segunda-feira, 1 de agosto de 2011
A DANÇA DOS LOBOS
Em quase toda cidade
Tem baile da terceira idade
Fazem isso por bondade
Pra alegrar só coroa
Que ficam felizes atoa
Com a força que o baile traz
Os portões estão abertos
Mas é proibido por certo
Pra moça, menino e rapaz.
Um dia fui convidado
Para um baile engraçado
Fiquei meio arrepiado
Com que vi naquele dia
Eu vi a veia Maria
Desprovida de pudor
Com seus quase oitenta anos
Tava embrulhada num pano
Com tudo à mostra doutor!
Imagine a enrugada
Que era a mais engraçada
Fazia questão a danada
De mostrar o que não tinha
Vestida com uma sainha
Que era mini ate demais
Dançava muito a safada
E ficava pendurada
No pescoço de um rapaz.
O par dela era bem alto
Parecia estar exausto
Ela em cima do salto
Parecia querer mais
Imaginei: o rapaz
Logo, logo vai correr
Se não tirar o ... da reta;
Antes do fim dessa festa
Esse cara vai morrer.
Logo, bem a minha frente
Olhei; um cara decente
Tava todo sorridente
Com sua veia de lado
Mas o cabra era safado
Dançava todo em deleite
A dama toda safada
Na perna esquerda escanchada
Bem em cima do mutrete.
Dançava com desenvoltura
Em cima da coisa dura
Lambia os lábios em doçura
Que parecia gozar
O ruim é que deu azar
È que quando iam parar
Todos olhavam pra os dois
Só meia hora depois
É que puderam sentar.
No salão tinha um baixinho
Era um caboclo escurinho
Vestido todo no linho
Dançava com a grandona
Toda metida a gatona
Tinha os peitos avantajados
Prendeu a cabeça do par
Entre aquele dois manjar
Deixando ele sufocado.
Mais de meia hora depois
Não paravam aqueles dois
Na dança feijão com arroz
Tavam bem ate demais
Não era mais um rapaz
Sempre naquele abafado
Querendo sai da forca
Respirava pela boca
Dizia tou acabado.
E aquele cara galego
Só ia em musica de grego
Porque tava de chamego
Com a velhinha de preto
Magra como um esqueleto
Que gritava no salão
Valei-me meu santo Antonio
Eu quero é um matrimônio
Mesmo que seja agreção.
então todo mundo ria
quando a magrinha gemia
esse veio me arrepia
em cima toda acabada
em baixo toda molhada
será que estou enganada?
coitada nem pressentiu
quando aquela água saiu
estava toda mijada.
mas o caso é que o galego
tava cheio de segredo.
Pra mim isso é desemprego!
Olhava desesperado
pra todos que estavam ao lado.
Assim não agüento não
é que o lourinho coitado
é quem estava mijado
não agüentou a pressão
E o cara da bolinha.
só dançava com baixinha
daquelas bem miudinha
que tinham ido de short.
Pensem num cara de sorte!
as damas de perna roxa
pelas batidas da bola
batia que quase esfola
das dançarinas a coxa.
Eu perguntei ao camarada:
vamos dar uma conversada?
Ele me disse: que nada!
O que você quer de mim?
Porque é que danças assim,
com o bolso cheio de bola?
Elas dizem: que tesão!
Tu és o mais garanhão
aqui dessa nossa escola.
Quando a orquestra toca
o ritmo bem carioca?
O salão vira pipoca,
com muitos pares a dançar.
Imaginem esse lugar
que não cabe nem quarenta
é um rara-rala danado
os pares todos colados
dizendo ninguém agüenta.
Mas a coisa fica bacana,
quando vem musica baiana.
Com essa ninguém se engana.
Os pares são separados,
dançando de lado a lado,
numa fulia danada;
aquelas mais popouzudas,
vão arriando a bermudas.
Pra receber umbigada.
E quando tocam bolero?
Acabou o lero-lero;
com essa nem eu espero,
pra ir pra o salão dançar.
Agarro logo meu par,
vamos dançar no salão;
são dois pra lá dois pra cá,
não dá nem pra se enganar,
no ritmo e na marcação.
