terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
COROLÁRIO DA VIDA
COROLÁRIO DA VIDA
Nivaldo melo
A verdade é real,
Não pode ser contestada.
Quando viemos ao mundo
Seguimos nossa estrada;
Nela encontramos espinhos.
Nem sempre bem nivelada.
Cabe-nos escolher o modo
Dela ser atravessada.
Pulamos rios de lama,
Bebemos aguas não puras,
Conhecemos mil pessoas,
Mesmo sem ser criaturas.
Mas driblamos tudo isso,
Com bom jogo de cintura.
A vida é um livro perfeito,
Sem letras, mas com figuras.
O tempo faz-nos aprender,
Com derrotas e vitórias,
Ensinando-nos transformar
Nossas derrotas em glórias,
Assim amadurecemos
Pois guardamos na memória,
Os momentos mais difíceis.
Transformando-os em história.
Os passantes são momentos
De alegrias ou tristezas,
Momentos não esquecidos
Todos de grandes belezas.
Os tristes, vão pra memoria
Os alegres, pras grandezas.
Os alegres são felizes
Os tristes são fortalezas.
Aprendemos dia-a-dia
Como devemos viver.
Na travessia da estrada,
Muito temos que aprender.
O livro que está sem letras,
Nele é que vamos escrever,
A saga da nossa vida,
Minutá-la com prazer.
Sete décadas e dois anos,
Aprendendo e ensinando;
Procurando todo tempo
Está sempre no comando.
Das ações da minha vida.
Desenvolvendo, educando,
E continuo até hoje
Da mesma forma andando.
O COROLÁRIO da vida,
É dentro de cada ser;
Pensamentos de certeza
São feitos pra engrandecer,
Verdades são diferentes,
Difíceis de entender.
O seu COROLÁRIO é único,
Garanto isso a você.
Não fiquem no anonimato
Durante a trajetória.
Procurem a todo momento
Faze-la sempre com glória,
Da família no presente
Dos amigos na memória.
Nunca lastime da vida.
Saiba escrever sua história.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
NOSSO DIALETO
NOSSO DIALETO
AUTOR DESCONHECIDO
Há diferenciação
Porque cada região
Tem seu jeito de falar
O Nordeste é excelente
Tem um jeito diferente
Que a outro não se iguala
Alguém chato é Abusado
Se quebrou, tá Enguiçado
É assim que a gente fala
Uma ferida é Pereba
Homem alto é Galalau
Ou então é Varapau
Coisa inferior é Peba
Cisco no olho é Argueiro
O sovina é Pirangueiro
Enguiçar é Dar o Prego
Fofoca aqui é Fuxico
Desistir, Pedir Penico
Lugar longe é Caixa Prego
Ladainha é Lengalenga
E um estouro é Pipoco
Botão de rádio é Pitoco
E confusão é Arenga
Fantasma é Alma Penada
Uma conversa fiada
Por aqui é Leriado
Palavrão é Nome Feio
Agonia é Aperreio
E metido é Amostrado
O nosso palavreado
Não se pode ignorar
Pois se é peculiar
É bonito, é Arretado
E é nosso dialeto
Sendo assim, está correto
Dizer que esperma é Gala
É feio pra muita gente
Mas não é incoerente
É assim que a gente fala
Você pode estranhar
Mas ele não tem defeito
Aqui bombom é Confeito
Rir de alguém é Mangar
Mexer em algo é Bulir
Paquerar é Se Enxerir
E correr é Dar Carreira
Qualquer coisa torta é Troncha
Marca de pancada é Roncha
E a caxumba é Papeira
Longe é o Fim do Mundo
E garganta aqui é Goela
Veja que a língua é bela
E nessa língua eu vou fundo
Tentar muito é Pelejar
Apertar é Acochar
Homem rico é Estribado
Se for muito parecido
Diz-se Cagado e Cuspido
E uma fofoca é Babado.
