terça-feira, 20 de agosto de 2019

AONDE O SIM É NÃO


AONDE O SIM É NÃO
Nivaldo Melo
1
Essa é mais uma história
Contada por minha avó,
Que ela ouviu da vó dela
Quando era de menor.
Eu ficava assistido,
Prestando atenção; ouvindo,
Parecendo um bocó.
2
E assim a gente ficava
Ouvindo vovó contar
Histórias da carochinha
Até o sono chegar.
Quando se dorme se sonha,
Cada aventura medonha,
Coisa ate de assombrar.
3
E quando de madrugada
A gente se acordava,
Daquela estória contada
Logo, logo se lembrava;
E vinha a realidade.
Será mentira ou verdade?
Mas nada disso importava.
4
Agora prestem atenção
Na história que lhes conto,
Não vou esquecer detalhes
Eu vou narrar, ponto a ponto.
A história de uma rainha
Que nenhum filho ela tinha,
E vivia em desencanto.
5
Era triste e pensativa
Pois o Rei estava doente;
O pobre Rei se mantinha
Em estado deprimente.
Aos pouco ele sucumbia,
Nenhum remédio servia
Pra curar o paciente.
6
Foi quando um dia chegou
Naquele reino distante
Um mago, um andarilho;
Um cavalheiro andante,
Chegou num cavalo branco,
Causando muito espanto,
Por causa de seu turbante.
7
Era um turbante bonito,
Cheio de pedras coloridas,
Que no sol brilhavam muito
Deixando a turma aturdida,
Quem fitava o turbante
Há partir daquele instante,
Sentia-se entorpecida.
8
Alguém falou: é o Médico
Que veio salvar o Rei.
Outro disse: Ele é mágico
Eu mesmo já pesquisei,
Vai fazer mágica na praça
E pode causar desgraça.
Ele é um fora da lei.
9
Então o homem falou:
Muita calma nessa hora;
Quero que façam silencio
Que vou falar tudo agora.
Eu vim para dar um jeito
E concertar o mal feito,
E acabar com a caipora.
10
Quero falar com a Rainha
Desse reino tão bonito,
Mostrar pra ela o caminho
E acabar com o conflito,
O reino vai prosperar
Tudo, tudo vai mudar,
Já tenho tudo escrito.
11
Logo no dia seguinte
A Rainha o recebeu.
Foram ao leito do Rei
Que ao vê-lo percebeu.
Estava ali a solução,
Para salvar a nação
Seria seu apogeu.
12
Neste encontro o andarilho
Lançou uma profecia,
A rainha fica grávida
E para sua alegria,
Seus filhos são um casal,
Que é a razão principal,
E vão trazer calmaria.
13
Isso será o começo
De uma história maior;
O casal vai ser criado
Por uma pessoa só,
Vão trocar de posição,
“O QUE FOR SIM SERÁ NÃO”
Dessa forma eu dou o nó.
14
E quando chegar a época
De contraírem casamento,
Os pretendentes terão
Que prestar um juramento;
Não revelarem o segredo,
Que esse é nosso enredo,
Para isso estou atento.
15
E os três se reuniram
Ate alta madrugada.
Todo reino curioso
Nenhum deles falou nada.
O Rei se recuperou
Todo mundo festejou
Foi uma alegra danada.
16
E quando amanheceu o dia
A rainha declarou:
Nosso Rei está curado
O andarilho o curou,
Quero festa por três dias
Festejemos a alegres
Que um novo tempo chegou.
17
Ninguém notou diferença
No cavaleiro andante.
Estrando ao lado dos Reis
Ele estava sem o turbante.
Tinha cabelos compridos
Todos já embranquecidos
Era um homem elegante.
18
Antes da festa acabar,
Ele disse pra o casal:
Está na hora de sanar
O problema principal.
Desempenhe seu papel,
Com mova lua de mel
Vamos derrotar o mal.
19
E foi naquele momento
Que o andarilho partiu.
Montando o cavalo branco
Aquele homem sumiu.
Nada com ele levou,
Mas seu turbante deixou.
Por meses ninguém o viu.
20
Com nove meses e dois dias,
Nasce um casal de meninos,
Que trouxeram a solução,
Para mudar os destinos
De todos os habitantes,
Daquele reino distante
Que hoje estava franzino.
21
E foi naquele momento
Que o andarilho voltou.
