarda-sol, coloquei algumas latinhas de cerveja bem geladas em minha bolsa térmica, e dirigi-me á praia, bem em frente a o prédio onde moro.
Pouco movimento de pessoas, era uma terça feira, eu sorri, enquanto muitos trabalham, eu estou me dando um dia de folga, procurei um local adequado, nem precisei armar meu guarda-sol, estava embaixo de uma castanheira que me fornecia uma sombra maravilhosa, abri uma cerveja e me pus a devagar sobre nem sei o que. E ali o tempo foi passando, quando de repente senti que uma pessoa estava sentada a meu lado, era um senhor, de pele curtida pelo sol, aparentava ser velho, mas observando melhor vi que não tinha mais que cinqüenta anos, bastante forte, braços e pernas de músculos bem trabalhados, os cabelos estavam em fase de embranquecimento, eram meio dourados, ele foi logo se apresentando, (desinibido o homem) pensei, sou Jonas, mas conhecido como “Jonas o pescador”, apertamos as mãos e dai surgia uma boa e saudável amizade.
Ofereci-lhe uma cerveja, mas ele delicadamente recusou, e aí ficamos a conversar; assunto vai, assunto vem, foi quando perguntei se ele nunca tinha passado por apuros quando de suas pescarias de mergulho, (como ele fazia questão de frisar), gosto de pescar olhando bem dentro dos olhos dos peixes, e tenho sim algumas aventuras verdadeiras, e relatarei para o amigo uma delas.
Nesse dia estávamos eu e o amigo “camurim” pescávamos de linha, (coisa que não gosto), e durante toda manhã nada de peixe, parecia que eles estavam com medo de alguma coisa, por volta do meio dia, resolvi mergulhar para saber o que estava acontecendo lá em baixo. Desci uns 12 metros, que era a profundidade do local, lá em baixo quase tudo normal, só que não tinha peixe nenhum, aí saindo não sei de onde, o que me aparece de repente. (fez uma pausa para aguçar minha curiosidade), e continuou.
Amigo, estava ali um polvo, muito grande e muito velho, estava ele de pé, apoiado em seis tentáculos, isso lhe dava a aparência de ter uns 3 metros de altura, nos dois tentáculos restantes, em baixo de cada um, (bem no sovaco), ele trazia dois cascos de tartarugas enormes, (imagine o amigo que figura aterradora), me olhava com aqueles “olhões” bem vermelhos, então saí imediatamente dali, em desabalada velocidade de nado, não tive tempo nem de fazer descompressão, cheguei a tona em poucos segundos, e saímos dali imediatamente.
Então perguntei pelo amigo dele o “camurim”, ele respondeu um pouco triste. Partiu para o outro lado, morreu pescando, seu corpo foi lançado em alto mar, (era seu desejo). Fiquei eu sem poder comprovar a veracidade da estória do amigo “Jonas o pescador”, mas tinha sido uma engenhosa estória, e eu estava feliz por ter feito amizade com aquele senhor.
Voltei para casa de mente completamente desobstruía.
Estava escrita ali a primeira de uma série de “Páginas da vida”.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Uma prova de amor


Fiapo, como era conhecido o “Nelsinho”, jovem de pele morena, altura um pouco acima do normal, cabelos cortados a moda antiga, magrinho por natureza (de onde veio seu apelido), embora muito jovem encontrava-se sempre ao lado de um livro, podia ser um romance, ou um didático; fiapo, não dispersava de forma alguma uma boa leitura; seu objetivo era se formar em medicina, conforme sua mãe já o era.
Baixinha, como era conhecida a “Cintia”. Como o Nelsinho, também jovem, ambos mais ou menos na mesma idade, ela um pouco mais clara e um pouco mais baixa, (o que lhe deu o apelido); baixinha também alimentava o sonho de estudar medicina, estava sempre estudando para o vestibular daquele ano, e todos que conviviam com a baixinha sabiam que as chances dela eram bastante grandes.
E assim, sempre com livros, estudos de línguas, fora as matérias básicas, para se conseguir uma boa nota nas provas. Moravam em locais diferentes, mas com o mesmo objetivo, Fiapo e Baixinha, assim se conheceram exatamente no dia da primeira prova do vestibular, se olharam, ele a cumprimentou, com um aceno de cabeça, ela sorriu. Terminaram a prova e se encontraram na saída do prédio.
Voltamos a nos encontrar, (falou o fiapo), é! Para mim foi uma ótima coincidência, (riram) e partir d’aí se estabelecia uma bela e vibrante amizade, com o passar dos dias, a amizade foi se transformando em algo mais, o que no início era coleguismo, agora estava firmado um namoro; namoro este que desde que se viram pela primeira vez, a baixinha sabia que iria acontecer.
Mas, existia uma pequena diferença entre eles. Ela vinha do interior, onde os costumes e regras são bem diferentes de quem nasceu e foi educado com os métodos da capital, alguns tabus eram sempre discutidos entre eles, era sempre ela que falava que certos tipos de costumes não aceitava. Suas colegas falavam que era bobagem dela, se manter intransigente com as coisas que nada tinham de incomum entre elas, mas a Cintia falava: não me vejo apoiando as coisas que vocês fazem, respeito, mas não aceito, elas riam e falavam: um dia veremos !
Passaram nas provas do vestibular, cursariam juntos, medicina. Estudavam na mesma turma, isso criava entre eles um vínculo maior de amizade, fiapo e baixinha estavam duplamente felizes, amando-se e iniciando seus estudos, naquilo que chamam de sacerdócio, (a medicina), ela muito recatada e ele bastante extrovertido.
Com o passar dos dias, se tornavam mais íntimos, coisa que os pais dela achavam que não era bom, e que isso atrapalharia por certo nos estudos, o que era contestado por ambos. As amigas comentavam: nestes dias a Cintia fará parte definitivamente do nosso clube.
Alguns meses passaram, e um final de semana, a baixinha falou para os pais que iria passar com as amigas, pois precisaria estudar para as provas, e que em grupo seria mais fácil o aprendizado. O mesmo aconteceu na casa do fiapo, teria que estudar bastante que a matéria era muito importante, e não queria tirar nota baixa na prova da terça feira.
Na segunda feira, por acaso os pais do Nelsinho, encontraram na tela de seu computador uma mensagem um tanto quanto estranha e comprometedora, em letras bem talhadas, estava escrito: querido; doeu bastante, mas não me arrependo; fiz para demonstrar todo amor que sinto por ti. E assinava “Cintia” tua baixinha.
Abismados, os pais de fiapo foram cobrar d’ele o acontecido durante o final de semana de “estudos”, e ele respondia: não sei porque vocês estão tão preocupados, garanto que não aconteceu nada de anormal.
Por outro lado as amigas de Cintia estavam saltitantes; afinal a baixinha tinha conseguido superar os preconceitos, havia tomado coragem e mandou tatuar em sua nuca, por traz dos cabelos, um coração vermelhinho, gravado na parte superior o nome Nelsinho, e em baixo.
Fiz por amor.

