quinta-feira, 22 de agosto de 2024

O PRÍNCIPE E O ÚLTIMO UNICÓRNIO

 

     
                  NIVALDO MELO

1
Na manhã da sexta feira
A vovó nos convocou
Falando que logo a noite,
Ouviríamos um professor
Era um mestre afamado
E o mais conceituado
Em estórias. Era vovô.
2
Ficamos todos eufóricos
E espalhamos a novidade
Até a dona Esmeralda
Que é cheia de maldade
Fofocou para as amigas
Em formato de intriga
Sem fé e sem piedade.
3
Lá na casa da vovó
Hoje vai ter um sarau
Vão trazer um professor
Que chegou da capital
Parece que é um artista
Tem foto dele em revista
Cheio da grana e moral.
4
Foi desse jeito o boato
Que a fofoqueira espalhou
E quando chegou a noite
Todo mundo se espantou
Foi chegando tanta gente
Muitos católicos e crentes
Só pra ouvir o professor.
5
Na hora ninguém entendia
O motivo de tanto alarido
Uns falavam outros gritavam.
Doía em nossos ouvidos
Vovó ficou sem ação
Ao ver aquela multidão
Aquilo era um perigo.
6
Mas quando vovô chegou
Olhou praquele povão
Foi logo dizendo assim
Prestem muita atenção
Pessoal, aqui estou
Eu sou o tal professor
Não quero ver confusão.
7
Eu quero apenas saber
Quem é o altor do boato
Só quero contar história
Foi esse o nosso trato
Reunir toda meninada
Essa noite na calçada
Só pra relatar um fato.
8
Então a dona Esmeralda
Com raiva deu rabissaca
Saiu dali de mansinho
Zoando feito matraca
Pegou seu banco e saiu
Tão rápido ela sumiu
Pela estrada lá da mata,
9
Recebeu foi muita vaia
Apitos e xingamentos
Mas nunca mais fofocou
Pra conseguir um intento
Que era só tumultuar
E querer desconcentrar
Mas o vovô tava atento.
10
Todos rimos a vontade
Do caso da fofoqueira
Mas todos ali presentes
Não estavam de bobeira
Então falamos ao vovô
Pode sentar Professor
Conte a estória verdadeira.
11
Então ele deu um pigarro
E começou a falar
- Vou lhes contar a história
De um ser muito peculiar
O nosso belo Unicórnio
Pacato e sem esbornio
Mas com asas pra voar.
12
Aquele jovem Unicórnio
Que era bonito demais
Vivia com liberdade
Entre outros animais
Era de cor muito clara
E de uma beleza rara
Não o domariam jamais.
13
Vivia em liberdade
Corria na natureza
Se precisasse voar
O fazia com destreza
Odiava a solidão
Tinha milhares de irmãos
Comendo na mesma mesa.
14
Na Floresta do Encantado
Era ali o seu lugar
O relincho era o mais forte
Na hora de acordar,
Brincalhão era demais
Perturbava outros animais
Somente pra aperrear.
15
Um dia um pássaro trouxe
Uma notícia para a floresta
Quando isto acontecia,
Era motivo de festa
“Prestem muita atenção,
Tá chegando um rapagão,
Mas ele ninguém admoesta”.
16
E nosso amigo unicórnio
Deve logo se esconder
Segundo as informações
Ele vem buscar você
Pois tem missão a cumprir
Mas nem ele sabe aonde ir
E nem como proceder.
17
Uns resolvem se esconder
E outros se camuflar
Outros ficaram plantados
Sem se mexer do lugar
Logo ali chega o rapaz
Era bonito por demais
Que se pôs a procurar.
18
Ele ficou sem ação
Era um silencio total
Não se ouvia um píu,
Vindo lá do matagal
O jovem começa a gritar
Preciso de alguém pra falar
Não sou nenhum marginal.
19
Alguns segundos depois
A floresta respondeu
- Você não se anunciou,
A floresta se escondeu.
Esperamos a apresentação
E qual é a sua intenção?
Quando um vulto apareceu.
20
Era um vulto, quase sombra
Com movimentos marcados
Chegou assim de mansinho
Com passos cadenciados
O jovem então esmoreceu
Numa arvore se escondeu
Parecendo um condenado.
21
Vendo a cena, a figura
O vulto logo despinçou
Se transformando ligeiro
Em um enorme castor
Logo falou, sem rodeios
Fale logo a que veio
Queremos ouvir do senhor.
22
- Sou o Príncipe Larneijo
De um reino bem distante
Há vários meses que vivo
Como um cavalheiro andante
Procuro um cavalo alado
Pois quero ser transportado
Para a Floresta Uivante.
23
Quando ele disse; uivante
Foi uma gritaria geral
