domingo, 30 de agosto de 2009

Mary Marilu


Quando nasce o sol em uma bela manhã de verão, por certo nasce com ele uma criança, que vem trazer a alegria para uma família, e foi assim que aconteceu o nascimento de Mary Marilu, que como todas as crianças vêm trazendo alegria e ao mesmo tempo preocupação aos pais.
Qual será o destino, o que lhe reserva o futuro? Essas são perguntas que não podem faltar entre os familiares do recém nascido.
Em uma cidadezinha, interiorana onde a economia é à base da pecuária e de imensas granjas, onde aves são criadas e abatidas para abastecer a capital, e muitas vezes, direcionadas a exportação; nasceu o personagem de nossa narrativa, “Mary Marilu”.
Desde criança a “princesinha”, (como era chamada pelos irmãos mais velhos), demonstrava uma tendência para a culinária, coisa que no futuro iria lhe dar fama e prêmios.
Durante sua infância e adolescência, Mary tinha uma preocupação. Era a Marilu, dotada de um corpo privilegiado, apenas destoado pelo tamanho mínimo de seu glúteo, o qual ela fazia o possível para esconder, usando inclusive de artifícios, como enchimento de borracha e outros, para avolumar um pouco mais a região, e isso se tornou quase ema paranoia.
Durante o período da adolescência, freqüentava academias, com o intuito de ver a área um pouco mais avolumada, seguia conselhos das amigas (bem dotadas), em certa ocasião foi flagrada untando a região glútea com o fermento, que utilizava quando da preparação de bolos e quitutes, e assim transcorria o tempo sem que a Marilu, visse algum progresso, naquilo que ela tinha determinado a possuir.
Aconselharam-na uma cirurgia, com implante de silicone, o que foi rechaçado de imediato por ela, (não quero nada artificial), porque tudo em mim é muito natural, e jamais irei apelar para esse tipo de artifício para aumentar minhas nádegas., mas todos sabiam da guerra intima sofrida pela jovem, mas, sua vaidade estava acima de seus preconceitos.
Estava resolvida; trabalharei para conseguir um método de aumentar meu glúteo, recorrerei até se possível a hormônios de crescimento, (e o fez), aplicando no local, doses homeopáticas, do produto. Sempre monitorando as aplicações do produto, ela foi aos pouco vendo que os resultados eram animadores, foi se empolgando e aumentando as doses, (viveria tudo aquilo que em sua juventude tinha sido sua frustração).
Dedicou seu tempo a fabricação dos famosos bolos de Marilu, e para aumentar um pouco mais sua renda, abriu na cidade uma funerária que lhe proporcionou bons ganhos, pois sua empresa era a mais procurada não só local, mas por outras cidades próximas, essa foi a forma de Mary fazer fortuna e ser respeitada em toda região.
Apenas, tinha agora a Mary Marilu, a preocupação de demover da cabeça das pessoas, que devido sua empolgação e exagero nas aplicações do hormônio, na região posterior do corpo, especialmente nas partes baixas, teria agora a Marilu que, adotar uma postura contraria àquela adotada por ela anos atrás.
Pesquisar um produto que servisse como antídoto, contra aos usados por ela. É que sua traseira havia crescido exageradamente, o que lhe coube o apelido de: Mary Marilu TANAJURA.
Deus escreve certo, o leitor é que acha as linhas tortas.

