quinta-feira, 14 de junho de 2018

JUVINA BEIJA FLOR E SEUS TRÊS MARIDOS


Nivaldo Melo

1
A Juvina não deu sorte
Pra encontrar o marido
Tinha vários pretendentes
Mas só um foi escolhido
Foi um cara bonitão
Demonstrando ter tesão
Mas muito bem resolvido.
2
Viajou todo o pais
Conheceu várias paragens
Nada lhe fazia medo
Uma mulher de coragem
Espirito independente
Olhava sempre pra frente
Sem medo de sabotagem.
3
Onde a Juvina passava
Mostrava sempre alegria
Quando chega nas festas
Todo povo a aplaudia
Viva, vivas minha gente
A festa ficava contente
Se Juvina aparecia,
4
Seu primeiro casamento
Foi com o jovem Juvenal
Forte e halterofilista
Bem popular e legal
A festa do casamento
Foi um acontecimento
Verdadeiro festival
5
Na lista de convidados
Só tinha gente importante
Presidente da republica
De um pais bem distante
Tinha lá muita comida
E não faltava bebida
Foi uma festa brilhante
6
Alugaram uma suíte
Pra sua lua de mel
Seria uma semana
Sem saírem do hotel
A Juvina muito feliz
Parecia uma atriz
No mais famoso papel.
7
Saíram daquela festa
Por volta de meia noite
Entraram na limusine
Partiram com um açoite
Juvina olhava o marido
De gala todo vestido
Pra seu primeiro pernoite.
8
Quando chegaram ao hotel
Uma banda de corda e pau
Tocaram para os nubentes
A valsa nupcial
Até na velha abadia
Cantavam a Ave Maria
Ao som de um berimbau,
9
Até ai tudo bem
Nada era diferente
A noiva muito feliz
O noivo meio reticente
Nervoso estalava os dedos
Demonstrando está com medo
Parecia estar doente.
10
Conduziram então os noivos
Ao quarto nupcial
Tinha uma cama redonda
Bem no centro do local
Banheira, hidro massagem
Banquinho pra sacanagem,
Ambiente surreal.
11
No teto um grande espelho
Iluminação meia luz
Um imenso TV de Led
Exibia corpos nus
Ele todo encabulado
Olhando sempre de lado
Parecia um avestruz.
12
Uma música bem erótica
Dava o retoque final
Excitando os dois pombinhos
Para o ato principal
Ela sai naquela hora
Volta só de camisola
Pronta para o bacanal.
13
Encontra o futuro amante
Ali na cama sentado
Com um olhar meio estranho
Parecendo ter chorado
Que é isso meu amor,
Tás sentindo alguma dor?
Mas ele ficou calado.
14
Fez um gesto e falou
Mas depois de muito esforço
Estava de cabeça baixa
Queixo colado ao pescoço
Virou-se ficou de costa
“A fruta que você gosta
Eu chupo até o caroço”.
15
Eu não entendo amor
Aquilo que você disse
Qual a fruta que tu gosta?
Isso pra mim é sandice
- Você volte a se vestir
Não vou querer repetir
Essa é minha esquisitice.
16
Era homossexual
O grande halterofilista
Levanta ferro nas costas
Ele era grande artista
Sabia esconder a cobra
Nisso era mestre de obra
De homem era massagista.
17
Pense na decepção
Que caiu sobre a Juvina
Pensou que seria mulher
Continuava menina
Primeira decepção
Sua primeira união
Mal começa já termina.
18
Alguns anos se passaram
Juvina sempre a chorar
E a palavra marido
Nem queria ouvir falar
Levaram pra um analista
Pra ela foi a conquista
Voltou a querer casar.
19
Agora a coisa seria
De um modo diferente
Seria do jeito dela
Tudo de caso presente
Iria testar primeiro
Pra ver se era verdadeiro
O seu novo pretendente.
20
Nem precisou procurar
Um cara que fosse legal
Desse tipo bonachão
Mas que tivesse moral
Que fosse um cara amigo
Encontrou o pretendido
Um homem de alto astral.
21
O Maneco Ferro Fogo
Foi ele o cara escolhido
A Juvina acreditava
Ter encontrado um marido
Bom de papo, bom em tudo
Seria seu novo escudo
Do céu ele tinha caído.
