terça-feira, 1 de maio de 2012
O FOLGADINHO
- Bom dia senhora!
- Bom dia senhor.
- Senhora ou senhorita?
Essa era a forma com que o Ednilson, fazia sua abordagem. Logo que via uma mulher que de alguma maneira tinha chamado sua atenção, isso independente de idade, raça, cor, credo religioso, ou ate partido político. Para ele tudo isso não tinha a menor importância, isso porque para o Ednilson, o importante era a aproximação, o restante viria depois do primeiro contato.
Dessa forma ele se achava o melhor na paquera, e fazia questão de contar para os amigos, quais os resultados finais de suas abordagens, como ele falava: se a aterrissagem for perfeita, o restante é só uma questão administrativa.
Saía todas as manhãs para uma caminhada rápida pela praça do bairro, (era conselho médico), isso porque o Ednilson já havia sobrevivido a dois infartos, e outras complicações coronarianas, era slogan dele: enquanto o coração velho aguentar eu estou pra paquerar, e ria de sua maneira folgada de ver a vida.
Eu sou um bom vi van, (e ria da cara que seus amigos faziam), mas todos sabiam que de fato o Ednilson era um “enxeridinho” inveterado, só a esposa dele, (a Dona Acássia), ciumenta aos extremos; não sabia dessa qualidade de seu esposo, (porque se soubesse...), ninguém saberia avaliar sua reação.
Os amigos mais próximos e familiares aconselhavam: cara; um dia você vai se dar mal, aí, nunca mais você se aproxima das mulheres com segundas intenções.
Nada amigos; nessa matéria sou catedrático, e alguma delas achar que estou sendo inconveniente, peço desculpas, digo que fui mal interpretado e saio de fininho; assim sempre deu certo.
E foi assim que em um desses dias de caminhada matinal que o velho e safenado Ednilson, notou que também caminhava uma bela senhora, ele nunca tinha visto aquele “monumento” por aquelas paragens, e de imediato procedeu a investida.
Bom dia Senhora!
Bom dia Senhor,
Senhora ou senhorita?
Senhora, Rosa, por favor!
Ednilson, e me considere seu criado.
Faz caminhada todos os dias dona Rosa?
Não, hoje é um primeiro.
Então; ele iniciou aquele papo, (o cerca Lourenço), com perguntas, e elogios, não a ela, mas as condições climáticas daquela manhã.
De repente ele para.
Ela também o faz.
Então ele iniciou a investida final, para o abate (como ele costumava falar).
Senhora Rosa; hoje estou fazendo essa caminhada com meu coração em frangalhos.
Sim senhor Ednilson; e por quê?
É que ontem morreu minha cadelinha de estimação, (e olhou para ela com aquele olhar de pesar).
Senhor! Não se preocupe, eu tenho uma amiga que tem duas cadelinhas novinhas e com certeza, a meu pedido ela dará uma, para o senhor!
Não dona Rosa, a senhora não esta entendendo; é que agora minha necessidade não é de uma cachorrinha quadrúpede, e sim de uma bípede.
O que ocorreu ele não lembra, só lembra que algumas pessoas estavam de pé a sua frente, todos com ares de preocupação, por ele ter (aparentemente) sofrido um desmaio, e na queda machucou o olho direito.
E que dona Acássia (desconfiada) teve que colocar um pedaço de bife, pra amenizar o inchaço daquele olho que agora estava completamente roxo.
Dessa maneira o Ednilson jura para os amigos que não vai deixar de caminhar, apenas vai mudar de lugar, e que com certeza ira mudar sua tática de abordagem.
E que nunca mais quer encontrar dona Rosa a sua frente.
Ela tem a mão muito pesada.
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