Água para os atletas


Por certo já colocamos para todos, como era o Narciso (simplesmente), e agora narramos mais um causo inusitado que ocorreu também em um domingo, quando quase toda a família estava reunida.
Nesses dias alem de preservarmos os laços familiares, costumávamos promover algumas partidas de futebol de mesa, (o velho e extinto futebol de mesa), no qual os mais famosos times de futebol eram representados por botões, em número de 10 (dez), e mais um retângulo, do tamanho aproximado de uma caixa de fósforos, que representava o goleiro, dispostos sobre uma mesa, (campo), em que os times teriam que manter a forma tradicional de tática de futebol, (1 - 2 – 3 – 5). Um (1) goleiro, (caixa de fósforos), sob uma baliza (barra), (dois) 2 zagueiros, três (3), meio campistas, (2 laterais e 1 centro médio), e cinco (5) atacantes, (2 pontas, 2 meias e l centro avante).
O Narciso, não gostava dessa prática, o que gostava mesmo era de conversar, e dizia que esses jogos eram pura perda de tempo, que deveríamos aproveitar o momento para pormos ao menos as fofocas familiares em dia, portanto fazia de tudo para acabarem os jogos, o que não era aceito pelos participantes, e foi em um desse dia que se passou o fato.
Estavam jogando, nosso tio (também Narciso), e o mano novo, (Nilton), e eu estava atuando como juiz, quando chegou o (simplesmente) Narciso, falou com nossos pais, com nossa avó, em seguida dirigindo-se aos que estavam jogando, falou: pessoal vamos começar agora a partidas de fofocas, piadas, mulheres, cinemas, e cervejas, (que não pode faltar), é claro. Dar um tempinho aí mano veio, (assim falei), fica aí como gandula que a partida falta pouco para acabar.
Gandula? Retrucou-o, é muita pretensão de vocês que eu fique perdendo meu tempo, sendo gandula dessa joça de jogo! Então vai ser platéia, (falei), ele sorrindo disse: dito com essa convicção, aceito. O que quiserem é só pedir, um participante da platéia, pode ser garçom, carregador de recados, assistente do juiz, degustador e até se dispõe a ir até no mercado comprar as bebidas para o final dessa tão vibrante contenda, (todos se olharam), d’aí deve estar sendo elaborado um plano, avisou o Narciso (tio), é só esperar.
Nada irá acontecer, (falei), e pode ficar tranqüilo, o simplesmente Narciso, hoje está em estado de graça! Não é mano veio? É, podem ficar tranqüilos! Falou exibindo um sorriso meio de deboche.
Faltando alguns minutos para o final do jogo, surgiu o momento esperado pelo (platéia), foi quando o mano novo, (o Nilton), solicitou: por favor, Senhor garçom, traga água para os atletas. Agora mesmo senhor! E retirou-se do local as gargalhadas, e sem que nenhum de nós pudesse, fazer algo, ele aparece com um balde cheio de água, a qual foi jogada sobre a mesa, (campo) promovendo o final da partida de futebol de mesa. Ficamos todos atônitos, mas ele com a velha e tradicional tranqüilidade disse: como todos sabem sou obediente por natureza, o que fiz foi apenas atender a solicitação do técnico do time verde e branco.
Desculpem por ter sido exatamente na hora do tio bater o pênalti, que por certo empataria a partida, mas isto acontece entre os melhores clubes do mundo.
Distribuiu copos entre as pessoas e trouxe uma cerveja bem gelada, a qual acalmou de imediato os ânimos de todos.

AS APARENCIA ENGANAM OU (TEO RIA DA EVOLUÇÃO)


Tudo começou logo após o desfile de carnaval quando a pequena agremiação carnavalesca intitulada: (Grêmio Recreativo Universidade do Samba Pequenos Gigantes do Morro do Biláu), venceram o concurso daquele ano, premio esse recebido com grande euforia por todos os membros que compunham o Grêmio, desde seu Presidente até o mais humilde de seus componentes.
No dia seguinte a quarta feira de cinzas a direção estava reunida para criarem um tema enredo para o ano seguinte, isso porque quem sai na frente tem mais chance de chegar primeiro.
Então após horas de debates chegaram a conclusão que o enredo para o próximo carnaval seria: Como o ser humano se desenvolveu desde a idade da pedra ate os dias atuais, e como se adaptou ao modernismo dos grandes centros industrializados sem fugir de suas raízes. É (assim são os títulos dos enredos das escolas de samba que se prezam), e a Universidade não poderia ser diferente.
Teobaldo, (o presidente), marcou para o final da semana, comunicar a todos os membros da comunidade, o novo tema que teria que ser desenvolvido tanto por seus carnavalescos como a direção estaria disposta a aceitar sugestões de toda a comunidade, e assim foi feito.
No ano seguinte, na avenida principal da cidade, estavam se exibindo os concorrentes ao premio maior dos desfiles das agremiações carnavalescas, entre as quais estava incluída a não modesta Universidade do samba, (visto que todas as outras concorrentes se intitulavam Escolas de samba).
Então todos, ansiosos esperavam a apresentação dos Gigantes do Morro do Biláu, que vinham prometendo um desfile diferente e cheio de grandes novidades.
Na frente do desfile vinha o Teobaldo, ou simplesmente o Téo (como gostava de ser chamado, o presidente). Vestindo um terno amarelo ouro, com listras marrons, (cores do pavilhão da agremiação, das quais se orgulhava bastante), em seguida um carro alegórico que simbolizava uma caverna, primeiras moradias dos habitantes do planeta, as quais estavam lotadas de componentes fantasiados de homens da caverna, exibindo seus tacapes adornados de espinhos e carregando puxadas pelos cabelos, as mulheres (bonecas) simbolizando uma época.
Uma nova ala dava ênfase ao primeiro carro, todos vestidos togloditamentes, evoluíam de acordo com o tema, em seguida outro carro carregado de taperas, simbolizando a morada dos índios, seguidos por outra ala devidamente caracterizada.
E assim se deu o desenvolvimento do tema aprovados por todos os membros da diretoria, até a última ala que demonstrava grandes construções, com edifícios altíssimos onde os apartamentos eram exibidos como cavernas da era moderna, nas quais os homens se fechavam em um mundo particularmente seu, e que deixa de interagir com outros membros da mesma raça, se isolando completamente em um universo onde a individualidade e o egocentrismo são os lemas atuais.
E assim naquele momento todos os membros da agremiação se sentiram felizes, por saber que conseguiram alcançar seus objetivos, e viram que em um local todo especial previamente preparado por todos, TEO RIA DA EVOLUÇÃO da sua querida Universidade do Samba Gigantes do Morro do Biláu.