22
Anos de felicidades
Viveram os dois pombinhos
Durante o dia, trabalho
Noite para um barzinho
E assim foram vivendo
Sem ver o que estavam vendo
Alcoólicos devagarinho.
23
Quem é fraco se entrega
Ao vício do alcoolismo
Esse vai se infiltrando
Levando para um abismo
Acaba logo o amor
A família sim senhor
Vai junto pra o ostracismo.
24
O Maneco Ferro Fogo
Foi perdendo as qualidades
Chegava em casa falando
Quero minha liberdade
A Juvina independente
Deu com o pé no decente
Sem esboçar crueldade.
25
Volta a Juvina de novo
Viver sozinha outra vez
Sem ter ao lado um marido,
Mas ela com altives
Deu sua volta por cima
Hoje mulher, não menina
Mas em total solidez.
26
Agora na meia idade
Juvina sabe o que faz
Nada de se apegar
Apaixonar, nunca mais
Foi cursar a faculdade
Pra se formar de verdade
Isso vai pra seus anais.
27
Com pouco mais de quarenta
Um novo amor encontro
Com “Gostoso” vou ter sorte.
Foi assim que ela pensou.
Quis fingir que era paixão
Não falava em união
Ao pensar tinha pavor.
28
Morar em lugar separado
Seria muito melhor
Algo assim, sem compromisso
Continuava a ser só
Em motéis se encontravam
Nesse local se amavam
Era amor em tom maior.
29
Quando saiam pra noite
Voltavam de madrugada
Era um retorno feliz
A volta lá da balada
Ela só cantarolando
E ele assobiando
E iam pra “machadada”.
30
O bom não dura pra sempre
Falava assim minha vó
E naquela empolgação
Juvina se achava só
A coisa estava estranha
O cara cheio de manha
Começava a dar um nó.
31
Algo estava remoendo
Na cabeça da Juvina
Eu já não sou mais criança
Tou parecendo menina
Ainda não sei o porque
Vou procurar entender
Nunca vou fica mufina.
32
Observou seu “Gostoso”
Nas idas para as baladas
Na hora de pagar a conta
Martinho não dava nada
Fala que “homem é luxo”
Se não aguenta o repuxo
Pode desce da escada.
33
Ai Juvina entendeu
Porquê da preocupação
No dia quinze do mês
Já estava sem tostão
Pôs o dedo no suspiro
Iria parar com aquilo
Só tinha essa opção.
34
E no final de semana
Saíram para a balada
A hora de pagar a conta
Ele disse: não dou nada
Porque sou bom cafeeiro
Ando sempre sem dinheiro
Essa é a grande sacada
35
Sabe o que aconteceu?
Juvina não discutiu
Pediu licença ao amante
E lá pelos fundos saiu,
O cara ficou esperando
Mas terminou se cansando
Quis fugir não conseguiu,
36
A despesa daquela noite
Chegou quase cinco mil
O “Gostoso” bem nervoso
Sentia o corpo febril
Chegou a pedir ajuda
Dizendo Deus me acuda
Pois eu sou um imbecil.
37
Foi uma tremenda vergonha
Que o “Gostoso” passou
Além de perder a prenda
Naquela noite “dançou”
Foi direto pra o distrito
Lavou latrina e pinico
E o relógio empenhou.
38
Depois do que ocorreu
Pediu perdão pra juvina
Ela disse: Meu Gostoso
Eu já tomei a vacina
Nessa você se enganou
Não sustento gigolô
Me espere na esquina.
39
Foi grande demonstração
De caráter da Juvina
Continuaria vivendo
Sempre mudando a rotina
Em cada dia existente
Viveria intensamente
Com confete e serpentina.
40
Depois das decepções,
Viveria em auto astral
E sua independência
Pra ela é essencial
Cada dia é mais um dia
Pra viver com alegria
Em perene carnaval.
41
Hoje vemos a Juvina
Vivendo intensamente
Cada dia mais feliz
Voltou a ficar contente
Nas festas que aparece
Quebra todos os estresses
Seu passado? Acidente!
