Assim
é o Brivaldo, calmo, tranquilo, desligado dos comentários que possam fazer a
seu respeito, porem determinado naquilo em que está focado; respeitador; e
espera respeito não somente pela sua pessoa, mas também pelos seus atos, visto
que, como fala o Brivaldo: “tudo aquilo que faço ou pratico é de
responsabilidade única minha” é bom trato e tem bastante amigos.
Conhecido
entre eles como “segunda mão”.
É
que o nosso focado, tem a mania (que acreditamos ser o único) de só possuir
coisas que já tenham sido usadas por outra, ou outras pessoas, não que ele
nunca adquira algo em lojas de departamento, livraria ou confecções, (o faz com
muita frequência), isso porque além de ser bastante vaidoso ele gosta de andar
sempre (porque pode) dentro da moda.
Imagine
que alguém recomende para ele um livro, (como não gosta de pedir nada
emprestado), o Brivaldo compra de outra ou da pessoa que indicou o referido livro, e aí esta lendo um
livro de segunda mão.
Roupas
é o mesmo procedimento, apenas com a diferença de que ele adquire a roupa mas
antes de usa-la, pede a uma pessoa que primeiro vista-a pelo menos por um ou
dois dias, para em seguida devolver e só ai ele passaria a vestir aquela
indumentária.
Moveis
por exemplo, só comprava em brechós, reformava-os para em seguida utiliza-los,
o que não é diferente com carros, ou outro tipo de transporte por ele
utilizado.
Quando
foi comprar seu apartamento, fez questão de informar para o corretor que queria
um apartamento novo, mas que já tivesse siso adquirido por outra pessoa, tipo
repasse ou desistência, mas que já tenha sido ocupado anteriormente.
Essa
mania é deu para o Brivaldo o apelido de “segunda mão”.
Um
dia, em um dos encontro do famoso clube SAF (Sombra e Água fresca, clube
fechado para um grupo de amigos em finais de semana) que o Brivaldo anunciou
para os amigos que estava de casamento marcado para breve, o que deixou entre
eles um que de preocupação e porque não dizer de euforia e expectativa.
Qual
seria o amigo que teria a incumbência de “trabalhar” a noiva para o Brivaldo?
(e foi esse o motivo dos risos de todos naquela noite), mas “segunda mão” permaneceu inflexível e tomou
parte das brincadeira sem se ater ao fato em si, e brincava com os amigos de
modo bastante tranquilo.
Finalmente
chegou a grande data, a cerimônia transcorreu na maior expectativa, nenhum dos
amigos conheciam a noiva, e ficaram estupefatos quando a viram entrando na
igreja, Jovem, morena, cabelos negros brilhantes, trazendo sobre a cabeça
apenas uma belíssima orquídea branca com tons de lilás, um vestido curto que
dava destaque as pernas bem torneadas da bela jovem, seu sorriso era uma
constante demonstração de alegria e felicidade, que contagiava a todos que
estavam lotando a matriz central da cidade.
Após
a cerimônia, todos se dirigiram ao salão de recepções que ficava anexo a
igreja. Bebidas para todos, bastante canapés, salgadinhos, refrigerantes,
cerveja e whisky para todos, mas estava faltando algo ou alguém que solicitasse
do Brivaldo explicação, no que se referia a noiva, agora “Senhora Brivaldo”,
foi quando o noivo parecendo que estava sendo cobrado por algo, naquele momento, o Brivaldo falou de forma
bastante emocionada para todos aqueles que de fato estavam esperando as
palavras do “segunda mão” o noivo.
Meus
amigos como todos que me conhecem sabem muito bem que; tudo que eu tenho já
pertenceu a alguém, e quando não pertenceram eu faço com que pertençam, pelo
menos por uma ou duas vezes a alguém, quero que todos conheçam minha esposa que
eu amo de paixão, e aqui quero deixar bem claro para todos que essa será a
única vez que nenhum de meus amigos terão o direito de uso de algo (nesse caso
, alguém) que é meu.
Essa
é a Vitória, jovem de 24 anos, morena belíssima e de uma meiguice fora do
comum, que de hoje em diante deixara de ser a “BELA VIUVA MORENA” e passara a assinar como: Senhora Vitoria esposa do Brivaldo..
E
“para aqueles que esperavam de mim outra atitude”, continuo coerente com meus
princípios. Casei com uma “segunda mão” com muito orgulho.
E
o que era expectativa se transformou em desilusão, mas nada que tirasse o
brilho da festa de casamento do Brivaldo o “SEGUNDA MÃO”