Páginas da Vida IV– Epílogo


Recebi de meu amigo Jonas o pescador, um convite para assistir uma reunião dos pescadores da localidade, eles se reuniam em uma espécie de cooperativa denominada colônia de pesca, me falando no momento que seria para mim de suma importância, visto que estava interessado em conhecer mais estórias de pescador, isso fez com que de fato aguçasse minha curiosidade, em saber o que se conversava em uma reunião onde o número de pescadores fosse maioria.
No dia marcado uma sexta feira, (não poderia ser outro dia) apanhei o Jonas em sua residência e fomos com destino ao evento. No caminho soube que, finda a reunião eles entrariam na fase da confraternização, onde a bebida fazia com que eles soltassem o verbo e cada um que contasse suas aventuras em pescarias, isso me animou bastante, pois assim estaria colhendo subsídio para minhas narrativas; e em um clima de descontração chegamos ao local.
Fui apresentado ao presidente da cooperativa, que demonstrou já saber de minha ida, para observar o comportamento de pescadores em grupos bastante heterogêneos, onde cada um queria contar suas aventuras dando ênfase ao fato de que cada estória se passava sem testemunha, visto que os fatos só ocorriam quando eles estavam em solidão total, tendo apenas o mar como observador do fato.
A reunião propriamente dita não durou mais que 20 minutos, e foi encerrada com o convite a todos de ouvirem as aventuras de quem quisesse expor os fatos em público, e assim regrados a bastante pinga, (aguardente), fomos ouvindo as estórias dos pescadores. Quando alguma era considerada por todos, sem conteúdo, o orador era convidado a encerrar o relato, e assim a noite foi se tornando quase madrugada quando o presidente convidou o Matusalém, pescador mais velho para contar sua estória.
O senhor Matusalém, velhinho de pele bastante curtida pelo sol que durante vários anos queimou sua pele, e pelo sal da água, que juntos formam um fator de envelhecimento muito rápido, os braços do velhinho ainda eram bastante fortes, devido ao arrasto das redes pesadas, que nem sempre vinham carregadas de peixes, cabeleira branquinha que dava a impressão de que havia ali uma peruca feita de algodão, ele narrou a seguinte parada.
Estava eu e nosso velho amigo camarão (que Deus o tenha), pescando em alto mar quando tivemos a necessidade de lançar nossa âncora, para fixarmos a jangada no local onde deveríamos pescar, então quando joguei a âncora ao mar, a corda prendeu em minha perna e desci juntamente com ela até o fundo, (e fez uma pausa), a resposta foi imediata; OHHHHHHH! Que não alterou em nada a narrativa de Matusalém, então com bastante calma esperei até atingir o fundo, e aí comecei a agir, tentando soltar a corda, mas sem conseguir, foi quando surgiram em minha frente quatro peixes meros, comandados por um golfinho, que me apanharam com âncora e tudo e me lavaram até a jangada, me pondo lá são e salvo, meu compadre camarão, (tirou o chapéu em sinal de reverencia), que Deus o tenha (estava ali anulada a testemunha), se encontrava ajoelhado, a espera que o milagre acontecesse, (e aconteceu), ajeitou o botão da camisa muito branca, que vestia e saiu de mansinho sem esperar o resultado que sua narrativa tinha causado nos presentes
O silencio foi o que mais perturbou a todos, e nenhum comentário, (inclusive meu) foi ouvido naquele local, e todos saíram bastante satisfeito e “embriagados” da bebida e da estória contada pelo velho pescador, Matusalém.
Isso é tudo que posso passar para vocês, e caracteriza mais uma das várias páginas da vida.

