quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
PROGRAMA MAIS MÉDICOS
Vamos todos pensar juntos,
Que fizeram os governantes?
Trazendo para o país
Médicos de terras distantes
Totalmente analfabetos
Sem saber se vão dar certos
Mesmo sendo emigrantes
Os médicos que aqui chegam
Falam línguas diferentes
Só a língua de seus países
Falam, e bem fluentemente
Mas no Nordestines
Nenhum deles vão ter vez
Digo isso com patente.
Observem bem um médico
Atendendo um paciente
Que descreve sua doença
Com linguagem diferente.
Estou com dor de viado
Que incomoda aqui de lado
E me dói constantemente.
Tou com o figo inflamado
E me sinto enfraquecido
Estou com o bucho quebrado
Mas quase não tenho comido
Dói nas tabuas de meu queixo
Sinto formigar meu beiço
Por isso tenho sofrido.
Tou cheio de pano branco
Espero que dê um jeito
De noite tem tosse braba
Devido ao catarro no peito
Se olhar para meu pé
Garanto, não é chulé
To cheio de calo seco.
Essa coceira no corpo
Me deixa com farnizim
Quando coço as perebas
Sai bicho feito cupim
Eu fico ate com difruçu
Me pareço com um urso
Tenho ate pena de mim
Essa semana a morroia
Ta me deixando neuvoso
Passei a mão lá por baixo
Senti um caroçim no ovo
Ate a minha mulher
Tem muito bicho de pé
Mesmo estando de entojo
Olhe aqui minha cabeça;
Tem muita lêndia e piolho
Ontem à noite coloquei
O meu cobreiro no molho
Pra ver se vira esporão
Os pratos da minha mão
Ta parecendo um repolho.
Só, numa banda do corpo
Eu sinto muita dormência
Pra mim isso é muito ruim
Pois muda minha aparência
Me sinto todo empenado
Estou andando de lado
Coluna pede clemência.
O bico de papagaio
Parece hérna de disco
Tenho espinhela caída
Que dói aqui no toitiço
Sofro ate de peito aberto
Eu não sei se estou certo
Mas pra mim isso é feitiço.
Meus zóio tão remelando
Acho que é um tersó,
Minha cara só tem prega
Tou parecendo vovó
Até minha pobre tia
Tem coceira na viria
Mesmo sendo ela cotó.
Meu filho ta com berruga
No osso do mucumbu
Passa os dias escondido
Porque ta vivendo nu.
Isso afetou minha veia
Que mesmo cheia de péia
Passa os dias de lundum.
Ate meu pequenininho
Sofre de mulera mole
Fica só churumingando
Si come, ele não engole
Ta com os zoio inframado
Tou com pena do coitado
Peço a mãe que o console.
E a dor do espinhaço
Que a muito não doía
Voltou na boca da noite,
Na hora que eu comia
E para que ela passasse
Mamãe disse que eu rezasse
Pai Nosso e Ave Maria.
Estou com vista cansada
Pissinêz não vou usar
Me dói o pé da barriga
Na hora que vou peidar
Estou com ventre caído
Fico todo esmorecido
Na hora que vou cagar.
Encontrei foi uma landra
Bem em baixo do suvaco
Acontece algo estranho
Ta crescendo o meu saco
Acho que é hidrocele
Quero que o senhor debele
Antes que fique mais fraco.
Estou falando baixinho
Por causa da campainha
Que deve ta inflamada
Acho que ta inchadinha
Por isso que falo rouco
E tou falando bem pouco
Pra não doer a bichinha.
Eu já tive ate vertige
Quando sai na calçada
Levei um tombo tão grande
Que fiquei de cuca inchada
E antes que eu esqueça
Meus cabelos, os da cabeça
Tão caindo de camada.
Ta todo mundo doente
Não acho isso besteira
A mulher ta com unheiro
Meu filho ta com boquei
Mamãe passa o dia inteiro
Sentada lá no banheiro
Porque ta com caganeira.
Ta nascendo uma impinge
Aqui no meio da minha bunda
Tou com um lubim nas costas
Sei que vou ficar corcunda
Já ontem eu vi minha tia
Empenada da bacia
Sentido uma dor profunda.
Estou muito preocupado
Com as dores nas cadeiras
Sinto muitas comichões
Se transformando em coceiras
Contei pra minha mulher
Ela disse: eu coço Zé
Isso pra mim é besteira.
