segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Homenagem ao amigo



Amigo

ALGO BASTANTE DIFÍCIL DE ENCONTRAR, MAS MUITO FÁCIL DE CONSERVAR; BASTA QUE RESPEITEMOS AS DESIGUALDADES, CALEMOS
QUANDO FOR NECESSÁRIO, E SOBRETUDO SAIBAMOS QUE AS DIFERENÇAS SE IGUALAM, QUANDO NOS COLOCAMOS DO OUTRO LADO.
SE CRITICARMOS, SOMOS TAMBÉM PACÍVEIS DE CRITICAS. E DEVEMOS SABER QUE APESAR DE SER UM BEM, TEMOS QUE DIVIDI-LO, ISSO PORQUE O AMIGO DEVE SER SEMPRE DIVIDIDO, PARA AMPLIARMOS O NÚMERO DELES.
AMIGO É UM IRMÃO GÊMEO, GERADO EM OUTRO ÚTERO. MAS QUE NOS É TÃO PRÓXIMO QUE ASSIM O VEMOS. ESCREVEMOS EM VERMELHO PORQUE AMIGO SÓ PODE SER ASSIM ESCRITO.
VERMELHA É A COR DO CORAÇÃO E, É LÁ QUE VOCÊ DEVE SEMPRE ESTÁ.
POR ISSO, ESPERO TÊ-LO SEMPRE AQUI PERTINHO E JAMAIS DISTANTE, NÃO FISICAMENTE, POIS A DISTANCIA FÍSICA NÃO CONSEGUIRÁ NUNCA SEPARAR-NOS.
UM GRANDE ABRAÇO
AMIGO.

domingo, 19 de setembro de 2010

LAMPIÃO ERA UM FAROL? Um cordel de desabafo.


Quem já conhece a história,/ de um sertanejo valente,/ vai ficar admirado,/ com o que vai ler a frente. / Daqui só sai à verdade,/ acreditem minha gente,/ Vamos falar do Ferreira,/ bravo e muito combatente,/ viveu e morreu brigando,/ com João Bezerra, o Tenente.

Nasceu em sete de julho (1898),/ na velha Serra Talhada,/ estado de Pernambuco,/ que é terra afamada,/ lugar de homens valentes./ que não têm medo de nada,/ matam onça de bodoque,/ e ficam dando risada,/ gritando que venham mais,/ agora; vai na porrada.

O jovem e forte Ferreira,/ o Virgolino “cancão”,/ só Virgolino Ferreira;/ que agora é Lampião,/ lá na fazenda Angicos,/ bem no meio do sertão,/ emboscaram o cangaceiro,/ e mataram sem perdão,/ em vinte e sete de julho (!938),/ garanto; foi traição.

Toda a vida deste “herói”,/ foi sempre atordoada,/ cedo entrou no cangaço,/ mais por vingança danada,/ mataram seu pai numa briga,/ na justiça; deu em nada!/ Por isso sua revolta,/ aqui bem justificada,/ no sertão quem mata um,/ sua morte é vingada.


Com dezenove de idade,/ no ano de dezessete,/ brigava muito o menino,/ na mão ou de canivete,/ não respeitava ninguém,/ homem, mulher ou pivete,/ policia, chamava macaco,/ mesmo tendo cassetete/ criava fama de valente,/ no sertão e no agreste.

Um dia o jovem Ferreira,/ que atirava demais,/ modificou um fuzil,/ dando aparência fugaz,/ a bala era ligeira,/ de pontaria capaz,/ do cano saia fogo,/ que bonito era demais,/ parecia um lampião,/ clareava muito mais.

Maria Gomes de Oliveira,/ menina boa de escrita,/ quando o cangaceiro a viu,/ serás minha favorita,/ agora vou batizá-la,/ minha Maria Bonita,/ será sempre a minha dama,/ minha jóia marcassita,/ tu serás a minha gloria,/ ou então minha desdita.

Viveram juntos oito anos,/ de uma paixão bendita,/ juntos fizeram uma filha,/ que chamaram Expedita,/ e falam mais de dois gêmeos,/ nisso ninguém acredita,/ porque não temos registro,/ essa coisa não se explica,/ dizem, houve dois abortos,/ de Dona Maria Bonita.

Seu Bando era respeitado,/ tinha gente de montão,/ o Virgolino Ferreira,/ o famoso Lampião,/ Virgilio, Manoel Antonio,/ Az de Ouro, Mergulhão,/ Zé Delfino, e o Chá Preto,/ Bahé, Faísca, Trovão,/ Barra Mansa, Zé dos Santos,/ Luiz Pedro, Vito (João).

Dada, Eleonora, Enedina,/ mais valentes do que tu,/ Feliciano, e Quirino/ Dois de Ouro, Zé Xudú,/ Cobra verde, Cacheado,/ Pinga Fogo, e o Salú,/ Serra branca, e Catingueira,/ que brigaram no Imbu,/ Quinta feira, Estriquinino,/ Nego Torga e biu Tatu.

Chocolateira, Branca Luz,/ Zé Pretinho, Juriti,/ Cipó de Fogo, Passarinho,/ Pinga Fogo, Bem-te-vi,/ Pai Véio, e o Pontaria,/ Volta Seca, Zepelim,/ o moreno (Manuel),/ Serra Branca e Alecrim,/ Também tinha o Jurema,/ saltava feito um saci.

Tinha o Chumbinho, Moeda,/ de profissão “Carpinteiro”./ Chamuscado, e Brasa Viva,/ um responsável padeiro,/ Fortaleza, Caninana,/ Pinica pau, Candeeiro,/ Xexeu, Criança, Carana,/ Mariano e Nevoeiro,/ Sabiá e Trovoada,/ Luiz Sabino e Coqueiro.

Carmelo, Moeda, Ramada,/ Carioca e Beija Flor,/ Colchete, Antonio Ferreira,/ de todos mais brigador,/ Jovino, Cavaco e Latejo,/ que chamavam de senhor,/ Tinha o Sabino Gomes,/ Que era bom cantador,/ ainda tinha Corisco,/ seu melhor atirador.

Conhecido como Mano,/ era o Manoel de Dondon,/ Tinha Vicente, e Elétrico,/ que cantavam em bom tom,/ Macela era do coro,/ Ninguém tocava píston,/ Ameaço era o vigia,/ Luiz Pedro era o “Bombom”,/ agora só esta faltando,/ Maciel e Macilon.

Ainda tem os dois cachorros,/ que ainda vou falar,/ eram o xodó de Maria,/ que não vou deixar passar,/ dois vira-latas tão bravos,/ difícil de controlar,/ só obedeciam a Maria,/ era a dona do lugar,/ os dois cachorros chamavam,/ o Ligeiro e o Guaraná.

Agora começa a parte,/ que me deixa muito triste,/ gritaram na minha praça,/ esse herói não existe,/ não acreditem na fama,/ tudo isso é canalhice,/ não endeusem um malfeitor,/ isto é disse me disse,/ o Lampião Robin Hood,/ garanto que é crendice.

Apareceu um tarado,/ pervertido, impopular,/ dizendo que era bicha,/ o cangaceiro sem par,/ de dia brigava muito,/ e a noite era pra dar,/ e dava para seus cabras,/ sem nenhum medo de errar./ mas ele dava vestido,/ com as roupas da Dada.

Nas noites que tinha festas,/ bem na frente da fogueira,/ seus cabras faziam roda,/ inventavam brincadeira,/ as mulheres bem vestidas,/ com arma na cartucheira,/ Lampião ficava deitado,/ nu em cima da esteira,/ então ele assim gritava,/ eu sou a mulher rendeira.