Os ovos do sergipano


Certa vez na grande salvador, tive o prazer de conhecer um cara bastante hilário, o Matias, dono de uma mercearia, dessas típicas de cidade do interior, vendia de tudo, desde sandálias de dedo, até apetrechos para pesca, sem contar os sacos de farinha, feijão e arroz devidamente alojados dentro de recipientes feito de madeira em forma de caixa, somente ali o freguês tinha o direito de escolha, ele mesmo se despachava, pesava e embalava os produtos, ali oferecidos, sem, contudo deixar de ouvir as piadas do proprietário. Cuidado pessoal para não rasgar o saco do sergipano, ninguém se aborrecia, já estavam acostumados com o alegre vendeiro.
À tarde quando o movimento caia um pouco, o Matias, gostava de ficar conversando com velhos clientes que se reuniam sob um frondoso jequitibá ao lado da mercearia, dentre eles estava um alagoano, bastante falante que quando falava, não permitia que outros o fizessem, visto que seu timbre de voz era bastante elevado, e se fosse interrompido ficava muito bravo, é tanto que quando começava a falar, o sergipano dizia: parem todos para ouvir o canto do uirapuru, o alagoano olhava de lado, não dizia nada, visto que se considerava um quase irmão do proprietário da venda, e assim a conversa da tarde passava a ser um monólogo, até quando sol começava a esconder seus últimos raios, aí o alagoano pegava seu pão, um litro de leite, e por vezes 12 ovos, que colocava sob o braço, bem na axila, e saia de mansinho para casa.
O Matias comentava com os demais, um dia ainda faço uma parada com o Moreira, que nunca mais ele vira importunar nossas tardes; e quero que todos estejam presentes, olhem que não estou convidando, estou intimando, para que todos saboreiem a minha vingança, e assim bolou um plano que o alagoano não pudesse escapar.
Os ovos que eram vendidos na mercearia tinham excelente qualidade, grandes e de procedência, e era exatamente com eles que o Matias iria gozar o Moreira. Apesar dos protestos de sua esposa, ele mandou que ela cozesse l2 ovos brancos e 12 vermelhos, colocou dentro de suas embalagens e deixou na prateleira, a disposição dos “clientes”, e nesse dia fez valer sua intimação.
Logo cedo da tarde a arvore já estava com quase toda sua sombra ocupada pelos clientes do Matias, quando chegou o alagoano, e foi logo comentando: hoje à tarde esta festiva por demais, alguém está de aniversário? Nada Moreira é que estamos no final do mês, e todos estão de bolsos papudos de tanta grana, e tão doidos para engordarem a conta do sergipano, até reforcei nas compras, incluindo os ovos que todos acham maravilhosos; é que de fato os ovos do sergipano são muito cobiçados, não acham? Gargalhada geral, inclusive do Moreira, e assim começava a gozação preparada para o alagoano, pelo sergipano.
Depois, como combinado, cada um dos presentes pediu uma dúzia de ovos, no que foram atendidos pelo vendeiro, inclusive o Moreira que fez questão de levar dos ovos vermelhos (que estavam previamente preparados pelo comerciante), todos foram para casa, mas aos pouco foram voltando para assistirem o epílogo da história.
Por volta das 18 h, chega de volta o Moreira, botando fumaça até pelou ouvidos, vermelho como um camarão, e aos berros dizia: Matias que história é essa de me vender ovos cozidos? Ta brincando Moreira; quantas vezes você já comprou ovos cozidos na minha mercearia? Somos amigos a mais de 20 anos e nunca vendi ovos sem qualidade, está me estranhando? Não é isso Matias, é que quando a mulher foi fritar os ovos eles já estavam cozidos, veja o peso deles!
Amigo, falou o Matias, (dando um tom de estar chateado), os ovos foram retirados junto com os demais desta prateleira, você mesmo é testemunha disso, (e abrindo uma embalagem) tirou um e quebrou, (foi aquela melecada sobre a mesa), o Moreira tirou um e plaft, (estava cozido), e assim Matias quebrava um, (bom), Moreira quebrava outro (cozido). Até que o vendeiro parou e disse, sei por que os seus estão cozidos! È que você colocou a embalagem em baixo do braço, e com a quentura, todos eles ficaram cozidos, e sendo assim nada posso fazer!
Dessa forma, o alagoano saiu sem ter como provar, que o sergipano tinha sacaneado com ele, passou vários meses sem comparecer as reuniões de todas as tardes, o que deixou todos bastantes contentes.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A lenda do velho pé de bombo


(Versão de Nivaldo Mélo - O texto original é de Jotacê Cardoso e está abaixo no blog) A Homenagem especial é para cidade de Olinda e ao Estado de Pernambuco. Qualquer semelhança com a vida real será mera coincidência.

Contam no conselho dos anciões da cidade de Olinda, no estado do Pernambuco, que, a centenas de anos a traz, vivia em uma caverna construída pelos Holandeses uma figura um tanto quanto diferente, podendo-se falar até grotesca; enorme em sua barriga, devido ao excesso de comida ingerida pela mesma, seu pé esquerdo era como sua barriga também enorme, embora seu pé direito fosse de tamanho normal, saía apenas à noite de seu esconderijo, para passeios noturnos, visto que ninguém havia visualizado a grotesca figura durante o dia, apenas nas noites era avistada pela população, principalmente nas noites de lua cheia ou nova.
No seu caminhar pelas ladeiras milenares da velha Marin dos Caetés, onde se exercitava durante a noite, o velho com seus passos firmes emitia um som bem ritmado; bum....tum...bum...tum.... Assim devido a seu mancar, seus passos eram bem definidos, com o esquerdo, bum, com o direito, tum, e assim.nesse constante bum tum, bum tum; entre os moradores locais, se estabelece um ritmo, o dos passos do pé de bombo, que corresponde ao ritmo da batida nas alfaias, que deram origem ao maracatu, e quando nas noites em que o velho não caminhava, descendo ou subindo as ladeiras da cidade, definiram que era a noite dos tambores silenciosos.
A população se dividia entre o medo e o respeito, a figura diferente que como eles habitavam o mesmo torrão, apesar de estranha, não brigava com ninguém, era de uma passividade inconteste, vivia do artesanato, o qual executava utilizando ferramentas rudimentares, por ele construídas, falavam que eram da idade da pedra lascada, mas a qualidade se seu artesanato, era conhecida em todo pais.
Seus filhos, em número de três, viviam em perfeita harmonia, tanto entre si, como com os demais habitantes circunvizinhos, a filha, (primogênita), dotada de uma inteligência incomum, estudou bastante, e descobriu que poderia tirar proveito de sua inteligência e criou uma profissão que hoje é reconhecida com uma das que desenvolve não só o país como todo o planeta, (o turismo), hoje é conhecida como uma das maiores turismóloga do estado de São Paulo, vivendo na região do Paranapanema, desenvolvendo lá um projeto de apoio a cultora da região Nordeste.
Seu companheiro, um caipira barrigudo, comilão, amante das coisas da música, o qual lhe valeu o apelido de Zé da Viola, que é pai da Branca de neve, uniram-se e juntos lutam para melhorar o desenvolvimento cultural do estado.
Ele através de métodos, considerados pelo pé de bombo um tanto quanto escuso, conseguiu capturar a filha mais inteligente do pé de bombo, levando-a, e privando o velho pai do convívio de tão “recatada” filha.
Os outros dois filhos, não ficaram para viver à custa do pé de bombo, criaram seus próprios meios de sobrevivência, desenvolvendo em suas criatividades métodos de labutas, que propiciam a vários outros habitantes da localidade, o sustento de seus filhos.
Quando se unem ou se encontram criam algo que vão passando de geração a geração como a ultima composição feita entre eles; um frevo que até hoje é um dos mais conhecidos no estado, onde se faz o maior e melhor carnaval do mundo, assim é o frevo.
“Ô frevo do pé de bombo ---redondo
Vai pulando até lascar.........
O velho solta gritos de alegria
Para o povão todo cantar.