A minha irmã ta tão tisga,
Ta parecendo um graveto
Por causa da tosse braba
Tem ate gôgo no peito,
Acho que ta com cezão
Devido ao amarelidão,
Todos dizem que é maleito.
Meu avo tem uma xanha,
Bem em baixo do cunhão
De tanto ele ta coçando
Já ta passando pra mão
Ele acha tão gostoso
Ta coçando aquele ovo
Diz que da muita tesão.
Essa linguagem só nossa
Espero que não conteste
É o dialeto bem próprio
De quem mora no Nordeste
Região bem afamada
Ninguém foge da parada
No Brasil cabra da peste.
As doenças aqui citadas
Não tem nada de invenção
Na capital não se ouve
Ouve-se lá no sertão
Para onde vão os médicos
Garanto-lhes que por certo
Não vão fazer papelão.
E agora quero que sintam
Como se sente o doutor
Ou aprende o Nordestines
Ou contrata um tradutor
Pra não fazer como muitos
Que sem entender do assunto
Foi, e nunca mais voltou.
Aqui vai o meu conselho
Praqueles que estão chegando
Comprem um dicionário
E vão ele consultando
Do jeito que a coisa está
Não da pra se acostumar
Vão terminar se mandando.
Agora para o governo.
Dê condição de trabalho
Contratem os médicos daqui
E lhes pague um bom salário
Assim vai dar todo certo
Não mais queiram por perto
Esse bando de otário.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
O SHORT
Meus amigos; vou contar,
Algo que me aconteceu.
É um causo engraçado
Que se passou só com eu.
Quando era um rapazote
Por uma mulher se short
O meu coração tremeu.
Era do tipo Raimunda
Dessa meio avantajada
Que andava bamboleando
Todas as tardes na calçada
E eu sentado só olhando
E vendo o short passando
Achando bem engraçada.
Eu ficava esperando.
Toda tarde era assim,
Lá vinha o short andando
Pra passar perto de mim
Eu ficando abestalhado
Mas olhava só calado
Com esperança sem fim.
Só olhava aquele short
Apertado ate demais
Que chamava a atenção
De velho, menino e rapaz
Eu; maior admirador
Do short de furta cor,
O resto, nem via mais.
E o tempo foi passando
E eu mais abestalhado
Só vendo o short passando
Eu ficava ali sentado.
Sem saber o que fazer,
E não queria nem ver
O restante do traçado.
E sabe por que eu ficava
De butuca só pro short?
Porque ele era demais
Dentro dele; tudo é forte
Na frente tudo danado,
Atrás tudo avantajado,
E eu precisando de sorte.
Sabe o tamanho do short?
Mais ou menus, palmo e meio,
Dentro dele; muita carne,
O pano só pra recheio,
Não existe nada igual
Pois cobria o principal,
Mas só da parte do meio
Vou ti dizer o que tinha
Naquele short bonito:
Na frente tinha um floreio,
Que me deixava aflito,
Tinha um rego bem no meio
Era o lugar do recreio,
O meu lugar favorito.
Olhando de frente se via
Uma paisagem fugaz,
Que causava admiração
Em velho, menino ou rapaz.
Isso na parte da frente,
Eu vou dizer bem contente
Como era a parte de traz.
Quando ele ia passando
Víamos as partes do lado
Com dois rebolos de coxas
Por demais avantajados,
Ate velho choramingava
E bem alto ele gritava
“Já fui bom nesses danados”.
E logo, bem no trazeiro,
Nós víamos a melancia
Separada em duas bandas.
Mostrando a anatomia,
Dava vontade de correr
Pra ele, só pra morder
Depois morrer de agonia.
E aquelas duas bandas,
Vinham dançando demais,
Num bamboleio frenético;
Pra cima, pra frente pra traz
De um lado pra o outro
Num bailado meio louco
Deixando você sem paz
Era a bailarina redonda
Mais bonita que conhecia
Mesmo sem olhar pra ela
Garanto; não esquecia
Passava as noites sonhando
Vendo o short rebolando
Sem dizer pra onde ia.
Agora vou descrever
A dona do short; Inteira;
Mas vou de baixo pra cima
Pra não cair na asneira,
De contar o fim da estória
Pra que não saia da memória
Fique sem eira nem beira.