42
Só pensa em seu futuro
Com certeza promissor
Seu espirito independente
Pode viver sem amor
Sabe amar como ninguém
Pois ama tudo que tem
A JUVINA BEIJA FLOR.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

AS TRES PEDRAS


Nivaldo Melo
1
Foi no ano de não sei quando
Que essa história se passou
Não me lembro onde ouvi
E nem sei quem me contou
Só sei que aconteceu
O fato que agora eu
Passo a narrar pra o senhor.
2
O reino da Carochinha
Era um lugar diferente
Não era alegre nem triste
Mas seu povo era contente
Choravam; porem cantavam
Cantigas que acalentavam
O coração do regente.
3
Regente era o soberano
Do pais da Carochinha
Tudo lá era tranquilo
Para o Rei e pra Rainha
Uma casal muito bonito
Mas viviam em conflito
Pois um herdeiro não vinha.
4
Estavam ficando velhos
O bom casal de monarca
Já tinham mais de quarenta
O rei era o patriarca
O povo preocupado
Falavam pra todo lado
E se um dos dois embarca?
5
A preocupação do povo
Tinha uma razão de ser
É que pela lei do reino
Quem tinha que suceder
No comando do reinado
Era um conde, o Depravado
Deixando o povo a temer.
6
Então a população
Em um gesto tresloucado
Foram falar com o rei
Que ouviu todos calado
Queriam fazer eleição
Mudar a constituição
Tinham até abaixo assinado.
7
A rainha então falou
Pra toda população.
Tinha feito uma promessa
Pra o santo de proteção
Teria que engravidar
Ela tinha que gerar
O salvador da nação.
8
E se for uma mulher,
Quem vai ser o sucessor?
Perguntou o comandante.
Foi aí que o rei falou:
Será um homem honrado
E de caráter ilibado
Assim como eu o sou.
9
Nossa rainha está grávida
Isso é fato consumado
E daqui a poucos meses
O herdeiro tem chegado.
E se for uma menina
Será a coisa mais fina
Que teremos no reinado.
10
Com três meses na espera
Nasceu uma bela flor
Era a coisinha mais bonita
Que Deus na terra botou
Recebeu nome de Rosa
Que é a flor a mais formosa
Que no jardim já brotou.
11
No dia do batizado
O rei fez um desafio:
Pra casar com a princesa
No momento eu anuncio
Tem que ser cabra valente
Traga pra ela um presente
Coisa que nunca se viu.
12
A estória se espalhou
Em todo canto do reinado
Até no lugar mais distante
O fato foi publicado
Um jovem agricultou
Quando a coisa escutou
Disse: nessa eu sou testado
13
Chamou seu pai e sua mãe
E disse: vou procurar
Num lugar muito distante
Garanto, vou encontrar
Mesmo que seja num covil
A coisa que ninguém viu
E para a princesa vou dar,
14
E se por acaso a princesa
Não queira te desposar?
Vou tentar de todo jeito
Pra ela se apaixonar
Se ela não me querer
Nada vai me acontecer
Em mim nada vai mudar.
15
O pai deu as economias
Pra fazer jus as despesas
E a mãe deu para o filho
Três pedras, suas riquezas,
E disse assim para o filho:
Não te tornes um andarilho
Que chegaras a nobreza.
16
As pedra se multiplicam
Depende da ocasião
Se tu precisares delas
É só fazer uma oração
E ensinou para o menino
Três orações pra o Divino
Que é nossa salvação.
17
Cada pedra tem uma cor
Uma oração diferente
Se errares a oração
Tudo muda de repente
Ela vai te transportar
Para um outro lugar
Não temas; siga em frente.
18
No reino das palafitas
É lá que vás encontrar
Aquilo que tu procuras
Está naquele lugar
Terás que ser muito forte
Lá nessas terras do norte
As coisas vão complicar.
19
Nunca esqueças das pedras
Cada cor uma oração
A pedra amarela é da força
A pedra verde união
A pedra azul é o amor
Rezas com muito fervor
Ela é tua salvação.
20
Beijou o pai e a mãe
E pra o terreiro saiu
Pegou a pedra da força
Rezou, e então sumiu
Sua mãe falou baixinho
Ele aprendeu direitinho
Olhou pra o céu e sorriu.