O Lampião costumava,/ cortar pano e costurar,/ as vestes de seus capangas,/ mas antes os via provar,/ ajustava direitinho,/ ponto a ponto de vagar,/ em seus momentos de folga,/ costumava se deitar,/ naquela rede bem feita,/ com as roupas pra bordar.

Já contaram em anedota,/ depois que foi publicado,/ aquele livro medonho,/ onde tudo é misturado,/ homem é mulher - mulher homem,/ e Cabra brabo é viado,/ os caras mais perigosos,/ ou e frango ou é tarado,/ não se pode dar respeito,/ são todos cabra safado.

Imaginem os apelidos,/ que botaram em Lampião,/ na Bahia é CHIBUNGO,/ no Piauí é CAGÃO,/ em Alagoas é BAITOLA,/ BICHONA no Maranhão,/ no Ceará é BOIOLA,/ já no Rio é BONECÃO,/ em São Paulo é TRAVECO,/ em Pernambuco é VIADÃO.

Já em Minas é FLORZINHA,/ ME-NI-NA lá no Pará,/ PEDERASTA em Rio Grande/ em Sergipe é JÁJÁ,/ PERÔBO em Mato Grosso,/ em Tocantins ALEGRÃO,/
No Amazonas RAMPEIRO,/ no Acre AMARELÃO,/ BAMBI OU BARBIE, Paraná,/ lá em Floripa GAYSÃO.

Imaginem esse escritor,/ que esta difamando um mito,/ se for lá pra o sertão,/ e mostrar tudo escrito,/ vai se dar mal te garanto,/ e vai pagar muito mico,/ vão colocá-lo na praça,/ nu sentado em um pinico,/ e o povo todo gritando,/ nós vamos come-lo frito.

Nada vale o que escreveu,/ esse escritor sem prazer,/ esse cara é INRUSTIDO,/ ta querendo aparecer,/ ele vai ser processado,/ que pra ele aprender,/ a respeitar nordestino,/ cabra macho pra valer,/ vai ficar no ostracismo,/ o povo vai lhe esquecer.




N a vida que a gente leva,
I ndo e vindo todo dia
V amos aprendendo de tudo
A té ver a covardia
L a vemos as desavenças
D e pessoas que sem guia
O cultam toda verdade
M estres na patifaria
E les são todos covardes
L adeiam a valentia.
O h meu Deus tenha pena deles.!!!!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O ALFAIATE E O MÉDICO – Os especialistas ( UM CONTO - QUASE FÁBULA )


Rodolfo, sujeito pacato, de boa vivencia tanto com familiares quanto com amigos e visinhos, vivia as turgas sim, com uma dor de cabeça que o incomodava desde sempre, não se lembrava da época em que apareceu essa dor insuportável de todos os dias e o dia todo.
Casado, com uma família bem estruturada; no trabalho um executivo bem sucedido, seus três filhos estudaram em bons colégios; era em fim um sujeito equilibrado.
Somente aquela dor de cabeça fazia com que o Rodolfo ficasse sempre recolhido dentro de sua casa, apesar de já ter consultado os melhores médicos, nenhum tinha encontrado o motivo dessa dor que fazia com que um homem extrovertido se tornasse completamente enclausurado.
Um dia recebendo um amigo em sua casa, foi informado pelo mesmo da existência de um médico especialista em dores de cabeça, e que por certo resolveria o seu problema.
Amigo, já recorri até a, pai de santo, chás, mezinhas, adivinhações; nada consegue parar essa dor, mas irei certamente fazer uma consulta com esse médico, mas te garanto que será a ultima tentativa.
E assim foi feito.
Após vários exames laboratoriais, tomografias, ressonâncias, raios x, o médico chegou ao diagnóstico. Sr. Rodolfo, todo seu problema esta concentrado em seus testículos, basta que procedamos a sua castração, e tudo seu problema será resolvido, isso eu lhe garanto, e se não der certo, deixarei de clinicar e rasgarei meus diplomas.
“Não doutor, nada de castração, nada de mutilação”, isso é o extremo, e não estou disposto a ficar o resto de minha vida mutilado; nada feito! Em casa comentando com a esposa o resultado médico, ela o aconselhou fazer o procedimento, visto que os filhos já estavam todos bem direcionados, apenas o mais novo estaria se formando dentro de 60 dias, e alem do mais já estavam casados a mais de 40 anos, e nada iria afetar o relacionamento entre ambos.
Decisão tomada; o Rodolfo após o procedimento cirúrgico ficou curado de sua dor de cabeça.
Formatura de seu filho. “Compra de roupas para as cerimônias, e festas”. Novamente o amigo indica um especialista em roupas, um alfaiate muito famoso no país.
Rodolfo após se sentir satisfeito com as sugestões de profissional, que lhe indicou desde o sapato até o terno, de forma que o deixou realmente satisfeito, recebeu do alfaiate uma sugestão para que ele comprasse uma cueca de manequim 46.
O que foi contestado pelo Rodolfo, que afirmava ter sempre usado cuecas de manequim 44.
Então o especialista lhe falou que, se ele usava manequim 44, ele seria uma exceção a regra, porque todos que tivessem o seu perfil e usassem manequim 44, por certo iriam sentir tanta dor de cabeça, que seria capaz de levá-lo a loucura.

Moral da estória.
Nunca tome decisões precipitadas para evitar uma tremenda DOR DE CABEÇA no futuro.

domingo, 12 de setembro de 2010

Somente para ANA


A vida sempre nos apresenta presentes, que na maioria das vezes ficamos sem notar, mas quando prestamos a atenção é que vemos onde a luz reflete mais, e a luz esta em pessoas e não em coisas.
E esse o caso, da luz emana a alegria, a sensibilidade, o caráter forte, a perspicácia na percepção das coisas, no não julgar, e sim no observar, e é assim que vemos a ANA, a ANA, antiga banana, a Ana da hoje sinônimo de superação, a que nunca se sabe que recuou mesmo nos momentos mais “salgados”, onde so sentíamos doce, quando ela aparecia.
A ANA é LUZ, porque ela é LUCIA, ( ANA LÚCIA), a luz que inspira confiança, as vezes incompreendida, aquela que defende as crias como uma pantera, e defende o que para ela é o certo, mesmo que isso seja em momentos não tão certos quanto pareça.
É isso PRIMANA (prima mana), em principio minhas desculpas por quase deixar passar um dia tão marcante, teu aniversário.
Estamos nos vendo a cinqüenta e oito ABRIS. E não conseguimos nos conhecer como devíamos (não é cantada), mas espero que continues abanando essa alegria e sensibilidade que costumas projetar.
Espero que daqui ha mais cinqüenta e oito anos, possamos estar juntos para que um Record seja batido, mais um em teu currículo.
A LUZ MAIS ALEGRIA E MAIS VELHA DO MUNDO.
PARABENS - PRIMA IRMÃ – CONTINUES SEMPRE ASSIM.
AMAMOS-TE MUITO
Nivaldo – Nanci – Pedro.

O ABSTRATO E O CONCRETO MEU SEGUNDO POEMA PARA TÍ


Quando afirmamos que algo abstrato passa a ser concreto?

Quando falamos do AMOR!

O AMOR não é um sentimento.
O AMOR é acontecimento.
Acontecimento que marca para sempre as pessoas.

O AMOR não é passado.
É futuro; Isso porque quem ama esta sempre visualizando o futuro, onde, “o (a) amado (a)” estará sempre presente.

O AMOR é segundo de vida que elevam os amantes ao infinito, porque o AMOR é eterno.

O AMOR não é impar, ele é par, é dualidade, é coletivo, é indivisível porque agrega, é multiplicável por um infinito número de vezes.

O AMOR é único, é permanente, é constante, é real.