Agora num cavalo preto
Foi assim que ele chegou,
Parou na casa real
E bem em frente ao umbral,
O cavalheiro falou.
22
Nasceram os dois herdeiros
Do trono desse reinado.
Os dois terão um segredo,
Que deve ser bem guardado.
Só daqui ha dezoito anos
Para os seus desenganos,
Que pode ser revelado.
23
Entrou então no palácio
Onde já era esperado,
Encontrou com os monarcas;
Por eles foi abraçado,
Seguiram na maior pujança,
Encontrar com as crianças,
Isso já estava acertado.
24
Somente para lembrar
Da famosa profecia;
Declinada pelo andarilho,
Lá no seu primeiro dia.
“O QUE FOR SIM SERÁ NÃO”
Foi essa a condição.
Disso o Rei já sabia.
25
Chamaram uma babá
De extrema confiança,
Ela seria a responsável
Para cuidar das crianças.
Seria uma boa jornada
Dia, noite e madrugada,
Nela estava a esperança.
26
Explicaram pra empregada
Tudo, sobre a profecia,
Falaram da responsabilidade
Que com ela se inicia,
Depois ficaram tranquilos,
Pois sabiam que tudo aquilo
A serviçal cumpriria.
27
Seguiram para a sacada,
Mostrar pra população,
Os filhos que eram herdeiros,
Daquela bela nação.
Todo povo aplaudiu
Da praça só se saiu,
No final da narração.
28
O nosso casal de filhos,
Serão Perola e Diamante.
Assim devem ser chamados,
A partir desse instante.
Eles têm uma missão;
Preparar nossa nação,
Pra um futuro brilhante.
29



Foi assim que o Rei falou
Para os súditos presentes.
Prestem-me muita atenção
E falem para os ausentes:
“Daqui a dezoito anos”,
Teremos dois matrimônios
Eles serão os nubentes.
30
Quem quiser pode tentar,
Casar com os nossos filhos.
Mas os pretendentes terão
Que andar em nosso trilho.
Desvendando um segredo.
Isso é o grande enredo
Imposto pelo andarilho.
31
Ficaram todos calados
Foi um silencio total.
Qual seria esse segredo
Pra desposar o casal?
Teriam dezoito anos,
Todos os palacianos,
Da cidade ou do rural.
32
Um paralelo na história
Aqui deve ser contada.
Bem longe daquele reino
Numa família abastada.
Na mesma data e hora
Surgia uma nova história
Que aqui vai ser narrada.
33
Foi no reino dos duendes
No centro de uma floresta,
Onde morava um casal
De pessoas muito honestas.
Só que eles eram normais
Mas que viviam em paz.
Com toda turma modesta.
34
O casal não tinha filhos
Mas davam toda atenção,
Para os pequenininhos,
Tratando-os como irmãos.
Os duendes agradecidos
Realizavam os pedidos.
Somente os do coração.
35
O casal desejava filhos,
Mesmo que fosse só um.
Pra dividir as alegrias
Que pra eles era comum.
E assim o duende fez,
Apenas uma gravidez,
Pra acabar o jejum.
36
E no mesmo dia e ano
Do nascimento dos reis,
Nasceu um casal de gêmeos
No reino dos pequenez,
Foi imensa a alegria,
Todo duende sabia,
Tava nas taboas das leis.
37
Reuniram-se os duendes,
Então chamaram o casal.
Mostraram a premonição,
Bem na bola de cristal.
“Para quem curte o amor;
Tem futuro promissor”.
E nunca vai se dar mal.
38
Explicaram pra família
O que ia acontecer.
Quando chegar a idade
Nós iremos interceder,
Vamos levar os seus filhos
Numa viagem de brilhos,
Outro reino conhecer.
39
Os seus nomes de batismo
Serão; Esmeralda e Rubi.
Duas pedras preciosas
Que não temos por aqui.
Vão encontrar no futuro,
Outra pedra, eu lhes juro,
Com elas irão se unir.
40
E como o tempo anda,
Rápido até por demais.
Ontem eram só crianças,
Hoje são: moca e rapaz.
Todos, pedras preciosas,
Com a beleza das rosas.
Para alegria dos pais.
41
Os protegidos do Mago,
Tiveram ensinamento.
Transmitidos pelo mestre
Terra, agua, fogo e vento,
Todo muito bem explicado,
Só o certo. Nada errado,
Para seu contentamento.
