domingo, 5 de julho de 2009

Páginas da vida II – Peixe Cachorro

Parece brincadeira, mas no sábado seguinte me bateu uma vontade danada de voltar à praia, para curtir um pouco da natureza, e porque não dizer, tentar ver novamente o velho pescador do encontro daquele dia.
Voltei a sentar sob a sombra daquela árvore, que frondosa fazia com que me sentisse totalmente relaxado, abri minha frasqueira térmica, retirei uma latinha de cerveja, tomei um gole, e fiquei sentindo o líquido descer em minha garganta provocando um frescor que pela quentura do tempo, trazia um alívio sem par. De repente ma aparece o velho amigo pescador, que sorrindo apertou minha mão falando, que bom voltar a vê-lo, durante toda semana esperei que o amigo viesse à praia, e pudéssemos conversar como naquele dia, como deves saber, tenho muitas aventuras que aconteceram em minhas pescarias, e acredito você queira saber.
De fato, estou deveras interessado em suas aventuras, pergunto apenas ao amigo se durante seu relato eu posso gravar suas aventuras suas juntamente com seus companheiros de pesca? Nada a contestar, falou o profissional da pesca, apenas direi ao camarada que se tiver qualquer dúvida pode me interromper, aí esclarecei tudo ao amigo, (assim o farei, prometo), então ele deu início à estória.
Imagine o colega, naqueles dias que basta você colocar o anzol na água e pimba! Lá vem um peixe; estávamos eu e o compadre camurim, (era chamado assim porque só gostava de pescar o tal peixe, se vem outro ele devolvia para o mar), pescando naquele lugar do “polvo moleque”, era peixe que não acabava mais, só que nenhum caiu em nossos anzóis, mas não deixavam de comer as iscas, olhe que os peixes pulavam para cima da jangada, subiam de um lado e saiam do outro, e não dava pra gente pegar nenhum, devido a velocidade que eles davam para fazer tal ciosa, parecia que alguém estava os mandando fazer aquilo, (pareciam peixes elétricos).
Por volta das quatro horas, resolvemos voltar, com apenas um peixe cada um, foi aí que se deu o caso: quando falei pra compadre camurim (que Deus o tenha); vamos embora? Pareceu que os peixes não gostaram dessa palavra, e se agitaram de uma forma danada, faziam redemoinho em torno da jangada, fazendo que ela rodasse, e quando eu menos esperava um peixe cachorro, saltou da água em minha direção, (o amigo já viu um peixe cachorro)? Balancei a cabeça em negação.
Ele abocanhou minha perna, bem aqui na batata, (e mostrou alguns arranhões no tal lugar), com uma força medonha, que quase desmaio de tanta dor, então gritei pro compadre: pega esse bicho aqui compadre, mas o peixe foi mas rápido que o meu amigo. Ele levantou bem o rabo, e com a mesma força que me mordeu, bateu violentamente em minha cara, com a calda, deixando um monte de escamas cravadas no meu rosto.
Parou de falar, e ficou olhando dentro de meus olhos, fiquei pasmo, então para descontrair, pediu uma latinha de cerveja, em seguida depois de tomar alguns goles, perguntou: o amigo tem alguma dúvida? Se tiver pode perguntar, que estou aqui para esclarecer. Respondi: nenhuma dúvida, de minha parte; espero que o amigo tenha outras estórias para me contar em breve, estou pronto para ouvi-lo novamente.
Quando voltarmos a encontrar-nos, ao certo terei mais alguma, sorrio para mim, apertou minha mão e foi caminhando em direção ao mar, lavou os pés e foi andando mansamente, até desaparecer bem longe de mim.
E assim, terminamos por hoje mais uma de nossas. PÁGINAS DA VIDA.

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