Dançávamos beija-me muito
foi quando ela deu circuito,
Eu não estava com intuito
de beijar a minha dama.
Disse leve-me à cama!
Aí eu fiquei travado.
Ela disse: tas com medo
ou estou falando grego?
Eu lhe disse: tou broxado!
É que pra encarar a veia
que era cheia de peia,
eu ia ter diarréia;
da que não da pra agüentar.
Eu disse: só vim dançar.
Ela disse bem na hora:
faz anos que eu não tranzo,
eu não vou morrer de banzo.
e por isso eu caio fora.
Aí fiquei sem ação
só; no meio do salão,
minha fama de garanhão
foi toda de água abaixo.
E eu com cara de taxo,
vermelho feito uma brasa;
nunca mais eu volto aqui
tenho mesmo é que fugir
pra dançar? Danço em casa.
Mas lhes garanto leitor,
no baile não tem horror,
somente paz e amor
ninguém lá fica acanhado
mesmo estando aposentado
na forma mais radical
podes ir, mas bem tranqüilo
porque se gostas daquilo
terás sucesso total.
Junte um grupo, vão de carro,
lá não tem nada bizarro,
no mínimo tu tiras um sarro.
não se importe meu amigo,
que serás bem recebido,
em um ambiente pacato,
voltaras de lá diferente.
Depois de um dia contente,
com teu astral lá pro alto.
Pensei que ia uma vez,
mas tive lá mais de seis.
Arranjei a bela Inez
que é uma veia bacana
sem dentes, mas não reclama.
Eu fico me divertindo,
só falo sério com ela
pra não cair na esparrela
de ver a veia sorrindo.
AS TRES FASES DA VIDA
Quase ao meio do século passado,
quase no final do ano quarenta e três,
nasci, EU forte; vigoroso e belo,
para alegria de todos vocês.
Era o inicio de minha primeira idade,
que não sei quem inventou e ou fez,
e que durante toda sua vida,
o homem teria o direito a ter três.
Quando começa a primeira idade?
Quando começamos a aprender,
que quase tudo para nós é belo,
e que a vida é fácil de viver,
Nessa fase aos poucos conhecemos
as coisas boas e más, e conhecer,
a diferença entre o bem e o mal,
é a fase mais bela; é o saber.
E nessa fase aprendemos tudo,
com a orientação de nossos pais,
e também nossos mestres amigos,
que nos passam regras e morais.
E aos poucos vamos destrinchando,
tudo, tudo e algo muito mais,
que é, criarmos boas amizades,
essas; não esquecemos, jamais.
A primeira idade; dividiram em duas fases,
uma infância, a outra adolescente,
nelas vamos aos pouco destingindo,
aquilo que é igual ou diferente.
Procuramos caminhos mais tranqüilos,
nela tentamos viver intensamente,
porque essa fase passa rápido,
tão rápido que quase não se sente.
Nessa fase somos mais rebeldes.
Proprietários da verdade? Sim!
Caminhando sempre em frente vamos,
sem a preocupação de ver chegar o fim.
Sabedores de tudo que fazemos,
responsabilidade para nós? É ruim!
Cabemos sempre em qualquer lugar,
tudo belo; é ser feliz assim.
Aí sem sabermos chega à segunda idade,
aquela que será nossa afirmação,
de tudo aquilo que aprendemos antes,
sem completarmos ao menos uma missão.
Então seremos donos de nós mesmos,
de quase tudo que temos em nossas mãos,
estaremos caminhando quase sempre sós;
aí precisamos ter mais um. Uma união.
Partimos por caminhos bem traçados
por nós mesmos, como deve ser.
Vamos por em pratica tudo que aprendemos,
com a certeza que vamos vencer.
Na labuta vemos o futuro incerto,
vamos transformando as coisas com saber,
formamos família e criamos filhos,
passando ensinamentos ao novo ser.
Nesta fase que chamamos culta,
transformamos o dia em horas; muito mais,
para que quando chegarmos à velhice,
tenhamos um lugar pra descansar em paz.
Essa fase o tempo passa rápido.
