NIVALDO MELO
Prefácio
ANO 1962
Mil novecentos e sessenta e dois,
Pensem num ano bem bacana!
Nivaldo de Oliveira Melo,
e Nanci Barbosa de Santana.
Foi amor à primeira vista,
São os dois protagonistas,
Desse cordel que emana.
ANO 1963
Período de conhecimento.
Ela no meu, e eu no dela.
Nesse ano eu descobri.
Ela tem minha costela!
Tínhamos sidos moldados,
Para vivermos colados,
Ela em mim e eu nela.
ANO 01-
Marcamos nosso enlace,
Pra vinte e quatro de maio.
Na Matriz do Beberibe,
Casamos sem ter ensaio.
Ela a noiva mais bonita,
Eu parecendo um artista,
De emoção quase eu caio.
ANO 02
Dez meses após a união,
Aflora a primeira filha.
Uma pedra preciosa,
Que até agora ela brilha.
NELMA, mora em Prudente,
Ela está anos à frente,
Nossa mulher maravilha,
ANO 03
Trabalhávamos com afinco,
Mas mantendo sempre o foco.
Se surge uma oportunidade,
De emprego eu logo troco.
Pra melhora nosso padrão,
Juntávamos qualquer tostão,
Comprar uma casa eu posso.
ANO 04
Ela era uma funcionária,
De âmbito municipal.
Eu um gráfico bem formado,
Em Escola Técnica Estadual.
Nossos salários ganhando,
Um pouco deles guardando,
Tínhamos um sonho bem legal.
ANO 05
Nesse ano, em outubro,
Ela avisa: estou grávida!
Mais um filho; alegria.
Isso pra nós era dádiva.
Motivo de felicidade,
Estávamos na flor da idade,
Por um filho ela era ávida.
ANO 06
Mes de maio, dia doze,
Já era quase a noitinha.
Fomos para a maternidade,
Mais um filhote que vinha
Nasce Junior, o Nivaldo.
Cabra macho, arretado,
O dondengo da mãe minha.
ANO 07
Quem cuidaria dos filhos?
Dona Chica, minha sogra.
Pense numa sogra mãe,
Era um “pau pra toda obra”.
De dia a gente trabalhava,
Mas a noite eu estudava,
Não tinha tempo de sobra.
ANO 08
Novos tempos começando,
Muito cheio de reboliço.
Uma nova residência,
Era um novo compromisso.
Ganhamos uma casa nova,
Pra gente uma nova prova,
Ninguém tem nada com isso.
ANO 09
Por falta de comunicação,
Pra nós tudo vai mudar.
De nossa casa bem novinha,
Tivemos que abdicar.
Em pouco mais de um ano,
Para nosso desengano,
Tivemos que regressar.
ANO 10
Em casa teve até festa
Muita Cerveja até Rum
Em julho vem a notícia
Em fevereiro mais um
Nesse nós vamos parar
Você vai ter que operar
Ou eu lacro meu bimbum
ANO 11
Já com anos de casados
Nivson chega em fevereiro
Já temos nossos três filhos
Não dar pra ter mais herdeiros
Vamos viver nossas vidas
Nunca tivemos guaridas
Gozar um pouco do dinheiro.
ANO 12
Um período de inconformismo,
Tomou conta de meu eu.
Parti para um novo emprego,
Foi assim que aconteceu.
Deixei de sujar as mãos,
Para uma nova função,
Pois meu salário cresceu.
ANO 13
O tempo estava correndo,
Doze anos de casados.
Quando saíamos a passeio,
Diziam: são namorados.
Unidos pelo coração,
Nosso lema; a união,
Eternos apaixonados.
ANO 14
Próximo ao fim desse ano,
Passei no vestibular.
Administração de empresas.
No próximo iria cursar,
Pensem só no sacrifício.
Agora eram dois ofícios.
Trabalhar mais estudar.
ANO 15
Todos os dias bem cedinho,
Botávamos os pés na estrada.
Chegamos da Faculdade,
Estudar na madrugada.
Todos os dias só labuta,
Já a noite, muito curta,
Foi difícil essa jornada.
ANO 16
Com todo esse sacrifício,
Tudo começa a florir.
Um terreno pantanoso,
Conseguimos adquirir.
E quando a gente ia lá,
Achava feio o lugar,
Mas vamos morar aqui.
ANO 17
Com o tempo a nosso favor,
Construímos nosso lar.
+ Meu pai, Vitorino melo
Junto ao Pai foi morar
Para nós muita tristeza
Tá faltando um na mesa
A vida não dar pra parar.
ANO 18
Meu ano de formatura
Nome e foto no painel.
Recebi o meu diploma,
Num canudo de papel.
Quatro anos, muito esforço,
Bastante suor pelo rosto,
Sem ter direito ao anel.