O AMOR se concretiza nos filhos, no (a) pessoa amada, nos pais, nos familiares, nos amigos, todos como um acontecimento nobre; e até no inimigo;.como um sentimento pobre.

O AMOR é jóia cujo valor é puro e sentimental, não se vende não se compra; encontra-se, dar-se e recebe-se.

O AMOR é original, já nascemos com ele dentro de nós, esperando o momento de aflorar.

O AMOR é um sentimento da natureza, não é exclusivo do ser humano, existe em todos os seres vivos que aqui vivem.

O AMOR não se subdivide, ele é intenso e uníssono.

O AMOR é amanhecer.
É luar e céu em noite de Black out, é chuva, é raio, é mais que tudo isso.

O AMOR é?

VOCÊ
NANCI

MATURIDADE


Meu filho-neto, quando resolveu que deveria sair sozinho, para nós foi um trauma, achávamos que ele não tinha idade suficiente para uma investida sem nossa companhia, mas concordamos. Antes, fizemos algumas recomendações, tipo: muito cuidado, não aceite bombons de ninguém, não faça amizade com pessoas desconhecidas, principalmente adultas, etc. etc.
Demos para ele certa quantia em dinheiro para as despesas, como pagar a entrada do local por ele escolhido, e para comprar lanche, a passagem seria usado o vale transporte estudantil, e assim naquela tarde de domingo, começou a primeira investida de um garoto com sede de liberdade.
O local escolhido por ele foi o zoo-botânico, que fica a pouco mais de vinte quilômetros de nossa casa, local que ele já havia ido outras vozes, mas sempre acompanhado por alguma pessoa adulta, tio, tia, mãe, professora.
Depois de pouco mais de duas horas, para nossa surpresa esta de volta nosso aventureiro-desbravador, com um ar de preocupação e um tanto quanto decepcionado, então perguntamos o porquê tem tanta preocupação, já que ele tinha realizado seu desejo? Então ouvimos dele o seguinte relato.
Apanhei um ônibus com destino ao Jardim zoológico, mas estava preocupado em não perder o dinheiro, como o coletivo estava quase vazio, eu por vezes pus a mão no bolso para me certificar que a verba esta lá, mas sempre preocupado em saber se alguém estava olhando para mim, isso para evitar ser roubado, desci do ônibus em frente ao zoológico,
E me dirigi para a bilheteria para adquirir minha entrada, enfrentei uma fila enorme, quando cheguei na bilheteria vi que tinha perdido o dinheiro todo, vi que todos ficaram me olhando, sem estender como eu tinha desistido de entrar no local. Então decepcionado, voltei a parada, para fazer a viagem de volta, aí para minha alegria o coletivo era o mesmo da ida, aí veio em mim a esperança de reaver o dinheiro.
Quando entrei vi que o local onde eu estivera sentado estava ocupado por uma senhora e um adolescente, que conversava festivamente com dois companheiros seus, que estavam sentados no banco da frente.
Logo em seguida a senhora levantou para descer, quando viu o dinheiro sobre o banco, pegou-o e entregou ao jovem, perguntando antes se era dele? Recebeu uma afirmativa, o rapaz todo sorridente agradeceu o “presente”.
Então me senti sem poder reagir, e falar que o dinheiro era meu; tinha eu acabado de entrar no coletivo, como poderia reivindicar a posse do dinheiro, então, fiquei quieto, sentado no local onde estivera sentada a senhora, e tive que ficar ouvindo calado, a afirmação do jovem para seus amigos que, tinha acabado de ganhar uma grana sem ter que trabalhar, e dizia: esse caiu do céu, agora podemos tomar um sorvete extra, por conta não sei de quem.
Mas tudo isso para mim serviu de lição, de fato perdi minha grana, mas com certeza aprendi que muitas vezes a ansiedade pode nos causar problemas, portanto de agora em diante vou ter cuidado em minhas coisas sem ficar nervoso por possuí-las.
Isso é adquirir maturidade.

sábado, 22 de maio de 2010

FOFINHO X FARO FINO


Ele tinha vindo da Pérsia quando ainda era um bebê, por isso agora já adulto, dominava muito bem o idioma local, apesar de pouco exercitar a língua nativa, aprendeu ouvindo, e segundo sempre que possível aqueles com quem convivia; de fato foi muito fácil para ele dominar aquele idioma; da língua falada em seu país só algumas palavras sabia pronunciar.
Sim esse era o Fofinho, um belíssimo e bem tratado Gato persa, que morava na cobertura daquele suntuoso edifício na avenida principal da cidade, cercado por muito carinho dado pelos seus donos, mas mesmo assim vivia preocupado por não conhecer outros de sua espécie.
Magro, feioso, desengonçado, meio fedorento; carregava sob seus pelos um monte de outros animais que lhe causavam verdadeira tortura durante o dia e a noite. Não se queixava, sentia-se feliz por poder caminhar livremente por todos os locais que desejasse e que quisesse.
Assim era o Faro Fino, um gato vira-latas, que morava na praça, bem em frete ao prédio onde residia o Fofinho. Nunca se viam, mas tanto Fofinho quanto Faro Fino, sabiam da existência um do outro, o Faro Fino pelos miado tristes do Fofinho, e Fofinho, pelos gritos alegres do Faro Fino.
Um dia o gato da praça resolveu que deveria escalar aquele prédio suntuosa que tanto admirava, foi; se esgueirou pelo jardim, e depois de uma distração do porteiro, conseguiu chegar ate a escada, daí, ate a cobertura foi apenas alguns segundos, e lá chegando foi pressentido pelo nariz apurado de gato classe A.
E desse encontro surgiu uma grande amizade; Faro Fino logo ensinou ao Fofinho, fugir à noite da rotina cansativa daquela casa, e com ele se encontrar na praça para saírem juntos às grandes aventuras felinas; noturnas. O Faro tinha uma namoradinha que, por sua vez tinha uma amiga Siamesa muito sofisticada que de pronto apaixonou-se pelo belo e tímido Persa, d’aí até marcarem uma noitada de amor foi um passo.
Os quatro foram para cima de um casarão antigo próximo a praça, e lá acertaram que cada casal ficaria de um lado do telhado, e pela manhã voltariam a se encontrar na praça. Durante toda a noite os moradores próximos ao local, mal conseguiram dormir, devido aos gemidos, gritos, lamentos e miados vindos do lado onde se encontrava o Fofinho, Faro falava pra sua amada, não se preocupe é a primeira vez de meu amigo.
Pela manhã, como combinado, encontraram-se na praça; o Persa foi para casa, vira-latas se recolheu a seu esconderijo, e as duas amigas ficaram comentando (como sempre fazem as fêmeas), sobre o ocorrido durante a noite.
Então Siamesa; a noite foi em grande estilo para você! Tiveste a honra de ser a primeira do belo Persa! De onde estávamos, ouvimos os gritos de satisfação do cara.
Nada disso amiga, todos aqueles gritos do Fofinho, não foram de satisfação, foram de terror.
Ele passou a noite toda me contando tudo que aconteceu com ele no dia em que seus donos, levaram-no ao veterinário ser castrado.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

É pique, é pique, é pique, é pique, é Nilton!