São 40 anos, com tempos bem reais;
por isso têm que ser bem aproveitados
se não corremos; ficaremos atrás.
Construímos uma base muito forte,
com colunas firmes elevadas ao céu,
para segurar uma construção firme,
que significam para nós troféu.
E assim vemos chegar à terceira idade,
como cabelos brancos e testa ondulante,
com duvidas cercando todos os nossos dias.
Será que o que fiz foi tão brilhante?
Mas estamos na fase da sabedoria,
temos que a viver a cada instante,
horas se transformam em minutos;
entramos em uma idade vacilante
Nadamos agora contra a correnteza,
de um rio cada vez mais caudaloso,
que são dias e dias de esperança.
Essa é luta diária do idoso.
É nessa fase que vivo agora,
muito mais fortes do que eu fui antes,
forte em saber, e em observar a vida,
tentando transformar pedras em diamantes.
O difícil é pensar em missão cumprida,
isso só faz com que me agigante,
em vislumbrar um horizonte perto;
onde pra outros esteja bem distante.
Conselhos? Não vou dar de forma alguma,
o que posso passar é orientação;
é essa a forma que encontrei na vida,
de guiar àqueles que estão sem direção.
Aprendi durante anos e anos de vivencia,
que nem tudo que vale esta em nossa mão,
o que vale nessa vida mesmo;
é; saber viver bem perto ou dentro da razão,
A vida é feita pra construirmos amigos,
sem credo, cor ou de sexo opção,
só assim terás vida bem vivida
Acreditando em ti e Deus no Coração.
AQUI PRA NÓS
Estes versos complementam
um causo que lhes contei
de um casal Prudentino,
que a muito mais de um mês,
viram disco voador
pilotado por Etes.
Eu acreditando em tudo
repassei para vocês.
É que o causo amigos,
tinha uma outra versão
que o amigo de Burarama
chamou a minha atenção.
Cuidado com o que escreve!
Não se perca meu irmão
antes de editar um causo,
tenha a verdade na mão.
- Caro amigo Jesus,
sei que és de Burarama,
que é um lugar que existe
apenas pra quem tem fama,
lá és poeta escolado
desses que ninguém engana
por isso tua revelação.
Aceitei sem fazer drama.
Depois da revelação,
fiquei aqui meditando.
Terá havido delírio?
Ou foi coisa só de mando?
Para entrarem na mídia
mas, ninguém estou culpando,
Isso é coisa de empresário
ao casal orientando.
Imagines um fumassê
de apenas uns minutos,
fazer tão grande estrago
nas cabeças dos matutos.
Eles bolaram bem antes
porque são muito astutos,
e quase nos convenceram
que eram fatos absolutos.
Aprecio muito as pessoas
que têm cabeça lega;
isso me anima muito
a mi tornar quase igual.
Ser um velhote escritor
com causo só jovial;
narrando coisas estranhas
vividas pelo casa.l
Da forma que me foi passado,
acreditei ser verdade.
Não sabia dos detalhes
que vem na outra metade
dessa estória quase real
contada com vaidade
pelo casal nosso amigo
que mora nessa cidade.
Quando você descobriu
que a fumaça vinha da mata
e entrava na garagem
criando efeito cascata;
deixando o casal doidão
desses que o olho dilata.
Tendo alucinações
de discos em passeata.
Eu já tinha ate narrado
pra toda nossa família,
ficaram de boca aberta
pensando na armadilha
que o casal quase caiu
dos discos na esquadrilha
quando contei a verdade
me botaram na forquilha.
Imagine esse poeta,
todo roxo das pancadas
passei dois dias correndo
com medo só das porradas;
parei no terceiro dia
em baixo de uma escada
pensei que era noite
mas era de madrugada.
Agora estou mais tranqüilo
porque eu vou ter um par,
outro poeta de coragem
não tem medo de falar;
se o causo não for verdade
ele vai me alertar.
Eu não publico a historia
que é pra não me estrepar.
Agora quanto ao casal
Que viu disco voador
Menos amigos, menos!
Que é pra não causar furor.
Primeiro consultem as bases
Ver se a turma aprovou
Então passem a historia
Direto pra o editor.
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