Perto dos olhos. . . . . .


Quem diria que diante de um cara tão agitado ele poderia permanecer?
Ninguém em sã consciência acreditaria em tão desajeitado elemento resistiria a agitação desenfreada do “magro”.
Ele estava sempre em movimento, andava de um lado para outro naquela agitação que por vezes irritava ate a mais paciente das criaturas.
Contudo era seu objetivo domesticar aquela “fera” e assim ele o faria, jamais tinha desistido de alguma missão que para a qual tenha sido escalado, e iria cumprir essa que para ele ate o momento estava sendo a mais complicada.
Sua nova missão era mostrar para o “magro” que o mundo não era aquele emaranhado de coisas opacas, sem brilho, às vezes até sem nexos, e ele sabia que grande parte da agitação de seu novo chefe, era exatamente essa posição intransigente de se adaptar a realidade. Mas seu objetivo ele iria cumprir.
Essa não era sua primeira missão e ao certo não seria última, ele já estava costumado a enfrentar barreiras quase intransponíveis, bastaria uma única chance e “SPLAAC” a partir daquele momento iria comunicar a seu patrão que estava pronto para uma nova contenda.
Mas como fazer para que o momento certo acontecesse? Como?
Então seria assim; a partir daquele dia se colocaria sempre a frente do “magro”, em um local que ele sempre o visse quando passasse em seus momentos de agitação, aí ele estaria ali para dar aquela força que tanto precisava seu chefe. E assim foi feito; durante dias e dias, o magro passava por ele e parecia que nem o notava. Ele pensava: oportunidade não irá faltar, então não irei desperdiçar, ficarei em alerta total.
No sábado, o “magro” se preparava diante do espelho, na porta de seu guarda roupas quando notou sua presença, mesmo sem gostar dele, aproximou de seu rosto, talvez de forma exagerada, mas com o propósito de dar um fim aquele estado de intolerância, que já durava quase tres meses, (imediatamente ele agiu, se pondo o mais disponível possível), e de um modo quase tosco o “magro” foi aos pouco colocando bem próximo a seus olhos, então, abriu um sorriso largo, contagiante, prazeroso, que aos pouco foi se transformando em gargalhada, e aos gritos, o “magro” chamou a atenção de todos da casa.
Vejam como é belo o mundo, como as cores são vibrantes, como vocês todos são lindos, como eu fico mais bonito, mais tranqüilo, e mais feliz, e prometo a todos que jamais permitirei que ele sáia de perto de meus olhos.
E assim aqueles óculos tristes passaram a ter junto com seu “magro” a alegria que os dois estavam precisando para serem felizes para sempre.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Pra não dizer que não falei das flores


