Certa vez na grande salvador, tive o prazer de conhecer um cara bastante hilário, o Matias, dono de uma mercearia, dessas típicas de cidade do interior, vendia de tudo, desde sandálias de dedo, até apetrechos para pesca, sem contar os sacos de farinha, feijão e arroz devidamente alojados dentro de recipientes feito de madeira em forma de caixa, somente ali o freguês tinha o direito de escolha, ele mesmo se despachava, pesava e embalava os produtos, ali oferecidos, sem, contudo deixar de ouvir as piadas do proprietário. Cuidado pessoal para não rasgar o saco do sergipano, ninguém se aborrecia, já estavam acostumados com o alegre vendeiro.
À tarde quando o movimento caia um pouco, o Matias, gostava de ficar conversando com velhos clientes que se reuniam sob um frondoso jequitibá ao lado da mercearia, dentre eles estava um alagoano, bastante falante que quando falava, não permitia que outros o fizessem, visto que seu timbre de voz era bastante elevado, e se fosse interrompido ficava muito bravo, é tanto que quando começava a falar, o sergipano dizia: parem todos para ouvir o canto do uirapuru, o alagoano olhava de lado, não dizia nada, visto que se considerava um quase irmão do proprietário da venda, e assim a conversa da tarde passava a ser um monólogo, até quando sol começava a esconder seus últimos raios, aí o alagoano pegava seu pão, um litro de leite, e por vezes 12 ovos, que colocava sob o braço, bem na axila, e saia de mansinho para casa.
O Matias comentava com os demais, um dia ainda faço uma parada com o Moreira, que nunca mais ele vira importunar nossas tardes; e quero que todos estejam presentes, olhem que não estou convidando, estou intimando, para que todos saboreiem a minha vingança, e assim bolou um plano que o alagoano não pudesse escapar.
Os ovos que eram vendidos na mercearia tinham excelente qualidade, grandes e de procedência, e era exatamente com eles que o Matias iria gozar o Moreira. Apesar dos protestos de sua esposa, ele mandou que ela cozesse l2 ovos brancos e 12 vermelhos, colocou dentro de suas embalagens e deixou na prateleira, a disposição dos “clientes”, e nesse dia fez valer sua intimação.
Logo cedo da tarde a arvore já estava com quase toda sua sombra ocupada pelos clientes do Matias, quando chegou o alagoano, e foi logo comentando: hoje à tarde esta festiva por demais, alguém está de aniversário? Nada Moreira é que estamos no final do mês, e todos estão de bolsos papudos de tanta grana, e tão doidos para engordarem a conta do sergipano, até reforcei nas compras, incluindo os ovos que todos acham maravilhosos; é que de fato os ovos do sergipano são muito cobiçados, não acham? Gargalhada geral, inclusive do Moreira, e assim começava a gozação preparada para o alagoano, pelo sergipano.
Depois, como combinado, cada um dos presentes pediu uma dúzia de ovos, no que foram atendidos pelo vendeiro, inclusive o Moreira que fez questão de levar dos ovos vermelhos (que estavam previamente preparados pelo comerciante), todos foram para casa, mas aos pouco foram voltando para assistirem o epílogo da história.
Por volta das 18 h, chega de volta o Moreira, botando fumaça até pelou ouvidos, vermelho como um camarão, e aos berros dizia: Matias que história é essa de me vender ovos cozidos? Ta brincando Moreira; quantas vezes você já comprou ovos cozidos na minha mercearia? Somos amigos a mais de 20 anos e nunca vendi ovos sem qualidade, está me estranhando? Não é isso Matias, é que quando a mulher foi fritar os ovos eles já estavam cozidos, veja o peso deles!
Amigo, falou o Matias, (dando um tom de estar chateado), os ovos foram retirados junto com os demais desta prateleira, você mesmo é testemunha disso, (e abrindo uma embalagem) tirou um e quebrou, (foi aquela melecada sobre a mesa), o Moreira tirou um e plaft, (estava cozido), e assim Matias quebrava um, (bom), Moreira quebrava outro (cozido). Até que o vendeiro parou e disse, sei por que os seus estão cozidos! È que você colocou a embalagem em baixo do braço, e com a quentura, todos eles ficaram cozidos, e sendo assim nada posso fazer!
