quarta-feira, 31 de julho de 2013
E NOS ?
E nós, como ficamos?
Ficamos novamente a espera que algo aconteça?
E nossa luta, sem um objetivo definido, não nos vai beneficiar em nada ou a lugar algum, aí novamente ficaremos a ver navios? Navios que estão camuflados por traz das névoas de uma política povoada por pessoas que costumam legislar em beneficio próprio e sempre a margem da lei.
De que nos serviu dias e dias caminhando em prol de um ideal que até esse momento não sabemos qual era? Sim podemos dizer que “Era”. Porque ao que me parece já não os temos.
Terá sido mesmo por vinte centavos? Para alguns sim. Para outros era pelo fim da corrupção, por uma melhor educação, por melhor segurança, por moradia digna para a população, por seriedade na coisa publica, pelo fim do nepotismo, da impunidade, da morosidade do judiciário, pela moralização do executivo que continua olhando para o lado oposto onde estão seus pares, afim de que não vejam os desmandos e roubos, e continue falando que o (ouvi falar) ou (dizem que), nada significam, quando se apresentem provas, criam imediatamente uma comissão que ouve, ouve, e depois de muito, arquivam ou simplesmente absolvam os corruptos, larápios que usurpam não somente os cofres públicos mas as idéias e os ideais de um povo pouco esclarecido.
E nós ficamos felizes, esquecidos do que queríamos ou pensávamos querer, quando o nosso glorioso pais, representado por um time de futebol, sagra-se campeão em uma competição dirigida por uma entidade prepotente, cheia de cartolas velhos e retrógrados.
Novamente fomos absorvidos por um grito de gol, um grito tão forte que calou a voz e os ideais de uma nação.
Como poderíamos alcançar sucesso se não tínhamos a quem seguir? - E sem esse ponto referencial, seguimos cada um para um lado, que nem sempre era o correto, e ficávamos olhando os vândalos patrocinados pelos políticos; destruírem não somente o patrimônio público, mas também o privado, víamos uma policia que seguindo as mesmas ordens riam acobertando os vândalos,em sua onda de destruição, quando prendiam alguém, eram manifestantes pacíficos que nada tinham a ver com os baderneiros.
Será essa a mesma democracia que aprendemos nos livros? Até agora fico me perguntando; e na duvida, faço de contas que nada disso esta acontecendo.
Hoje fico apenas vendo e ouvindo pelos noticiários, o que não esta acontecendo e, dentro dos meus princípios críticos, vejo um povo manipulado pelos políticos, encherem um estádio de futebol e emitem gritos de “Amor a Pátria” com todas a forças de seus pulmões cantando:
Eeeeeeu; Sou Bra-si-leiiiiiiiro, Com Muuuuito Orgulhooou, Com Muito Amooooor !!!!!!!!
Continuem cantando!
Mas vamos pensar em tomarmos uma atitude mais séria, procurando novos lideres que não sejam contaminados pelos que hoje infectam os três poderes de nossa Republica.
A BATALHA DE FREI DAMIÃO
1
Na cidade de Mirandiba
Um Oasis no sertão
Aconteceu essa historia
E prestem bem atenção
Foi uma luta danada
Que aconteceu na estrada
Com o diabo e frei Damião
2
Isso é fato verdadeiro
Todos sabem disso lá
Perguntem a qualquer um
Ele começa a narrar
Como tudo aconteceu
Foi uma luta que fedeu
Fez ate cobra piá.
3
O diabo estava ali
Mas o bicho ninguém via
Assustava todo mundo
Sendo de noite ou de dia
Jogando pedra no povo
Do tamanho de um ovo
Quando acertava doía.
4
Isso durou muito tempo
E não tinha solução
Foi quando o Capitão Eliseu
Fundador da região
Resolveu solucionar
E logo mandou chamar
Um frade; Frei Damião.
5
Até o frade chegar
Foi uma semana e um dia
A população local
De casa já não saía
O Capitão Eliseu
Junto com o povo seu
Rezavam a Ave Maria.
6
E quando o frade chegou
Procurou logo a Igreja
E disse ao padre local
Vamos entrar na peleja
Vá chamar o Capitão
Bote o povo em oração
Que hoje o diabo gagueja.
7
Botou a batina nova
Um crucifixo na mão
E gritou para o demônio
Apareça meu irmão
Se você tiver coragem
Quero ver sua imagem
Mesmo com pedra na mão.