Desconfiado é Cabreiro
Travessura é Presepada
Uma cuspida é Goipada
Frente da casa é Terreiro
Dar volta é Arrodear
Confessar, Desembuchar
Quem trai alguém, Apunhala.
Distraído é Aluado
Quem está mal, Tá Lascado,
É assim que a gente fala
Aqui, valer é Vogar.
E quem não paga é Xexeiro
Quem dá furo é Fuleiro
E parir é Descansar
Um rastro é Pisunhada
A buchuda é Amojada
O pão-duro é Amarrado
Verme no bucho é Lombriga
Com raiva Tá Com a Bixiga
E com medo é Acuado
Tocar de leve é Triscar
O último é Derradeiro
E para trocar dinheiro
Nós falamos Destrocar
Tudo que é bom é Massa
O Policial é Praça
Pessoa esperta é Danada
Vitamina dá Sustança
A barriga aqui é Pança
E porrada é Cipoada
Alguém sortudo é Cagado.,
Capotagem é Canga pé
O mendigo é Esmolé
Quem tem pressa é Avexado
Sandália é Alpercata
A correia, Arriata,
Sem ter filho é Gala Rala
O cascudo é Cocorote
E o folgado é Folote
É assim que a gente fala
Perdeu a cor é Bufento
Se alguém dá liberdade
Pra entrar na intimidade
Dizemos Dar Cabimento
Varrer aqui é Barrer
Se a calcinha aparecer
Mostra a Polpa da Bunda
Mulher feia é Canhão
Neco é pra negação
Nas costas, é na Cacunda.
Palhaçada é Marmota
Tá doido é Tá Variando
Mas a gente conversando
Fala assim e nem nota
Cabra chato é Cabuloso
Insistente é Pegajoso
Remédio aqui é Meisinha
Chateado é Emburrado
E quando tá Invocado
Dizemos Tá Com a Murrinha.
Não concordo, é Pois Sim,
Estou às ordens, Pois Não,
Beco do lado é Oitão
A corrente é Trancelim
Ou Volta, sem o pingente,
Uma surpresa é, Oxente!
Quem abre o olho Arregala
Vou Chegando, é pra sair
Torcer o pé, Desmentir,
É assim que a gente fala.
A cachaça é Meropéia
Tá triste é Acabrunhado
O bobo é Apombalhado
Sem qualidade é Borréia
A árvore é Pé de Pau
Caprichar é Dar o Grau
Mercado é Venda ou Bodega
Quem olha tá Espiando
Ou então, Tá Curiando,
E quem namora Chumbrega.
Coceira na pele é Xanha;
E molho de carne é Graxa
Uma pelada é um Racha
Onde se perde ou se ganha
Defecar se chama Obrar
Ou simplesmente Cagar,
Sem juízo é Abilolado
Ou tem o Miolo Mole
Sanfona também é Fole
E com raiva é Enfezado.
Estilingue é Baleeira
Prostituta se diz Quenga
Cabra medroso é Molenga
O baba-ovo é Chaleira
Opinar é Dar Pitaco
Axila é Suvaco
Se o cabra for mau, é Mala
Atrás da nuca é Cangote
Adolescente é Frangote
É assim que a gente fala.
Lugar longe aqui é Brenha
Conversa besta, Arisia,
Venha, ande, é Avia
Fofoca é também Resenha
O dado aqui é Bozó
Um grande amor é Xodó
Demorar muito é Custar
De pernas tortas é Zambeta
Morre, Bate a Caçoleta ,
Ficar cheirando é Fungar.
A clavícula aqui é Pá
Um mal-estar é Gastura
Um vento bom é Frescura
Ali, se diz, Acolá,
Um sujeito inteligente
Muito feio ou valente
É o Cão Chupando Manga
Um companheiro é Pareia
Depende é Aí Vareia
Tic-nervoso é Munganga.