Ai, ai ,ai, ai meu pé,--mas que chulé
Dançando com alegria......
Ai,ai,ai,ai meu pé –mas que chulé
É disso que o povo gosta...
É isso que o povo quer
A população fervilha, sob o sol quente nordestino, pulando e frevando ao som da orquestra de pau e corda, das alfaias, das batidas ritmadas dos arcos dos caboclinhos, das danças líricas dos grandes blocos, tudo em homenagem ao criador dos ritmos Pernambucanos, o grande, o lendário, o fabuloso.

domingo, 21 de junho de 2009

A Lenda do abominável Pé-de-bombo


Texto de Jotacê Cardoso

Naquela manhã, cheia de sol, pelas ladeiras de Olinda, as velhinhas Param. De repente saem correndo e gritando. O velho Pé-de-Bombo surge lá no topo e dá um urro. Com um de seus pés deformado, enorme já que o outro era do tamanho natural, vem andando irregular...mancando que só a peste!...desce a ladeira da misericórdia.....as velhas gritando...segurando seus vestidos pelas barras....e ele urra...graurrrrrrrr...sua barriga enorme o impele para completar rapidamente aquela descida da íngreme ladeira. A cada pisada com aquele enorme pé ouvia-se a batida de uma alfaia mais forte que aquelas do maracatu da noite dos tambores silenciosos. Aliás, segundo dizem os mais velhos a noite dos tambores silenciosos surgiu devido ao caminhar noturno da grotesca criatura....se ouvia por todo canto o: Bum!.......Tum.........Bum.......Tum!.........era o velho pé-de-bombo que saia aterrorizando a população noturna.
Certo dia, um dos mais velhos daquela cidade me contou: O Pé-de-bombo saiu com uma vontade de mijar e desceu um pouco mais, longe daquele lugar onde habitava, uma caverna atrás da igreja da Sé. Desceu um tanto a mais e caminhou segurando aquela mijada forte. Chegando a parte baixa rancou seu fazedor de xixi e pregou fogo naquelas matas baixas. Foi tão grande sua mijada, mas tão grande que o líquido fervilhava por entre a grama e formava um pequeno caminho que ia abrindo ao longe, ia enchendo de uma tal forma que ao sorriso dele, olhando no horizonte, viu formar um rio. O rio enorme passou a dividir Olinda e Recife e passou-se chamar “Beberibe” que significa “A terrível mijada do abominável Pé-de-bombo”. Até hoje ainda quando enche podemos sentir a catinga do mijo da criatura. Aquilo féde que só a porra quando enche.
Uma parte da população corria de medo para um local onde se aglomeravam, iam para a ilha de Santo Antônio. De tanto isso acontecer foram construindo um enorme galpão para abrigar a turba. Todos com medo do abominável pé-de-bombo. E isso foi se tornando tão constante que a população resolveu construir um enorme galpão onde precisavam ficar abrigados e escondidos. Rezavam para S. José, era o Santo preferido e por isso esse galpão enorme passou-se chamar: “Mercado de São José” que existe até hoje. A criatura não morre, ela existe desde os áureos tempos, dizem que a ponte de Nassau foi construída para que ele e os Holandeses tivessem como correr da criatura.
E através dos séculos ele continuou aterrorisando. Dizem alguns exagerados que ele tinha um bafo terrível os olhos meio que carregados de pequenos vasos sanguíneos vermelhos e a sombra celha enorme de grossa, os cabelos saiam pelas narinas e orelhas. Os cabelos ficavam duros (De tanto sebo) que dava para quebrar pedras, fornecendo-lhe um capacete natural. Saia fogo das ventas e seus dentes caninos avantajados completavam o terrível aspecto que se moldava ao condensar das remelas e melécas que saiam do nariz.
Uma estória que não podemos esquecer é a da filha de pé-de-bombo. Ela foi capturada por um esperto caipira vindo da região dos caipiras, lá do Oeste do estado de São Paulo.
Zé Gordo (Também conhecido como Zé Viola), era terrível, fez uma armadilha usando recursos tecnológicos e engabelou sua vítima. O pé-de-bombo ainda com ferramentas e utensílios rústicos relutava em acostumar com a modernidade. Suas ferramentas de pedra lascada eram rudimentares. A filha dele caiu na armadilha, foi capturada e dizem as boas línguas que vivem felizes para sempre lá pelas beiras do Paraná e Paranapanema. Pé-de-bombo com o passar do tempo aceitou o seqüestro como uma coisa normal e se deu bem com o (agora) genro – Zé Viola. Tinham em comum uma enorme barriga, comiam para karalho, o que fazia com que se unissem.
Pé-de-bombo ao correr, deu origem ao FREVO. A batida do surdo é o caminhar rápido dele. As pessoas não aceitam muito, mas ele foi o grande incentivador e criador das artes que marcou seu estado – Pernambuco. O Maracatu, a noite dos tambores silenciosos, o frevo e também a ciranda que foi originada quando ele ficava dando voltas formando um círculo gritando de dor por causa de seu pé enorme. Lia de Itamaracá ao ver a cena resolveu aderir e também formou mais um fenômeno turístico cultural para Pernambuco.
A Domadora Nanci das cavernas as vezes o deixava tranqüilo. Porem era breve. Ela o colocava na linha e em ordem, fazendo respeitar as regras da casa. O mais importante é que Nanci das cavernas e Velho Pé-de-bombo continuam juntos e felizes para sempre.
Certa vez, pé-de-bombo descia uma das ladeiras tranquilamente, seu caminhar era de uma marcha rancho, um frevo canção...um moleque filho da puta pega seu bodoque e atira bem em cima do pé grande de pé-de-bombo. Ele começa pular. Porem ao lado vinham várias pessoas que pensando estar dançando começaram a cair no passo. E pularam juntos, formando um maravilhoso bloco. Até hoje, tem o Bloco do pé-de-bombo que carrega junto a seu estandarte um boneco gigante com um dos pés bem grandes como se estivesse engessado. Mas ele pulou de dor. O moleque mardito acertou bem em cima da testa do pé dele. Era uma dor da mulésta! E o povo pulando ao lado ia cantando...ele, não sabia se chorava ou se cantava junto...e conforme doía acompanhava com seu passo a batida do surdo do frevo.

A Branca de neve, no cantinho, em uma esquina, olhando tudo, quietinha, com suas borboletas coloridas, como bandeiras de São João..., assistia o velho pular o frevo....
a população fervilhava, e uma grande festa surgiu naturalmente como acontece em Olinda e Recife.
E eles cantavam...
"O frevo do pé de bombo...redondo....
vai pulando até lascar......
o velho soltava gritos de alegria
para o povo então cantar....
ai ai ai ai meu pé, mas que chulé
dançando de alegria
ai ai ai ai meu pé aí que chule
esse povo é o que é ........

E assim, para quem sentou e pegou a estória, que entenda.

Como velho e abominável - pé-de-bombo é eterno, ele continua feliz da vida, orgulhoso pelas coisas que faz, sem se importar com os gritos das senhoras idosas que ao vê-lo saem correndo. Continua comendo feito um elefante e agora passou a exercer o ofício de escritor. E é aí que acho que acabo de me lascar........

Jotacê Cardoso
Junho de 2009

sábado, 20 de junho de 2009

OS CONFLITOS NA FAIXA DE Gaze



Comentava-se que enquanto não houver um consenso de ambas as partes, e que alguém tenha a boa vontade de iniciar um dialogo, e que tenha a confiança dos dois lados, nunca aquele conflito terá fim. O fato é que desde a época milenar do antigo Egito, bem antes de Moises iniciar a fuga dos domínios dos Faraós, que se fala desse estado de intolerância.
O fato é que ninguém consegue explicar o motivo dos embates, dizem até que no momento esse fato não tem a menor importância, e que hoje alguém já fala que foram os Chineses os responsáveis por tudo que esta acontecendo, o fato é que alguém tem que solucionar o problema, não podemos continuar assistindo diariamente fatos que não condizem com a realidade atual das coisas.
Vamos e venhamos: ninguém é obrigado a ver que nada se faz para resolver a situação desse conflito, então alguém tem que tomar as rédeas e resolver o problema.
Essa conversa era entre dois senhores que se encontravam sentados em um banco de praça, no qual eu fui descansar após uma intensa caminhada naquela segunda feira. O que me chamou a atenção foi a seriedade com que era desenvolvido o tema, deduzi que se tratava dos conflitos que estavam acontecendo no Oriente Médio, em particular, .entre Árabes e Israelenses na Faixa de Gaza.
Era exatamente aí que estava o problema, estava eu equivocado, enquanto pensava em adquirir conhecimento através deles, estava apenas sendo lesado pelos dois senhores, que já eram conhecidos pelos freqüentadores daquele local, e que de vez em quando ficavam conversando sobre temas polêmicos, mas apenas parodiando sobre eles.
Naquele dia estavam dialogando sobre os conflitos na Faixa de Gaza, (pensava eu), quando entrei no assunto, e fiz uma pergunta que de certo modo fez com que os dois senhores me observassem de uma forma que me deixou atônito. Perguntei; senhores, o que tem haver os chineses com a Faixa de Gaza? Amigo, estamos falando sobre a faixa de gaze, estamos tentando descobrir quem inventou a gaze, se os chineses ou os egípcios, pois sabemos que a centenas de anos que os chineses mumificavam seus mortos e os envolvia com faixas de linho as quais eram conhecidas como gaze, e que também os egípcios agiam do mesmo modo.
Portanto amigo, já que o senhor se intrometeu no nosso assunto, por certo saberá nos dar a resposta exata. Então nos diga; quem inventou a faixa de gaze, foram os Egípcios ou os Chineses?
Como não sabia a resposta, me posicionei para me retirar do local, mas fui impedido pelos dois, e de uma forma bem alegre me contaram que faziam isso na intenção de fazerem amigos. Então, se apresentaram, declinando seus nomes, em seguida pediram desculpas pela forma inusitada que criaram para conhecer novas pessoas.
A partir daquele dia, todas as vezes que passo, por aquele local, vindo de minhas caminhadas diárias, faço quentão de parar um pouco e saber dos senhores qual é o tema escolhido para a discussão do dia.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A DIFICIL TAREFA DE FICAR FAMOSO