Os pés da dona do short
Eram um deslumbramento;
Um tinha dedos pra fora
O outro os dedos pra dentro
As unhas feito as dos gatos
Que furavam os sapatos
Era um constrangimento
No calcanhar da menina
Tinha um dedinho a mais
Que ficava apontado
O que vinha lá atrás
As pernas cheias de bola
Não sei se era espora
Nas pernas do ferrabrás.
As coxas daquela danada
Nada tinham de anormal
Seguravam o “tudo em cima”,
Que era a coisa principal;
Local de admiração
De toda população
Que morava no local.
Mas aquela barriguinha
Onde ela dava o trato,
Parecia uma bacia
Ela afirmava: é um “prato”!
Que era a forma exata,
Pois era um prato de papa
Um local muito abstrato.
Lá se encontrava o umbigo
Bem logo acima do short
Era uma protuberância
Com o lado, cheia de corte
Fruto de uma operação
Onde o medico errou a mão
Que quase a levou a morte.
E aqueles mamões moles,
Que seu sutiã sustenta
Parecem que são geléias
Se não segurar despenca
São tão moles os danados
Que querem sair nos lados
Estragando a vestimenta.
Seu rosto era, ...nem sei
Se era feio ou bonito
Eu só olhava para o short
- O meu lugar favorito
Era a única opção
Lugar que dava tesão;
O restante era esquisito.
Os cabelos da passante
Eram encaracolados,
Ate fico acreditando
Muito pouco eram lavados
Pois sua preocupação,
Era ter os shorts sãos
Para serem admirados.
A Raimunda tinha lábios
Carnudos e bem vermelhos
Não eram lábios de mel
Nem eram lábios de coelho
Mas ela adorava-os tanto
Não era nenhum espantos
Vê-la horas no espelho.
Mas o pior de tudo isso
Eram os olhos da menina.
Viam lugares diferentes
Um o Brasil outro a China
Causava grande espanto
Ninguém sabia que canto
Que olhava a dançarina.
À noite eram de cor preta
No dia de cor azul
À noite olhavam pro norte
De dia olhavam pro sul
Me digam por caridade,
Se eu não falo a verdade.
São olhos de belzebu.
Agora vou confessar.
Com todos esses defeitos
O short ainda passeia
Aqui dentro de meu peito.
No lado do coração
Porque de nossa união
Só saiu filhos perfeitos.
Pensa que é ter coragem
Casar com coisa assim?
E fica aí comentando
Com muita pena de mim
Pode ficar bem tranqüilo
Se casasse com aquilo
Devia comer capim.
Por minha cara metade
Eu tenho um amor profundo.
Ela é que teve coragem
De casar com um vagabundo,
Que é esse cordelista
Que tem em sua conquista,
A melhor mulher do mundo.
domingo, 8 de dezembro de 2013
Mãos ao alto!
Aconteceu terça feira
No dia três de setembro
Do ano dois mil e treze
Todos os dias eu lembro
Desse fato inusitado
Quando fomos assaltados
Não atirem; eu me rendo!
Estávamos dentro do banco
Foi no banco do Brasil
Quando assim de repente
Um bando de caras surgiu
Eram mais ou menos dez
Todos chegaram de pés
Bem armados, com fuzil.
Pegaram uma atendente
No pescoço da menina
Gritaram: é um assalto
Todos quietos; gente fina
Fiquem todos, agachadinhos
Quero todos caladinhos,
Velho, menino ou menina.
Já estavam bem rendidos
Vigilantes, porteiros, gerente.
Mas quem sofreu mais pressão
Foi a pobre atendente
Que não podia falar
Com o revolver a lhe apontar
Chorava copiosamente.
E foi com uma coronhada
Que eles quebraram a porta
Vidros todos estilhaçados
Com ferragem toda torta
Fez-se um silencio total
Quando uma velha do mal
Disse: eu acho que estou morta!
E não parou por ai
Gritava pra todos os lados
Eles são filhos de putas
São todos; cabra safados!
E vou dizer pra você
Não tenho nada a perder
Devem ser eliminados.
Alguém disse cale a boca
Por favor, minha senhora
Ou então fale baixinho
Senão a coisa piora.
- Fique calado você
Se tem medo de morrer
Então você caia fora.
