quarta-feira, 16 de maio de 2018
UM PEQUENO EQUIVOCO.
Nivaldo Melo
Era considerado um cara diferente o Heythor. Diferente no nome, na tomada de decisões, e tudo mais.
Costumavam afirmar que o Heythor, não era diferente; era estranho, inseguro e porque não dizer displicente.
E com todos esses adjetivos ele se tornou uma pessoa sempre observada por todos, não uma observação de critica, mas era para que não cometesse nenhum ato que viesse prejudicar alguém, ou a si mesmo.
Mesmo assim tinha muitos amigos, de ambos os sexos, e ele sentia-se feliz, costumava afirmar: “sou um cara feliz, mas com restrições”, isso era motivo de fazer com que o ambiente ficasse descontraído nos momentos de tensão (provocado por ele é claro).
O tempo passava, seu ciclo de amizade foi aos pouco diminuendo, pelo fato de alguns dos amigos terem casados, outros se mudaram para locais mais distantes; e, de momento o Heythor sentiu-se só.
Muitas vezes por falta de companhia já não saia como de costume; isso deu motivo para pensar que já estava na hora de conhecer uma pessoa, que pudesse preencher aquele vazio em seu coração.
Aos poucos amigos que lhe restaram ele desabafava: esta na hora de constituir família, ao que comentavam: “deves em primeiro lugar rever a forma como te comportas, porque assim não terás chance de conhecer alguém que seja legal e que venha te completar”.
Dessa forma Heythor iniciou sua busca, sua caçada como costumava falar, e mesmo assim, devido aos conselhos, tinha que encontrar (através de muita escolha), a esposa ideal. O tempo foi passando; hora, dias, semanas, meses, e anos, e nada, sua forma de escolha estava muito rígida, e alem do mais, na cidade nenhuma garota que conhecesse o Heythor queria namorá-lo; sua fama de desastrado era patente.
Por fim depois de três anos de buscas e escolhas, a esposa ideal tinha sido encontrada.
A maryhenilda, garota com um ano mais nova que o Heythor, morena, cabelos negros como a noite, longos, lisos e brilhantes, olhos de um tom castanho, penetrantes e alegres, pernas longas e bem torneadas, braços firmes e seios fartos, era muito mais que o Heythor tinha pensado, e segundo ele afirmava em tom de brincadeira, alem do mais seu nome também tem Y e H o que me permite saber que é essa a minha rainha.
Casaram-se; recepção apenas para os poucos amigos, e logo cedo uma retirada estratégica dos “pombinhos”, os amigos respiraram aliviados: ate que enfim o nosso amigo terá seu futuro de felicidade.
Três dias depois estava de volta o Heythor, triste, cabisbaixo, com aspecto de doente, falando para o Cleber, (amigo mais próximo).
Cometi um pequeno engano, e agora não sei como sair dessa teia de aranha em que me meti; e desabafou.
Casei domingo; na primeira noite alegando que eu tinha bebido demais, a Maryhenilda, muito brava me fez dormir na sala, ”não suportava cheiro de bebidas”; pela manhã fui trabalhar, à noite quando cheguei estava um jantar fenomenal me esperando, e logo após o jantar; fomos para o quarto, ela outra vez me rejeitou dizendo que tinha sido um engano nosso casamento, ai não me contive; bati com ela no chão, ela revidou e rolamos juntos em uma briga sem juiz e nem plateia que durou mais de uma hora, ate que ficamos os dois sem roupas, e foi ai que vi o pequeno erro que eu havia cometido.
Chorando o Heythor gritou:
A Maryhenilda é homem igual ou mais que eu, meu amigo!
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