Quando ainda eras pequeno,/ brincavas de pés no chão,/ corrias atrás das chaloupas,/ jogavas bola e pinhão,/ e eu orgulhoso falava,/ esse cara é meu irmão,/ os colegas me chamavam,/ tu és lelé, o babão.
Nas horas do trocar tapas,/ mais valente lá não tinha,/ chegavas sempre na frente,/ da hora da agonia,/ brigavas feito um galinho,/ eu de longe apenas ria,/ se estavas em desvantagem,/ aí eu aparecia.
Se alguém comigo topava,/ contigo não brigo, não,/ te acho muito fraquinho,/ não vou sujar minha mão,/ vou pedir pra um baixinho,/ te bater de cinturão,/ vou te dizer no ouvido,/ o baixinho é meu irmão.
O cara saia doido,/ correndo todo medroso,/ pois sabia tua fama,/ de valente e de tinhoso,/ quando a tapa vadiava,/ tu só batia no ovo,/ e tua fama crescia,/ entre a turma e todo o povo.
Eita tuca arretado!/ Valente como ele só,/ mas, quando Maria sabia,/ os dois iam pro cipó,/ depois tomem um banho frio,/ do tanque de vossa avó,/ água vinda da cacimba,/ gelada como ela só.
Bons tempos aqueles, não achas?/ Liberdade era total,/ tu te lembras da coquita,/ era de sola ou de pau?/ do lado que ela batia,/ ficava um ralo geral,/ a gente chorava muito,/ lá no fundo do quintal.
E das rinhas de nós dois?/ Nem sei quem batia mais,/ se um dia tu perdias,/ acho que eu perdia mais,/ não era muito de brigas,/ pacato eu era demais,/ mas na escola éramos bambas,/ botávamos todos pra traz.
E assim fomos crescendo,/ adolescentes reais,/ não tínhamos muitos amigos,/ mas namoradas, de mais,/ com as gatas do espinheiro,/ nós tínhamos muito cartaz,/ o sexo corria solto,/ lá nas moitas, dos canais.
E a TRUNFA do cabelo?/ Bem colado com laquê,/ pense num cabelo brilhante,/ brilhantina pra valer,/ dos dois o mais vaidoso,/ com certeza era você,/ mas eu era o mais gostoso,/ das meninas, podes crer.
Hoje tu és um velhote,/ com a barriga quebrada,/ se tu olhas para baixo,/ com certeza não vês nada,/ a barriga esta cobrindo,/ o que vês de madrugada,/ que some logo em seguida,/ depois daquela mijada.
Quando foste operado,/ do relógio, camarada,/ fiquei bastante nervoso,/ andando pela estrada,/ rezava pra todos os santos,/ pra ti livrar da jornada,/ pra tu ficar logo bom,/ pra voltar a dar risada.
Quando te vejo bisonho,/ fico bem preocupado,/ porque continuas o mesmo,/ como sempre bem fechado,/ não sabes dividir os dramas,/ mesmo pro mano afastado,/ afastado só no nome,/ pois estamos lado a lado.
Deixemos isso pra lá,/ o momento é de alegria,/ chorar sei que não vás,/ a não ser lá na coxia,/ chorar de emoção nunca,/ sei que isso não farias,/ se choras choro também,/ isso eu sei que não sabias.
Estas nos “sessenta e quatro”,/ faltam cinco pra maior,/ meia nove muitos fazem,/ mesmo sendo de “menor”,/ só fazem isso deitados,/ de pé é muito pior,/ quem tenta só cai de costas,/ na queda quebra o cipó.
Como me tornei poeta,/ isso é dos aposentados,/ quando mando meus presentes,/ mando sempre bem rimados,/ grana não gasto nenhuma,/ mas ficamos bem cansados,/ o presente vem da cabeça,/ de cabelos azulados.
Portanto meu mano novo,/ és mais novo, podes crer,/ mesmo que não pareça,/ sou mais velho, é pra valer,/ já fiz sessenta e seis,/ tou mais perto que você,/ de fazer sessenta e nove,/ mas isso não vou dizer.
Desejo-te mais progresso,/ que continues subir,/ subir, é crescer na vida,/ sem ter medo de cair,/ aqueles que caem são fracos,/ isso não vale pra ti,/ vás pra cento e vinte e oito,/ pois, tens muito a curtir.

Do mano médio (Nivaldo Melo), direto para o mano novo (Nilton Melo)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

UMA COCHA DE RETALHOS


H
oje parei em frente ao espelho, procurando imagens que pudessem retratar momentos, e me vi diante de uma cocha de retalhos, puramente abstrata. Então me sentei, olhei para aqueles pedaços que durante toda a minha vida nunca tinha parado para observá-los.
Estavam todos ali, juntinhos, formavam harmoniosamente entre quadrados retângulos, triângulos, um verdadeiro livro onde podia ver e ler tudo de forma clara e real.
Estava observando e vi que as tristezas estavam ali representadas, e apareciam em um numero muito pequeno em relação às alegrias. Os desencantos e desilusões contrastavam com os bons resultados, que somavam bem mais que eles, os pequenos quadros onde apareciam os desrespeitos recebidos, eram bem inferiores aos respeitos, tantos as recebidos quanto os dados.
A deslealdade e a traição formavam quadros quase que das mesmas cores; mas que bobagem (eu ri), elas nada representavam diante das lealdades, cumplicidades, e das boas parcerias, que unidas formavam um bloco quase que perfeito e impenetrável, porque elas representavam a força que vinha daquela cocha de retalhos.
As grandes e pequenas amizades estavam também representadas por retalhos de cores fortes e vivas; notei que elas se estendiam por todo o campo da coberta, enquanto as inimizades eram de cores fracas e quase não apareciam, e quando eram notadas estavam sempre ao lado de um retalho de compreensão de às vezes por alguns de desculpas ou perdão.
Brutalidades tinham, mas as quantidades de pedaços de carinhos estavam muito acima delas.
E o insucesso? Eram tão poucos retalhos, que se perdiam diante da quantidade dos sucessos, que estavam sempre costurados juntos aos desafios e superações.
O que mais me deixou feliz foi ver que o desamor, não aparecia em lugar nenhum, porque naquela cocha, sobre os retalhos, havia um bordado que cobria todos. Um bordado que era como uma película, que se mostrava como uma cobertura perfeita, onde não aparece nenhuma brecha que permita que nada daquilo saia.
Esse é um bordado todo especial, porque e trabalhado com linhas onde os AMORES a DEUS e ao PROXIMO são as matérias primas principais.

UM VELHO AMIGO QUE MORRE


Como é difícil aceitar a morte de um amigo, principalmente de um amigo que nos traz grandes e belas recordações, um amigo de infância, um amigo que nos fez conhecer outros amigos que com o passar dos tempos se tornaram grandes, é esse o fato!
Pensei; como estará hoje o meu velho Beberibe? Então resolvi voltar aos áureos tempos de menino, e fui rever os locais onde costumávamos tomar nosso bom banho de rio. Não existem mais. Apenas recordações e boas lembranças de algo que hoje é motivo de revolta pelo que fizeram e continuam fazendo por um rio que antes (e não faz muito tempo), era um dos responsáveis pela formação do grande Oceano Atlântico.
Afinal, quem é (era) o rio Beberibe?
O nosso Beberibe, não nasce, ele se forma, (como se forma o Amazonas), da junção de dois pequenos riachos, o rio Pacas e o rio Araçá, (um pouco menores que o Solimões e o Negro), ele não é um rio internacional, é um rio quase municipal, é quase local, não atravessa estados, mas atravessa municípios, corta bairros, serve como referencia parta separar cidades, é um rio para se amar, singelo.
E quem o viu a pouco mais de quatro décadas, sabe perfeitamente que ele assim o era.
Vamos tomar banho na raiz? Não; vamos tomar banho no cipó, antes vamos observar a beleza da chácara Cantinho do céu. Em suas margens era muito fácil encontrar pés de ingá, manga, goiabas, jacas, dura ou mole, tudo aquilo parecia não ter dono, mas tinha, éramos os proprietários daquele ambiente quase lírico,
Cruzávamos as pontes, as pinguelas, e quando queríamos; íamos tomar banho no banheiro do Cabo Gato, local cercado por palhas de coqueiros que servia bebidas para os adultos, que se deleitavam pulando de suas margens para sentirem a contato de suas águas frescas. E a travessia de Barco entre os bairros de Campina do Barreto (Recife), até o largo de Peixinhos (Olinda), quando a maré estava alta, era mais de um quilometro sentado em barcos toscos, guiados por barqueiros que utilizavam varas para mover a embarcação. Íamos a feira livre comprar frutas, verduras, carnes ainda quentes que vinham do Matadouro de Constancio Maranhão.
Hoje o nosso RIO, resume-se a um filete de água com menos de cinqüenta centímetros de lamina, se é que podemos chamar aquilo de água, com uma largura que pode ser atravessado com um simples pulo, suas margens estão totalmente tomadas por casebres de madeira, até de papelão, que contribuem com seus esgotos a piorar a situação de um rio que agoniza.
Sinto muito amigo, mas muito mesmo, por não ter lutado em prol de tua sobrevivência, para que continuastes dando tua beleza para outras e outras gerações que como a minha teve o privilégio de te ter conosco.
Mas continues lutando; porque enquanto existires haverá esperança de te termos um dia, belo como eras antes.