Então um bandido falou:
Eu não quero ouvir zoada
Vamos levar só do banco
De vocês não quero nada
Mas por favor, pessoal
Digam pra velha do mal
Que ela fique calada.
Então a velha falou
Você é quem vai calar
Senão uma bofetada
Tou com vontade de dar
Então o bandido olhou
Com um olhar de furor
Que fez a velha chorar.
Que velhinha corajosa
Parece que e do comando
E pra aumentar a tensão
Ela continuou falando
Eu fiquei só de butuca
Será que a filha da puta
Também faz parte do bando?
Olhei para o lado direito
E vi um senhor sentado
Branco feito uma cera
Cabisbaixo e calado
Vi que estava com vergonha
Mas com cara de pamonha
Estava todo mijado.
A coisa ficaria hilária
Se não fosse uma tragédia
Uns choravam outros riam
Tava parecendo comédia
Então eu falei baixinho
Fique calmo amiguinho.
- Eu quis fazer uma média.
Eu escondi meu relógio
Meus óculos, o celular,
Minha aliança de ouro
Meu pingente, meu colar
Minha cueca de helanca
Comprada lá na sulanca;
Meu chapéu do Panamá.
Dinheiro nenhum eu tinha
Mas eu tinha meu cartão
O que fiz rapidamente;
Coloquei-o ali no chão,
Botei o meu pé em cima
Pra preservar a auto-estima
Escondi ate a mão.
Então resolvi contar
Quantos bandidos eu via
E fui contando ate cinco
Mais que isso eu não sabia
Aí fiquei sem memória
E pra piorar a estória
Pois dali ninguém saía.
Os ladrões então entraram
Para buscar o dinheiro
Saíram com os malotes
Pra mim foi um dia inteiro
Então eu fiquei olhando
Os bandidos se mandando
Acabou meu desespero.
Foi ali naquele instante
Que eu pude respirar
As palavras não saiam
Eu não podia falar
Batam aqui na minha costa
Porque o saco de bosta
Ta querendo pipocar.
Foi quando alguém gritou:
Não sai ninguém do local
Vamos esperar a policia
Quem sair vai se da mal
E se sair bem contente
Esse vai ser conivente
E vai levar muito pau.
Durou uma eternidade
Até a polícia chegar
Todos estavam nervosos
E doidos pra se mandar
Com duas horas de espera
Alguém falou na galera
Não vai dar pra esperar.
Então começou o cortejo
Pareciam em oração
Eu disse vamos sair
Se não prenderam o ladrão
Porque querem nos prender?
Nada eu devo pra você
Porque sou um cidadão.
Vieram em meu apoio
Foi gritaria geral
- O cidadão está certo
Ele é gente bem legal
Saiamos fora daqui
Quem quiser que fique aí
Vamos sair do local.
Quando a milícia chegou
Já estavamos todos fora
Misturados a multidão
Fazia mais de uma hora
Aí a policia entrou
E um policial falou
Por favor, vão todos embora.
Então sai de mansinho
Em direção ao meu lar
Coisa boa é ta em casa
Ficar de papo pro ar
Sem pensar nem no passado
Sentindo o vento arretado
Da brisa que vem do mar!
E quando cheguei a casa
Fiquei todo envergonhado
Por saber que tudo aquilo
Ainda não tinha acabado
Senti um cheiro fugaz
Passei a mão bem atrás,
Estava todo CAGADO.
CHEGUEI SETENTA
UM CORDEL COMEMORATIVO
Sabem o que é bem engraçado
A gente chegar aos setenta.
Ficar vivendo do passado
Que é que nos alimenta;
Para olharmos o futuro,
Ver um claro no escuro,
Pra enxergar os oitenta.
Como serão os oitenta?
Espero que eu não esqueça
De contas as aventuras
Que trago aqui na cabeça.
Eu vou dizer o que penso
Pra não deixar você tenso
Espero que me agradeça.
Já passaram sete décadas
Do dia em que eu nasci
Espero que Deus permita
Que eu fique por aqui
Durante outros setenta
Pra ver se alguém comenta
Tudo aquilo que eu vivi.
Lembro-me de muito pouco
Dos primeiros cinco anos
Mas do pouco que me lembro
Recordo mais de meus manos
Que eram em numero de dois
O mais velho já se foi
Ficaram só dois Hermanos.