Então a sábia coruja
Assume o papel principal
“Deve haver algum engano
Tem erro nesse seu plano
Pra gente é muito irreal”.
24
Nessa floresta existe 
Apenas um habitante
Ele é ser diferente
Maior que um elefante
Sua voz é um rosnado
Sai fogo pra todo lado
Perigoso e ignorante.
25
Quem chegou o mais próximo
Chegou só a dez quilômetros
Para se chegar mais perto
Tem que ter um pluviômetro
Pra prever as tempestades
Que caem por lá de verdade
Leve também um pirômetro.
26
O Pluviômetro vai servir
Para medir as tempestades
Porque quando chove muito
O monstro dorme a vontade
Então é esse o momento
De executar seu intento
Se existir de verdade.
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Já com o pirômetro você
Vai vendo a temperatura
Por onde você deve andar
Sem ver a tal criatura
Alcançado seu intento
Fuja no mesmo momento
Nunca esqueça a armadura.
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Já lhes demos as instruções
Sem sabermos qual missão
Se quiser passar pra gente
Faremos uma avaliação
Se a assembleia aprovar
Todos, vamos te ajudar
Te daremos as condições.
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- Então o jovem pediu
Escutem a minha história
Eu procuro uma princesa
Que se chama Bela Aurora
Primogênita em seu reino
E eu quero chegar primeiro
A obter essa glória.
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Eu conheço a princesa
Desde os tempos de criança
Nossos pais são bons amigos
Isso me deu a esperança
Se resgatar a donzela
Juro que caso com ela
Pois já tínhamos essa aliança.
31
Outros príncipes já tentaram
Resgatar a Bela Aurora
Saíram nessa missão
Não voltaram até agora
Se acaso os encontrar
Vou fazê-los regressar
Para mim será a glória.
32
Somos todos bons amigos
Desde as nossas infâncias
Crescemos nos respeitando
Aprendemos desde crianças
Ente nós só muita união
Nos tratamos como irmãos
Dançamos as mesmas danças.
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-  Teu coração é muito nobre
Nós vamos nos ajudar
Uniremos os conhecimentos
Para o monstro derrotar
- Mas como sabem que é lá
Que tua amada está?
- A águia foi me avisar.
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Então fizeram uma armadura
Toda feita com sucupira
A madeira mais resistente
Toda enrolada na embira
De cipó de da baraúna
E um desenho de um puma
E muitas flexas com pira.
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Fizeram também um arco
Com madeira bem resistente
Daquela que enverga tanto
Que espanta toda gente
Põe as flexas, mais distantes
Pra matar qualquer gigante
Que apareça na frente.
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Quando tudo estava pronto
O Unicórnio aparece
O jovem se ajoelha
E ali faz uma prece
Pedindo a proteção
Daquele belo garanhão
O Unicórnio agradece.
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Na mesma hora partiram
Pra o local desejado
Era a Floresta uivante.
No mapa estava marcado
O limite e a distancia
Onde havia segurança
Pra não serem avistados.
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Em quilômetros era dez
A distância mais segura
Então eles acamparam
O jovem põe a armadura
Conferiu arco e as flechas
Pôs combustível nas mechas
E o pluviômetro na cintura.
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Olhou para o céu e viu
Que ele estava bem claro
O céu do jeito que estava
Pra li era muito raro
Então ele ouve um apito
Que soou como um grito
O Unicórnio aguça o faro.
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E saem daquele local
Em direção ao apito
Foram se aproximando
Então ouviram um grito
Nos socorram por favor
Somos vítimas do furor
Daquele monstro maldito,
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Eles entraram na mata
O lugar era encharcado
De longe viram três jovens
Todos presos, algemados
O príncipe se aproximou