21
Quando ele abriu os olhos
Viu uma placa bonita
NO REINO DAS ANDORINHAS
SUA HISTÓRIA TA ESCRITA
- Esse é meu primeiro passo
Aqui eu acho o que faço
Ou será minha desdita.
22
Aí surgiu de repente
Um pássaro muito bonito
Que lhe entregou um papel
E estava nele escrito:
A rainha quer lhe ver
E conversar com você
Sobre algo esquisito
23
O pássaro então o levou
À presença da rainha
Uma belíssima ave
Rainha das andorinhas
Que lhe falou com clareza
De toda sua tristeza
Do medo que ela tinha
24
É que um falcão medonho
Um faminto predador
Tava atacando o reino
Fomentando o terror
Todo dia ele atacava
Uma andorinha levava
Causando o maior pavor.
25
O rapaz disse que iria
Falar com o senhor falcão
Procuraria a paz
Junto aquele gavião
Então saiu de mansinho
E foi direto pra o ninho
Sem medo no coração.
26
Tirou sua pedra verde
E colocou-a na mão
Foi se encontrar com a ave
Fazendo sua oração
Não precisou nem falar
Quando acabou de chegar
Tava selada a união.
27
O falcão foi lhe falando
Te quero como amigo
Sei que vens de muito longe
E corres muitos perigos
Sigo contigo viagem
Descobriremos paragens
Sem temer nenhum castigo.
28
No reino das andorinhas
Homenagearam o rapaz
Deram-lhe uma pena mágica
Para selar toda a paz
O jovem e o gavião
Então se deram as mãos
Disseram até nunca mais,
29
Pegaram na pedra verde
Rezaram a pedra amarela
Tudo ficou muito escuro
Então abriu-se uma tela
- Este reino é das formigas
Se quer briga, vai ter briga.
Foi a passagem mais bela,
30
A rainha Tanajura
Mandou foi um pelotão
Pra prender os visitantes
Pois tinha toda razão
Os soldados mais valentes
Tinham no pelotão da frente
O general formigão,
31
Prenderam os invasores
E levaram para a rainha
Que foi falando bem grosso
Que do dois medo não tinha
Nós somo de muita paz
Assim falou o rapaz
Que contou a o que vinha.
32
A tanajura princesa
Falou sobre os inimigos
Um bando de gafanhotos
Que deixavam sem abrigos
Milhares de formiguinhas
Deixando triste as rainhas
Deste reino e dos amigos.
33
Então o jovem falcão
Pediu licença e voou
Foi parar no esconderijo
Do gafanhoto infrator,
Comeu mais de mil bandidos
E perguntou pros vencidos
Qual deles que não gostou?
34
Foi um silencio total
No covil dos gafanhotos
O chefão todo medroso
Acho que deviam atacar outros
O gavião sem intrigas
Sou defensor as formigas
Que pensas que são biscoitos.
35
O chefe dos gafanhotos
Prometeu fazer as pazes
Com as formigas gerais
E esquecer essas fazes
Seriam vegetarianos
E durante muitos anos
Deixaram de ser vorazes.
36
De presente receberam
O passaporte final
Ao reino das palafitas
Seria o último local
Pra encontrar o presente
Aquele bem diferente
O presente sem igual.
37
No reino das palafitas
Já estavam esperando
O pretendente ao trono
O valente soberano
Filho de um agricultor
Com um futuro promissor
Isto sem nenhum engano.
38
No reino das palafitas
Não tinha rei definido
Todo vivente era rei
Nada era escondido
Sentaram pra conversar
Como iriam encontrar
O presente pretendido.
39
E quem primeiro falou
Foi o nosso aventureiro
Queria saber por que
Ele seria o primeiro
Procurar sem um perfil
Aquilo que ninguém viu
Porém muito verdadeiro.
40
Vamos ter que procurar
Num lugar muito profundo
No fundo do oceano
De onde ele é oriundo
E qual será o presente?
Aquilo que é diferente
O único em todo mundo.
41
Vou mergulhar essa noite
Chego lá de madrugada
Não temam por minha vida
Que ela está bem guardada
Vou encontrar meu tesouro
Com essa pena de ouro
Que me foi presenteada.
42
E logo ao cair da noite
Para o mar ele andou
Segurando sua pena
Que logo se transformou
Numa bola de cristal
Mergulhou pra o abissal
Com dez dias ele voltou.