ANO 19
Trabalhando com muito afinco,
Comprei o nosso possante.
Fiat cento e quarenta e sete,
Marronzinho, bem brilhante.
Eu fui sua segunda mão,
Mudamos de condução,
Ônibus, só pra bem distante.
ANO 20
Neste ano excursionamos,
Do Ceará até a velha Bahia.
Admiramos as paisagens,
Descritas por nossos guias.
Cachoeiras, rios e montes,
Pra gente, novos horizontes,
É isso que a gente queria.
ANO 21
Estava em nossos planos
Sairmos daquele local
A casa era confortável
Por outo lado era mal
Os problemas da família
Tínhamos que estar em vigília
Para nós não era legal.
ANO 22
Os conflitos das famílias
Iam parar lá em casa
Do conselho de dona Chica
É o que eles esperavam
Nós não estávamos satisfeitos
Pra gente não era direito
Só isto nos arrasava.
ANO 23
Vendemos a nossa casa,
Compramos outra em Olinda.
Hoje com dois pavimentos.
Confortável e muito linda.
Nessas raízes criamos.
Por isso aqui nós estamos,
Tornou-se a nossa berlinda.
ANO 24
Ano de muita renuncias,
Tínhamos que economizar.
Reformamos a nova casa,
Para o jeito que ela está.
De pois de toda reforma,
Tínhamos uma casa nova,
Pra nossos filhos criar.
ANO 25
Nasceu a primeira neta,
Minha esposa era avó.
Nome: Hellen Karoline,
A (Txonga), nosso xodó.
Me dei conta, estou avô!
Muito novo ainda sou,
Em nossas cabeças, um nó.
ANO 26
Deixei meu emprego público,
Me aventurei no privado,
Alguém falou: Estás louco!
Emprego público é sagrado.
Isso mexeu com meus brios,
Enfrentar mais um desafio,
Eu estava bem determinado.
ANO 27
Anos de muita vigília
Era preocupação total
Os filhos adolescentes
Preocupação pro casal
Saber de suas amizades,
De suas idoneidades.
Se de confiança em geral.
ANO 28
Mais um ano de alegria.
Klavdia e júnior são os pais
* Em maio chega o Felipe
+ E outubro minha mãe vai
Maria Alves de Oliveira
Pense numa mulher guerreira
Nossos peitos doem demais.
ANO 29
Nossa arvore genealógica,
Já estava dando frutos.
São frutos muito bonitos,
Cheios de bons atributos.
Pra todos nós a felicidade.
Não há lugar pra maldade,
Nem pensem em substituto.
ANO 30
O dono da empresa resolve
Nodar pra novo endereço
Novas metas e valores
Seria um novo começo
Com varejo e tacado
Vendedores contratados
Vamos crescer sem tropeço.
ANO 31
Agora mais uma neta.
A Rafaella (Fadinha).
Filha de NIVSON e Bethânia
Lindona e bem branquinha,
Um anjinho de candura,
A mais bela criatura,
Igual a ela não tinha
ANO 32
Nossos filhos trabalhando
Pra gente é felicidade
Um casado, dois solteiros
Apesar da pouca idade
O caçula quer se casar
Nós temos que apoiar
Dando vivas a liberdade.
ANO 33
Chega à neta Gabriella,
A nossa fofinha (Gabi).
Segunda de nosso caçula
Ao olha-nos, pôs-se a rir
Ela vai ser a nossa alegria
Alegrando-nos, noite e dia
Com certeza essa vai florir.
ANO 34
O ano noventa e sete,
Ano muito promissor.
Alegramo-nos em dezembro,
Quando Pedro Victor chegou.
Neto e filho de coração,
Maestro de nossa canção,
Pai de nós dois, o tutor.
ANO 35
A empresa estava bem,
Funcionando bem normal,
Distribuíamos produtos,
No interior e capital.
Cidades do grande Recife,
E um dia alguém me disse,
Tem gente querendo teu mal.
ANO 36
Apesar de me dar lucro,
E a tendencia era crescer.
Me aparece um comprador,
Perguntou: queres vender?
Eu disse; se pagas agora,
Com certeza eu já estou fora,
Passo os papeis pra você.
ANO 37
Ano um do novo século
Então perco uma visão
No momento da cirurgia
No olho sobe a pressão
Quase entro em desespero
Mas o resto estava inteiro
Por na justiça? Eu não.
ANO 38
Criamos novas amizades,
Sem nenhuma seleção.
Pessoas muito legais,
Como se fossemos irmãos.
Gente simples como nós,
Com o mesmo tom de voz,
Fomentávamos a união.
ANO 39
Amigos a gente conhece,
Mesmo de olho fechado,
Sentimos suas presenças,
Sem que estejam ao lado.
Os lembramos numa canção,
Nos acordes do um violão,
Todo amigo é um arretado!