Então o Unicórnio falou
Os amigos foram achados.
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Na mesma hora o céu
Começou escurecer
Muitos raios e trovões
Começaram acontecer
Todos procuraram abrigos
Para fugir dos perigos
E não ficarem à mercê.
43
Naquele momento o príncipe
Monta no cavalo alado
Disse para os três amigos
Fiquem quietos e calados
Eu vou buscar a princesa
E a força da natureza
Vai sempre está ao meu lado.
44
E por cima da floresta
Enfrentando a tempestade
O Príncipe e o Unicórnio
Estavam bem à vontade
Sem temer o inimigo
Os dois estavam ungidos
Fomentando a liberdade.
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Logo avistaram um castelo
Todo em pedra rachão
Havia somente uma entrada
Fechada por um portão
O Unicórnio então disse
Estou vendo uma planície
Vai ser nossa salvação.
46
A referida planície
Ficava atrás do castelo
No local tinha um ferrolho
Em formato de cutelo
Quando o jovem põe a mão
Se abre um grande portão
Por dentr9o tudo amartelo.
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O príncipe começa entrar
Olhando pra todo lado
E bem no centro da sala
O monstro estava deitado
Parece um grande elefante
Bem vestido, elegante
Parecendo desacordado.
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Se chegou pé-ante-pé
Ele saiu contornando
Aquele monstro medonho
Que estava ressonando
Em outra sala notou
Ter algo encantador
Viu a princesas chorando.
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Ali não havia porta
Então ele tenta entrar
A princesa o alertou
O monstro vai acordar
Aqui existe um portal
A chave está no umbral
Pode ir lá e pegar.
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O jovem pega o barômetro
E verifica a pressão
Vai ao local, pega a chave
Coloca sobre o portão
Então o portal é aberto
Era a hora do regresso
E confirmarem a união.
51
De volta para a planície
Montam o Unicórnio alado
Que imediatamente
Volta ao lugar desejado
Quando olharam para o céu
Tava parecendo um véu
A chuva tinha passado.
52
Naquele exato momento
O Unicórnio entra na cena
Chama três cavalos alados
Pra resolver o problema
Os três jovens lhes montaram
O logo os quatro voaram
Sem ter dó e sem ter pena.
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O Príncipe pega seu arco
E coloca sete flechas
Põe fogo em suas piras
E mira para a floresta
Foi um tremendo fogaréu
Queimava feito papel
Uma verdadeira festa.
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Nas alturas ouviam os gritos
Daquele monstro danado
Logo todos estavam chegando
Na Floresta do Encantado
O Príncipe e a Bela Aurora
Foram saudados na hora
Tá quase tudo acabado.
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Os três amigos foram antes
Pra chegarem antes da hora
E organizarem o casamento
De Larneijo e Bela Aurora
Seriam dez dias de festas
Juntos o povo da floresta
E curtirem juntos a vitória.
56
O jovem Príncipe pergunta
Para o Unicórnio alado
Você quer a liberdade
Ou quer ficar ao lado
Seremos seus protetores
Nas vitórias ou dissabores
Serás entre nós amado.
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- Jamais nos separaremos
Sou o ultimo da espécie
A solidão é estranha
Ficar só, ninguém merece
Com vocês na companhia
Sempre terei alegria
Isso só nos fortalece.
58
Príncipe e Unicórnio voltaram
Para a Floresta Uivante
Reconstruir toda a mata
Seria o Reino Amante
Iriam viver bem ali
E novo lar construir
A partir daquele instante.
59
Casaram e foram felizes
O Larneijo e a Bela Aurora
E o Unicórnio está com eles
Até o tempo de agora.
O casal teve quatro filhos
Que preservaram seus brilhos
Assim termina essa história.
60
E assim minhas histórias,
Findam no momento exato.
Entram na perna do pinto,
Saem na perna do pato
E a vovó mandou dizer
Eu transmitisse prá você
Tem bolo pra nós no prato.







