sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A VIAGEM QUE NÃO QUERIA FAZER


Na trajetória das nossas vidas, muitas e muitas vezes nos deparamos com momentos que jamais tínhamos pensado em os vives, nessa hora, temos que nos transformar em super homens para superá-los, de forma que as seqüelas que venhamos ter sejam diluídas com o passar do tempo, mesmo sabendo que jamais esqueceremos.
Essa narrativa serve apenas como registro de uma viagem que jamais pensei em fazer, ou pensava em fazê-la em outras circunstancias.
O lugar tem pouca importância nesse momento. Poderia ser a poucos quilômetros de distancia, ou a centenas ou milhares, quando se trata de tragédia ou fatalidade; a distância tem o mínimo de importância.
- Toca o telefone, uma pessoa do outro lado fala: tenho algo para lhe dizer, mas não sei nem como começar, (e faz uma pausa onde, um segundo se transforma em horas), em nossa cabeça centenas de coisas sem nexos passam em uma velocidade bem maior que a da luz.
- Seu filho sofreu um acidente; esta hospitalizado; não sei dizer se com risco ou não de vida, mas é grave. Que tipo de acidente? Como aconteceu? Onde foi? Em que estado ele se encontra? Quem te comunicou o fato? São essas as perguntas que fazemos de imediato, e aos pouco vamo-nos inteirando do acontecido.
Uma sensação de vazio toma conta de nos, afora a sensação de não saber o que fazer, é ai que nos sentimos incompetentes, diante da vida. E o que é a vida senão uma seqüencial de momentos de certezas e incertezas.
Partimos para o desconhecido. Horas que parecem dias, e dias que parecem anos. Vai se agrupando e aumentando o ritmo das batidas do coração, não sei se a adrenalina funciona nessa hora, mas em nossa visão aparecem figuras e imagens que nunca vimos, ou não queremos ver.
Finalmente, com passos curtos, como se seu cérebro se esquivasse de ver a cena, e retardando mais e mais esse encontro; você esta diante da pessoa querida, deitado sobre um leito de hospital, completamente sem ação, mas com um objetivo de cura fora do comum. É um choque e um alívio ao mesmo tempo, aí as sensações se misturam e lhe confundem.
Choque pela cena que aparece diante de seus olhos, e alivio por ver que a vida é de fato uma dádiva de Deus.
Estamos ali, diante de nosso filho; de olhos fundos, mas brilhantes, de pele muito pálida, mas com vigor; são as justificativas que vieram em nossas mentes naquele momento; para não acharmos que tudo estava perdido.
Procuro controlar as lágrimas e não consigo, palavras embargadas saem de minha boca, na garganta corta a voz.
E quase em uníssonos, falamos:
Como estas, filho?
Estou bem meus pais!
Olho para os lados procurando um apoio. Então imediatamente vem a reação. Nesse momento, quem realmente esta precisando de apoio é ele, nosso filho.
Trinco os dentes, pressiono os lábios, fecho os alhos com bastante pressão e digo: vai dar tudo certo, fé em Deus e em você mesmo é o que vão acelerar sua cura.
Silencio.
Quais as palavras que devo dizer? Será que existem palavras para serem ditas nesse momento? Acho que não. Mas alguma coisa tem que ser dita, para iniciar uma conversa.
Mas sobre o que?
No instante, sai dos lábios dele a resposta.
Como foram de viagem?
Sorrio e respondo: bem.
Novamente silencio.
Ai vem à interferência da mãe, sábia e decidida.
Meu filho; centenas de pessoas estão torcendo por você, todas, em uma corrente de orações, e com certeza Deus esteve com você no momento do acidente, e continua aqui a seu lado lhe protegendo; e pode ter convicção de que nada do que tenha acontecido, afetara seu dia a dia, isso você vera em um futuro muito breve.
Chego à conclusão de que, nada somos diante da imensidão do universo, somos falíveis, nada do que pregamos que somos ou pensamos ser é real, muito, mas muito acima de nós existe um comando que guia não somente nossos passos, mas tudo o que esta aos nossos lados, acima ou abaixo de nós. A força, o poder, a benevolência, o carinho, a caridade, tudo isso é fruto de nossa fé, e se mantivermos essa fé, por certo conseguiremos remover montanhas, não essa montanha que chamamos de acidente geográfico, mas a montanha muito maior que nos separa de Deus, é essa montanha que com nossa fé conseguimos mover, e quando o fazemos, realmente estamos diante D’Ele.
E foi e é realmente o que aconteceu e esta acontecendo com nosso filho, sua fé fez e continua fazendo dele um ser especial; seu processo de recuperação é uma demonstração disso, sua conversa constante com Jesus, faz com que tenhamos a certeza de que nosso filho esta sendo muito bem cuidado, pelas mãos do(a)s médico(a)s e enfermeiro(a)s, mas com a supervisão permanente D’Ele.
Tudo ira dar certo, não existe a menor duvida de nossa parte e também daqueles que conhecem e vivem direta ou indiretamente ligados ao fato.
Hoje estamos mais tranqüilos e certos de que nosso filho irá conseguir mover essa montanha e voltar a caminhar com seus passos firmes, seguindo sua trajetória para atingir seus objetivos de vida.
GRAÇAS A DEUS.

Um comentário:

  1. É como diz meu pai (nivson): - Esse meu pai (nivaldo) é mais forte do que parece.

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