segunda-feira, 4 de março de 2013

MOMENTOS

 
 

Um dia.

Momento, vida, espasmo, dor, solidão.

Companhia, afeto, parceria, cumplicidade, união.

Caminhos que se perpendicularizam em junção.

Nada mais perfeito, mais amante. Nosso coração.

 

Um dia.

Casa, abrigo, caverna, qualquer um, nosso lar.

Mediocridade, insensatez, disfunção, Calabar.

Absolvição, mais inconsequência, quase um par.

Entes que vives seu dia-a-dia, apenas para amar.

 

Um dia.

Movimentos de corpos em ondas bem constantes.

De um vai e vem, ritmados quase delirantes.

Que se completam em formas tão vibrantes.

E em seguida caem em espasmos extasiastes.

 

Um dia.

Risos e lágrimas, afagos, caricias e mais calor.

Quando almas se unem em momento furta-cor.

Nada de fel, somente mel, em forma perfeita de flor.

Assim definimos nossos momentos de amor.

Tudo em segunda mão


Assim é o Brivaldo, calmo, tranquilo, desligado dos comentários que possam fazer a seu respeito, porem determinado naquilo em que está focado; respeitador; e espera respeito não somente pela sua pessoa, mas também pelos seus atos, visto que, como fala o Brivaldo: “tudo aquilo que faço ou pratico é de responsabilidade única minha” é bom trato e tem bastante amigos.

Conhecido entre eles como “segunda mão”.

É que o nosso focado, tem a mania (que acreditamos ser o único) de só possuir coisas que já tenham sido usadas por outra, ou outras pessoas, não que ele nunca adquira algo em lojas de departamento, livraria ou confecções, (o faz com muita frequência), isso porque além de ser bastante vaidoso ele gosta de andar sempre (porque pode) dentro da moda.

Imagine que alguém recomende para ele um livro, (como não gosta de pedir nada emprestado), o Brivaldo compra de outra ou da pessoa que  indicou o referido livro, e aí esta lendo um livro de segunda mão.

Roupas é o mesmo procedimento, apenas com a diferença de que ele adquire a roupa mas antes de usa-la, pede a uma pessoa que primeiro vista-a pelo menos por um ou dois dias, para em seguida devolver e só ai ele passaria a vestir aquela indumentária.

Moveis por exemplo, só comprava em brechós, reformava-os para em seguida utiliza-los, o que não é diferente com carros, ou outro tipo de transporte por ele utilizado.

Quando foi comprar seu apartamento, fez questão de informar para o corretor que queria um apartamento novo, mas que já tivesse siso adquirido por outra pessoa, tipo repasse ou desistência, mas que já tenha sido ocupado anteriormente.

Essa mania é deu para o Brivaldo o apelido de “segunda mão”.

Um dia, em um dos encontro do famoso clube SAF (Sombra e Água fresca, clube fechado para um grupo de amigos em finais de semana) que o Brivaldo anunciou para os amigos que estava de casamento marcado para breve, o que deixou entre eles um que de preocupação e porque não dizer de euforia e expectativa.

Qual seria o amigo que teria a incumbência de “trabalhar” a noiva para o Brivaldo? (e foi esse o motivo dos risos de todos naquela noite), mas  “segunda mão” permaneceu inflexível e tomou parte das brincadeira sem se ater ao fato em si, e brincava com os amigos de modo bastante tranquilo.

Finalmente chegou a grande data, a cerimônia transcorreu na maior expectativa, nenhum dos amigos conheciam a noiva, e ficaram estupefatos quando a viram entrando na igreja, Jovem, morena, cabelos negros brilhantes, trazendo sobre a cabeça apenas uma belíssima orquídea branca com tons de lilás, um vestido curto que dava destaque as pernas bem torneadas da bela jovem, seu sorriso era uma constante demonstração de alegria e felicidade, que contagiava a todos que estavam lotando a matriz central da cidade.

Após a cerimônia, todos se dirigiram ao salão de recepções que ficava anexo a igreja. Bebidas para todos, bastante canapés, salgadinhos, refrigerantes, cerveja e whisky para todos, mas estava faltando algo ou alguém que solicitasse do Brivaldo explicação, no que se referia a noiva, agora “Senhora Brivaldo”, foi quando o noivo parecendo que estava sendo cobrado por algo,  naquele momento, o Brivaldo falou de forma bastante emocionada para todos aqueles que de fato estavam esperando as palavras do “segunda mão” o  noivo.

Meus amigos como todos que me conhecem sabem muito bem que; tudo que eu tenho já pertenceu a alguém, e quando não pertenceram eu faço com que pertençam, pelo menos por uma ou duas vezes a alguém, quero que todos conheçam minha esposa que eu amo de paixão, e aqui quero deixar bem claro para todos que essa será a única vez que nenhum de meus amigos terão o direito de uso de algo (nesse caso , alguém) que é meu.

Essa é a Vitória, jovem de 24 anos, morena belíssima e de uma meiguice fora do comum, que de hoje em diante deixara de ser a “BELA VIUVA MORENA” e passara a assinar como:  Senhora Vitoria esposa do Brivaldo..

E “para aqueles que esperavam de mim outra atitude”, continuo coerente com meus princípios. Casei com uma “segunda mão” com muito orgulho.

E o que era expectativa se transformou em desilusão, mas nada que tirasse o brilho da festa de casamento do Brivaldo o “SEGUNDA MÃO