Algum dia serei famoso, era a meta traçada pelo Fernando, um jovem de boa família, que teve uma educação razoável, estudando em escolas que estavam sempre entre na melhores da cidade, mas se sentia menor; pelo fato de na família não ter nenhuma pessoa famosa, então falava para os pais: nossa família é medíocre, mas eu um dia mudarei isso.
No principio todos pensavam que era apenas um sonho de criança, mas com o passar dos anos aquilo foi se tornando uma obsessão, o rapaz só falava na fama, lia tudo a respeito de como lhe dar com ela, como viviam os famosos, que ambiente freqüentavam, quais eram seus amigos, e até como se divertiam e se alimentavam. A fama estava se tornando uma doença, mas apesar dos conselhos dos pais, ele continuava com o mesmo objetivo, ficar famoso.
E a fama foi aos poucos tomando todos os pensamentos do Fernando, (estudarei artes plásticas), e assim o fez, pintava quadros que expostos eram adquiridos apenas pelos familiares, suas esculturas quando comprada por um amigo, (era sempre frisado): estou comprando com o intuito de ajudar o amigo; isso frustrava cada vez mais o rapaz.
Estudou artes cênicas, com os melhores professores, mas a chance de se apresentar em um palco nunca apareceu, comparecia em estúdios de cinema, esperando uma oportunidade até para ser figurante, e nada! Parecia que nem mesmo pagando ninguém estava disposto a lhe dar uma oportunidade, mesmo ele já conhecendo quase todos os astros daquela companhia.
Ao chegar a casa comentava com seus pais sobre o que estava acontecendo. Era sempre aconselhado a procurar fazer aquilo que pudesse ser prazeroso para ele, estão ele retrucava: meu prazer é ficar famoso, e não abrirei nem um centímetro desse meu objetivo, se for necessário partirei para o extremo, mas conseguirei um dia me tornar famoso, e serei assediado por todos que hoje nem me reconhecem nas ruas, (assim o farei).
Começou então uma peregrinação sem limites; estava sempre onde estava as notícias, quando surgia uma oportunidade de ser entrevistado, fazia questão de falar bem e aparecer sempre a frente das câmeras, á noite corria para a frente da TV, esperando o momento de sair em algum jornal, mas entrevistas nunca apareciam, então ele ficava dias bolando outra forma de aparecer, nas praias simulava afogamento, era “salvo” pelos bombeiros, mas isso era tão comum que não era motivo para manchetes.
Um dia resolveu; amanhã me tornarei famoso, custe o que custar, quando em casa falou para os parentes: amanhã irei para outra cidade tentar a sorte em outro meio, soube que estão recrutando pessoas para um grande filme,,me inscrevi e fui chamado para participar do elenco, foi indicado por um dos maiores diretores do cinema local. Foi um festeiro danado; o Fernandão, ate que em fim seria famoso como ele tinha planejado. Todos ficaram felizes por ele, porem não falou para ninguém onde seria a filmagem.
No dia seguinte antes que todos acordassem, apanhou a mala (que estava arrumada a dias) e partiu para uma cidade qualquer, na rodoviária comprou uma passagem só de ida para o local mais distante de onde estava, e viajou dois dias ate seu novo destino, ao chegar procurou um hotel e hospedou-se com um nome diferente, após se acomodar saiu para conhecer sua nova cidade, mas ao atravessar uma avenida muito movimentada foi atropelado, foi socorrido mas não resistiu e morreu, mas suas ultimas palavras foram: se para ficar famoso tenho que morrer, morrerei bastante feliz, e fechou os olhos para sempre.
Nos jornais do dia seguinte aparecia a seguinte manchete: JOVEM SEM QUALQUER IDENTIFICAÇÃO, E TOTALMENTE DESCONHECIDO POR TODOS DESSA CIDADE, SOFREU UM ACIDESTE DE VEÍCULO E FALECEU AO DAR ENTRADA NA UNIDADE DE URGENCIA.
Ele tinha perdido todos seus documentos na rodoviária.
Mesmo tentando muito o Fernando não conseguiu ficar famoso,
É de fato uma tarefa muito difícil.
Faltava o principal (TALENTO).

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Onde nasce o atlântico



Grandes acontecimentos ocorriam naquela época, fatos pitorescos e histórias fantásticas eram registrados pelos grandes historiadores, contudo alguns passaram sem que alguém, em algum lugar tenha tido o prazer de descrever para outros o fato que aqui vamos narrar, e assim passaremos a fazer parte dos grandes historiadores.
Como foi descoberta a nascente do grandioso OCEANO ATLANTICO.
Em época remotíssima, em uma localidade conhecida como grande RECIFE morava uma família composta de quatro pessoas, pai, mãe e dois filhos, conhecidos e respeitados por todos os demais membros da comunidade, pelos seus espíritos de aventuras e grandes descobertas, e é justamente deles, os Dois irmãos, que nasce essa aventura cheia de perigos para ambos.
Partiram de sua casa naquele dia com a finalidade de se aventurarem em uma tarefa que para uns era impossível, mas para os irmãos já fazia parte da rotina diária dos Dois unidos (como eram conhecidos), e naquela Casa amarela, iria iniciar mais um período de saudades. Antes de partirem seus pais fizeram questão de que eles teriam que rezar para os trás santos de devoção da comunidade; Santo Antonio, São José e Santo Amaro, dessa forma atenuariam mais as preocupações dos velhos e assim partiram para sua aventura.
Nos primeiros dias caminharam sobre estradas de Barro ou de Areias até atingirem as margens do rio, o Beberibe, cujas águas eram profundas e causavam medo aqueles que se aventurassem a tomar banho em seu leito, era uma Água fria, porem muito limpa, de tão clara dava para se ver os Peixinhos nadando bem lá no fundo;o senhor Hemetério que morava a beira do rio utilizava uma bomba manual para encher sua Caixa d'água tipo cisterna, (era a famosa Bomba do Hemetério)com as águas do rio, as quais ele achava medicinal. Então resolveram os irmãos que devido ao calor iriam se banhar ali mesmo, e assim o fizeram, mas quase morriam Afogados devido a grande correnteza naquele local, mas conseguiram se safar devido a várias raízes que margeavam o rio, contudo ficaram bastante Aflitos, e prometeram que não mais tomariam banho naquele lugar tão Fundão.
Chegando a noite resolveram dormir, armaram suas barracas na Campina do Barreto, (local apropriado para camping), antes acenderam uma fogueira e ficaram deitados observando o céu, olhando as estralas daquela forma parecia que estavam voando e que estavam vendo um Chão de estralas, era maravilhoso, mas tinham que dormir porque no dia seguinte teriam que seguir viagem.
Acordaram cedinho, tomaram seu desjejum sob a sombra de um frondoso Cajueiro, em seguida partiram para mais um dia de caminhada, passaram pela casa da Madalena, (uma velha amiga) que morava na Torre do velho casarão da família, era uma casa muito velha, porem uma Casa forte. Seguiram na direção do mar, que era seu destino final, para diminuir o percurso, caminharam por dentro de uma plantação de Macaxeira, saíram por traz da igreja, justamente no Jardim São Paulo, muito bem cuidado pelo pároco local, (ali estava seu orgulho), pediram a benção ao vigário, e foram descansar sobre uma frondosa Mangueira, carregada de frutos muito doces, e ali ficaram até reiniciarem a jornada.
Rezaram para que de ali em diante fizessem uma Boa viagem, e que nada de mal acontecesse já que estavam bem perto do deu destino; colocaram sobre suas orelhas um ramo de Arruda então, partiram para a última etapa da viagem, o Lisboa, que tinha uma Boa vista falou: daqui dar para ver a Casa amarela, ponto final da nossa caminhada, faltava apenas algumas horas para que fizessem a grande descoberta.
Bem próximos da praia encontrara, a Encruzilhada, onde os caminhos se cruzavam, mas, tinham o mesmo destino; retiraram alguns ramos da Imbiribeira para servir como vara de pesca, e peixe seria sua refeição à noite.
E então ao final da tarde do terceiro dia, chegaram a foz dos dois maiores rios do mundo, o Capibaribe e o Beberibe, que com seus grandes volumes de águas, claras, límpidas, e totalmente isentas de poluição formavam o majestoso OCEANO ATLANTICO. Naquele momento histórico acontecia a maior e mais importante descoberta dos aventureiros Pernambucanos.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Por uma noite de amor


