domingo, 6 de dezembro de 2009

Cento e trinta e dois


Chegaram os sessenta e seis, / motivo pra me alegrar,/ fizemos muitos amigos,/ e poucos, deixa pra lá, /aqueles que ainda estão, /servem para amenizar,/ os momentos de tristezas,/ o resto da pra agüentar.
Lembro-me quando criança, /brincava muito, e corria, /meus velhos sempre ensinavam,/ande em boa companhia,/com os bons terás o bom,/ com os maus só covardia,/ aqueles que são amigos,/ terás sempre todo dia.
Assim foi passando o tempo,/ até me tornar rapaz,/ jovem, belo e vigoroso,/ fazia o que o jovem faz,/ namorar, dançar, curtir,/ estudar até demais,/ e assim seguia a vida,/ nem olhava para traz.
Com vinte e um me casei,/amava e continuo amar,/ minha eterna namorada,/ carinho demais pra dar,/vivemos muito unidos,/ nada tenho a reclamar,/ se ela não existisse,/ eu mandava fabricar.
É minha melhor amiga,/ uma esposa perfeita,/ dona de casa sem par,/ carinho nunca rejeita,/nos momentos de tristezas,/ transforma tudo e ajeita,/ deixando-me mais seguro,/meu Deus, que mulher porreta.
Fizemos juntos três filhos, /dois homens e uma mulher,/ orgulhos do velho pai,/você sabe como é,/ nos deram mais cinco netos,/fora os de contra pé,/ até bisneto já tenho,/flores lindas alegram nosso sapé.
Alegria é o meu lema./ respeitador com prazer,/ amigo de meus amigos,/ inimigos nem pra ver,/ minha família é meu dia,/ minha noite, o amanhecer,/ minha estrada, meu rumo,/meu destino meu lazer.
Quando olho para traz,/ não vejo missão cumprida,/olho pra frente, e vejo,/ uma estrada bem comprida,/ cheia de altos e baixos,/mas tem que ser percorrida,/ quem quiser aprender muito,/ não tenha medo me siga.
Vou lhes contar um segredo,/ e digo a todos vocês,/ medo da morte não tenho,/ digo isso com altivez,/ sei que vou muito mas longe,/ pra isso me preparei,/ estou na metade da vida,/ tenho mais sessenta e seis.

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