terça-feira, 13 de agosto de 2024

A I L H A

 

          
                        NIVALDO MELO


quinta-feira, 8 de agosto de 2024

BODAS DE DIAMANTE

 


                                     NIVALDO E NANCI
   NANCI  E NIVALDO

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

O GOLFINHO DO LAGO AZUL



                            NIVALDO MELO

Mais uma vez a vovó
Quis nos contar história
Então reunirmos a turma
E fomos chamar Aurora
Uma garota sapeca
Toda levada da breca
Prima da amiga Glória.
2
Estava completa a plateia
Para ouvirmos a vovó
Todos estavam contentes
Era uma euforia só
Toda aquela algazarra
Parecia uma farra
Pra dançar o carimbó.
3
Vovó chega de mansinho
Calçando a velha pantufa
Sentou em sua cadeira
Respirou dizendo ufa!
As pernas estavam cansadas
Devido a grande jornada
Todos os dias na labuta.
4
Deu um trago no cachimbo
Começou logo a falar
- Tenho uma nova história
E logo vou lhes contar
Por favor prestem atenção
Em toda a narração
Vai ser espetacular.
5
Nos tempos de antigamente
Não tinha poluição
Tudo era tão limpinho
Não via sujo nem no chão
Todo mundo era feliz
Até na igreja matriz
Poucos iam pra oração
6
Bem em frente a Igreja
Existia o lago azul
De cima se via no fundo
Peixes, algas até muçu
Um fundo uma caverna
Em formato de cisterna
Na entrada um vodum.
7
A população se reunia
Todas tardes nas margens
Era uma confraternização
Entre os homens de coragem
Pra ver alguém mergulhar
E ir na caverna olhar
Se era real ou miragem,
8
Só que era muito estranho
O que ali acontecia
Se alguém se aproximava
Aquela pedra sumia
Quem via estava abismado
Todos na beira do lago
Não criam no que se via.
9
Mas nos dias de domingo
Ao pôr do sol, a tardinha
Aparecia ali no lago
Um cardume de sardinhas
Se formavam como escudo
Então encobriam tudo
Porque algo em baixo tinha.
10
Em baixo existia algo
Em uma cor reluzente
Alguém deitava no chão
Pra ver se via de frente
Diziam; Não é peixe não
Ta parecendo um dragão
Daqueles que come gente.
11
Diziam que na lua cheia
Algo estranho acontecia
E um Golfinho dourado
Nas águas claras surgia
E com no clarão do0 luar
Seu corpo punha-se a brilhar
Parecendo a luz do dia.
12
Diziam que era só lenda
Do povo daquele local
Mas alguém logo afirmava
O que dizem é bem real
Um dia alguém vai provar
Com outro pra testemunhar
Vai ser algo surreal.
13
Um dia uma bela jovem
Na noite da lua nova
Foi para a margem do lago
Pra ver se achava a prova
Por volta da meia noite
Com um vento de açoite
Surge no lago a corcova.
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Parecia ser um peixe
Nadando devagarzinho
Mas logo surge o cetáceo
Realmente era um Golfinho
Mas era muito diferente
Tinha o corpo reluzente
Todo cheio de pontinhos.
15
E todos aqueles pontinhos
Eram como de neon
Acendiam e apagavam
Cada um tinha um tom
Um verde, vermelho, lilás
Azul, amarelo e corais
Pra ver era muito bom.
16
E durante muito tempo
A moça viu o balé
Feito pelo bailarino
Sem mão sem bração ou pé
E com muito pouco tempo
Aumentou seu contentamento
Voltou demovo a ter fé.
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Esperou quase um mês
Pra ter nova aparição
Na noite de lua nova
Voltou a sua missão
E se tudo desse certo
Ela estaria ali perto
Pra ter a comprovação.
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Novamente aconteceu;
Foi quase do mesmo jeito.
Apareceu o Golfinho
Com seu bailar sem defeito
Parece que ele sabia
Muito mais se exibia
Muito brilho muito efeito.