domingo, 28 de março de 2010

DE FATO, sim - DE DIREITO, nunca


Existem algumas diferenças (e diferenças evidentes), entre o que é de fato e o que é de direito, senão, vejamos alguns exemplos.
O Jonas é empresário, conseguiu por seus próprios meios, criar uma empresa de distribuição de medicamentos, mas por motivos alheios aos nossos conhecimentos, a empresa foi constituída em nome de seu irmão o Joaquim, portanto o Jonas é de fato empresário, mas de direito a empresa é de seu irmão, portanto legalmente, o Jonas não possui empresa nenhuma.
Mas, esse não é o roteiro de nossa narrativa, o exemplo acima é apenas ilustrativo. O que nos levou e descrevermos as estórias aqui são pesquisas feitas com pessoas que se diziam, traídas pelos seus parceiros, de fato, mas, não de direito.
- O Albericio; saia com sua cunhada, quando foi descoberto, elegou para a esposa que nunca seu ato poderia ser considerado traição, visto que ele estava com a irmã de sua mulher, portanto, ela não poderia se considerar traída, porque estava tudo em família e família nunca trai; de fato ele traiu, mas, de direito não.
- Jennifer, (morena carnuda), mantinha um romance secreto com o irmão gêmeo de seu esposo, romance esse que deixou de ser secreto no dia em que o traído deu um flagra. Recebeu por parte da mulher a seguinte afirmativa: como o cunhado parecia por demais com o marido, (eram gêmeos idênticos), não era traição, era engano, ela tinha certeza que estava mantendo relações sexuais com o marido. Portanto ele de fato foi traído, mas por direito tinha sido por engano.
- A esposa do Elias trabalhava, era secretária de um executivo em uma multinacional, e costumava pelo menos duas vezes por semana fazer umas horas extras (fora da empresa), um dia foi vista pelo marido saindo de um motel, acompanhada pelo executivo, que tinha acabado de executá-la. Pressionada pelo “galhado”, afirmou que nunca o tinha traído. Tendo em vista que sempre usavam camisinha quando do ato em si, portanto, para ela, ele foi sem nunca ter sido, ou seja: de fato ele era corno, mas, não de direito.
- Marilda e Venâncio são visinhos, nas noites em que o marido da Marilda está no plantão, eles se encontram no quintal da casa dela e, ali mesmo se amam, quando o Everaldo foi informado do caso, procurou os traidores para tomar satisfação, e recebeu deles a seguinte explicação: como o Everaldo também mantinha um romance às escondidas com e Ivete (esposa de Venâncio), os quatro nunca poderiam se considerar traídos, mo máximo poderiam se considerar vingados.
Portanto para eles (os quatro), eram traídos de tato, mas, de direito eram apenas ótimos amantes, que continuariam manter suas vinganças.
E assim ficam registrados os exemplos do que É DE FATO, MAS, NÃO É DE DIREITO

QUASE; POR UM TRIZ


Durante vários dias, encontrávamos do Albericio, caminhando pela área do estacionamento do conjunto residencial, onde ele morava, mas notávamos que algo de diferente estava acontecendo, é que o Albericio sempre se destacava pela sua irreverência, sempre alegre, cumprimentava as pessoas que por ele passavam, mas nos últimos dias estava ele sempre cabisbaixo, cabeça direcionada para os pés, braços pendentes, ombros arreados, um chapéu lhe cobria a cabeça, por certo algo de grave estava acontecendo.
Quando alguém se diria a ele, logo ele mudava a direção que estava caminhando, por certo o Albericio não estava disposto a manter um diálogo com quem quer que fosse.
Norma (esposa de Albericio) veio atender a amiga. Podemos conversar um pouco? Claro, pode entrar, e dessa forma a Clarice, iniciou o que para ela seria uma forma de desvendar o mistério que estava rondando aquela família.
Norma; estamos preocupados com o Albericio, que ultimamente vem se comportando de uma forma estranha, não conversa se retrai quando alguém chega perto, relaxou nas suas vestimentas, e isso vem preocupando todos nós, por acaso ele esta doente, desenganado pelos médicos ou esta acontecendo outro problema que nós pudéssemos ajudar a solucionar? Não Clarice, somente ele pode resolver o caso, é algo que depende exclusivamente dele, aguardem que ele vai lhes dizer de que se trata, tendo em vista que nem eu sei o motivo de tanta ludum.
Dias depois vimos que o casal, mas o único filho dos mesmos; estavam de mudança. De longe acompanhávamos tudo, sem poder tomar nenhuma atitude para manter a família morando ali, e muito mais por sabermos que mesmo tentando nunca conseguimos desvendar o mistério de tudo aquilo.
Dias e dias se passaram até que veio a tona o motivo daquela brusca mudança da família. Tínhamos como zelador do prédio o Marcelo, um cara trabalhador, que desempenhava suas funções de maneira irreparável, cumpria suas obrigações sem reclamar, e já trabalhava ali a mais de 10 anos, era de todos conhecido e chamava a atenção de todos; tinha o homem, cerda de 38 anos, bastante musculoso e sua altura é que mais o destacava, tinha 0,98 metros de altura, (era um anão), e esse anão tocou fundo o coração de Norma, esposa do Albericio.
Um dia sem que a Norma esperasse, chega em cada o Albericio, ela imediatamente colocou o anão na rede, e ficou balançando, o Albericio pergunta: quem esta na rede? È o Junior, que esta febril, (responde a Norma), Albericio foi para o quarto, e quando volta, a rede esta desocupada, ele tranquilamente se deita, e fica meditando, e pergunta: Norma o Junior onde está? Foi para o play ground, mas ele não estava febril? É,(respondeu Norma).
Então d”ai em diante começa o drama depressive do Albericio, se o Junior não está doente, e não é mais um garoto! Quem era aquele pirralho que estava na rede sendo paparicado pela Norma?

UM CORDEL MUITO SEX


Parece-me que foi ontem,/ que saí de Mirandiba,/ Lilia ia à frente, / com a saia bem comprida,/ a Ana Maria atrás,/ magra, feito uma lombriga,/ Elizeu pulava tanto,/ que parecia um guariba,/ o povo chorava atrás,/ assim foi a despedida.

Pessoal, nesse momento,/ não quero choro nem vela,/ antes de a gente partir,/ vamos rezar na capela,/ pedir para são Cornélio,/ guiar-nos com bem cautela,/ são seis dias de viagem,/ comida? Ta na panela,/ Queijo de coalho, rapadura,/ e água tem na gamela.

Fretamos um carro na praça,/ modelo quarenta e três,/ fretado pra trazer quatro,/ mas no embarque eram seis,/ Lilia, Eu, Elizeu e Ana,/ uma galinha pedrez,/
e um bode muito magro,/ foi presente da Inez,/
que era dona da barraca,/ onde a gente era freguês.

