quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Menino x Cachimbo



Domingo, nove horas da amanhã, na praia, dezenas de pessoas procuravam um local para colocar, seu guarda-sol, suas cadeiras e suas esteiras para passarem um dia tranqüilo, junto com amigos ou familiares. Como todos; dona Ana procurava um local com alguma sombra, para ficar com seus três filhos, Breno, Rarael e Hugo, como era de se esperar, não conseguiu, então procurou um local onde o numero de pessoas fosse pouco.
Aportou próximo a uma pessoa que lhe pareceu familiar, de fato era uma amiga, a que não via há meses, e estava se bronzeando ao sol, ao lado uma cadeira vazia, Ana pediu licença, sentou-se, e logo começaram a conversar
Ana não perdia os garotos de vista, o Rarael, garoto esperto, estava sempre observando de longe sua mãe, em dado momento apareceu junto a Ana, e como todo garoto curioso viu próximo as duas amigas, algo que lhe chamou a atenção, e pergunta mãe, o que é isso aí? A senhora olha, e responde é um cachimbo, o garoto repete; cachimbo? Mãe, de quem é esse cachimbo? Não sei filho, mas volte à praia! O garoto de pronto atendeu.
Passados alguns minutos, volta o garoto, olha para o objeto e pergunta: mãe esse cachimbo é de sua amiga? Não Rael (apelido do garoto), não é de minha amiga. E de quem é? Não sei meu filho; volte pra junto de seus irmãos, que eu estou conversando com minha amiga, o garoto meio sem jeito, dar uma olhada para o cachimbo e sai.
Outras vezes o garoto volta, fazendo sempre a mesma pergunta: mãe! De quem é esse cachimbo? O que deixava dona Ana bastante irritada, mas respondia não saber de quem era o objeto, alvo da curiosidade de Rarael, a amiga ria bastante da insistência do garoto, a Ana falava: vai terminar eu perdendo a paciência com esse pentelho. De repente volta o menino, e senta próximo ao cachimbo, e novamente pergunta: ou mãe, de quem é o cachimbo? A mãe, (cheguei ao meu limite) levanta-se da cadeira e responde com irritação: esse cachimbo é da “puta que o pariu”!
Um senhor de cabelos grisalhos, que estava sentado ao lado, retirou do rosto o jornal e retrucou, com ar de galhofa, não senhora, esse cachimbo não é seu, (e olhando para o garoto falou): filho, esse cachimbo não é de sua mãe, ele me pertence.
Levantou-se da cadeira e com um sorriso alegre, apanhou o cachimbo, e retirou-se do local com tranqüilidade.

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