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Ai em dado momento
Em sua frente parou
Fez uns gestos diferente
Com a nadadeira apontou
Na direção a caverna
A moça tremeu nas pernas
Morrendo quase ficou.
20
Então por telepatia
Ela recebe a mensagem
Que dizia bem assim:
Se você tiver coragem
Visitaras o meu reino
Te mostrarei por inteiro
Lá veras belas paisagens.
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Também por telepatia
Depressa ela respondeu
Me diga que reino é esse
Que nunca apareceu
- É o Reino dos Cetáceos
Nós somos quase jurássicos
Além de outros tem eu.
22
Orcas, Cachalotes, Botos,
Jubarte, Franca e Azul
Pensam que somos peixes
Enganamos qualquer um
Mamíferos é o que somos
Como vocês nós pensamos
Vivemos no Norte e no Sul.
23
Sei o que você está pensando
Se pode levar alguém
E tenho quase certeza
Que em sua mente já tem
Aquele que quer levar
Que vai nos acompanhar
Por esse mundo do além.
24
Na próxima lua nova
Estarei te esperando
Podes vir acompanhada
Só pode se for humano
- Quero levar minha vó
Porque ela é meu xodó
É ela que eu mais amo.
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Um dia antes da partida
Chega mais uma mensagem 
Queremos ter a presença
Da população nas margens
Vocês vão ter uma surpresa
Disso eu tenho certeza
Ao verem nossa Bolaragem.
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E na noite da partida
Estavam lá esperando
Por volta da meia noite
O transporte vem chegando
A grande bola de cristal
Era a atração principal
Iluminada e brilhando.
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Aquela linda Bolaragem,
Puxada por mil crustáceos
Como se fossemos cavalos 
Lá do Reino dos Cetáceos
Causou tamanha emoção
Gente rolava no chão
Verdadeiro estardalhaço.
28
Então se abre um portal
Um grande brilho surgiu
E um cavalo marinho
No umbral logo surgiu
- Tudo pronto pra partir
Sentem as duas aqui
Fechou a porta e partiu.
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Durante alguns minutos
Viram a luz afundar no lago
Todo mundo aplaudindo
Com muito carinho e afago
Permaneceram por ali
Até um grito ouvir
Na lua cheia as trago!
30
Neta e avó quase em transe
Observavam a paisagem
Viam peixes coloridos
Ao lado da Bolaragem
A vovó estava vibrava
Ao ver tudo que passava
E adorando a viagem.
31
Com meia hora chegaram
Na entrada principal
Novo portal se abriu
A tenção era total
Vó e neta nem se mexiam
Sem noção o que faiam
Era um silencio total.
32
Então as portas se abrem
A água invade o transporte
As duas ficam apavoradas
Veriam de perto a morte
Sentiram as respirações
Pressionando os pulmões
Estavam vivas, que sorte!
33
Tentaram sair andando
Começaram a flutuar
Movimentaram os braços
Começaram logo nadar
Que sensação tão gostosa
Cheiro de pétalas de rosas
Tomou conta do lugar.
34
Então surge o Rei Golfinho
Com vestimenta charmosa
Tendo como segurança
Vários Botos cor-de-rosa
Pra elas, muito legal
Podiam dizer; surreal,
A recepção amistosa.
35
Então eles se comunicaram
Em uma língua muito igual
Falar assim como peixes
Pra todos era natural
Não havia confusão
Com a comunicação
Para todos era normal.
36
Vamos conhecer o reino
Chamado Azul marinho
Que na terra era escuro
Mas no lago era clarinho
Notaram que na caverna
Tudo era igual na terra
E tinha até passarinho.
37
As aves naquele reino
Eram peixes voadores
De corpos bem coloridos
Exibindo várias cores
Peixes aves tão mansinhos
Que esbanjavam carinho
Verdadeiros esplendores.
38
Viram peixes papagaios
Falando seu Corupaco
Tinham os peixes palhaços
