domingo, 8 de dezembro de 2013

ALÔ, ALÔ; É DA POLICIA?


(Um Causo verídico)
Nivaldo Melo


Há mais de dois anos que naquele bloco de apartamentos, os moradores viviam apreensivos. É que no apartamento 2 (dois), um grupo de jovens resolveu fazer seu reduto, onde o consumo de drogas (maconha), corria solto.
O casal Neves, morados do referido apartamento havia viajado e colocou no local um de seus sobrinhos, com a finalidade de preservar o ap. e evitar “invasões indesejáveis”. Não sabendo eles que estava colocando no local exatamente “o invasor indesejável”.
Talvez por isso que o morador do apartamento 0l (hum), o Sr. Nilson, de tanta preocupação tenha tido um Infarto do Miocárdio, submetendo-se inclusive a uma cirurgia que o deixou fora de combate por um bom período. Mas as preocupações do Sr. Nilson não acabaram (muito pelo contrário), aumentaram muito mais, porque além de incomodar não somente sua família, o invasor indesejável começou a trazer novos invasores, que por sua vez traziam mais e mais novos invasores indesejáveis, aumentando assim não somente as preocupações do Nilson, mas principalmente a perda do sossego.
Uma semana após receber alta do hospital, o Sr. Nilson resolveu dar um basta na situação; chamou seus familiares (esposa, filhas (2), filho (1), sogra (1) (porque mais de uma é dose pra leão) ), e comunicou: Hoje eu acabo com essa orgia do apartamento 2, vou ligar para a polícia e tudo se resolvera sem desgaste para nós, inclusive que, por recomendação expressa dos médicos eu não posso ter preocupações, portanto vai ser agora mesmo. Apanhou o telefone e discou o numero do “disque denuncia”, o nº 140.
Esperou alguns (intermináveis) segundos olhando para a plateia meio sorridente: Alou, é da polícia? - Sim, é da policia. Posso fazer uma denuncia? - Sim, pode fazer uma denuncia. È que aqui no ap. 02 está reunido um grupo de maconheiros, fumando, e proferindo palavras de baixo calão; já fui lá, reclamei, mas eles continuam na orgia, sem dar a menor importância para os moradores. - Sabe quantos são Sr.? Acho que são uns sete ou oito. - Ah, pode me dar mais detalhes? Sim. - Só tem homem Sr.? Não, tem duas mulheres. - Mulheres velhas ou jovens? Mas que importância tem isso? São jovens, e me parece de menor. - Anrhan (e pausou). O Nilson insistiu: alou, alou! - Espere um pouco senhor... Sr. Tem certeza que quer fazer essa denuncia? É claro, por quê? - È que aqui quem fala é o chefe dos maconheiros, seu cabueta, seu dedo duro, seu puto velho, vou mandar minha turma acabar com você, se prepare que quem vai dar um jeito nisso somos nós, (e de imediato desligou o telefone). Do lado de cá, o Sr. Nilson suava copiosamente, e suas pernas não obedeciam as ordens vindas do cérebro. Sua família entrou em pânico, uns gritavam outros davam massagens no peito, a esposa falou: vamos leva-lo para o hospital imediatamente, ele pode ter novo enfarto.
Quando o senhor Nilson acalmou um pouco, todos perguntaram o que havia ocorrido. Então ele contou a o dialogo que havia travado com o policial que o atendeu.
Foi quando a sogra (Dona Marry) perguntou: tem certeza que você ligou para a polícia?
Sim.
Mas; quando foram verificar no identificador de chamadas viram que o Sr. Nilson havia ligado para o nº 140 e não para o nº 190.
O numero discado (140), era um numero disponibilizado pela operadora como sala de bate papo.
Naquele momento o que era uma tragédia transformou-se em uma comédia que ate hoje quando comentam serve como piada. Mas garanto-lhes que é realmente causo acontecido, portanto verdade verdadeira

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