segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

CARTA AO MANO NOVO



Uma carta ao meu MANO setentão – Nilton Melo.

26 de dezembro de 2015.

Meu mano novo e amigo
Nilton Melo.

Parabéns pelos setenta, / Sei que vás chegar noventa,
Sem tropeço e sem frescura. / A “coisa” que era dura;
No máximo só fica bamba, / Pois ela sempre descamba,
Quando chega a boa idade; / Tou falando só verdade,
Pois acontece comigo, / Por isso digo e redigo:
Melo não fogem da luta, / Não somos filho da puta,
Pra correr de prexereca; / Mesmo bem velho e careca;
Lembramos do antigamente, / “Aquilo” fica presente,
Dentro de nossa cachola, / A gente tenta e rebola,
Mas só ficamos suados, / É um exercício arretado,
Pois perdemos caloria, / Nosso vai; ficou no ia;
Mas não vás entristecer, / O que tinha de acontecer.
Por certo aconteceu; / Hoje a prole já cresceu,
Pois tu tens filhos e netos, / Logo, logo, vem bisnetos,
Pra alegrar mais tua vida, / Que é muito bem vivida,
Entre amigos e parentes, / Por isso sigas em frente,
Porque tens muito à fazer, / Nunca vás esmorecer;
Porque a vida é bonita. / Essa carta assim escrita;
Nos lembra tempos atrás, / Quando a gente era rapaz.
E quando um viajava; / Nossa missiva rimava,
Pra amenizar a saudade. / Hoje me sinto à vontade;
Quando te escrevo assim, / Esqueço o que é ruim.
Só lembro de coisa boa, / Por isso não foi atoa,
Que escrevi desse jeito; / Pra quem mora em meu peito,
Que é meu irmão e parceiro, / Só que eu cheguei primeiro,
Com mais dois anos à frente, / Por isso sou coerente;
Quando elogio ou critico, / Faço isso por escrito.
Pra ficar sacramentado; / Sei que vai ficar guardado,
E lá, na posteridade, / Vão sorrir; matar saudade.
Quando lembrar de nós dois, / E eu digo que tu sois.
O irmão que eu gosto mais, / Por isso, “Velho rapaz”.
Leia com muita atenção, / O que vai ao coração,
Merece muito respeito, / Por isso abriram-te o peito,
Pra colocar mais amigos, / Então fiquei escondido.
E isso até hoje faço. / Aceites um fraternal abraço,
Desse poeta e irmão singelo.
Nivaldo de Oliveira Melo.

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