Quando criança vez em quando nos vem à mente plantar uma árvore, é um sonho de criança, imaginamos, ela crescendo, dando frutos. Qual a criança que não plantou ao menos um pé de feijão, colocando o grão em uma lã embebida com água, e todos os dias vigiando para ver como ela se comporta ao nascer, isso é tarefa passada pelos professores nas aulas de ciência, mas que aguça a curiosidade e de certo modo aumenta o grau de responsabilidade nossa.
Quando crescemos e nos tornamos adultos, vamos aos pouco, alimentando a necessidade de plantarmos não uma única árvore, mas criarmos uma floresta, que pode ter apenas uma árvore, mas será nossa floresta.
E assim alimentando essa necessidade, criei e estou vendo crescer minha “floresta”, a (N), e é sobre essa floresta que escrevemos hoje.
Porque floresta (N)? É que quando se encontraram as plantas ideais para iniciarem uma floresta, elas pertenciam à mesma espécie, nas de gênero diferente, pois é assim, e só assim que se deve iniciar a criação de uma floresta, (isso por que, mesma espécie e mesmo gênero nada produz). E a inicial de suas famílias é o (N), e assim combinaram.
As árvores que conseguirmos produzir serão também de inicial (N).
Então unimos as raízes (NM e NS), e começamos a plantar nossa tão sonhada floresta. De início as dificuldades foram muitas, tivemos que escolher um bom abrigo, para que nos tornássemos protegidos dos predadores, escolhemos árvores mais velhas para nos dar suporte e orientações de como deveríamos criar as formas ideais para que pudéssemos gerar outras árvores que como nós, fossem fortes o suficiente para suportarem as mudanças do tempo sem abalar as raízes, (o que é muito importante), e assim vimos aos pouco crescendo nossa floresta (N).
Em menos de um ano, vimos brotar nossa primeira planta (N1), de início um pouco raquíticas, mas aos poucos foi assimilando as vitaminas necessárias, para um crescimento saudável, e se desenvolveu de forma correta e leal as suas tradições. Mais três anos e estava vindo o segundo broto, a planta (N2), tudo dentro de um planejamento para que não houvesse choque entre elas. Como a planta um, a dois também era fininha, com galhos longos e finos, que moviam-se de forma cadenciada, parecendo um balé de gravetos, mas era forte e vigoroso.
Com mais seis anos planejamos mais uma planta, a (N3), que diferente das um, e dois, veio muito forte, deixando a árvore mãe quase sem vigor, mas aos pouco se recuperou e ainda hoje tenta manter todas as arvores sobre sua vigilância.
Aí estava formada uma floresta com apenas cinco árvores, que para uns parece pouco, mas para nós é uma quantidade bastante razoável, isso porque, em 45 anos do início da formação de nossa floresta, temos hoje, 14 árvores, é que das plantas (N1, N2 e N3), brotaram várias outras.
Da árvore N1, nasceu a planta PV, hoje com 11 anos, (logo após, N1 uniu-se a árvore JC), estão enraizados.
Das árvores (N2+MM), nasceu HK 21 anos. (N2+KP), nasceu FS, 18 anos,
A árvore N3 uniu-se a MB, e geraram: RK, 15 anos e MG 13 anos.
E. Pra não dizer que não falei das flores; da planta HK, 21 anos, nasceram duas flores, belíssimas, DH, 3 anos e EB, 2 anos.
E assim aumenta a cada dia nossa floresta, que tem nos dado somente alegria, e certeza que unidas qualquer planta por menor que seja, produzira frutos saldáveis e sombra, que abrigará aquele que dela precise.

Legenda:
NM (Nivaldo Melo) -- PV (Pedro Victor) -- JC (José Carlos)
NS (Nanci Santana) -- HK (Hellem Karoliny) -- MM (Marta Mendes)
N1=NM (Nelma Melo) -- FS (Felipe Santos) -- KP (Klávidia Pola)
N2=NJ (Nivaldo Junior) -- RK (Rafaella Kalini) -- MB (Maria Betânia)
N3=NM (Nivsom Melo) -- MG (Maria Gabriela)

As Flores: DH (Diogo Henrique)
EB (Esmeralda Beatriz)

Quem conta um conto!

