sábado, 22 de maio de 2010
FOFINHO X FARO FINO
Ele tinha vindo da Pérsia quando ainda era um bebê, por isso agora já adulto, dominava muito bem o idioma local, apesar de pouco exercitar a língua nativa, aprendeu ouvindo, e segundo sempre que possível aqueles com quem convivia; de fato foi muito fácil para ele dominar aquele idioma; da língua falada em seu país só algumas palavras sabia pronunciar.
Sim esse era o Fofinho, um belíssimo e bem tratado Gato persa, que morava na cobertura daquele suntuoso edifício na avenida principal da cidade, cercado por muito carinho dado pelos seus donos, mas mesmo assim vivia preocupado por não conhecer outros de sua espécie.
Magro, feioso, desengonçado, meio fedorento; carregava sob seus pelos um monte de outros animais que lhe causavam verdadeira tortura durante o dia e a noite. Não se queixava, sentia-se feliz por poder caminhar livremente por todos os locais que desejasse e que quisesse.
Assim era o Faro Fino, um gato vira-latas, que morava na praça, bem em frete ao prédio onde residia o Fofinho. Nunca se viam, mas tanto Fofinho quanto Faro Fino, sabiam da existência um do outro, o Faro Fino pelos miado tristes do Fofinho, e Fofinho, pelos gritos alegres do Faro Fino.
Um dia o gato da praça resolveu que deveria escalar aquele prédio suntuosa que tanto admirava, foi; se esgueirou pelo jardim, e depois de uma distração do porteiro, conseguiu chegar ate a escada, daí, ate a cobertura foi apenas alguns segundos, e lá chegando foi pressentido pelo nariz apurado de gato classe A.
E desse encontro surgiu uma grande amizade; Faro Fino logo ensinou ao Fofinho, fugir à noite da rotina cansativa daquela casa, e com ele se encontrar na praça para saírem juntos às grandes aventuras felinas; noturnas. O Faro tinha uma namoradinha que, por sua vez tinha uma amiga Siamesa muito sofisticada que de pronto apaixonou-se pelo belo e tímido Persa, d’aí até marcarem uma noitada de amor foi um passo.
Os quatro foram para cima de um casarão antigo próximo a praça, e lá acertaram que cada casal ficaria de um lado do telhado, e pela manhã voltariam a se encontrar na praça. Durante toda a noite os moradores próximos ao local, mal conseguiram dormir, devido aos gemidos, gritos, lamentos e miados vindos do lado onde se encontrava o Fofinho, Faro falava pra sua amada, não se preocupe é a primeira vez de meu amigo.
Pela manhã, como combinado, encontraram-se na praça; o Persa foi para casa, vira-latas se recolheu a seu esconderijo, e as duas amigas ficaram comentando (como sempre fazem as fêmeas), sobre o ocorrido durante a noite.
Então Siamesa; a noite foi em grande estilo para você! Tiveste a honra de ser a primeira do belo Persa! De onde estávamos, ouvimos os gritos de satisfação do cara.
Nada disso amiga, todos aqueles gritos do Fofinho, não foram de satisfação, foram de terror.
Ele passou a noite toda me contando tudo que aconteceu com ele no dia em que seus donos, levaram-no ao veterinário ser castrado.
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