Colar prova é Filar
Brigar é Sair no Braço
Lombo se diz Espinhaço
Matar aula é Gazear
Quem fala alto ou grita
Pra gente aqui é Gasguita
Quem faz pacote, Embala
Enrugado é Ingilhado
Com dor no corpo, Engembrado
É assim que a gente fala.
O afago é Alisado
Um monte de gente é Ruma
Quer saber como, diz Cuma,
E bicho gordo é Cevado
A calça curta é Coronha
Sujeito leso é pamonha
Manha aqui é Pantim
Coisa velha é Cacareco
O copo aqui é Caneco
E coisa pouca é Tiquim.
Mulher desqualificada
Chamamos de Lambisgóia,
Tudo que sobra é de Bóia,
E muita gente é Cambada
O nariz aqui é Venta
A polenta é Quarenta
Mandar correr é Acunha
Azar se chama Quizila
A bola de gude é Bila,
Sofrer de amor, Roer Unha.
Aprendi desde pivete
Que homem franzino é Xoxo,
O cara medroso é Frouxo
E comprimido é Cachete
Olho sujo tem Remela
Quem não tem dente é Banguela
Quem fala muito e não cala
Aqui se chama Matraca
Cheiro de suor, Inhaca,
É assim que a gente fala
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
AMOR INCONDICIONAL
AMOR INCONDICIONAL
Nivaldo Melo
Toda manhã quando acordo,
E olho pela janela;
Meus olhos ficam perplexos
Ao ver a coisa mais bela,
Do outro lado da rua,
Um vulto se acentua.
Que é a imagem dela.
Esta ali bem faceira
Andando sobre a calçada,
É como a imagem da deusa
Que vem pela madrugada,
E que traz sempre consigo
Um pouco de seu castigo,
Pra minha alma apaixonada.
Nunca estou indiferente
Àquele ser tão bonito;
Para mim é como um bálsamo
Que meu coração em conflito,
Recebe toda manhã,
Que me deixa bem mais fã;
Coisa que não admito.
Seu andar bamboleante
É como um balé do céu;
Como se a bailarina
Tivesse envolta em véu,
Meus olhos tentam ver mais,
O que se esconde por traz,
De todo seu fogaréu.
De repente ela para
E balança seus cabelos.
Pelos lindos, reluzentes,
Cuidados com muito esmero;
Eu aqui apaixonado,
Coração acelerado
Aumenta meu desespero.
O que é que vou fazer
Pra dela me aproximar?
Se for em sua direção
Será vai me esperar?
Pra que eu fale bem baixinho
De todo o meu carinho,
Que quero lhe dedicar.
Já tentei isso uma vez,
Não obtive sucesso.
Quando ela me olhou
Entrou pra casa em regresso;
Eu fiquei acabrunhado;
Sem poder dar meu recado,
Voltei triste, eu confesso.
Já me fez uma surpresa,
Foi na semana passada;
Saiu da frente da casa,
Veio pra minha calçada.
Então eu fiquei parado,
Tonto, quase extasiado,
Alma fria, congelada.
Fiquei sentido o perfume
Dos seus cabelos bonitos,
Aqueles pelos dourados
Deixou-me meio esquisito.
Senti algo diferente.
Acreditem minha gente:
Fui ate o infinito.
Foi uma sensação gostosa
Que quero ter todo dia;
Todo dia o dia todo,
Asas à minha fantasia.
É isso que tanto quero,
Sei que a deusa que venero
Só me trará alegria.
Quem sabe se algum dia,
Tê-la-ei sempre a meu lado;
Sonhando com o futuro,
Relembrando o passado.
Ela sentada em meu colo,
Sem que haja nenhum dolo,
Quero sonhar acordado.
Assim que quero viver,
Com a dona de meu futuro
Nossos dias serão claros,
Nunca haverá escuro.
Sol e lua serão só um,
Nunca será incomum
É assim que eu configuro.
Não sei se isso é amor,
Ou é apenas paixão.
