segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O SHORT


Meus amigos; vou contar,
Algo que me aconteceu.
É um causo engraçado
Que se passou só com eu.
Quando era um rapazote
Por uma mulher se short
O meu coração tremeu.

Era do tipo Raimunda
Dessa meio avantajada
Que andava bamboleando
Todas as tardes na calçada
E eu sentado só olhando
E vendo o short passando
Achando bem engraçada.

Eu ficava esperando.
Toda tarde era assim,
Lá vinha o short andando
Pra passar perto de mim
Eu ficando abestalhado
Mas olhava só calado
Com esperança sem fim.

Só olhava aquele short
Apertado ate demais
Que chamava a atenção
De velho, menino e rapaz
Eu; maior admirador
Do short de furta cor,
O resto, nem via mais.

E o tempo foi passando
E eu mais abestalhado
Só vendo o short passando
Eu ficava ali sentado.
Sem saber o que fazer,
E não queria nem ver
O restante do traçado.

E sabe por que eu ficava
De butuca só pro short?
Porque ele era demais
Dentro dele; tudo é forte
Na frente tudo danado,
Atrás tudo avantajado,
E eu precisando de sorte.

Sabe o tamanho do short?
Mais ou menus, palmo e meio,
Dentro dele; muita carne,
O pano só pra recheio,
Não existe nada igual
Pois cobria o principal,
Mas só da parte do meio

Vou ti dizer o que tinha
Naquele short bonito:
Na frente tinha um floreio,
Que me deixava aflito,
Tinha um rego bem no meio
Era o lugar do recreio,
O meu lugar favorito.

Olhando de frente se via
Uma paisagem fugaz,
Que causava admiração
Em velho, menino ou rapaz.
Isso na parte da frente,
Eu vou dizer bem contente
Como era a parte de traz.

Quando ele ia passando
Víamos as partes do lado
Com dois rebolos de coxas
Por demais avantajados,
Ate velho choramingava
E bem alto ele gritava
“Já fui bom nesses danados”.

E logo, bem no trazeiro,
Nós víamos a melancia
Separada em duas bandas.
Mostrando a anatomia,
Dava vontade de correr
Pra ele, só pra morder
Depois morrer de agonia.

E aquelas duas bandas,
Vinham dançando demais,
Num bamboleio frenético;
Pra cima, pra frente pra traz
De um lado pra o outro
Num bailado meio louco
Deixando você sem paz

Era a bailarina redonda
Mais bonita que conhecia
Mesmo sem olhar pra ela
Garanto; não esquecia
Passava as noites sonhando
Vendo o short rebolando
Sem dizer pra onde ia.

Agora vou descrever
A dona do short; Inteira;
Mas vou de baixo pra cima
Pra não cair na asneira,
De contar o fim da estória
Pra que não saia da memória
Fique sem eira nem beira.

Os pés da dona do short
Eram um deslumbramento;
Um tinha dedos pra fora
O outro os dedos pra dentro
As unhas feito as dos gatos
Que furavam os sapatos
Era um constrangimento

No calcanhar da menina
Tinha um dedinho a mais
Que ficava apontado
O que vinha lá atrás
As pernas cheias de bola
Não sei se era espora
Nas pernas do ferrabrás.

As coxas daquela danada
Nada tinham de anormal
Seguravam o “tudo em cima”,
Que era a coisa principal;
Local de admiração
De toda população
Que morava no local.

Mas aquela barriguinha
Onde ela dava o trato,
Parecia uma bacia
Ela afirmava: é um “prato”!
Que era a forma exata,
Pois era um prato de papa
Um local muito abstrato.

Lá se encontrava o umbigo
Bem logo acima do short
Era uma protuberância
Com o lado, cheia de corte
Fruto de uma operação
Onde o medico errou a mão
Que quase a levou a morte.

E aqueles mamões moles,
Que seu sutiã sustenta
Parecem que são geléias
Se não segurar despenca
São tão moles os danados
Que querem sair nos lados
Estragando a vestimenta.

Seu rosto era, ...nem sei
Se era feio ou bonito
Eu só olhava para o short
- O meu lugar favorito
Era a única opção
Lugar que dava tesão;
O restante era esquisito.

Os cabelos da passante
Eram encaracolados,
Ate fico acreditando
Muito pouco eram lavados
Pois sua preocupação,
Era ter os shorts sãos
Para serem admirados.

A Raimunda tinha lábios
Carnudos e bem vermelhos
Não eram lábios de mel
Nem eram lábios de coelho
Mas ela adorava-os tanto
Não era nenhum espantos
Vê-la horas no espelho.

Mas o pior de tudo isso
Eram os olhos da menina.
Viam lugares diferentes
Um o Brasil outro a China
Causava grande espanto
Ninguém sabia que canto
Que olhava a dançarina.

À noite eram de cor preta
No dia de cor azul
À noite olhavam pro norte
De dia olhavam pro sul
Me digam por caridade,
Se eu não falo a verdade.
São olhos de belzebu.

Agora vou confessar.
Com todos esses defeitos
O short ainda passeia
Aqui dentro de meu peito.
No lado do coração
Porque de nossa união
Só saiu filhos perfeitos.

Pensa que é ter coragem
Casar com coisa assim?
E fica aí comentando
Com muita pena de mim
Pode ficar bem tranqüilo
Se casasse com aquilo
Devia comer capim.

Por minha cara metade
Eu tenho um amor profundo.
Ela é que teve coragem
De casar com um vagabundo,
Que é esse cordelista
Que tem em sua conquista,
A melhor mulher do mundo.

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