Como eu era a mais mimada,/ na frente com o condutor,/ mamãe no banco do meio, / Elizeu o cobrador,/ mandando em tudo a Ana,/ que parecia um doutor, / galinha vai para o chão,/ porque faz muito cocô,/ o bode estava na frente,/ amarrado no motor.

Só passamos quatro dias,/ pra chegar à capital,/ fomos recebidos na praça,/ pela banda marcial,/ composta por cem músicos,/ tudo profissional./ As músicas que tocavam, / eram frevos, carnaval,/ na banda tinha um pífano,/ noventa e nove berimbau.

Meu pai estava esperando,/ de terno, todo engomado,/ não era um militar,/ mas tava todo fardado,/ era o maestro da banda, / de soldados desgarrados, / todos de cabo pra cima,/ mas eram muito engraçados, / só o maestro era homem, / o resto, todos viados.

Fomos bastante aplaudidos,/ viva os filhos do dentista!/ E viva dona Lilia!/ que parece ser artista,/ das novelas da TV,/ aquela que é Globalista./ Tem churrasco preparado, / de batata com lingüiça,/ Depois, vai ter sopa e dança,/ no bairro da boa vista.

Passamos a primeira parte,/ e vamos para a segunda./
Quando estávamos estudando,/ com a professora Rai - munda, / a mais falada do bairro, / porque era bem corcunda, / trazia um cupim nas costas, / com uma curva profunda, / começando no pescoço,/ que terminava na bunda.

Imaginem eu estudando,/ aplicada até demais,/ estava, dentro da média, / ninguém, passava pra traz
, / estava sempre em destaque,/ das meninas e do rapaz,/ um gordinho, Rola dupla, / labutava na Petrobras./
Não! Ele vendia petróleo,/ mas das multinacionais.

O gordinho era enxerido,/ mas, eu o achava legal./
E o tempo foi passando,/ só brincávamos na moral,/
um dia saímos juntos,/ fomos lá num matagal,/
tiramos as nossas roupas,/ em cima de um jirau,/
foi quando me apaixonei, / pelo cara de dois pau.

Lilia sabia de tudo,/ e ficava injuriada,/ chamava-me num cantinho,/ dizia toda enjoada./ Esse gordinho é safado,/
acho que não vale nada,/ vou voltar para o sertão, / mas volto preocupada,/ vou saber só da notícia,/ a Mira ta embuchada!

Por isso minha filhota,/ procure mesmo estudar,/ só dê par esse safado,/ no dia que se casar,/ mas demore muito tempo,/ até você se formar,/ vamos ver se ele desiste,/ é de querer te lanchar,/ mãinha fica feliz,/ mas papinho vai vibrar.

Terminei o segundo grau,/ prestei meu vestibular,/ passei só Deus sabe como, / foi em primeiro lugar,/ olhando de baixo pra cima,/ mas consegui lá chegar,/ no curso de medicina, / eu consegui me formar,/ ai fui pra o engenho do meio,/ “meu” pau duplo procurar.

Agora já estou formada,/ vim aqui te procurar,/precisamos acertar tudo,/ não podemos demorar,/ pois estou ficando louca,/ louquinha para te dar,/ o que lá no matagal, / você queria arrancar./ O bimba dupla falou:/ então vamos aproveitar.

Corremos lá pra o quintal,/ bem no mato a gente fez, / aquilo que nós queríamos,/ fazer a mais de um mês,/ entrou a lingüiça fina,/ o caminho ela já fez, / agora bota a segunda,/ quero tudo de uma vez,/ como você é gulosa!
O churrasco dar pra seis.

Era o churrasco, prometido,/ pelo gordo petroleiro./ Prá gente fazer menino,/ juntando pelo com pelo,/ tem que pedir pra Lilia,/ autorização primeiro,/ sertaneja é mais difícil,/ de se comer sem tempero,/ mas ele comeu mesmo assim,/ Mesmo com muito cabelo.

Agora esta tudo bem,/ eu formada em medicina,/ meu caçula também é,/ doutor, e ainda me ensina,/ o mais velho advogado,/ delegado gente fina,/ Bimba dupla aposentado,/ mas está com tudo em cima,/ as duas bimbas estão murchas,/ mas eu cumpro minha sina.

Sou feliz com meus amigos,/ que estão aqui presentes,/ vivemos como irmãos,/ mesmo não sendo parentes,/ amamo-nos de verdade,/ mesmo tristes ou contentes, / portanto gritem agora, / Viva Mira, minha gente! / Parabéns que agora é SEX,/ SAGENÁRIA, diferente.

Nisso eu nunca falei,/ agora devo falar,/ o nome de meu amado,/ É o Elson, podem acreditar,/ sou por ele apaixo- nada./ Isso eu posso jurar./ Minha paixão pelas “duas”,/
nunca vai desmoronar,/ Porque sem ela não vivo,/ sem elas vou me acabar.

Mirandiba terra minha,
Isso; esqueço jamais,
Rica terra sertaneja,
Índio aí tem demais,
Agora vou confessar,
Nela nasceu o meu pai,

Todos gratos a você,
Onde a chuva nunca cai,
Recordo-me de ti feliz,
Reconheço-te muito mais,
Es, do sertão a mais bela,
Semente dos pedregais.

Na vida temos amigos,
Uns deles aqui estão.
Nivaldo meu bom amigo,
Eu estou em atenção,
Serei a ti muito grata,

por essa recordação,/ recebas um grande abraço,/ dessa velha sessentão,/ - sei que tens por mim carinho,/
no fundo do coração.

SOMENTE PARA TI


NELMA

Quando o dia está bem claro,
Com um céu muito bonito,
aí esta tudo escrito,
nos livros da escritura,
nasce uma criatura,
entre todas a mais bonita,
porque será uma artista,
a melhor em qualidade,
a que tem a lealdade,
como seu lema geral,
a artista principal,
da peça que é a vida,
nunca se cansa da lida,
porque a saga lhe ensina,
que permanecerá menina,
para parentes ou amigos,
è assim que eu lhe digo,
o caminho que ela faz,
sempre olhando pra traz,
olhando o rastro bonito,
iluminando seu dito,
COMO UM COMETA REAL.

Parabéns pelos seus XLV ano de vida!

Seus pais e filho.

domingo, 14 de março de 2010

A BORBOLETA DAS NEVES


Quase sempre víamos mulheres reunidas na praça da matriz, eram as mulheres dos pescadores, que se agrupavam, esperando seus maridos que tenham se aventurado mar adentro, na labuta de seus dias cansativos, a espera de peixes que pudessem saciar a fome de seus filhos e trazer produtos para a venda nos mercados.
Não se podia afirmar que todas eram casadas, isso porque dentre ela estava a Maria. Uma linda morena de pele curtida pelo sol e pelo sal do mar era a única solteira dentre todas. As demais costumavam chamá-la para alegrar suas conversas, de fato, a Maria era a alegria de todas, víamos sempre ela recebendo abraços das amigas.
O assunto daquela conversa alegre era sempre as histórias contadas pela Maria, as quais versavam sempre sobre borboleta (a qual ela chamava de minha borbuleta), e pelo visto ela sabia contar essas histórias de uma forma muito bem humorada, isso porque a cada conclusão as outras se desmanchavam em gargalhadas, aguçando a curiosidade dos que ao longe observavam o grupo.
E quando no final das tardes os barcos e jangadas estavam se aproximando da praia, o assunto era encerrado, todas corriam ao encontro de seus amados, menos a Maria, que ficava sentada, rindo e distribuindo bom humor para todos, e logo estava cercada pelos jovens que também eram pescadores, que a rodeavam e com ela entre eles dirigiam-se a suas casas.
Pesquisamos então, o que faz da Maria uma pessoa tão carismática? E descobrimos por que.
A Maria não era simplesmente Maria; morena fogosa, morena faceira, morena bonita, morena alegre. Era a Maria das Neves, ou apenas Maria ou ainda (para os mais próximos) a Das Neves. A Das Neves que alegrava as noites dos pescadores solteiros da vila, e que segundo ela possuía a “borbuleta”, mais vibrante, aquela que (para ela), fazia os jovens saírem voando, quando deixavam seus braços, e garantia a Da Neves que nunca nenhum homem que tenha tido contato com sua “borbuleta”, tenha conseguido esquecê-la, e por mais que ele tentasse, sempre sonhava em estar deitado ao lado da Maria, apreciando aquela belíssima e fogosa borboleta.
Até hoje, vemos na praça da matriz, reunidas as mulheres dos pescadores, que adoram ouvir da Maria das Neves as histórias de suas noites de amante prefeita, onde a atriz principal é a famosa.
BORBOLETA DAS NEVES.