Si é algo de momento
Que passa em meu coração,
Um amigo me falou.
Com ele já se passou
Mas era admiração.
Será que estou misturando
Todos os meus sentimentos?
Estão todos embaralhados
Dentro de meus pensamentos.
Estou me sentindo abobado
Penso está apaixonado,
Ou será deslumbramento?
Será que estou deslumbrado
Por ela ser diferente?
Desigual de todas as outras
Que já esteve à minha frente?
Realmente sua beleza
Extrapola a natureza,
De algo já existente.
Sua cabeça é perfeita,
Com cabelos dourados e finos;
Que quando o vento os balança
Eu ouço o tocar de sinos,
Quase imperceptível
Mas para mim bem audível,
Misturam nossos destinos.
E quando os raios do sol,
Atingem seu cabelo louro;
O seu brilho é bem maior,
Que o brilho que tem o ouro.
Me deixa estupefato,
Garanto, não é boato,
Me sinto como um calouro.
Para mim é uma gata,
Que mais bonita não há;
É a coisa mais perfeita
De todo aquele lugar.
Não existe em outra rua,
Beleza igual a sua,
Isto lhes posso afirmar.
Para muitos ela é símbolo,
É quase uma perfeição;
Ela é unanimidade
Em toda população;
Todos ficam admirados,
Como eu, apaixonados,
Da regra é a exceção.
Nunca vou me conformar
Em não tê-la a meu lado,
Acho que vou ficar louco
Me sinto muito agitado.
Um dia atravesso a rua
E peço que ela me inclua,
No rol de seus namorados.
Só queria que Deus desse,
Pra mim a inspiração;
Em vez de escrever cordel,
Que eu componha canção;
Para cantar bem baixinho:
Pra ti vou dar o carinho,
Que trago em coração.
Eu vou fazer um poema
Pra transformar em canção,
Dizendo tudo que sinto
Dentro do meu coração.
E os anjos irão passando,
Suas trombetas tocando,
O som da minha paixão.
Então fico reticente
Pensando: que vou fazer?
Vou descobrir uma formula,
Pra ela comigo viver.
Vou orar lá na igreja,
Pra essa Gata Siamesa,
Comigo permanecer.
Ofereço a sua dona
Um dinheiro bem legal,
Euro, Dólar, e ate Libra,
Só não ofereço Real,
Dou todo o meu tesouro,
Que é o pingente de ouro,
O meu bem material.
E se tudo ficar certo
Voltarei ao meu lugar
Nunca mais volto à janela
Nada quero observar
Pois agora tenho a mão
A dona de meu coração
A gata particular.
Então ficarei feliz;
Não vou me preocupar,
Porque a minha alegria
Jamais ira acabar,
Mando embora a tristeza.
Casando essa Siamesa,
Comigo, um GATO ANGORÁ.
É MUITO BOM SER POLITICO
É MUITO BOM SER POLITICO!
Nivaldo Melo
Quando o João que era honesto,
Resolveu virar ladrão;
Foi um tremendo alarido;
Pense numa confusão!
A família o apoiou,
E todo mundo gritou:
Vamos ajudar nosso João!
Pensem em um cara arretado,
Era o modesto João;
Sabia fazer amigos,
Pra todos era um irmão.
Respeitava os velhinhos,
Dava-lhes muitos carinhos.
Cara de bom coração.
No local onde morava
Sempre obteve respeito,
Da decisão que tomara
Voltar; não tinha mais jeito.
Seria sim candidato,
Queria ter um mandato.
Era o sonho do sujeito.
João filiou-se a um partido;
Preparou o festival.
Leu livros e apostilhas,
Para nunca se dar mal.
Aprendeu algo de novo:
Como enganar o povo,
E sempre sair na moral
E aprendeu direitinho
Como a coisa funcionava.
Prometia mundos e fundos,
E disso o povo gostava.
E todos que o conheciam,
Onde ele ia o seguiam,
O João; falava, falava.
