
Receberam elas de presente do filho mais velho de dona Maria, um pintinho da raça “garnisé”, o qual foi adotado de imediato pelo filho caçula da família, o Edenilton, garoto sapeca de mais ou menos oito anos. De início o pintinho foi batizado com o nome (provisório), de piu, piu, era um nome gracioso, isso porque o padrinho foi o caçula, e tinha todo o direito de dar nome a ave.
À proporção que o galinho crescia, aparecendo sua plumagem multi- colorida, e começando a cantar, o nome foi mudado para “general”, e como é oriundo da raça, o General acordava cedo demais, muito antes que os outros, e logo começava a cantar, o qual era seguido pelos da mesma espécie, com isso mudaram seu nome para “General da Banda”.
O General gozava de alguns privilégios; como era o único garnisé do quintal, muito pequeno, e muito bonito, (uma crista de causar inveja em qualquer outro galo), com penas, marrons, amarelas, laranjas, pretas, e no rabo ostentava uma pena muito grande, avermelhada e dourada, com a ponta, para baixo, o que lhe dava o aspecto de um verdadeiro “General”, podia ir até dentro de casa (coisa que para ou outros era terminantemente proibido), comer em baixo da mesa, e até fazer as necessidades, ali, mesmo ouvindo a reclamação do garotinho, o Edenilton.
O fato é que General da Banda era demais, e não largava de estar sempre ao lado do garoto, e quando o menino ia para escola, o General ficava inquieto, brigava por qualquer coisa, bicava os outros, mas quando o garoto chegava, era alegria total do General, ele se agachava todo, ficava peneirando, como estivesse dançando, na frente do rapazinho. E assim passava o resto do dia, onde estava o menino, estava o galinho.
Dona Generina, (a mais experiente), falou um dia: acho muito estranho a atitude desse galo, não é normal o que esta acontecendo! Deve haver algo mais entre esses dois! Vamos vigiar para ver se descobrimos algo. Não se apoquente minha mãe, dizia dona Maria, é que o General foi criado pelo “Tuca”, (apelido do garoto), só existe aí afinidade, eles se entendem perfeitamente, basta o menino olhar para o General, ele se agacha logo, isso é obediência, espero que seja mesmo, falava dona Generina.
E não é que havia mesmo! Foi descoberto pela mãe do “Tuca”, um dia quando ele chega ao quintal estavam lá, “Edenilton e o General”, em um colóquio amoroso daqueles, o General estava servindo de cobaia, para as futuras experiências sexuais do Edenilton, foi um Deus nos acuda, dona Maria ficou horrorizada, dona Generina nem se fala, mas o garotinho e o General nem se abalaram.
O que para as senhoras era um ato obsceno, para eles era um puro momento de amor de crianças, e até hoje o General da Banda é lembrado por toda a família, por ter iniciado, o hoje velho Edenilton, à vida sexual.
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