43
No meio daquele abismo
Em total escuridão
Ele estava bem tranquilo
Com as três pedras na mão
Viu cem cavalos marinhos
Cercando o seu caminho
Tavam dando proteção.
44
Tinha um coral de sereias
Cantando quando chegou
O deus Netuno sentado
Mas logo se levantou
Se dirigiu ao rapaz
E com um gesto fugaz
O presente lhe entregou.
45
O jovem viu o presente
E ficou meio espantado
Apenas um agua viva
Que tinha o corpo bordado
O deus falou: vá tranquilo
Ele mostrará todo brilho
Na hora que for mostrado.
46
E lá no fundo do mar
Fizeram um festival
Crustáceos, peixes, moluscos
Promoviam o carnaval
Até o peixe corneta
Foi tocar lá na retreta
A valsa nupcial.
47
Um a sereia morena
Pediu o consentimento
Deu de presente ao rapaz
Parte de seu vestimento
Entregue para a princesa
Espero que sua alteza
Use-o para o casamento.
48
Ao voltar pra Palafita
Com a sua agua viva
Bordada de cor azul
Uma cor que só cativa
Vinha esbanjando alegria
Porque ele já conhecia
Sua oferta definitiva.
49
Vás levar uma água viva,
E entregar a princesa?
Isso todo mundo viu.
E ele a pôs sobre a mesa
O lugar se iluminou
E ela se transformou
Na face de sua alteza.
50
Foi a coisa mais bonita
Que todo mundo já viu
Uns a olhavam de frente
Outros viam de perfil
Era algo estonteante
De pureza inebriante
E que ninguém assistiu.
51
Foi o grande deus Netuno
Que escolheu o presente
Cada vez que alguém o ver
Vê algo bem diferente
Ele nunca é igual
Mas é algo tão real
Se vê uma vez somente.
52
O jovem se despediu
Do reino das palafitas
Montou na ave e voaram
Pra sua terra bonita
E foi direto pra o lar
Para os pais encontrar
E contar suas desditas.
53
Quinze anos já passaram
Desde que você partiu
Ninguém trouxe um presente
Coisa que nunca se viu
O rei está esperando
E você pode ir andando
Mostrar o que conseguiu.
54
A pedra azul e o presente
Foram dentro de um bisaco
A reza correspondente
Ele escreveu num trapo
E levou pra realeza
Só pra entregar a princesa
Mas num dia bem opaco.
55
Quando chegou ao palácio
E alguém o anunciou
Chegou mais um candidato
Que veio do interior
O nome dele é Cravo
Mas não é nenhum escravo
É filho do agricultor.
56
Eu estou aqui presente
No reino da carochinha
Pra desposar a princesa
Sei que ela vai ser minha
Eu lhe trouxe meu presente
É algo bem diferente
Está na minha bainha
57
Então tirou da cintura
O bisaco pendurado
Dele retirou o trapo
E a pedra azul pôs de lado
Pediu pra princesa ler
A oração sem temer
Que nada daria errado.
58
Quando a princesa leu
Olhando pra pedra ao lado
Sentiu um tremor no peito
Sentiu o peito inflamado
Era a chama do amor
Que seu coração tocou
Ele estava apaixonado.
59
O jovem pôs o presente
A agua viva na mesa
Iluminou o salão
Surgiu uma rosa acesa
O rei ficou espantado
Logo caiu desmaiado
Ao ver tamanha beleza.
60
E logo que retornou
Já viu algo diferente
Ele viu uma coroa
Com diamantes pingentes
E foi um transe geral
Lá mesmo no pedestal
Ele desmaiou novamente,
61
O Cravo entregou pra Rosa
O que a sereia mandou
Um vestido todo em ouro
Todo cheio de esplendor
A princesa a gradeceu
E disse assim; Amor meu
Tua esposa eu já sou.
62
O nosso Cravo e a Rosa
Casaram naquele dia
O rei todo abobalhado
Só via o que ninguém via
O presente esquisito
Entre todos o mais bonito
Pra toda sua alegria
63
O Cravo e a Rosa juntos
Formaram um belo casal
Reinaram durante anos
Tudo sempre em alto astral
O presente os uniu
Algo que nunca se viu
Foi o lema principal.