domingo, 10 de janeiro de 2010

UM RELÓGIO MUITO ESPECIAL


O relógio é um objeto que tem bastante utilidade para as pessoas, fornece as horas, aguça o senso de responsabilidade, quando seu proprietário não aceita chegar atrasado aos compromissos assumidos, além de ser uma jóia, que dependendo de seu design, traz orgulho para quem o possui; mas, esse não é o nosso caso, estamos nos referido a um relógio de bolso, (tipo despertador), usado pelo Narciso (simplesmente).
Era um relógio (objeto de uso pessoal que hoje só encontramos em museus) aquele que programamos para nos comunicar, (despertando), uma hora que devemos nos lembrar de algo.
Mesmo no leito do hospital, em seu segundo AVC, o Narciso não desgrudava daquele objeto, era para ele de valor inestimável, mas os valores, não estão em objetos ou coisas, e sim em pessoas, (as pessoas possuem valores diferentes de objetos), é tanto que muitas vezes nos desligamos de objetos que nos são bastante “valiosos” e presenteamos pessoas que para nós têm valores muito superiores.
Nanci, (minha esposa), todos os dias ia visitá-lo, para ela o Narciso era uma figura impar, um ícone, ela tinha por ele um respeito que se tem por uma pessoa mais velha, era o cunhado-irmão (se é que existe esse parentesco), e por certo a recíproca era verdadeira, tanto que no horário em que todos os dias ela chegava ao hospital, para ele era como um momento sagrado; ficava ansioso, nervoso, e consultava o relógio a cada minuto, e quando ela chegava, ele dizia: hoje estás atrasada “x” minutos (e justificava a cobrança), é que enquanto você não chega, o tempo parece que para.
E foi em um dos dias, quando a Nanci chegou depois do horário, que ele em sua constante descontração, retirou de baixo de seu travesseiro o seu relógio de estimação, e dirigindo-se a ela, fez o seguinte comentário.
Por esse relógio eu tenho uma estima muito grande, ele é para mim uma ampulheta, na qual eu fico observando à fina areia, caindo da parte superior, em movimentos, às vezes lentos, às vezes rápidos, como marcando o momento exato de minha “IDA”, e é por isso que o passo as suas mãos, é um presente; talvez o último que dou em minha vida, e servirá também para que você nunca mais chegue atrasada aqui no hospital.
Aquele momento que era de tensão total; foi transformado imediatamente (pela perspicácia do Narciso (simplesmente)), em um momento de descontração.
Poucos dias depois ele faleceu, mas ficará sempre conosco, porque os momentos que passamos juntos, não morreram com ele.
O relógio? Foi entregue a um neto (Guilherme), que tinha por ele um carinho todo especial.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O HOMEM QUE SABIA DEMAIS


Wellington gostava de estar sempre em evidencia, isso desde que começou a se entender por gente, ainda criança fazia questão de entre as brincadeiras, demonstrar que sabia de fatos ocorridos entre crianças que aderiam a certos tipos e diversão, e até se propunha a dar lições de como se elaborar alguns brinquedos, isso sem nunca ter entrado em alguma fábrica de brinquedos, de fato o Wellington era um verdadeiro “sucesso” entre os colegas.
Esse aparente “sucesso” aos pouco foi lhe subindo a cabeça, e ele se aprimorando como (para ele), o mais bem preparado, entre as pessoas de seu relacionamento, e os amigos foram percebendo que, o agora rapaz, se sentia útil quando alguém lhe perguntava sobre, de como se fazia ou de como alguém deveria proceder diante de algum caso de aparente complexidade. Aí recebiam dele verdadeiras lições, mesmo que ele nada soubesse sobre aquele assunto, mas esse não era o motivo para que alguém desconfiasse que nada daquilo ele entendia, e assim satisfazia o consultor, e injetava no ego do consultado, aquela injeção de sucesso, (eu sou o maior)! Afirmava interiormente.
Se alguém se destacava em uma profissão qualquer, estava ao seu lado, discutindo no mesmo nível de conhecimento o Wellington, discutia, e até se irritava se alguém tivesse a coragem de contestar alguma de suas teses. No campo da engenharia, procurava as obras mais conhecidas e afirmava que ali, tinha sua participação, como assistente do arquiteto, que projetor a obra, e até se apegava a detalhes para justificar sua afirmativa.
Na medicina, era um dos maiores especialistas em qualquer ramo, ortopedia, traumatologia, cardiologia, dava lições sobre cirurgia, sem saber o nome de um instrumento cirúrgico, (mas isso não era o problema), porque ele procurava as pessoas mais humildes e que nada entendessem sobre o assunto, isso porque bastava ter alguém que conhecesse do assunto, contestasse que ele despistava e saia de fininho.
Só algumas coisas eram do total desconhecimento do Wellington; a modéstia, o senso crítico, o respeito pelas pessoas, o saber que as pessoas sabiam que ele realmente nada entendia do que estava falando, não sabia que era identificado como o papagaio, só copiava dos outros, sua falta de modéstia estava sendo vista pelas pessoas, como seu maior defeito, as demonstrações de ignorância, sobre os assuntos que ele tentava fazer com que os mais humildes cressem eram verdades irreais, e que a forma de seu comportamento, até anti-social, só colocavam ele a margem das boas amizades.
Um dia o Wellington, viu que quando procurava alguém para conversar, encontrava sempre rejeição, isso porque as pessoas que (para ele), nada sabiam, se sentiam humilhadas, diante da presença incomoda do HOMEM QUE SABIA DE MAIS.

