Como de costume, todos os dias, Samuel passava diante daquela casa em ruínas, ia em direção ao trabalho, olhava sempre e não deixava de admirar aquela que no passado tinha sido uma casa que se destacava pela beleza de suas linhas arquitetônicas, muito bem definidas por aquele que tinha sido seu idealizador.
Mas naquele dia algo de diferente estava acontecendo, pessoas movimentavam-se dentro do terreno, um belo carro estava estacionado em frente, um homem alto e forte fazia anotações, em uma folha de papel colocada sobre o capô do automóvel, gesticulava apontando para locais em pontos diferentes do terreno.
No dia seguinte, apareceram diversos homens trabalhando com afinco na restauração da casa, e assim aconteceu durante vários dias, o que aguçava a curiosidade do rapaz, como seriam as pessoas que iriam habitar aquela casa? Será que eles eram pessoas das redondezas ou estavam vindos de outro lugar. E nessa expectativa passaram-se os dias.
Em uma segunda feira, quando se dirigia ao trabalho, Samuel viu que a casa já estava sendo habitada, ele parou um pouco, observou atentamente a nova casa e viu que foram mantidas em sua restauração todas as linhas arquitetônicas do passado, era uma prova que seus novos proprietários tinham bom gosto. Seus olhos percorreram rapidamente todo o frontal da casa, e foram parar justamente em algo que se movia graciosamente no lado esquerdo do terraço, era algo indescritível, de dar água na boca de qualquer um. E assim durante vários dias ele passava e não deixava de admirar aquela figura que parecia se tornar mais ousada quando de sua passagem. Era branquinha, com lindas tranças loiras pendendo para os lados.
Era de fato uma deusa, bamboleava de um lado para outro, em movimentos contínuos e bem definidos, isso para o rapaz era um verdadeiro martírio, que ele não poderia deixar passar sem que tomasse uma atitude, precisava chegar mais perto dela, tocá-la, acariciá-la, fazer um contato, mesmo que fosse rápido. E assim ele resolveu, e no domingo, pela manhã, vestiu uma boa roupa e com o pretexto de desejar aos novos visinhos, boas vindas, caminhou até a casa que ele tanto admirava.
Bateu palmas no portão, e foi convidado pára entrar, apresento-se aos novos visinhos desejando-lhes boas vindas, o que foi aceito de bom agrado pelos mesmos, e assim, calmamente conversando, caminhou até o terraço, onde estava o objeto de sua ida até aquele local. E ali diante dele estava ela, uma belíssima REDE branca, com lindas tranças douradas laterais, que balançava impulsionada pela brisa que soprava durante todas as manhãs.
E assim quando regressou para sua casa estava realmente feliz, por ter conseguido estar bem juntinho d’ela, e de ter podido acariciá-la.
Um legítimo AMOR A PRIMEIRA VISTA.
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