E polvos lá nos buracos
Olharam os peixes amoreias
Nadando junto as baleias
Tartarugas, e peixes gato.
39
Então chegou o momento
O horário da refeição
Comeram muitos cogumelos
Algas tinham de montão 
Tudo muito saboroso
Com um tempero gostoso
Vibraram de satisfação.
40
Todo café da manhã 
Bebiam leite de baleia
Uma papa de escamas
Serviam também na ceia
Umas bolinhas salgadas
Eram sementes de algas
Bolinhos de finas areias.
41
Para os peixes e para elas
Eram as mesmas refeições
As duas nem se importavam
Comiam sem restrições
As comidas eram gostosas
Eram muito saborosas
Terminavam em orações.
42
Logo após o desjejum
Saiam pra passear
Conversavam sobre tudo
Que havia no lugar
Estavam muito a vontade
A caverna era uma cidade
Bem lá no fundo do mar.
43
Viram montanhas e vales
Com jardins muito floridos
Tudo com plantas aquáticas
Com ramos bem coloridos
O Golfinho era o anfitrião
Mostrou um peixe anão
Lá nos corais, escondido.
44
Passou a primeira semana
Com muita paz e união
Então avó perguntou
Por que não vi tubarões
- São do grupo dos soldados
Eles estão bem preparados,
Eles são os guardiões.
45
E levou-as para o local
Onde estavam agrupados
Tubarões Lixas, martelos,
Os Branco mais afamados
Tigre, Baleia, Galha preta
Mais rápido que um cometa
Assim estamos guardados.
46
Na lua quarto crescente
Fizeram um festival
As bailarinas sereias
Foi atração principal
Orquestra? Peixe trombeta
Regente a Arraia preta
Algo muito surreal.
47
E quando chegava a noite
Na hora de irem dormir
A vovó ia na frente
A neta morria de rir
Com a cara do guardião
Um gigante Lagostão
Seguindo um velho Siri.
48
Dormiram sobre um colchão
Feito de algas marinhas
Um verdadeiro deleite
Era a coisa mais fofinha
A coberta era de escamas
Que cobriam as duas camas
Mas lençóis eles não tinham.
49
Faltava apenas dois dias
Para a viagem de volta
Vovó dizia: não vou
Fale que virei uma Orca
Se ninguém acreditar
Pode até lhes afirmar
Que sua vó está morta.
50
Então chamaram uma Soia
Junta com peixe Leão
Os psicólogos do Reino
Pra encontra a solução
E convenceram a vovó
Que na terra é bem melhor
Essa era a grande missão.
51
E no dia do grande retorno
Quando o belo sol raiou
O Golfinho luminoso
Para duas assim falou
Vocês são como família
Vovó e você, Cecilia.
Então a jovem chorou.
52
E quando chegou a noite
Entre véspera do Natal
A noite de Super lua 
Algo incomum, surreal
Todos estavam esperando
Para verem elas chegando
A grande comitiva real.
53
Foi logo as dezoito horas
Bem ali, por traz do monte
Surge a lua bem prateada
Na linha do horizonte
Então chega a Bolaragem
Mostrando sua blindagem
Dentro dela as visitantes.
54
Ao saírem receberam
Cada uma um presente
Joias de perola e ouro
Costadas em um pingente
Pra neta a estrela do mar
Pra vó, casco de um aruá
Nos metais mais reluzentes.
55
O povão gritava; viiiivaaa!
Nossas duas aventureiras
Duas mulheres mui valentes
São verdadeiras guerreiras
Sons de fogos de artificio
O Prefeito fez comício
Foi festa a noite inteira
56
Chegou o fim da história?
Pensou toda a garotada
Vovó levanta da cadeira
Sai do local bem calada
Se olhou um para o outro
Não surgiu nenhum afoito
Para sair da calçada.
57
Num instante volta a vó
Com uma caixa na mão
Logo mostrou os pingentes
Iguais os da descrição
- Aconteceu como eu disse
Herdei da Biza Clarice
Sou da mesma geração.
68
Todos quiseram pegar
Naqueles belos pingentes
feitos em pérolas e ouro
Arte muito diferente.
- Eu como bom menestrel
Encerro mais um cordel
- Obrigado minha gente.