segunda-feira, 22 de junho de 2009

A lenda do velho pé de bombo


(Versão de Nivaldo Mélo - O texto original é de Jotacê Cardoso e está abaixo no blog) A Homenagem especial é para cidade de Olinda e ao Estado de Pernambuco. Qualquer semelhança com a vida real será mera coincidência.

Contam no conselho dos anciões da cidade de Olinda, no estado do Pernambuco, que, a centenas de anos a traz, vivia em uma caverna construída pelos Holandeses uma figura um tanto quanto diferente, podendo-se falar até grotesca; enorme em sua barriga, devido ao excesso de comida ingerida pela mesma, seu pé esquerdo era como sua barriga também enorme, embora seu pé direito fosse de tamanho normal, saía apenas à noite de seu esconderijo, para passeios noturnos, visto que ninguém havia visualizado a grotesca figura durante o dia, apenas nas noites era avistada pela população, principalmente nas noites de lua cheia ou nova.
No seu caminhar pelas ladeiras milenares da velha Marin dos Caetés, onde se exercitava durante a noite, o velho com seus passos firmes emitia um som bem ritmado; bum....tum...bum...tum.... Assim devido a seu mancar, seus passos eram bem definidos, com o esquerdo, bum, com o direito, tum, e assim.nesse constante bum tum, bum tum; entre os moradores locais, se estabelece um ritmo, o dos passos do pé de bombo, que corresponde ao ritmo da batida nas alfaias, que deram origem ao maracatu, e quando nas noites em que o velho não caminhava, descendo ou subindo as ladeiras da cidade, definiram que era a noite dos tambores silenciosos.
A população se dividia entre o medo e o respeito, a figura diferente que como eles habitavam o mesmo torrão, apesar de estranha, não brigava com ninguém, era de uma passividade inconteste, vivia do artesanato, o qual executava utilizando ferramentas rudimentares, por ele construídas, falavam que eram da idade da pedra lascada, mas a qualidade se seu artesanato, era conhecida em todo pais.
Seus filhos, em número de três, viviam em perfeita harmonia, tanto entre si, como com os demais habitantes circunvizinhos, a filha, (primogênita), dotada de uma inteligência incomum, estudou bastante, e descobriu que poderia tirar proveito de sua inteligência e criou uma profissão que hoje é reconhecida com uma das que desenvolve não só o país como todo o planeta, (o turismo), hoje é conhecida como uma das maiores turismóloga do estado de São Paulo, vivendo na região do Paranapanema, desenvolvendo lá um projeto de apoio a cultora da região Nordeste.
Seu companheiro, um caipira barrigudo, comilão, amante das coisas da música, o qual lhe valeu o apelido de Zé da Viola, que é pai da Branca de neve, uniram-se e juntos lutam para melhorar o desenvolvimento cultural do estado.
Ele através de métodos, considerados pelo pé de bombo um tanto quanto escuso, conseguiu capturar a filha mais inteligente do pé de bombo, levando-a, e privando o velho pai do convívio de tão “recatada” filha.
Os outros dois filhos, não ficaram para viver à custa do pé de bombo, criaram seus próprios meios de sobrevivência, desenvolvendo em suas criatividades métodos de labutas, que propiciam a vários outros habitantes da localidade, o sustento de seus filhos.
Quando se unem ou se encontram criam algo que vão passando de geração a geração como a ultima composição feita entre eles; um frevo que até hoje é um dos mais conhecidos no estado, onde se faz o maior e melhor carnaval do mundo, assim é o frevo.
“Ô frevo do pé de bombo ---redondo
Vai pulando até lascar.........
O velho solta gritos de alegria
Para o povão todo cantar.

Ai, ai ,ai, ai meu pé,--mas que chulé
Dançando com alegria......
Ai,ai,ai,ai meu pé –mas que chulé
É disso que o povo gosta...
É isso que o povo quer
A população fervilha, sob o sol quente nordestino, pulando e frevando ao som da orquestra de pau e corda, das alfaias, das batidas ritmadas dos arcos dos caboclinhos, das danças líricas dos grandes blocos, tudo em homenagem ao criador dos ritmos Pernambucanos, o grande, o lendário, o fabuloso.

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