domingo, 19 de setembro de 2010

LAMPIÃO ERA UM FAROL? Um cordel de desabafo.


Quem já conhece a história,/ de um sertanejo valente,/ vai ficar admirado,/ com o que vai ler a frente. / Daqui só sai à verdade,/ acreditem minha gente,/ Vamos falar do Ferreira,/ bravo e muito combatente,/ viveu e morreu brigando,/ com João Bezerra, o Tenente.

Nasceu em sete de julho (1898),/ na velha Serra Talhada,/ estado de Pernambuco,/ que é terra afamada,/ lugar de homens valentes./ que não têm medo de nada,/ matam onça de bodoque,/ e ficam dando risada,/ gritando que venham mais,/ agora; vai na porrada.

O jovem e forte Ferreira,/ o Virgolino “cancão”,/ só Virgolino Ferreira;/ que agora é Lampião,/ lá na fazenda Angicos,/ bem no meio do sertão,/ emboscaram o cangaceiro,/ e mataram sem perdão,/ em vinte e sete de julho (!938),/ garanto; foi traição.

Toda a vida deste “herói”,/ foi sempre atordoada,/ cedo entrou no cangaço,/ mais por vingança danada,/ mataram seu pai numa briga,/ na justiça; deu em nada!/ Por isso sua revolta,/ aqui bem justificada,/ no sertão quem mata um,/ sua morte é vingada.


Com dezenove de idade,/ no ano de dezessete,/ brigava muito o menino,/ na mão ou de canivete,/ não respeitava ninguém,/ homem, mulher ou pivete,/ policia, chamava macaco,/ mesmo tendo cassetete/ criava fama de valente,/ no sertão e no agreste.

Um dia o jovem Ferreira,/ que atirava demais,/ modificou um fuzil,/ dando aparência fugaz,/ a bala era ligeira,/ de pontaria capaz,/ do cano saia fogo,/ que bonito era demais,/ parecia um lampião,/ clareava muito mais.

Maria Gomes de Oliveira,/ menina boa de escrita,/ quando o cangaceiro a viu,/ serás minha favorita,/ agora vou batizá-la,/ minha Maria Bonita,/ será sempre a minha dama,/ minha jóia marcassita,/ tu serás a minha gloria,/ ou então minha desdita.

Viveram juntos oito anos,/ de uma paixão bendita,/ juntos fizeram uma filha,/ que chamaram Expedita,/ e falam mais de dois gêmeos,/ nisso ninguém acredita,/ porque não temos registro,/ essa coisa não se explica,/ dizem, houve dois abortos,/ de Dona Maria Bonita.

Seu Bando era respeitado,/ tinha gente de montão,/ o Virgolino Ferreira,/ o famoso Lampião,/ Virgilio, Manoel Antonio,/ Az de Ouro, Mergulhão,/ Zé Delfino, e o Chá Preto,/ Bahé, Faísca, Trovão,/ Barra Mansa, Zé dos Santos,/ Luiz Pedro, Vito (João).

Dada, Eleonora, Enedina,/ mais valentes do que tu,/ Feliciano, e Quirino/ Dois de Ouro, Zé Xudú,/ Cobra verde, Cacheado,/ Pinga Fogo, e o Salú,/ Serra branca, e Catingueira,/ que brigaram no Imbu,/ Quinta feira, Estriquinino,/ Nego Torga e biu Tatu.

Chocolateira, Branca Luz,/ Zé Pretinho, Juriti,/ Cipó de Fogo, Passarinho,/ Pinga Fogo, Bem-te-vi,/ Pai Véio, e o Pontaria,/ Volta Seca, Zepelim,/ o moreno (Manuel),/ Serra Branca e Alecrim,/ Também tinha o Jurema,/ saltava feito um saci.

Tinha o Chumbinho, Moeda,/ de profissão “Carpinteiro”./ Chamuscado, e Brasa Viva,/ um responsável padeiro,/ Fortaleza, Caninana,/ Pinica pau, Candeeiro,/ Xexeu, Criança, Carana,/ Mariano e Nevoeiro,/ Sabiá e Trovoada,/ Luiz Sabino e Coqueiro.