Meu povo. Vocês me conhecem,
Sabem que honesto eu sou
Quando eu chegar lá em cima
Serei o seu protetor
Trabalharei todos os dias
Só lhes trarei alegrias
Porque sou trabalhador.
João procurou um ricaço,
Pra ser o patrocinador,
De toda sua campanha;
E logo, logo encontrou.
Indicação do partido;
Um cara bem sucedido,
Foi assim que começou.
O partido deu-lhe um livro,
Pra ser lido e decorado.
Lá estrava bem escrito,
Pra ser bem observado.
Tudo que você ganhar,
Tem que conosco rachar;
É esse nosso legado.
O que o partido disser;
Fazer de olhos fechados,
Se você fugir das normas;
O mandato é cassado.
Vai voltar a ser honesto,
Não adianta protesto.
Tá testado e aprovado.
Você vai ter que fazer
Projeto em cima de projeto;
E gritar lá na tribuna
Que é politico correto.
E quando o povo cobrar,
Você vai ter que mostrar;
Quem manda é que pôs o veto.
Ponha em casa um escritório
Pra receber eleitor;
Que vem somente pedir
E lhe chamar de doutor.
Você tem que está sorrindo,
E o povo lhe aplaudindo;
Vás te tornar professor!
Também vai ter que existir
Uma sala, um “COMITÊ”;
Um local bem colorido
Que vai lhe favorecer,
Ponha umas moças bonitas,
Cheias de laços de fitas,
Para eleitor receber.
João; tudo aprendeu direito,
E começou a campanha.
“Comigo o povo não perde”
“Aqui o povo é quem ganha”
Preciso de sua ajuda,
Quero que Deus me acuda,
Que lá, eu vou por vergonha.
Quando recebeu a grana
De seu financiador,
Disse: como dinheiro é fácil!
Foi aí que se enganou.
O partido apareceu,
E metade do que recebeu;
Logo o partido papou.
João continuou a campanha
Apoiado por parentes;
Que esperavam um dia,
Ser dele seus assistentes.
Trabalhariam no começo,
E se não houvesse tropeço,
Mamariam eternamente.
E depois de muita luta,
Eles elegeram o João.
Assim entrou na política,
Que chamou de profissão;
Esqueceu que era honesto,
Também que era modesto,
E se afastou o povão.
Com um ano ele já tinha:
Uma Kombi, um trator,
Um carrão para passeio,
Esse carro ele blindou.
Um Honda para a mulher;
Esse veio com chofer.
A família ele alegrou.
Para o primo deu uma moto,
Um emprego bom pra o irmão.
E falou: logo em breve
Comprarei um avião.
Disse: Quem vive de salário;
Ou é doido ou é otário;
Mas comigo: não dá não.
A Kombi pintou de branco,
Pôs uma cruz encarnada;
Pra carregar os doentes
De dia ou de madrugada.
Escreveu por todo lado:
Presente do Deputado;
Pode dispor “macacada”
O trator era pra serviço,
De limpeza de terreno.
Sempre em terreno grande,
Nunca em terreno pequeno.
Pra colocar invasor,
Pra isso serve o trator.
É só pedir. Eu ordeno.
Quando se fala: salário?
- É pequeno pra cacete!
O que salva realmente,
São verbas de gabinete,
Tem verba pra todo lado,
Até fico atrapalhado;
Jogo em baixo do tapete.
Tem verba pra paletó,
Verba para moradia,
Verba para viajar,
Verba pra diplomacia,
Tem verba para votar,
Tem verba pra rejeitar,
Essa eu ganho todo dia.
Se o projeto vem do lado
Do povo da oposição;
Aí a verba é dobrada,
Pois tem que ter discussão.
E se a gente faz emenda,
Então aumenta a contenda,
A grana vem de montão.
Com dois anos João comprou
Até um apartamento,
Com varanda para a praia
Que fica a favor do vento.