Em um ambiente que é muito favorável a histórias e estórias, reuniam-se quase todas as tardes e porque não dizer todos os dias, o dia todo, as pessoas que garantiam ser as mais sérias da cidade, tratava-se da barbearia do Sr. Amaury. Velho conhecido de todos; o barbeiro, por sinal o único das redondezas, fazia questão de dizer ser o mais verdadeiro e honesto dos barbeiros do lugar.
Ali em sua barbearia freqüentavam crianças, adultos, velhos e até senhoras que faziam questão de ter seus cabelos cortados pelo velho Amaury, competente e bem falante, não deixava que pessoas tomassem a iniciativa da conversa, era ele quem sempre iniciava o diálogo.
Outra qualidade de barbeiro, era; nunca deixar que qualquer estória que alguém contasse, não tivesse a participação direta do mesmo, e assim em todos os fatos históricos ou não da cidade, se encontrava a figura do respeitado cortador de cabelos.
Uma manhã de sábado estava ele a desbastar a vasta cabeleira de um moço novato na cidade, quando entra em estado eufórico o Matias, parceiro habitual do Amaury, contando um fato que havia ocorrido na noite anterior, dizendo: Imaginem vocês o que ocorreu ontem a noite comigo! Passava eu por volta da meia noite, em frente ao casarão abandonado quando ouvi um gemido muito forte, vindo de traz do muro da velha casa.
Em principio não acreditei e esperei mais um pouco, e não é que o gemido voltou a acontecer, e dessa vez parecia um pedido de socorro, olhei por cima do muro, estava muito escuro, mas a voz parecia a do velho Tenório, o dono do casarão, aí olhei em direção a casa, e, vi que as luzes acenderam todas, menos as do terraço, isso porque pelas vidraças dava perfeitamente para ver que tudo dentro da velha casa estava iluminado. Foi quando vi que alguém estava abrindo a porta, aí não tive coragem de esperar para ver quem estava saindo da casa, saí correndo todo arrepiado. Aquela cada é mal assombrada.
Aí, entrou o barbeiro: mas Matias meu rapaz, você deveria ter esperado para ver quem estava saindo da velha casa, e quem era? (perguntou o Matias). É que quando você correu, eu estava chegando e vi dona Januária, mulher do velho Tenório, de lamparina na mão procurando pelo dono da voz que você ouviu, veio até o portão, olhou para os lados e não vendo ninguém, voltou novamente ao casarão.
Então o cliente que estava cortando o cabelo se manifestou, argumentando: senhores; estou morando por aqui a seis meses, sempre soube que o velho casarão está sem ser habitado a mais de 50 anos, nunca vi muro cercando a velha casa, nem cerca existe mais, naquele tempo não havia luz elétrica por aqui, como é que o Sr. Matias identificou a voz do dono da casa, se não chegou a conhecê-lo? E como as luzes da casa acenderam se não existe nenhuma fiação elétrica que justifique esse fato? E como o Sr. Amaury, conheceu a velha se quando ela morreu tinha apenas 30 anos? E o Sr: nem havia nascido? Então, todos os presentes se olharam, esperando a reação do barbeiro, que não demorou nada para aparecer.
Senhor nem sei quem! Quem é o senhor para desacreditar daquilo que estamos relatando? Tanto eu quanto o amigo Matias somos pessoas de credibilidade real por aqui onde residimos, o Sr: não nos conhece para contestar aquilo que estamos contando, portanto está sendo convidado agora para se retirar imediatamente de meu estabelecimento (e foi tirando a capa que cobria o cliente), deixando o mesmo apenas com metade da intensa cabeleira cortada, houve uma sonora gargalhada que dava fim aquele inusitado fato, nunca ninguém teve coragem de se opor as estórias contadas na barbearia.
Então o Sr: nem sei quem (como fixou conhecido), daquele dia em diante, teve que amargar se deslocar 12 km, toda vez que queria cortar os cabelos, por não saber ficar calado em momentos solenes como aquele.

O seqüestro da rainha


Durante longos dias planejaram, e, após varias reuniões que teriam indubitavelmente que seqüestrar a rainha, só assim aquele reinado teria se não um fim, ao menos as pessoas que viviam e trabalhavam naquela cidade teriam momentos de tranqüilidade.
Não que a rainha fosse má, mas tantos seus soldados quanto aos demais que faziam parte daquele reinado, viviam perturbando todas as pessoas das comunidades vizinhas, que já não agüentavam mais. Foi aí que reuniram os líderes que, convocaram seus exércitos para combater aqueles que se tornaram vizinhos perturbadores da ordem pública, ou seja, inimigos públicos numero 1 (hum).
Antes, pediram ajuda de outro exercito que em tempo não muito remoto, havia travado uma batalha semelhante, e que ao certo tinham experiência bastante, não só para instruí-los, como poderiam ajudar de forma direta na contenda, que já tinha dia e hora para acontecer, essa será uma batalha que valerá a guerra, falou o “general” líder maior de todos.
Como eram de boa paz, seus armamentos foram comprados apenas para essa batalha, e logo que terminasse, tudo seria doado ao exercito “auxiliar”, assim ao certo ficariam todos satisfeitos se a batalha for vencida por eles, o que foi garantido pelo superior o “.general”.
Acertaram que para não haver confusão entre comandos, o pessoal da localidade, vestiria roupas claras, e os outros, roupas vermelhas, já que essa indumentária bem representava àquele grupo.
No dia combinado todos estavam no local, na hora certa conforme combinado, falou o líder: em primeiro lugar vamos inspecionar a posição dos soldados “inimigos”, (estão todos em alerta total) falou baixinho um de vermelho; (não estou vendo nenhum operário trabalhando), respondeu outro, então vamos a luta (determinou o líder).
Foi durante algumas horas, uma batalha de dar medo a quem não tivesse coragem suficiente para permanecer observando. Uma caixa de madeira, com apenas uma entrada, representada por um pequeno furo, na parte inferior, completada por paredes tipo gavetas, com passagens de ligação entre elas na parte inferior, muito bem revestida de cera, permanecia em um lugar estratégico, a espera do fim da batalha.
Dois instrumentos “bizarros”, que emitiam uma quantidade enorme de fumaça, eram transportados pelo pessoal de vermelho, que em passos bem cadenciados dirigiram-se a entrada principal do “castelo”, enviando toda aquela fumaça, que era levada pelo vento, na direção da porta que se encontrava aberta. Todos os participantes estavam vestidos com roupas que cobriam todo o corpo, inclusive com capacetes que pareciam chapéus de palha recobertos por um véu que cobria todo o rosto.
A batalha durou (uma eternidade) pouco mais de 30 minutos, até que o “general” com ima habilidade de dar inveja ao mais hábil dos seres daquele grupo, em um movimento de profissional, mostrou a todos falando: pessoal aqui está a “nossa” rainha, vamos colocá-la na caixa que todas abelhas do exame seguirão sua rainha, levaremos a caixa para um apicultor que mora aqui perto, e ele juntará essas a seu apiário, e lhes garanto que nunca mais vocês serão perturbados por essas abelhas.
E assim, com a ajuda do corpo de bombeiros, procedemos ao seqüestro da rainha das abelhas daquele exame, que tanto perturbou o pessoal da comunidade da matinha.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um grito