RECORDAR É VIVER


Estava pensando, aqui com meus botões, o tempo mudou, o progresso está cada dia mais presente nas vidas das pessoas.
Com o advento do computador, tudo se tornou mais fácil; é mais fácil estudar, fazer compras, namorar, viajar (e nem precisa sair de casa), você descreve para os amigos locais que nunca foi com tanta precisão que para eles de fato você esteve lá.
Sem falar dos amigos virtuais, você em muitos casos nunca os viu, mas manda e recebe mensagens de otimismo, que vem em momentos que de fato estas precisando, mas apesar de tudo, me parece que esta faltando algo nesse emaranhado de informações.
Não vejo as crianças brincando nas ruas, pipas, pinhões, bolas de gude, ou de vidro, peladas nas ruas com bolas de meias, ou de borracha, namoros em baixo de postes (com a luz acesa), e sob a vigilância da mãe da garota, nada disso existe mais, será que a criatividade das crianças, acabou? Os improvisos para se ter um carrinho de brinquedo, de onde um pouco se construía um tudo, podia ser um tijolo, uma lata de doce, e, os patins feitos com rolamentos usados, conseguidos através dos mecânicos nas oficinas da vida.
Velhos tempos, belos dias.
Em alguns lugares existiam os jornais de bairro, feitos pela molecada local, onde todos eram repórteres, jornalistas, diagramadores, revisores e até entregadores, (jornaleiros), onde o alvo eram as pessoas da vizinhança, inclusive com informações de utilidade pública; isso era criatividade.
Quando queríamos fazer uma pesquisa, íamos às bibliotecas, (locais onde grandes acervos e informações eram guardados), pára serem pesquisadas por qualquer pessoa; e hoje onde estão as bibliotecas? Nas memórias dos computadores, ou internet, onde se pode pesquisar, e copiar qualquer assunto sem termos a necessidade de conhecê-lo, ou ao menos perdermos nosso tempo lendo sobre assuntos que só interessam aos professores, (basta copiar sem que tenhamos que escreve uma só linha), e pronto, aí está nossa pesquisa, prontinha para ser jogada no primeiro deposito de lixo.
Então como ficamos nós, saudosistas, retrógrados, ultrapassados, sentemos em nossas cadeiras de balanço, ou deitemos em nossas redes, e, deixemos que o tempo passe?
Nunca! - Temos que aguçar a curiosidade dos mais novos, incentivá-los no sentido de que essa geração, nunca de perca nos emaranhados das informações, vindas das telas de um monitor, conseguidas através de um simples toque na tecla enter de um computador.
Vamos à luta, e quando possível, juntemo-nos aos mais novos, e contemos para eles nossas histórias de lutas e conquistas para alcançarmos nossos objetivos.
Não podemos ser alienígenas em nosso próprio planeta.

MEU SUPER CÃO


Quando cheguei à residência do professor Luciano, que toquei na campainha daquela casa construída há muitos anos, e que estava localizada no centro histórico da cidade de Olinda, tomei um susto, quase entrei em pânico, quando se aproximou de mim aquele cão enorme, emitindo um latido ensurdecedor, era um latido rouco, e de sua bocarra saia uma baba, onde um fio descia a te quase o chão. Era um cão da raça fila, (quase um bezerro), fiquei sem ação; é que a casa não era murada, apenas uma baixa cerca de um engradado de barras de ferro, bordado em forma de animais, onde o cão se destacava, porque era bem mais alto que a proteção da casa.
Logo em seguida aparece o professor, que dar uma ordem onde só consegui entende a palavra fila. Muito solícito, o professor pediu que entrasse o que fiz com restrições, pois aquele animal dava medo. Não temas meu amigo, o meu segurança, é bastante educado, (e dirigindo-se ao anima), falou: não é senhor fila? O animal emitiu um rosnado que parecia quase uma frase.
O professor deu um sorriso meio de galhofa, e iniciamos nosso diálogo, que se referia e assuntos da Faculdade, entreguei para ele o relatório, motivo de minha presença ali. Em seguida ficamos conversando assuntos diversos, então perguntei sobre o cão.
Ah, o senhor fila, é o segurança dessa casa, é meu “SUPER CÃO”, perguntei se o nome do animal era mesmo senhor fila? Não, (respondeu o mestre), seu nome era outro, mas devido a um fato ocorrido a uns seis meses atrás, mudei seu nome para fazer jus a seu modo de proteger minha residência. Então fiquei curioso e perguntei qual tinha sido o fato, para que o cão fosse chamado de senhor fila.
É, vou te falar, mas que fique entre nós, esse cão é um fila, foi comprado ainda muito novo, para que fosse treinado e servisse como protetor dessa casa; durante três anos ele foi acostumado a não passar dos limites do terreno da casa, a não ser quando eu o chamava para um passeio.
Mas um dia, quando cheguei, minha casa estava aberta, apesar de não terem levado nada, estavam abertas, porta e janelas, só não estava o meu SUPER CÃO. Fiquei preocupado pela ausência de meu animal, e assim passaram-se cinco dias, foi quando resolvi procurá-lo; apanhei uma foto dele e fui até a praia, para averiguar junto aos pescadores meus amigos, se alguém tinha visto meu cachorro pelas redondezas.
Professor, eu sei quem está com seu cão, me disse o Germano, ele esta com um cara que costuma visitar noturnamente casas, quando os proprietários se ausentam. Pois foi isso meu amigo, tive que pagar ao larápio, R$ 100,00, para reaver meu SUPER CÃO.
Foi a partir dessa data que mudei seu nome, antes ele se chamava TITÃN, hoje não é apena senhor fila, ele tem nome e sobrenome.
É Senhor Fila da Puta. Não é senhor fila?
E o cachorro abanou sua pequena calda e emitiu novamente aquele rosnado, que parecia uma frase afirmativa.

NÃO SEI COMO


Não sei como começar essa escrita, não sei por que, de quem tenho que falar, não merece apenas uma fala, merece um hino, um hino que seja uma jóia, um diamante perfeito, uma pérola raríssima, um universo inteiro, onde tudo pode ser dito, mas esse tudo, ainda será muito pouco para descrever tal figura.
Baixinha, 1,55 metros de altura, mas para mim era muita, devida sua moral, todas as vezes que tinha que olhá-la, achava que eu deveria ficar de joelhos, não de joelhos em frente a uma santa, e sim diante de uma MÃE, que sempre ensinou o caminho da retidão, do caráter, da hombridade, do respeito, da honestidade, do carinho tanto aos mais velhos quanto aos menores, da criatividade, e, sobretudo de saber contornar os momentos mais difíceis sempre com a cabeça erguida, ensinou principalmente o saber crescer, evoluir, sem ter que pisar pessoas para conseguir um objetivo, ser amigo de seus amigos, e nunca em nenhum momento fazer inimigos.
Louvo as palmadas que levamos quando criança, e até quando adolescentes, e porque negar, quando adultos, (já casado e com filhos), suas palmadas era ardentes, mas dadas com um carinho todo especial, porque eram ensinamentos, que ela estava transferido para nós, ensinamentos vindos de uma vida sofrida, onde se valorizava o mínimo para se ter o máximo. Não muito letrada, mas com seu pouco estudo lia para nós paginas e paginas de como a boa conduta só valorizava o homem.
Sempre estava de bom humor, e tinha uma paciência fora do comum, cantarolava canções antigas, baixinho, mas com certeza não distorcia nem a musica nem a letra. A figura da sogra de língua áspera, não correspondia a forma com que tratava suas noras, visto que para ela (se fossem problemáticas), as soluções terias que ser dadas pelos filhos,.
Jamais entreviu, nos assuntos marido e mulher, embora depois chamasse cada um em separado e transferia seus ensinamentos para ambos, sem tomar partido, mesmo sabendo que do outro lado a recíproca nem sempre era verdadeira, mas ela sabia tirar isso de letra.
Portanto, dona Maria Alves de Oliveira (Marialves), MINHA MÃE. Estou aqui de joelhos, de cabeça baixa, com lágrimas inundando meus olhos, tentando colocar todos os meus sentimentos de carinho, apreço e respeito, a figura de MÃE, SANTA, RAINHA, FORTALEZA, e tantos outros adjetivos que ainda serão poucos, para identificar uma pessoa tão fora do comum que a senhora sempre “FOI e É”, não somente para mim, mas para todos que tiveram a felicidade de conhecê-la.
Pedir-lhe que me abençoe; isso eu faço em todas as horas de meu dia-a-dia, mas peço que continues dando sua proteção àquele que apesar de já estar com a cabeça coberta por cabelos brancos, continua com a mesma inexperiência de quando ainda era criança.
Obrigado MINHA MÃE, por tudo de bom que me ensinaste.
A BENÇÃO MINHA MÃE.
Não sei como consegui.