Existem momentos em nossas vidas, que passamos por cada uma! Que mesmo tentando esquecer não conseguimos, o fato fica realmente gravado, como se fosse uma tatuagem, e se tentarmos eliminá-la através dos métodos mais modernos, fica muito difícil apagar.
Em uma época que em minhas lembranças, não deixam se apagar, era eu vendedor passista, vendia cosmético e matérias para armarinhos, viajando por esse estado afora. Viajávamos sempre em dois, isso porque em uma dessas minhas idas e vindas, encontrei um parceiro que também como eu era profissional de vendas, diferençava apenas porque ele vendia materiais de construção, então resolvemos viajar juntos, dividindo as despesas de combustível, assim ficava mais econômico tanto para mim quanto para ele, em todas as viajem que em média demorava uma semana, alternávamos os veículos.
Numa dessas idas, resolvemos visitar uma região que ficava bem distante dos centros mais desenvolvidos, e partimos numa segunda feira muito cedinho em direção a zona mais árida do estado. Viajamos todo o dia, fizemos várias cidades que estavam no roteiro, à tardinha resolvemos descansar, e assim sem nenhum fato para registro terminou o primeiro dia.
Na terça feira logo após o desjejum, regado a leite de cabra e ovos de galinha caipira (coisa bastante rara na cidade), voltamos à estrada, conversávamos muito sobre aventuras e desventuras, sonhos e realidades, mentiras e verdades, mas nunca sobre trabalho, era nosso trato, novamente visitamos vários clientes, vendemos bastante, e ao final do dia, descansamos, e assim tinha terminado o segundo dia.
Quarta feira, era o momento de entrarmos na zona pré-determinada, respiramos fundo e partimos para o desconhecido. No final da manhã encontramos um povoado, embora pequeno, era bastante prospero. Fizemos a praça com um sucesso não esperado, foi ali que realizamos tanto eu quanto o Élson (assim é o nome do amigo de viagens), vendas suficientes para voltarmos, mas seguimos viagem até a próxima cidade que ficava a 60 km, antes de pousarmos, resolvemos realizar mais alguns contatos, antes de pararmos para o descanso.
Eram quase 7 horas quando nos encontramos na praça central da cidade, fomos jantar (tomamos algumas cervejas), e em seguida fomos procurar pousada, todas estavam lotadas, já tínhamos resolvido dormir no carro quando um garoto nos informou de um local onde a dona da casa costumava alugar quarto para pernoite, fomos lá, e logo na entrada fomos recebidos por uma cadela da raça dog-alemã, daquelas cuja genitália (sem exagero), pesa uns 4 kg., ouvi à senhora chamá-la de “bi bica”.
Fomos bem recebidos pela dona da casa, que nos disse de imediato que só havia uma cama disponível, um teria que dormir em baixo da escada ou dormir com bibica, tiramos no par ou ímpar e eu perdi, estava em um beco – sem-saída, (pensei), dormir com uma cadela daquele tamanho, prefiro dormir sobre a escada. Passei uma noite de cão, foi colocada uma esteira no chão e sobre ela um colchão de capim, e foi ali que “dormi”, e assim terminou o terceiro dia.
Antes do nascer do sol já estava acordado, e ouvindo passos descendo as escadas me levantei (meio empenado),dei de frente com uma morena exuberante, cabelos negros, quase 2 metros de altura, linda, uma verdadeira obra de arte do Papai do céu, então meio sem graça, perguntei: qual seu nome? Ela mostrando seus lindos dentes brancos como a neve, respondeu: Beatriz, mas me chamam de BIBICA, e você como se chama? Nivaldo, mas a partir de hoje vou me chamar de BABACA.
A partir daquele dia (viajando ou não), nunca mais recusei de dormir com mulher que tivesse o nome ou apelido, por mais estranho que fosse.
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