Muitos de nós tivemos o privilégio de conhecer um cara bastante espirituoso, além de muito criativo, era uma figura de uma inteligência privilegiada, incompreendido por muitos, porem, respeitados por todos, assim era o Narciso, não era um Nacirsiata, era apenas o Narciso, (como falava sempre), apena Narciso.
Tinha cursado apena o primário, mas sabia das coisas, muito mais que pessoas que se diziam letradas, lia bastante, era aficionado por leitura, (romances e filmes), eram seu dia a dia, lia de tudo, principalmente jornais e revistas informativa, sua conversa versava sobre qualquer tema que fosse o do momento, em rodas de amigos ou em bares, gostava de futebol, política e até religião, gostava dos assuntos, mas quando a conversa pendia para polemicas, saia de mansinho, alegando sempre: esporte, política e religião, não se discutem, tudo isso pertence apenas a cada um.
Era um sujeito muito fácil de ser entendido, adorávamos ouvir suas interpretações sobre o livro que estava lendo, dava sempre um tom de mistério, o que nos deixava curiosos, vibrava quando pediam sua opinião sobre esse ou aquele escritor, em suas opiniões, para quem já tinha lido qualquer obra do autor em foco, notava-se que ele tinha razão, visto que não se contentava apenas em ler um ou dois livros daquele escritor, mas vários, e se não conhecesse a obra do escritor recusava-se a emitir sua opinião, assim era o Narciso.
Em uma de seus atos de bom humor de sempre, lembro-me de um fato que no momento que ocorreu, deixou todos preocupados, mas que em seguida veio o alívio, é que em um domingo, (dia em que se dedicava a visita aos nossos pais), estávamos como sempre conversando sobre assuntos comuns entre familiares, quando a nossa mãe convidou-nos para que chegássemos à mesa, pois estava na hora do almoço, ele como sempre pediu um tempo para tomar banho, no que foi atendido, sem antes ter que sofrer por parte da mãe, uma observação, ele disse: não se preocupe: quanto estiver pronto eu digo, e retirou-se com um sorriso maroto no rosto, com destino ao banheiro, ficamos todos esperando a volta do mesmo.
Passados alguns minutos, (que ninguém sabe quantos), em um momento daquele que o silencio é total, ouve-se vindo da direção do banheiro, (áiiiiiiii!i socooooooooooooooorro), um grito de terror, daqueles que deixa qualquer pessoa também aterrorizada, foi um grito tão alto que até os visinhos correram para saber do que se tratava. Todos da casa dirigiram-se às pressas até o banheiro; quando a porta foi aberta, estava o Narciso, as gargalhadas, e se justificando.
Pessoal, é que quando fui tomar banho, a mãe disse: quando terminar o banho, para que eu bote a comida na mesa, você grite, e como sou bastante obediente, foi o que fiz, segui a risca o pedido dela.
Todos queriam bater no cara, inclusive a mãe, mas olhando para ele, sabíamos que aquela não seria a última brincadeira vinda daquele que tinha como lema.
O bom humor sempre e sempre acima de tudo.
Assim era o simplesmente Narciso.
O mano veio de três irmãos.