Dos cinco anos seguintes
Lembro-me de minha escola
Aquela que freqüentávamos
Levando lanche e sacola
O lanche para comer
Na sacola o que ler
Escondido só a bola.
Mamãe Papai e Vovó
Compunham minha família
Aquilo na minha lembrança
Ate hoje ainda brilha
Com eles muito aprendi
E nunca mais esqueci
De ler em sua cartilha.
A cartilha nos ensina
Que devemos respeitar
Tanto velhos quanto novos
Aqui ou em qualquer lugar
Mesmo tendo já setenta
Isso ainda me orienta
Pra mim o primeiro lugar.
Ensina fazer amigos
E a eles ter respeito
Pois Deus escreve certo
Mesmo a linha com defeito
Esta lá na apostilha
Amigo é feito família
Do jeito que for; aceito.
Andar sempre com retidão
Driblando sempre os espinhos
Porque eles estão presentes
Dentro de nosso caminho
Fazem parte da historia
Grave isso na memória
Esta lá no pergaminho.
A cartilha de meus pais
É pra mim é a mais perfeita
Esta aqui bem decorada
Da primeira a ultima letra
É um capitulo só
Afirmava minha avó
Tudo escrito, sem caneta.
Tudo que foi ensinado
Vinha na forma verbal
Quando saiamos da linha
O remédio era o “pau”
Ai você logo aprendia
Porque aquilo doía
Deixando-o ate sem moral.
Dos dez ate vinte anos
Foi período de vigília
Trabalhamos desde cedo
Pra ajudar a família
Tanto eu quanto meu mano
Passamos por desenganos
No meio de uma matilha.
Foi um período difícil
Mas foi bom ate demais
Foi de meninos pra homem
Não curtimos o rapaz,
Enquanto via o passado
Olhei; estava casado,
Uma responsabilidade a mais.
Não vou fazer retrospecto
Porque isso é cansativo
Serão setenta passagens
Ano a ano alusivo
Se eu narra pra vocês
Garanto que dessa vez,
Não vou sair daqui vivo.
Não sei todos notaram
Já escrevi quinze versos
E ate esse momento
Ainda não falei de sexo
Esse assunto é diferente
Vou falar logo à frente
Quando chegar ao anexo.
Voltemos para a cartilha
Que sem letras ensinava
A você ser bem legal
Tanto na rua ou em casa
Se você fizer direito
Vai ter sempre o respeito
Daqueles que te abrasa.
Quem abrasa tua vida?
Esposa, filhos e filhas
Teus amigos, teu trabalho
E membros de tua família
São esses ensinamentos
Que trazem conhecimentos
Que têm naquela cartilha.
Quanto a meu casamento
Sinônimo de felicidade
São quase cinqüenta anos
De total tranqüilidade
Temos uma prole bacana
Onde o respeito emana
Tudo em alta qualidade.
Temos netos e bisnetos
Nossa arvore tem raiz
Tronco forte e vigoroso
É isso que o povo diz
Foi plantada em terra boa
Por isso não desentoa
Nunca será infeliz.
Assim é nossa família,
Filhos; fizemos três
Netos hoje somam cinco
Talvez sete, talvez seis,
Dois bisnetos dois capetas
Um casal de borboletas
Que nos deixam como reis.
Estou pra todos contando
A vida de um setentão;
Que soube fazer amigos
Sem neles “passar a mão”
Com hora pra elogiar
E hora pra criticar
Se têm razão dou razão.
Agora chegou a hora
De falarmos do anexo.
Eu prometi pra vocês
Que falaria de sexo
Sexo é coisa bem boa
Mesmo você estando atoa
Isso pra mim é complexo.
Sabe como entendo sexo?
Hoje, pra mim é carinho
É o toque entre mãos
Aquele olhar de jeitinho,
É um sorriso gostoso
É um jeitinho dengoso,
É um deitar bem juntinho
É acordar todos os dias
Com uma pessoa ao lado,
Aquele afago gostoso
Quando o outro tá zangado
É ter um apoio moral
Quando um se sente mal
Tudo se torna engraçado.
É desejar um bom dia
Sempre ao seu bem amado
É ficar preocupado
Quando o outro está calado
É sentir o seu cheirinho
É o tratar com carinho
É estar apaixonado.
Por isso meus bons amigos
Faço sexo todos os dias
De manhã,a tarde, a noite
Com toda minha euforia
Da mais vigor fazer sexo
Digo isso sem complexo
Pois carrega as baterias.