Dessa forma, o alagoano saiu sem ter como provar, que o sergipano tinha sacaneado com ele, passou vários meses sem comparecer as reuniões de todas as tardes, o que deixou todos bastantes contentes.
À tarde quando o movimento caia um pouco, o Matias, gostava de ficar conversando com velhos clientes que se reuniam sob um frondoso jequitibá ao lado da mercearia, dentre eles estava um alagoano, bastante falante que quando falava, não permitia que outros o fizessem, visto que seu timbre de voz era bastante elevado, e se fosse interrompido ficava muito bravo, é tanto que quando começava a falar, o sergipano dizia: parem todos para ouvir o canto do uirapuru, o alagoano olhava de lado, não dizia nada, visto que se considerava um quase irmão do proprietário da venda, e assim a conversa da tarde passava a ser um monólogo, até quando sol começava a esconder seus últimos raios, aí o alagoano pegava seu pão, um litro de leite, e por vezes 12 ovos, que colocava sob o braço, bem na axila, e saia de mansinho para casa.
O Matias comentava com os demais, um dia ainda faço uma parada com o Moreira, que nunca mais ele vira importunar nossas tardes; e quero que todos estejam presentes, olhem que não estou convidando, estou intimando, para que todos saboreiem a minha vingança, e assim bolou um plano que o alagoano não pudesse escapar.
Os ovos que eram vendidos na mercearia tinham excelente qualidade, grandes e de procedência, e era exatamente com eles que o Matias iria gozar o Moreira. Apesar dos protestos de sua esposa, ele mandou que ela cozesse l2 ovos brancos e 12 vermelhos, colocou dentro de suas embalagens e deixou na prateleira, a disposição dos “clientes”, e nesse dia fez valer sua intimação.
Logo cedo da tarde a arvore já estava com quase toda sua sombra ocupada pelos clientes do Matias, quando chegou o alagoano, e foi logo comentando: hoje à tarde esta festiva por demais, alguém está de aniversário? Nada Moreira é que estamos no final do mês, e todos estão de bolsos papudos de tanta grana, e tão doidos para engordarem a conta do sergipano, até reforcei nas compras, incluindo os ovos que todos acham maravilhosos; é que de fato os ovos do sergipano são muito cobiçados, não acham? Gargalhada geral, inclusive do Moreira, e assim começava a gozação preparada para o alagoano, pelo sergipano.
Depois, como combinado, cada um dos presentes pediu uma dúzia de ovos, no que foram atendidos pelo vendeiro, inclusive o Moreira que fez questão de levar dos ovos vermelhos (que estavam previamente preparados pelo comerciante), todos foram para casa, mas aos pouco foram voltando para assistirem o epílogo da história.
Por volta das 18 h, chega de volta o Moreira, botando fumaça até pelou ouvidos, vermelho como um camarão, e aos berros dizia: Matias que história é essa de me vender ovos cozidos? Ta brincando Moreira; quantas vezes você já comprou ovos cozidos na minha mercearia? Somos amigos a mais de 20 anos e nunca vendi ovos sem qualidade, está me estranhando? Não é isso Matias, é que quando a mulher foi fritar os ovos eles já estavam cozidos, veja o peso deles!
Amigo, falou o Matias, (dando um tom de estar chateado), os ovos foram retirados junto com os demais desta prateleira, você mesmo é testemunha disso, (e abrindo uma embalagem) tirou um e quebrou, (foi aquela melecada sobre a mesa), o Moreira tirou um e plaft, (estava cozido), e assim Matias quebrava um, (bom), Moreira quebrava outro (cozido). Até que o vendeiro parou e disse, sei por que os seus estão cozidos! È que você colocou a embalagem em baixo do braço, e com a quentura, todos eles ficaram cozidos, e sendo assim nada posso fazer!
Dessa forma, o alagoano saiu sem ter como provar, que o sergipano tinha sacaneado com ele, passou vários meses sem comparecer as reuniões de todas as tardes, o que deixou todos bastantes contentes.
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