Estivemos juntos por apenas uma noite. Foi uma noite indescritível, acho que tanto para mim quanto para você, e acho que jamais esquecerei tudo que passamos juntos.
Pela manhã te olhei, e sabia que era a ultima vez que nos víamos, você toda faceira totalmente satisfeita, e eu cansado, exausto, parecia que durante as ultimas horas tínhamos travado uma batalha, onde os dois se caçavam, se escondias sob os lençóis muito brancos, não sei quem foi o vitorioso, quem iria levar o troféu, se eu ou você.
Por certo naquele embate não haveria vencedor, todos comemoravam com alegria aqueles momentos sublimes.
Não restava para mim nada alem de ficar te observando, admirando teu corpo esguio, mas que se notava um corpo quase perfeito, para os padrões, que estávamos tão acostumados a ver.
Eras de uma cor diferente, não tão branca nem tão morena como costumavam falar, mas de uma cor aveludada, uma cor totalmente diferente, tuas ancas bamboleavam quando andavas, trazias uma sensação de torpor só em te observar mesma a distancia, para mim eras a perfeição.
Fiquei atônito só em pensar que só por uma noite eu te tive a meu lado, fogosa, insaciável, compulsiva, um verdadeiro furação, e nada que eu tentasse fazer iria me libertar de todo aquele furor.
Olhei para o lençol, estava manchado, não sei se do meu ou do teu amor, mas estava ali demonstrado que nada tinha sido em vão, verdadeiramente sabia que ficaste mais satisfeita que eu, mas eu também estava e agora muito mais que durante a noite, consegui te satisfazer em toda a plenitude do amor perfeito, aquele que demonstraste durante todo o tempo, rolando sobre meu corpo seminu, em um constante movimento de vai e vem.
Lembro do momento em que eu quase dormindo, vieste e me acordasse, com um beijo em meu pescoço, (e olhes que ficou marcado, o contorno de teus lábios), que irão falar meus amigos?
Mas mesmo sabendo que essa é tua maneira de amar, resolvi durante a noite que não deixaria que saísses de meu quarto, e arquitetei um plano de te manter sempre próxima de mim, como um troféu.
E assim o fiz. Irei de agora em diante, todas as noites, antes de dormir, observar, colada na parede a figura daquela que me fez sentir um impotente, pela primeira vez.
Mas, minha vingança foi perfeita, esmaguei teu corpo fino, mas com a bunda bem grande, por ter sugado durante toda a noite meu sangue.
Sua muriçoca insaciável, perversa, e insensível.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

MEU PRIMEIRO POEMA PARA TÍ



Quando te vi pela primeira vez,
Parece que foi ontem.
Não um ontem que se esquece,
Mas um ontem de sempre,
de agora, de já.
Cabelos loiros, soltos.
Eras a Deusa, a Diva, a Vida,
O presente, o futuro.
Hoje permaneces como antes,
Forte, segura, firme em tuas ações.
Teus carinhos são os mesmos, com mais qualidade.
Por isso continuo te amando, tanto ou mais que antes.
Certo estou que quando ainda
mais velhos ficarmos, mais unidos seremos,
para confirmarmos que o AMOR
de fato existe.
TE AMO MUITO NESMO: NANCI !

PENSE NO ROLO !



Sempre que encontrávamos o Demóstenes, ele estava um tanto quanto pesaroso, encontrava- se sempre pensativo, pelos cantos, de cabeça baixa, as vezes ate estava arrancando os cabelos, e ninguém sabia o porque de todo aquele, aparente sofrimento.
Um dia reunimos todos seus amigos e procuramos saber o motivo de todo aquele definhar, já que para nós o Demóstenes deveria estar feliz, visto que haviam nascido no mesmo dia, seu filho e seu neto. Mas é exatamente aí que está o motivo de toda minha angustia, explicou o nosso amigo.
Vocês não sabem; é que sendo eu viúvo, me casei com uma jovem pela qual me apaixonei, isso há exatamente um ano atrás, até ai nada demais, o meu filho, também se casou no mesmo dia, com a mãe de minha esposa, que também era viúva, foi quando começou todo meu drama.
Meu filho casou com minha sogra, ao mesmo tempo passou a ser meu sogro, isso por ter passado a ser pai de minha esposa. Minha esposa passava assim a ser minha neta, por ser filha de meu filho. Minha esposa de agora em diante seria a mãe de meu filho, por estar casada com o pai do mesmo, e também sogra da própria mãe. A esposa de meu filho,. é minha nora e sogra ao mesmo tempo.
Imaginem vocês a minha situação agora que nasceram meu filho e meu neto,
Meu segundo filho, é irmão do primeiro, conseqüentemente irmão de meu sogro e neto e cunhado de minha sogra, sendo assim, também é sobrinho e tio da própria mãe, e meu bisneto, por ser filho de minha neta, sendo tio de minha esposa significa que a mãe dela (minha sogra), casou com seu próprio irmão,
O filho de meu filho, (meu primeiro neto, com muito orgulho), irmão de minha esposa, é meu cunhado, sendo meu neto, é sobrinho do pai, e primo de minha esposa, assim passa a ser também sobrinho de minha sogra.
Agora pense direitinho, minha esposa é filha e mãe de meu filho, sogra e neta da própria mãe, eu sou pai e genro de meu filho.
Então meus amigos, tenho ou não motivos suficiente, para permanecer nesse estado? E assim permanecerei até que apareça um filho de Deus, que me convença a não cometer um ato extremo. Deixo com vocês a solução de meu problema.
Ficamos todos atônitos, sem saber como iríamos evitar que o Demóstenes por estar naquele estado depressivo, tentasse contra sua própria vida, então estaríamos perdendo um amigo, que por não pensar nas conseqüências tenha casado com a pessoa errada.

Um cientista quase louco II (a tradução)


Após anos e anos de estudo, cheguei a conclusão de que, toda poluição que vem causando o aquecimento global, não tem nada a ver com o lançamento de gases poluentes vindos das indústrias, ou da queima de combustíveis fósseis através do numero excessivo de máquinas que tem o petróleo como seu combustível propulsor.
Baseado em estudos, fundamentados por longos e longos anos de experiência, coletando não só em mim, aqui em meu laboratório, como também de pessoas que resolveram me auxiliar como voluntários, em número bastante elevado, (3500 colaboradores), alimentados em meu laboratório, durante meses, com comida que fizesse com que os auxiliares expelissem o maior volume de arrotos anais (peido) possíveis, e procedendo em um critério de engarrafamento dos referidos gases, que posteriormente foram conduzidos a um ambiente que se iguala a atmosfera terrestre, elevados a temperaturas máximas, cheguei a seguinte conclusão:
Toda causa do aquecimento global, vem exclusivamente dos gases expelidos pela imensa população de terráqueos, que em pouco mais de 2 séculos, triplicou, e que nosso planeta não tem competência para diluir toda essa fedentina que advêm do grande volume de arrotos anais (peidos, bufas, puns, e outros sinônimos) que são lançados indiscriminadamente por bilhões e bilhões de habitantes desse nosso planeta fétido, todos os dias, todas as horas, todos os minutos , e que se não tomarmos imediatamente uma posição contundente, mandando tapar definitivamente todos os anus, (cú) de todos os habitantes de nosso planeta, em aproximadamente 50 anos choverá ,em todos os continentes, inclusive nos oceanos, MERDA suficiente para causar o maior dilúvio que a humanidade jamais verá outra vez, e aí não haverá ninguém para posteriormente contar a história.