42
Os criados com duendes
Cursaram Filosofia,
Matemática, e ciências,
Mecânica, e agronomia,
Aprenderam com fervor,
Tudo, tudo sobre o amor.
Medicina, Astronomia.
43
Tinha chegado o momento
Da jornada começar.
Viajariam por dias
Até ao destino chegar.
Não podiam perder tempo
E sobre as asas do vento
Foram o destino encontrar.
44
Quando chegaram ao local
Do grande acontecimento,
Já tinham mil candidatos
Aguardando o momento;
Pra desvendar o segredo
De todo aquele enredo,
Escondido há muito tempo.
45
Tinham apenas uma chance
Pra desvendar o mistério.
Cada dia entrava cem;
Mas tudo tinha um critério
Viam o casal uma vez,
E falavam para os reis
O segredo deletério.
46
Os dias foram passando,
Ninguém pode desvendar
O segredo que os príncipes,
Não podiam revelar.
Mas o tempo não transcende
E a hora dos duendes
Logo, logo ia chegar.
47
Seria dez dias de espera,
Estudando a solução,
Pra desvendar o mistério;
“O QUE FOR SIM SERÁ NÃO”
Os dois estudarão juntos,
Para resolver o assunto
Essa é minha opinião.
48
Com oito dias de espera,
O duende abre um saco
Em formato de mochila,
De dentro tira dois trapos.
Entrega pra cada um,
Esse é pano incomum.
Guardem dentro do casaco.
49
Daquele jeito foi feito
Sem haver contestação,
Esses trapos vão servir
Pra fortalecer a união.
Que acontecera no instante
Que vocês fiquem diante,
Do Rei; o anfitrião.
50
Vão fazer bem diferente,
Do que foi feito até agora.
Primeiro vão para o Rei
Esperam passar a hora,
E quando chegar a noitinha
Peçam desculpa a Rainha,
Deem a volta venham embora.
51
Digam que voltam amanhã
Sem pressa, e bem de vagar,
Falem que estão preparando
Pra quando a hora chegar.
Para olharem bem de frente
Para o casal pretendente
Do segredo vão falar.
52
O Rei tentou protestar.
Esse é o ultimo casal.
Assim falou a rainha
E isso não causa o mal
Dormir na tranquilidade
Amanhã toda verdade,
Chegará ao seu final.
53
À noite quando os jovens
Dormiram a sombra da lua,
Tiveram um sonho bom;
Da verdade nua e crua.
Uma fada lhes falou
Chegue lá só dando amor,
Que a vitória é só sua.
54
Tiveram o mesmo sonho
Até a fada era igual.
Ela era a protetora
Daquele belo casal.
Vão com bem tranquilidade
Que a fada felicidade,
Comandará no final.
55
Falaram para o duende
O que eles tinham sonhado.
E ele falou pra os jovens
Nunca fiquem separados;
Um do outro e do trapo
Que no momento exato,
Tudo será revelado.
56
Quando chegaram ao palácio
Por volta do meio dia,
Príncipe e princesa esperavam
Quase em total agonia,
Quando eles se olharam
E seus olhos se cruzaram,
Foi aquela euforia.
57
Então o jovem o Rubi
Correu para o “Diamante”
A relação entre os dois
A partir daquele instante
Foi algo muito real
Algo muito colossal
Tudo ficou mais brilhante.
58
E quanto a princesa “Pérola”
Olhou pra bela Esmeralda
Aconteceu algo estranho
Era amizade selada
As duas se deram as mãos
Selaram sua união
Pediram logo a grinalda.
59
Que é que é isso pessoal?
Chegaram a conclusão
Desvendando o segredo
“O QUE FOR SIM SERÁ NÃO”
É que trocamos o casal
Para afugentar o mal
E salvar nossa nação.
60
Assim para os dois casais
O Mago deu de presente,
O seu turbante brilhoso
E que ficasse patente,
Era um tapete voador
Na mesma hora os levou,
Para um lugar bem ausente.
61
A profecia do andarilho
Dezoito anos esperou,
E para alguém desvendar
Teria que dar amor
E desse jeito foi feito
Respeitando os direitos,
De quem se candidatou
62
As quatro pedras preciosas
Vivem com fidelidade.
Só voltaram para o reino
Numa total igualdade
Cada casal com três filhos
Os pais estavam tranquilos
Na maior felicidade.

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