terça-feira, 5 de julho de 2011

PROFISSÃO?


Será que de fato é mesmo
Aposentado profissão?
Aposentado nada faz
Vive na embromação
Passa os dias só pensando
Será que estou abafando?
E os dias vão passando,
Sem ver um futuro são.

No dia que me aposentei,
Disse: tudo vai é melhorar,
Vou juntar toda família
E nós vamos passear,
Mas, nada disso acontece,
Estou ficando com stress,
E isso, ninguém merece,
Quero mesmo é trabalhar

Agora falam que aposentadoria,
É de fato profissão.
Profissão que não produz?
Essa? Não conheço não!
O profissional trabalha,
O aposentado só encalha,
Não produz, só atrapalha,
E vai viver de pensão.

Quando amanhece o dia
Que o profissional acorda,
Vê um futuro à frente,
Acho que você concorda.
E o aposentado o que faz?
Só fica olhando pra traz,
Dizendo fui bom demais,
E vai ficando na borda

O que faz o aposentado
Se não for desenrolado?
Fica o dia só bufando
Ou fica em casa deitado.
A mulher dele reclama
Levanta tira o pijama!
Vamos deixar esse drama
Ou vá embora safado!
.
Mas quando ele é vivo
Faz como eu estou fazendo
Não vou fazer como os outros
Que passam o dia bebendo
Arrumei um bom lazer
Que vou dizer prá você
Faço isso com prazer
Por isso estou escrevendo

Agora estou me tornando
Poeta e bom escritor
Escrevo causos e versos
No cordel eu sou doutor
Do jeito que as coisas estão
Prestem muita atenção
Um dia visto o fardão
Vou ficar no esplendor

Eu vou me tornar famoso
Sempre no primeiro grau
Serei em fim conhecido
Neste país tropical
Na Academia maior
Estarei junto ao melhor
Sem ter que enxugar suor
Vou me tornar Imortal

E assim bem lá pra frente
Lá no século vinte e dois
Vão ver o que escrevi
Somente feijão com arroz
É disso que o povo gosta
Dessa forma estou na aposta
Ninguém me vira às costas
Não vão deixar pra depois

Se alguém lhes perguntar
Ele é o famoso quem?
Não fiquem só gaguejando
Falem de mim só de bem
Digam que Nivaldo Melo
Não é nenhum tagarelo
Ele é um bacharelo
Do cordel, melhor que tem

Estou vendo um mural
Dos versos melhor que tem
Nele estou colocado
Com nota maior que cem
Isso só me traz orgulho
Sem ter que fazer barulho
Não vou ficar no entulho
Sem valer nenhum vintém

Só tenho que agradecer
A aqueles que me prestigiam
E protestar contra aqueles
Que sem rimas me copiam
Para esses o meu desprezo
Não serei um benfazejo
Recebam meu menosprezo
Só louvo aqueles que criam

Eu fiz de tudo que queria
Arrependido? Tou não,
Foi aprendizado de vida
Com muita dedicação
Foi trabalho sem orgia
Foram anos de economia
Por isso que aposentadoria
È de fato profissão

Depois de quarenta anos
De labutar dia a dia
Me aposentei da labuta
Era escrever que eu queria
Por isso eu não divago
Cultura é só o que trago
É nela que eu naufrago
Esbanjando simpatia.

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