Bernard Alves Wallace de Mello Viçosa
Um cientista quase louco

UM CIENTISTA QUASE LOUCO


Ainda era madrugada, todas as portas e janelas estavam fechadas, as luzes apagadas, aparentemente naquele casarão não havia nenhuma atividade, pessoas não se movimentavam, estavam todos dormindo. Só aparentemente, é que no porão, alguém de uma inteligência incomum, trabalhava. Trabalhava, na esperança de encontrar a solução de um problema que a anos martelava a inteligência privilegiada daquele estudioso das coisas do universo.
É um homem de meia idade mas, que aparenta idade muito superior, dedicado a decifrar códigos, e analisar fenômenos da natureza,. Em sua mesa de trabalho (bem antiga) não tem mais espaço para colocar nem uma folha de papel, esta totalmente tomada por mapas, gráficos, cálculos e anotações que fazia durante a experiência na qual trabalhava arduamente. Nada é esquecido, e por incrível que pareça, ele sabe exatamente onde encontrar as anotações que deseja consultar, por mais tempo que a tenha feito.
Assim vive nosso cientista, entre livros, mapas, gráficos, rascunhos, microscópio, pipetas, termômetros, barômetros e outros instrumentos os quais ele manuseia com uma maestria de causar inveja. Sua tese ele defende com toda força de quem sabe o que esta defendendo.
Naquele momento sua atenção estava voltada para o aquecimento global, camada de Ozônio, derretimento do gelo nos pólos, excesso de gases poluentes na atmosfera, etc. etc. etc.
No sentido de encontrar a causa real de tanta turbulência em nosso planeta. Esse homem que durante anos, estudou nos melhores colégios cursou as melhores universidades, PHD em ciências do universo, agora esta quase chegando a conclusão de sua verdadeira tese, a descoberta do século. Está ele convicto de que nada que se tinha cogitado ser a causa dessa verdadeira catástrofe, é verdadeira.
E assim começa a escrever do próprio punho sua descoberta fantástica.
Após anos e anos de estudo, cheguei a conclusão de que, Yoda poluição que vem causando o aquecimento global, não tem nada a ver com o lançamento de gases poluentes vindos das indústrias ou da queima de combustíveis fósseis através do numero excessivo de máquinas que tem o petróleo como seu combustível propulsor.
Atenção: tradução do texto em : um cientista quase louco ll

O INCOLOR




Era exatamente assim que ele se sentia. Incolor, não no sentido figurado, mas no sentido real das coisas. Achava que ninguém sabia quem de fato era ele, nunca alguma pessoa parou para cumprimentá-lo, os vizinhos nem olhavam para ele, as crianças não se identificavam com ele, e ele falava para si mesmo que era nas crianças que o governo deveria investir para garanti o futuro do país.
Contudo era incapaz de esboçar um gesto de agressividade para com as pessoas com as quais ele tentava se comunicar.
Vivia uma vidinha simples, tentando a todo custo manter um relacionamento mais demorado com quem quer que seja. Mas nada, tudo era bastante difícil para ele, mas tinha certeza que um dia tudo iria mudar. Isso aconteceria quando ele conseguisse dominar essa timidez que o consumia, será que um dia ele conseguiria transpor essa barreira?
Quando de sua infância na escola ficava sempre isolado, fazia questão se nunca está onde tivesse aglomeração de alunos, então os colegas vendo esse seu modo de agir, procuravam estar sempre longe dele, não por desprezo, mas para satisfazerem sua vontade, o isolamento.
Quando estava no ginásio, manteve o mesmo comportamento. E assim passaram-se os anos e ele permanecia incolor.
Fez concurso e conseguiu um bom emprego, no trabalho, mantinha contato com os colegas sempre em forma de memorandos, ou ofícios, não que não soubesse falar, mas, apenas pela dificuldade de comunicação, adotou esse sistema, e que até o momento estava dando certo. Via seus colegas promovidos e ele sempre permanecia ali, exercendo a mesma função, falava (consigo mesmo), essa translucidez não traz para mim nenhum benefício, e não sei como resolver isso.
Um dia recebeu através de memorando, uma mensagem diferente, (no mínimo curiosa). Estou certo (a) que junto estamos precisando de ajuda, porque não nos ajudarmos mutuamente? E assinava.
Transparente.
Quem seria essa pessoa que estava tentando manter contato? Ou seria mais uma brincadeira de algum colega tentando levá-lo ao ridículo? Ficou aflito, tentando descobrir quem seria a pessoa que tentava tirá-lo do sério?
Dois dias depois, quase no final do expediente, uma nova mensagem, dessa vez mais ousada. Vamos nos encontrar, preciso urgentemente de você, não tenha medo (mas eu estou), vamos vencer essa nossa timidez. Espero por você no estacionamento. E novamente assinava: Transparente.
E assim Incolor quando saiu do trabalho, e se dirigia a seu carro, encontrou a pessoa responsável pelos memorandos; uma linda mulher, que como ele se sentia deslocado, em meio a multidão, pela presença de uma timidez incontrolável.
E assim sempre calados, (mas se amando bastante), Incolor e Transparente, construíram uma família, e em pouco tempo tiveram seu primeiro e único filho, que hoje é conhecido entre as pessoas do lugar pelo nome de Invisível.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Basta abrir uma janela



Quando você olha para traz e vê apenas um vazio e sente-se constrangido por pensar que nada que tenhas feito teve sentido, aí está o exato momento de abrires a janela.
Essa janela que ao certo ira fazer com que olhes com mais atenção tudo que te cerca; tudo que sempre esteve ao teu redor, e nunca tivestes a oportunidade de observar, observar não com um olhar crítico, mas com um olhar que transmita afeto, carinho, amor, paixão, e, sobretudo admiração por ver que tudo que te foi dado tem cores, brilhos, e te deixa extasiado com tamanha beleza.
Está na hora de “olhares os lírios do campo”, com sua brancura de beleza rara, olhes para cima e veras como o céu esta povoado de aves, belíssimas, com plumas que variam de cores, sempre em harmonia com a natureza, ouça os cantar dessas aves, cada uma emitindo sons que embriagam os ouvidos, não tão raro encontraras pombos que voam sempre seguindo um líder, e que esse líder esta sempre sendo substituído sem que cause transtorno a todo o resto do bando. Veras pequenos insetos voando de um lado para outro, polemizando as plantas, fazendo com que elas produzam flores belíssimas e frutas de sabores inigualáveis.
Abras bem os olhos e veras as nuvens, que de vez em quando formam figuras que te sugerem animais, pessoas, montanhas, e logo em seguida se dispersão pela ação do vento e formam novamente mais a frente, outras figuras, que são apenes objetos de tua imaginação.
Observes o arco-íres, com suas cores harmoniosas, formando um arco perfeito, não existe nada mais belo, ainda sobre tua cabeça veras passar aviões, obrar do ser humano, de uma inteligência privilegiada, que criou para todos, um meio de se locomoverem entre lugares, com maior rapidez e segurança.
Baixes os olhos. Que estas vendo agora? Pequenos insetos, que labutam sem se cansar, para manterem sempre ativo o formigueiro que embora não o estejas vendo, sabes perfeitamente que ele existe e esta bem abaixo de teus pés, e uma centena de minúsculos seres vivos trabalham durante dia e noite em um vai e vem permanente em uma sociedade hierarquicamente perfeita.
Ali também são encontradas minhocas, seres para uns asquerosos, mas que estão mantendo sempre a fertilidade da terra, que bom que tudo isso esteja acontecendo e nunca paraste para observar.
Vedes os rios, ouça o som das águas nas cachoeiras, sugerem músicas, divinas, e o curso das águas? Para onde está indo? Quais terras irão fertilizar? Quantos irão preservar sua pureza?
Ah amigo! Não feche ainda essa janela, feche os olhos e visualize a chuva que cai sobre a terra, aproveites e sintas o cheiro da terra molhada, que prazer!
Quantas coisas belas deixamos de observar, portanto; nunca feche essa sua janela, e faça com que outros também abram janelas e janelas, mesmo que sejam bastante pequenas, o que vale no real é o que podemos ver através dela, ver e admirar, ver e compartilhar, ver e sentir o quanto nus é oferecido para que possamos ser felizes sem termos que passar por cima de tudo para alcançarmos nossos objetivos.
Podemos com certeza ser felizes junto a outros, e dividirmos nossos melhores momentos com pessoas que como nós têm o direito também a felicidade.
Faça com que essas “janelas” permaneçam sempre abertas.