domingo, 2 de agosto de 2009

Desilusão precoce – uma lenda índia


Quando tive a oportunidade de conhecer um índio de verdade, me aguçou a curiosidade, de saber se ele conhecia alguma história que pudéssemos registrar em nosso livro, e ele me contou esta que apenas nós e outras poucas pessoas a conhece.
Um fato chamava a atenção de todos os habitantes, de uma aldeia das diversas tribos da imensa nação tupi, um “amor” que para uns era impossível, mas que estava acontecendo entre tribos distantes, embora pertencesse a mesma nação.
Ela uma bela índia Tabajara, de pele morena, cabelos pretos, olhos negros como a noite, mas de um brilho constante, comparado ao brilho da lua nascente, altura mediana como as demais mulheres da tribo, dotada de uma vivacidade incomum, e de inteligência admirável, assim era a índia Irajá, (eira-já), cujo significado é: Ninho de abelhas, nome muito bem postado, visto que não deixava passar sem uma observação, coisas que para uns era bastante comum, por esse sentido de justiça foi nomeada única mulher no conselho tribal.
Ele, um belo espécime indígena, da tribo Potiguar, alto, corpo esguio, mas bastante forte, de pele curtida pelo sol das praias, cabelos curtos lisos, olhos amendoados, sobrancelhas grossas, conhecido na tribo como pacificador, devido à forma de lhe dar com os problemas da tribo, assim era o Casira, (casí-ará), cujo significado é: Inseto munido de ferrão, que apesar de jovem, também era conselheiro da tribo Potiguar.
Um dia, desses que as aldeias se reúnem para festejar a grande pescaria, (visto que eram pescadores natos), eles se encontraram, e, imediatamente os olhares se cruzaram e deles nasceu um misto de paixão e admiração, exibiam suas melhores pinturas, e estavam vestidos com indumentárias ricas em penas e palhas.
Sem que um ou o outro se dessem conta, a noite encontraram-se observando na beira da praia, o nascer da lua cheia, um espetáculo de grande beleza, foi o momento sublime para os dois, e ali mesmo a luz do luar se amaram pela primeira vez.
Durante os sete dias de festas, todas as noites encontravam-se no mesmo lugar, para planejarem seus futuros. Mesmo sem a aprovação dos três grandes chefes, (Fabira, Itagibê e Piragibe), eles resolveram unirem-se quando da chegada da sétima lua.
Ao final das festas cada tribo seguiu para suas aldeias, Casira e Irajá, despediram-se, e ele prometeu que, como combinou, na chegada da sétima lua, voltaria para unirem-se definitivamente perante toda nação Tupi, ela esperançosa, concordou e comunicou sua decisão perante o conselho da tribo, do qual ela era membro permanente.
Na data acertada, na sétima lua cheia, (Eira-já), à noite, dirigiu-se a praia, a espera de seu bem amado, carregando em seu ventre, aquele que era o fruto de sua paixão, pelo guerreiro Potiguar.
Vindo da direção norte, sob o clarão da lua, ela visualizou a distancia a figura de um ginete, que cavalgava velozmente em sua direção, seu coração, disparou e ela imediatamente, se, pois a correr em direção daquele que era sua grande paixão.
Com a aproximação do cavalheiro, ela viu que era outro guerreiro, e não seu amado, estacou, sentindo um aperto dentro do peito; o índio apeou de sua montaria, e, falou para Irajá o desejo de Casira, assim falando: Bela índia da tribo Tabajara transmito para você, palavras do grande guerreiro Potiguar. Casira comunica a bela Eira-já, que viaja para terras distantes ao norte, comandando seus guerreiros em conquistas de novas terras, e que deixa a bela Tabajara livre para encontrar outro bravo para formar uma família.
Uma tristeza, e uma desilusão tomaram conta do coração da formosa índia Tabajaras, que sem palavras se enclausurou em sua maloca, até o nascimento do filho.
Durante as noites da sétima lua cheia de cada ano, até hoje, se vê em alguma praia nordestina, a silhueta de uma índia, caminhando, de mãos dadas com a figura de um lindo guerreiro curumim.