ANO 40
Em um evento em São Paulo,
Onde a Nelma participou,
Lá conheceu o Jotacê
E por ele se apaixonou.
Ela volta pra Pernambuco,
E agindo mais por impulso,
Ela se foi mas Pedro ficou.
ANO 41
Alguns finais de semana
Nós íamos para a Paraíba
Para a praia era Pitimbu
Com passagem só de ida
Eram dias bem bacanas
Tomávamos cerveja Brahma
E o tira-gosto era Piraíba.
ANO 42
Neste ano e na primavera
Hellen arruma um namorado
Faziam tudo as escondidas
Mas os dois estavam errados
Aquilo que a gente previa
Que mais dia menos dia
O fato era consumado.
ANO 43
logo em março desse ano
Nasce Dhiogo; o (Tuxito)
Nosso primeiro bisneto
Magrinho como um palito
Esse nasceu prematuro
Mas tava quase maduro
Porque tudo estava escrito
ANO 46
Muita tristeza e alegria
+ A dona chica partia
A ESMERALDA chegava
Logo depois da agonia
Peripécias do destino
Coisas do Pai Divino
Ninguém pensava ou sabia.
ANO 45
Nossa pedrinha preciosa
A Esmeralda Beatriz
Final do ano passado
Veio ao mundo a Flor de Lis
De meiguice e formosura
Nosso anjinho de candura
Porte de uma Imperatriz.
ANO 46
Surgiram novos amigos,
Pessoas bem diferentes.
Que logo se adaptaram,
A conviver com a gente.
Era um grupo homogêneo,
Com diferenças no gênio,
Mas com papos coerentes
ANO 47
Nosso nivson se mudou
Pro Sul. Santa Catarina
Deixou aqui no Nordeste
A esposa e as meninas
Não foi para aventurar
Ele foi pra trabalhar
No sul trabalho é mina.
ANO 48
O ano de dois mil e onze
A esposa vai para o sul
Leva consigo as filhas
E mais um filho o Arthur
Nivson sofre um acidente
Desses que deixa gente
Sem rumo e fora da trilha..
ANO 49
Pense num ano feliz
Raphaella então casou
Com um nordestino, Joabe
Que lá pelo sul aportou
Foi amor a primeira vista
Pareciam dois artistas
Peripécias do amor.
ANO 50
No ano dois mil e treze
A Gabriella encontrou
Quem partiu seu coração
Um homem trabalhador
Pediu o cara em casamento
E na velocidade do vento
Com Felipe Eduardo casou.
ANO 51
As nossas bodas de ouro
Queríamos fazer diferente
Sem festas e sem glamour
Só com a família presente
Filhos e netos, que beleza!
De repente uma surpresa
Encheram a casa de gente.
ANO 52
Mais um bisneto chegando
Nosso gordinho o Thauan
Neto de Klavdia e Nivaldo
Do gordinho somos Fã
Menino muito inteligente
Se dar bem com toda gente
Bom de boca e de divã.
ANO 53
Joabe com a Raphaella
Geraram o quinto bisneto
Raphael, nosso (Rafinha)
Esse nasceu bem quieto
Mas o tempo foi passando
E o cara foi se soltando
Hole ele é o mais esperto.
ANO 54
Saudades de minha Sograa
Dona Chica era feliz,
Quando jogava dominó,
Se sentia como atriz,
Respeitavam seu papel,
De major ou coronel,
Pra ela, éramos aprendiz.
ANO 55
O grupo se dispersou
Tudo sem caso pensado
Cada cabeça é um mundo
Estamos unidos e separados
As amizades continuam
Mas cada um sempre na sua
Se precisar estamos ao lado.
ANO 56
Nossa arvore genealógica
Tá quase toda florida
Seus galhos são muito fortes
Seu tronco não tem ferida
Seguimos nossos compassos
Sem nunca mudar os passos
Segue assim as nossas vidas.
ANO 57
Não vou listar os amigos
Pois aqui não vai caber
Àqueles que ainda vivem
Queremos lhes agradecer
Belo bem que vocês nos fazem
Sempre serão nossos azes
Enquanto a gente viver.
ANO 58
Pense numa missão difícil
Voltar de volta ao passado
Rever os acontecimentos
Como se estivessem gravados
Achamos. não houve enganos
Voltamos quase quarenta anos
Esses do século passado
ANO 59
No final desse ano completo
Oitenta anos na idade
Minha coroa setenta e oito
Sentimo-nos bem a vontade
Ainda estamos afoitos
Se der chance eu (kkk) açoito.
Falo assim so por vaidade
ANO 60
Nossas bodas de diamante
Sessenta e dois anos de amor
Amor com muita parceria
Com gosto e cheiro de flor
Um amor mais que paixões
Que vem de nossos corações
Amor, nosso, eterno amor.
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