8
O bicho preto apareceu
Tinha apenas uma asa
Jogou logo uma pedra
Que quando caiu virou brasa
Frei Damião apanhou
E a pedra se transformou.
Assim você se arrasa!
9
O demônio deu um grito
E deu um pulo para o lado
Foi ai que o frei mostrou
O Crucifixo ao danado
Então o diabo falou
Essa você já ganhou
Mas volto mais carregado.
10
O povo saiu pra rua
Dando gritos de alegria
Frei Damião falou:
Esse é o primeiro dia
Outro dia ele volta
Pode fechar sua porta
Que a briga se inicia.
11
O Capitão Eliseu
Pegou o seu Bacamarte
Deu dois tiros para cima
E disse: de minha parte
Eu já estou preparado
Estou muito bem armado
Vou mandar o Cão pra marte.
12
Frei Damião falou:
Fique calmo Capitão
Ainda não é o momento
De nós entrarmos em ação
Vamos esperar pelo bicho
Só falemos em cochicho
Esperar na contra mão.
13
E quatro dias depois
Voltou o apedrejamento
O primeiro a ser atingido
Foi um velho num jumento
Levou foi uma pedrada
Que caiu numa calçada
Fez ali um juramento.
14
Oh meu São João querido
Eu quero aqui lhe falar
Que daqui de Mirandiba
Eu nunca vou me mudar
E se o senhor me proteger
Eu vou lhe agradecer
Ate a morte chegar.
15
Frei Damião aparece
Tendo ao lado o vigário.
Dizendo o cão danado
Pensa que eu sou otário
Vou mostrar pra esse bicho
Que vou levá-lo pro nicho
E tira-lo do cenário.
16
Chegou no meio da praça
Gritou logo para o cão
Vou ver se você aparece
Com sua pedra na mão
Pois eu quero lhe mostrar
Quem é que aqui vai mandar
Garanto; é Frei Damião.
17
Com essa sua corcunda?
Você não manda em nada!
E quem vai mandar sou eu
Ate alta madrugada
Vou virar toda cidade
Porque essa irmandade
Esta na minha jogada.
18
O frade olhou para um lado
Viu o capitão Eliseu
Mostrando o seu trabuco
Em todo seu apogeu
Mostrava a bala de prata
Pra acabar com a bravata
Daquele que era ateu.
19
Do outro lado o vigário
Nem chorava nem sorria
Estava bem abraçado
Com a imagem de Maria
A mãe do Nosso Senhor
Que é nosso protetor
E é Ele quem nos guia.
20
Frei Damião disse logo:
Nosso time está completo
Vamos partir para a luta
Pra eliminar o inseto
Ele vai feder a breu
Garanto-te Eliseu
Dessa forma eu desinfeto.
21
O diabo dava risadas
Que parecia trovão
Pensando em amedrontar
O frade frei Damião.
Da boca saia fogo
Era um jeito demagogo
Só pra chamar atenção.
22
Se eu levantava a mão
Dela vai sair um raio
Se eu levantar a outra
Garanto que subtraio
A alma de um morador
Que sentira tanta dor
E vai virar meu lacaio.
23
Se eu der apenas um vôo
Bem por cima da cidade
Vou trazer toda população
Para minha irmandade
E vou poder comandar
O povo desse lugar
Pra fazer atrocidade.
24
Cale a boca seu safado
Falou o frei Damião
Porque quem mora aqui
Tem muita fé, é cristão
Acreditam no Divino
Dono de nosso destino
Que é nossa salvação.
25
Ai o frade exibiu
A Cruz de Nosso Senhor
Toda bordada em ouro,
Foi aquele esplendor!
Era luz pra todo lado
Deixando o cão arrasado
Gemendo com muita dor.
26
Agora peça perdão
Do mal que você nos fez
E fique bem convencido
O mal aqui não tem vez
Quero que você se vá
E saia desse lugar
Leve sua estupidez.
27
Ouviu-se um estampido
Uma fumaça subiu
E uma chuva de rosas
Nesse momento caiu
Cobrindo toda cidade
É essa toda verdade
Pra quem leu ou só ouviu.
28
O Capitão Eliseu
Abraçou frei Damião
Chamou todos da cidade
E foi aquele festão
Acenderam a fogueira
Foi quadrilha a noite inteira
Era noite de São João.
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