Carmelo, Moeda, Ramada,/ Carioca e Beija Flor,/ Colchete, Antonio Ferreira,/ de todos mais brigador,/ Jovino, Cavaco e Latejo,/ que chamavam de senhor,/ Tinha o Sabino Gomes,/ Que era bom cantador,/ ainda tinha Corisco,/ seu melhor atirador.

Conhecido como Mano,/ era o Manoel de Dondon,/ Tinha Vicente, e Elétrico,/ que cantavam em bom tom,/ Macela era do coro,/ Ninguém tocava píston,/ Ameaço era o vigia,/ Luiz Pedro era o “Bombom”,/ agora só esta faltando,/ Maciel e Macilon.

Ainda tem os dois cachorros,/ que ainda vou falar,/ eram o xodó de Maria,/ que não vou deixar passar,/ dois vira-latas tão bravos,/ difícil de controlar,/ só obedeciam a Maria,/ era a dona do lugar,/ os dois cachorros chamavam,/ o Ligeiro e o Guaraná.

Agora começa a parte,/ que me deixa muito triste,/ gritaram na minha praça,/ esse herói não existe,/ não acreditem na fama,/ tudo isso é canalhice,/ não endeusem um malfeitor,/ isto é disse me disse,/ o Lampião Robin Hood,/ garanto que é crendice.

Apareceu um tarado,/ pervertido, impopular,/ dizendo que era bicha,/ o cangaceiro sem par,/ de dia brigava muito,/ e a noite era pra dar,/ e dava para seus cabras,/ sem nenhum medo de errar./ mas ele dava vestido,/ com as roupas da Dada.

Nas noites que tinha festas,/ bem na frente da fogueira,/ seus cabras faziam roda,/ inventavam brincadeira,/ as mulheres bem vestidas,/ com arma na cartucheira,/ Lampião ficava deitado,/ nu em cima da esteira,/ então ele assim gritava,/ eu sou a mulher rendeira.

O Lampião costumava,/ cortar pano e costurar,/ as vestes de seus capangas,/ mas antes os via provar,/ ajustava direitinho,/ ponto a ponto de vagar,/ em seus momentos de folga,/ costumava se deitar,/ naquela rede bem feita,/ com as roupas pra bordar.

Já contaram em anedota,/ depois que foi publicado,/ aquele livro medonho,/ onde tudo é misturado,/ homem é mulher - mulher homem,/ e Cabra brabo é viado,/ os caras mais perigosos,/ ou e frango ou é tarado,/ não se pode dar respeito,/ são todos cabra safado.

Imaginem os apelidos,/ que botaram em Lampião,/ na Bahia é CHIBUNGO,/ no Piauí é CAGÃO,/ em Alagoas é BAITOLA,/ BICHONA no Maranhão,/ no Ceará é BOIOLA,/ já no Rio é BONECÃO,/ em São Paulo é TRAVECO,/ em Pernambuco é VIADÃO.

Já em Minas é FLORZINHA,/ ME-NI-NA lá no Pará,/ PEDERASTA em Rio Grande/ em Sergipe é JÁJÁ,/ PERÔBO em Mato Grosso,/ em Tocantins ALEGRÃO,/
No Amazonas RAMPEIRO,/ no Acre AMARELÃO,/ BAMBI OU BARBIE, Paraná,/ lá em Floripa GAYSÃO.

Imaginem esse escritor,/ que esta difamando um mito,/ se for lá pra o sertão,/ e mostrar tudo escrito,/ vai se dar mal te garanto,/ e vai pagar muito mico,/ vão colocá-lo na praça,/ nu sentado em um pinico,/ e o povo todo gritando,/ nós vamos come-lo frito.

Nada vale o que escreveu,/ esse escritor sem prazer,/ esse cara é INRUSTIDO,/ ta querendo aparecer,/ ele vai ser processado,/ que pra ele aprender,/ a respeitar nordestino,/ cabra macho pra valer,/ vai ficar no ostracismo,/ o povo vai lhe esquecer.




N a vida que a gente leva,
I ndo e vindo todo dia
V amos aprendendo de tudo
A té ver a covardia
L a vemos as desavenças
D e pessoas que sem guia
O cultam toda verdade
M estres na patifaria
E les são todos covardes
L adeiam a valentia.
O h meu Deus tenha pena deles.!!!!

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