Comprou ate uma lancha,
Hoje já tem ate prancha,
Pra surfar em qualquer tempo.
Como mudou o João;
Hoje esta na mordomia.
Trabalhar mesmo é ruim!
Na semana só um dia.
Ele acha isso demais,
Pois assessor é quem faz;
O papel que ele faria.
Os projetos do João
São todos engavetados,
O partido tem pra o João,
Um lugar bem reservado.
Na próxima será reeleito;
Pois mesmo tendo defeito,
É um cara abnegado.
João perdeu a identidade,
E tudo que aprendeu.
Os ensinamentos dos pais;
Tudo, tudo feneceu,
Honestidade, conceito,
O caráter e o respeito.
Não se lembra; esqueceu.
Hoje pra falar com o João,
Tem que marcar a consulta.
Um bando de baba ovo,
É quem provoca a disputa.
O João coitado escondido,
Agora é conhecido;
Como “JOÃO FILHO DA PUTA”.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
PALAVRAS SÃO
Palavras de carinho,
são sonhos,
são sonos tranquilos
são balsamos para a alma,
são canções sussurradas ao
pé do ouvido.
Palavras ásperas,
são laminas afiadas
cortando sonhos,
são pesadelos,
são músicas desafinadas.
Em ambas as formas são ensinamentos,
são luzes que acendem
dentro e fora da alma.
Uma fere a outra acalma.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
TEU CHEIRO
CARTA AO MANO NOVO
Uma carta ao meu MANO setentão – Nilton Melo.
26 de dezembro de 2015.
Meu mano novo e amigo
Nilton Melo.
Parabéns pelos setenta, / Sei que vás chegar noventa,
Sem tropeço e sem frescura. / A “coisa” que era dura;
No máximo só fica bamba, / Pois ela sempre descamba,
Quando chega a boa idade; / Tou falando só verdade,
Pois acontece comigo, / Por isso digo e redigo:
Melo não fogem da luta, / Não somos filho da puta,
Pra correr de prexereca; / Mesmo bem velho e careca;
Lembramos do antigamente, / “Aquilo” fica presente,
Dentro de nossa cachola, / A gente tenta e rebola,
Mas só ficamos suados, / É um exercício arretado,
Pois perdemos caloria, / Nosso vai; ficou no ia;
Mas não vás entristecer, / O que tinha de acontecer.
Por certo aconteceu; / Hoje a prole já cresceu,
Pois tu tens filhos e netos, / Logo, logo, vem bisnetos,
Pra alegrar mais tua vida, / Que é muito bem vivida,
Entre amigos e parentes, / Por isso sigas em frente,
Porque tens muito à fazer, / Nunca vás esmorecer;
Porque a vida é bonita. / Essa carta assim escrita;
Nos lembra tempos atrás, / Quando a gente era rapaz.
E quando um viajava; / Nossa missiva rimava,
Pra amenizar a saudade. / Hoje me sinto à vontade;
Quando te escrevo assim, / Esqueço o que é ruim.
Só lembro de coisa boa, / Por isso não foi atoa,
Que escrevi desse jeito; / Pra quem mora em meu peito,
Que é meu irmão e parceiro, / Só que eu cheguei primeiro,
Com mais dois anos à frente, / Por isso sou coerente;
Quando elogio ou critico, / Faço isso por escrito.
Pra ficar sacramentado; / Sei que vai ficar guardado,
E lá, na posteridade, / Vão sorrir; matar saudade.
Quando lembrar de nós dois, / E eu digo que tu sois.
O irmão que eu gosto mais, / Por isso, “Velho rapaz”.
Leia com muita atenção, / O que vai ao coração,
Merece muito respeito, / Por isso abriram-te o peito,
Pra colocar mais amigos, / Então fiquei escondido.
E isso até hoje faço. / Aceites um fraternal abraço,
Desse poeta e irmão singelo.
Nivaldo de Oliveira Melo.
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