Por fim quero agradecer
A todos que estão aqui
Estão me prestigiando
Mesmo sem eu lhes pedir
Aqui só vejo amigos
Quem não veio, eu nem ligo
Vão ficar é sem curtir.
Sintam-se muitos felizes
Por estarmos juntos assim
Garanto-lhes com certeza
Que não sou um cara ruim
Podem falar bem profundo
Que não existe no mundo
Um cara igual a mim.
ALÔ, ALÔ; É DA POLICIA?
(Um Causo verídico)
Nivaldo Melo
Há mais de dois anos que naquele bloco de apartamentos, os moradores viviam apreensivos. É que no apartamento 2 (dois), um grupo de jovens resolveu fazer seu reduto, onde o consumo de drogas (maconha), corria solto.
O casal Neves, morados do referido apartamento havia viajado e colocou no local um de seus sobrinhos, com a finalidade de preservar o ap. e evitar “invasões indesejáveis”. Não sabendo eles que estava colocando no local exatamente “o invasor indesejável”.
Talvez por isso que o morador do apartamento 0l (hum), o Sr. Nilson, de tanta preocupação tenha tido um Infarto do Miocárdio, submetendo-se inclusive a uma cirurgia que o deixou fora de combate por um bom período. Mas as preocupações do Sr. Nilson não acabaram (muito pelo contrário), aumentaram muito mais, porque além de incomodar não somente sua família, o invasor indesejável começou a trazer novos invasores, que por sua vez traziam mais e mais novos invasores indesejáveis, aumentando assim não somente as preocupações do Nilson, mas principalmente a perda do sossego.
Uma semana após receber alta do hospital, o Sr. Nilson resolveu dar um basta na situação; chamou seus familiares (esposa, filhas (2), filho (1), sogra (1) (porque mais de uma é dose pra leão) ), e comunicou: Hoje eu acabo com essa orgia do apartamento 2, vou ligar para a polícia e tudo se resolvera sem desgaste para nós, inclusive que, por recomendação expressa dos médicos eu não posso ter preocupações, portanto vai ser agora mesmo. Apanhou o telefone e discou o numero do “disque denuncia”, o nº 140.
Esperou alguns (intermináveis) segundos olhando para a plateia meio sorridente: Alou, é da polícia? - Sim, é da policia. Posso fazer uma denuncia? - Sim, pode fazer uma denuncia. È que aqui no ap. 02 está reunido um grupo de maconheiros, fumando, e proferindo palavras de baixo calão; já fui lá, reclamei, mas eles continuam na orgia, sem dar a menor importância para os moradores. - Sabe quantos são Sr.? Acho que são uns sete ou oito. - Ah, pode me dar mais detalhes? Sim. - Só tem homem Sr.? Não, tem duas mulheres. - Mulheres velhas ou jovens? Mas que importância tem isso? São jovens, e me parece de menor. - Anrhan (e pausou). O Nilson insistiu: alou, alou! - Espere um pouco senhor... Sr. Tem certeza que quer fazer essa denuncia? É claro, por quê? - È que aqui quem fala é o chefe dos maconheiros, seu cabueta, seu dedo duro, seu puto velho, vou mandar minha turma acabar com você, se prepare que quem vai dar um jeito nisso somos nós, (e de imediato desligou o telefone). Do lado de cá, o Sr. Nilson suava copiosamente, e suas pernas não obedeciam as ordens vindas do cérebro. Sua família entrou em pânico, uns gritavam outros davam massagens no peito, a esposa falou: vamos leva-lo para o hospital imediatamente, ele pode ter novo enfarto.
Quando o senhor Nilson acalmou um pouco, todos perguntaram o que havia ocorrido. Então ele contou a o dialogo que havia travado com o policial que o atendeu.
Foi quando a sogra (Dona Marry) perguntou: tem certeza que você ligou para a polícia?
Sim.
Mas; quando foram verificar no identificador de chamadas viram que o Sr. Nilson havia ligado para o nº 140 e não para o nº 190.
O numero discado (140), era um numero disponibilizado pela operadora como sala de bate papo.
Naquele momento o que era uma tragédia transformou-se em uma comédia que ate hoje quando comentam serve como piada. Mas garanto-lhes que é realmente causo acontecido, portanto verdade verdadeira
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