O pré–velório



Observando de longe parecia uma festa, pela quantidade de pessoas que se reuniam em frente aquela casa. A curiosidade se fez presente na cabeça de Otávio. O que será que está acontecendo naquela casa? Será que mesmo não conhecendo ninguém eu posso participar do evento? Por um momento ele hesitou, mas seu tino jornalístico não teve a menor dúvida que teria que participar se fazendo presente à “comemoração”
E assim depois de ponderar bastante, resolveu também fazer parte daquele público ate então desconhecido para ele, veio se chegando das pessoas tranquilamente, e ficou observando como elas se comportavam, e qual seria o motivo da reunião.
Como bom jornalista que era o Otávio aos pouco foi se inteirando dos motivos pelos quais aquelas pessoas, tristes e alegres ao mesmo tempo estavam se encontrando naquele local.
Conversando com um e com outro, descobriu que estavam na casa do Pacífico, senhor de quase noventa anos, que no momento encontrava-se enfermo, e como era muito conhecido e querido por todos da família, eles estavam ali para visitá-lo. Nada diferente ate o momento, apenas era estranho o número de pessoas reunidas para uma visita à pessoa enferma.
O Otávio foi aos pouco se aproximando da entrada do imóvel, e conseguiu ver a pessoa do senhor Pacífico. Era um senhor que pelo tempo de vida demonstrava boa aparência (se é que se pode dizer que tem boa aparência quem está enfermo, e grave). O velhinho, (cabelos muito brancos, em tom azulado) emitia um sorriso triste, mas feliz pela presença das pessoas que dele se aproximavam, mesmo sem conhecer todos, só o fazendo quando alguém identificava para ele o presente, aí o Sr. Pacífico agradecia em um tom baixinho, às vezes ate balbuciando algo que era não muito audível.
Os comentários entre os presentes eram diversos, se falava de tudo; religião, futebol, política, trabalho, da secretaria gostosa, ate das aventuras do Pacífico quando mais jovem, isso era motivo dos risos de todos, inclusive do doente.
De repente alguém entre os presentes se manifestou de forma direta dizendo: Meus amigos, espero de todos alguns minutos de silencio que quero nesse momento prestar uma homenagem ao Sr. Pacífico, que é meu sogro e amigo, (e começou tecer elogios ao velhinho, que aos poucos ia se emocionando). Todos aqui presente conhecem perfeitamente essa figura humana que transitou entre nós durante longos anos e que agora esta no fim da vida, quase a morte, em estado moribundo, e que dentro de poucas horas não estará mais entre nós. (Todos se olharam demonstrando espanto pelas palavras do genro do Pacífico), e ele continuou; então preparamos este pré-velório, não só para olharmos pela última vez em vida para essa figura tão querida entre nós, mas para saber ele que vai partir para outra, entre amigos, e todos assistirão ao vivo e a cores sua partida. (e de dedo em riste, apontou em direção ao doente que naquele momento, tomava conhecimento da real situação em que se encontrava), e aí demonstrando um pavor fora do comum, abriu bastante os olhos e pronunciou suas últimas palavras.
Matias você jamais Deixará de ser um verdadeiro.
.FILHO-DA-PUTA.
(Fechou os olhos e partiu sorrindo dessa para melhor).

OPERAÇÃO Salta E Agarra



Naquela noite chovia bastante, mas isso não era motivo para acabar com a reunião marcada desde a semana passada. o grupo reunido constava de 8 pessoas, Lúcia, Neida, Fernanda, Marina, Gilberto, Alfredo, Daniel e Dantas, esses dois últimos eram os mentores intelectuais da missão, portanto elegeram-se “democraticamente” como líderes.
Pessoal como havíamos definido na reunião passada, no próximo final de semana daremos inicio a nossa missão, partiremos na sexta feira à tarde, por volta de 14h30min, esperamos que todos, a partir deste momento sincronizem seus relógios para que não haja falhas, visto que dessa vez nada ira impedir que façamos aquilo que deveríamos ter feito desde o ano passado, (e falando em um tom que dava até medo disse), aquele que tiver medo de enfrentar tudo e todos que desista agora.
Com aquelas palavras estava encerrada a última reunião do grupo, o Dantas disse: meus amigos, de agora em diante não se fala mais a respeito do assunto, vamos agora a nosso momento de descontração que ninguém é de ferro, todos riram e se encaminharam em direção da mesa que os aguardava com bebidas e canapés.
Na sexta feira, 30 minutos antes da hora combinada estavam todos ali, esperando o momento da partida, eram 3 carros, todos do mesmo modelo e cor, o Daniel dividiu os ocupantes dos veículos: a Lúcia e o Alfredo, no carro do Dantas; Fernanda e Marina no carro da Neida, e comigo vai o Gilberto.
E assim exatamente às 14h30min partiram todos para execução da missão tão bem planejada. Começava aí a Operação salta e agarra.
Hospedaram-se em hotéis diferentes, para não chamar a atenção dos moradores do local, no primeiro dia iriam descansar bastante para no dia seguinte, um sábado, estarem em perfeita condição de realizarem com competência suas tarefas. Apenas dois carros participariam na execução da missão.
Na madrugada do dia fatídico, estavam todos na pracinha no horário pré-determinado, entraram nos dois veículos em silencio, (cada um sabia como agir), nada poderia dar errado.
Quando chegaram ao local, ninguém estranho, todos se olharam e sorriram, nada atrapalharia aquele dia de lazer, para aqueles quatro casais de amigos. Seria a pescaria mais tranqüila que eles já fizeram; (era época da piracema), e nem precisariam de anzóis ou varas para conseguir adquirir seus peixes. Lucia a mais sapeca das esposas gritou para todos (não esqueçam: quando o peixe salta você agarra).
Gargalhada geral. Abriram suas mochilas, retiraram suas bebidas, acenderam a fogueira e partiram para os peixes que seria o alimento saudável daquele dia.
Ao final da tarde eles tinham conseguido executar com sucesso a operação salta e agarra.

Sem valor para uns, valioso demais para todos



Parece estar sempre querendo aparecer, (assim falava dona Mariquinha, uma senhora admirada por todos, tanto pelos familiares como por aqueles que gozavam de sua amizade, isso por sua tranqüilidade e também pela forma que ela tratava as pessoas, sem distinção), falava do velho vaso, um urinou (pinico), que para ela estava sempre no lugar errado da casa, aí apanhava o pesado vaso e o levava para o quarto, falando: esse é o lugar em que você deve permanecer, e empurrava delicadamente com o pé para baixo da cama, e comentava; velho companheiro.
Dona Mariquinha morava com uma filha e um neto, viviam de forma modesta, mas demonstrava que no passado, não muito distante teve uma vida financeira bastante equilibrada e que com a morte do marido todo o patrimônio foi aos poucos dilapidado, pelos familiares, tanto dele quanto dela, mas ela jamais se queixava da vida. Tinha mais 3 filhos, que moravam distante, e que a ajudavam financeiramente, para que ela pudesse se manter.
Quando se reuniam (o que não era raro), sempre falavam: mãe porque a Sra. não joga esse pinico fora? Ele é muito bonito, mas já esta comprovada a tese, pinico de barro não enferruja, então todos riam e abraçavam a senhora que retrucava.
Esse vaso é muito antigo e é tudo que resta da herança que minha família recebeu de meu bisavô, um velho e bondoso chinês, o venerável Chen Om Loum. ..
Então o mais velho dizia; esse tipo de herança faço questão de não receber, (no que todos concordavam), isso não serve nem para ser doado a um museu
.Dona Mariquinha falava; ele não é de barro, é de porcelana, e pelo que me parece é chinês, (gargalhada geral), então o velho pinico passava a ser o assunto de todos.
E como era essa peça que eles falavam sem valor algum?
Tratava-se de um vaso de porcelana, muito branco, finamente decorado com ramos floridos, um salgueiro, e um par de andorinhas, que por sua perfeição, na pintura parecia que as aves aram reais.
Foi quando o Cleber perguntou, posso trazer um amigo meu, que conhece de peças antigas, para que ele dê sua opinião, sobre o real valor do velho “amigo da mamãe”?
Todos concordaram, e ficou marcado para que no próximo mês o “grande conhecedor” desse o ultimato ao velho pinico.
Quando chegou o dia marcado, o museólogo, amigo do Cleber estava presente para avaliar a peça, tão falada por todos da família.
Agora, meus amigos eu quero ter o prazer de ser apresentado ao velho “pinico de barro” de Doda Mariquinha.
Desde o dia que falaram da presença do museólogo, a senhora tinha guardado a peça em uma sacola muito bem bordada com o mesmo desenho que estava incrustado no urinou.
Quando o senhor retirou a peça do invólucro, arregalou muito os olhos, deixou cair os pesados óculos, e deu um suspiro profundo, olhou para todos os presentes, e com uma gagueira que até então não tinha, falou.
Pe-pessooal, vô-vocês, pó-o-possuem, uma Ra-a-ridade das artes chinesas, essa é uma peça elaborada pelos chineses na época da dinastia Ming e Qing, ou Manchu,(1368-1911).
A pintura e a cerâmica mantiveram o alto nível e novas técnicas de fabricação de porcelana foram desenvolvidas, especialmente a pintura vitrificada e a utilização de cores esmaltadas sobre a vitrificação. Afirmo-lhes que essa peça que aparentemente não tem valor algum para vocês, para colecionadores de raridades, vale mais de U$ 2,5 milhões, e essa é única, retirou de sua pasta uma lupa e aproximando-a da velha peça mostrou, gravada em chinês, alguns símbolos e a data 1381.
Todos se olharam estupefatos, não esperavam que aquele pinico que era sem valor para uns, passava a partir daquele momento, ser valioso demais para todos.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

AMOR A PRIMEIRA VISTA



Como de costume, todos os dias, Samuel passava diante daquela casa em ruínas, ia em direção ao trabalho, olhava sempre e não deixava de admirar aquela que no passado tinha sido uma casa que se destacava pela beleza de suas linhas arquitetônicas, muito bem definidas por aquele que tinha sido seu idealizador.
Mas naquele dia algo de diferente estava acontecendo, pessoas movimentavam-se dentro do terreno, um belo carro estava estacionado em frente, um homem alto e forte fazia anotações, em uma folha de papel colocada sobre o capô do automóvel, gesticulava apontando para locais em pontos diferentes do terreno.
No dia seguinte, apareceram diversos homens trabalhando com afinco na restauração da casa, e assim aconteceu durante vários dias, o que aguçava a curiosidade do rapaz, como seriam as pessoas que iriam habitar aquela casa? Será que eles eram pessoas das redondezas ou estavam vindos de outro lugar. E nessa expectativa passaram-se os dias.
Em uma segunda feira, quando se dirigia ao trabalho, Samuel viu que a casa já estava sendo habitada, ele parou um pouco, observou atentamente a nova casa e viu que foram mantidas em sua restauração todas as linhas arquitetônicas do passado, era uma prova que seus novos proprietários tinham bom gosto. Seus olhos percorreram rapidamente todo o frontal da casa, e foram parar justamente em algo que se movia graciosamente no lado esquerdo do terraço, era algo indescritível, de dar água na boca de qualquer um. E assim durante vários dias ele passava e não deixava de admirar aquela figura que parecia se tornar mais ousada quando de sua passagem. Era branquinha, com lindas tranças loiras pendendo para os lados.
Era de fato uma deusa, bamboleava de um lado para outro, em movimentos contínuos e bem definidos, isso para o rapaz era um verdadeiro martírio, que ele não poderia deixar passar sem que tomasse uma atitude, precisava chegar mais perto dela, tocá-la, acariciá-la, fazer um contato, mesmo que fosse rápido. E assim ele resolveu, e no domingo, pela manhã, vestiu uma boa roupa e com o pretexto de desejar aos novos visinhos, boas vindas, caminhou até a casa que ele tanto admirava.
Bateu palmas no portão, e foi convidado pára entrar, apresento-se aos novos visinhos desejando-lhes boas vindas, o que foi aceito de bom agrado pelos mesmos, e assim, calmamente conversando, caminhou até o terraço, onde estava o objeto de sua ida até aquele local. E ali diante dele estava ela, uma belíssima REDE branca, com lindas tranças douradas laterais, que balançava impulsionada pela brisa que soprava durante todas as manhãs.
E assim quando regressou para sua casa estava realmente feliz, por ter conseguido estar bem juntinho d’ela, e de ter podido acariciá-la.
Um legítimo AMOR A PRIMEIRA VISTA.

30 DIAS PARA O FINAL DA PRIMAVERA

Era um dia todo especial; o sol brilhava com mais intensidade, muito mais que os dias que antecederam aquele que seria marcado como; 30 dias para o final da primavera. Os pássaros gorjeavam alegremente na copa das árvores num tilintar alegre e festivo, as folhas dos arbustos estavam mais verdes que em outros dias, no tronco das árvores um bando de borboletas multicoloridas, exibia suas azas mais brilhantes, até as lagartas tinham pressa de entrar em fase metamorfoseia para também participar daquela festa.
Naquela casa a agitação reinante, deixava todos apreensivos, porem bastantes felizes, os adultos sorriam com facilidade, as crianças pareciam que estavam eletrizadas, correndo de um lado para outro em um frenético vai-e-vem.
A dona da casa uma senhora que aparentava uns 30 anos demonstrava nervosismo, sentada em uma cadeira antiga porem confortável, era amparada pela mãe, que lhe dirigia palavras de carinho e incentivo, para que ela ficasse tranqüila e que tudo ira dar certo. A senhora olhava para o calendário que pendia da parede a sua frente, é o primeiro dia de signo de sagitário (falou), e o dia de lua nova, dia de Santa Cecília, padroeira da música. A senhora mais velha retrucou, tudo esta como eu previ, vamos chamar a comadre Rosa que ela ao certo solucionará tudo.
Com a chegada da comadre Rosa. Foram tomadas algumas providências, como a retirada das crianças da sala. Agora as três senhoras estavam reunidas para tomarem as decisões cabíveis para o momento. Da sala, através da janela aberta, olhavam o céu muito claro, com nuvens formando carneirinhos, era um dia extremamente feliz.
Por volta das 10 horas da manhã, todos que estavam na casa, ouviram um choro forte e vigoroso, que vinha da parte interna da residência, choro de um recém - nascido.
Sim é que n’aquela manhã do dia 22 de novembro, dia Santa Cecília, (padroeira da música), dia de lua nova, primeiro do signo de sagitário, e há exatamente 30 dias para o final da primavera, naquela casa feliz, nascia Nivaldo de Oliveira Melo o filho mais inteligente, mais bonito, mais viril, do casal Vitorino Melo e Maria Alves de Oliveira.